Capítulo 47: Hora de ser ator, uma apresentação teatral diferente

Naty olhava fixo para o nada, não conseguia lembrar suas falas, suava bastante então resolveu improvisar:

– Ó, eu fui sequestrada, uma pessoa ruim me capturou, e agora o que posso fazer? Será que alguém vem me salvar? – ela falava sem demonstrar nenhuma feição, algumas pessoas na platéia perceberam a dificuldade dela e ensaiaram uma crítica.

– Que atriz fraca, que diálogo estranho, não dá pra entender? – a espadachim ouvira tal crítica e subitamente olhou com muita fúria para a pessoa que comentara. Um medo gélido correu o corpo daquela pessoa na hora. – Como tava dizendo que atriz maravilhosa! Onde acharam uma atriz boa assim?

– Deus do céu! Ela esqueceu as falas, mas parece que o público ta gostando. – Lian fala olhando a cena ao lado de Daniel, Hellt, Gabriel e Jonas.

– Agora é a deixa da Rebeka! Cadê ela? – o atirador fala.

– Eu to aqui... – a navegadora aparece de cabelos presos debaixo de um chapeu marrom, usava um sobretudo de mesma cor fechado e um grande bigode. – Eu não entendo a função de um detetive numa peça dessas diretor. – ela questiona um fato interessante, um detetive em uma peça medieval não é algo comum.

– Go to hell! Depois você questiona, agora vai lá! – o guitarrista fala empurrando a garota para o palco, Rebeka também não lembrava das falas e teve que improvisar.

– Como eu suspeitava, aqui está a princesa, eu o detetive segui as pistas e cheguei ao esconderijo do sequestrador: o mister Swan! – ela fala nervosa e meio sem nexo, nesse instante Hellt entra em cena.

– Eu sou o mister Robert, aquele que sequestrou a princesa, não deixarei que a levem de volta! – ouvia-se o comentário na platéia, algo como: “mas não era mister Swan?” Rebeka rapidamente se vira para Hellt e fala.

– Então mister Robert Swan desista de seus planos malignos! – os comentários escutados da platéia agora foram: “a ta...” os colegas da navegadora todos fizeram sinal de joia para ela.

– Se continuar assim eu infarto! – Lian fala com a mão na testa, estava visivelmente preocupado.

– Você não atrapalhará meus planos detetive, vai ter que vencer meu monstro pra pegar a princesa de novo! – era essa a deixa para que Jonas entrasse.

– É agora Gabriel, toma conta da mesa de efeitos, lembra aperta o botão da música quando eu entrar certo? – o jovem de óculos fala mostrando o painel com vários botões.

– Qual é o botão da música mesmo? – o músico fala, Jonas responde que são os verdes, cada botão é um tipo de música que era indicada na legenda do painel, não era difícil.

– Cadê sua fantasia Jonas? – Daniel pergunta.

– Aquela fantasia era muito simples pra um monstro, eu construí uma mais legal! – o atirador fala com um sorriso demoníaco e com seus óculos brilhando enquanto tirava os panos de algo grande, Daniel olhou admirado o que estava ali em baixo.

– Então senhor detetive, meu mostro deve estar no banheiro para estar demorando tanto! – Hellt fala o que causa risadas na platéia, de repente o chão começa a tremer e algo parecido com uma máquina adentra a cena, uma máquina que lembrava um gorila.

– Isso seria o monstro sem honra? – Naty pergunta surpresa.

– É... É possível, e é um baita de um amornado! – Hellt fala igualmente assustado.

– Sabia que o monstro que construí ia impressionar, agora é usar o botão do rugido! – Jonas falava orgulhoso de dentro de sua máquina, era o piloto dela. O jovem de óculos aperta um botão roxo do seu lado direito, de repente a criatura começa a se mover diferente.

– Duvido que você vença meu monstro em um desafio senhor detetive! – Hellt fala, de súbito o monstro começa a dançar como um dançarino de break, Gabriel observa confuso a cena, pensa: “então ta né? Go to hell!” e aperta o botão que dizia break e uma música referente ao estilo começa a tocar.

– Realmente esse é um desafio que não sei se posso vencer. – Rebeka fala colocando as mãos para o alto e as balançando pra cima e pra baixo, Hellt e Naty se entreolham e repetem o movimento de sua colega, a plateia não se aguenta de rir.

– Essa é a melhor peça de todas! – Daniel fala esperando uma resposta de Lian, porém o diretor já havia desmaiado faz algum tempo. – Hum, ele tava com sono... – o garoto fala com olhos bem abertos e seu dedo indicador no seu lábio inferior.

– Mas que porra! Apertei o botão errado! – Jonas fala desapertando o botão roxo que apertara agora e apertando outro botão. – Por que eu coloquei um botão pra fazer o robô dançar break? – ele se perguntava, depois da ação do atirador o robô pára e desfere o rugido pretendido desde o início, um rugido forte e assustador.

– Nossa que bicho é esse? – Moacir dos irmãos Astor fala tampando os ouvidos, seu pé bate no balde que carregara, um pouco da tinta dele cai na máquina que rugia. A tinta cai por uma abertura na máquina, repentinamente ela começa a sair fumaça.

– Merda o que ta acontecendo aqui?! Por que a máquina não responde a meus comandos? – o atirador se pergunta, repentinamente o gorila começa a se mexer estranho, ele se abaixa rapidamente e Jonas é projetado pra fora pelo que parecia ser a boca da criatura. O atirador cai no meio do palco, todos o olhavam e ele não sabia o que dizer, até que teve um estalo em sua mente.

– Milagre! Deus existe! – ele fala se ajoelhando e olhando para o alto. – O monstro me devorou hoje cedo e graças a Deus ele me vomitou, eu to vivo! Milagre! – falou enquanto saia do palco, novamente risadas foram escutadas da platéia.

– Isso era pra acontecer? – Nathália fala olhando para Rebeka.

– Talvez... – a navegadora responde, nesse instante o monstro vira a cabeça para ela, Rebeka começa a tremer de medo, a criatura ergue suas mãos e duas labaredas saem em sentido à navegadora.

– Eu vou morrer! – ela grita chorando cascatas, enquanto de abaixa do fogo.

– Legal o monstro lança fogo! – Daniel fala.

– Modéstia parte meu monstro ficou incrível! – Jonas fala ajeitando seus óculos e sorrindo orgulhoso.

– Go to hell! Mas se você ta aqui quem ta lá dentro do monstro controlando ele? – as palavras de Gabriel fizeram o atirador corar de vergonha, era fato: a máquina estava descontrolada.

– Eu to viva que bom! – Rebeka fala após apalpar seu corpo.

– Senhor corajoso detetive sua roupa está queimando. – Nathália fala apontando para uma pequena chama no sobretudo de Rebeka, a navegadora começa a correr desesperadamente chorando cascatas dizendo que ia morrer, repentinamente Naty saca sua espada e pula em sentido a sua colega.

– Não se preocupe, eu darei um jeito nesse fogo! – a espadachim fala passando pela jovem de olhos verdes, corte se formam no ar e a roupa inteira de Rebeka é cortada a deixando nua. A navegadora grita de susto, a platéia grita de animação, ela se esconde detrás de uma árvore cenográfica.

– Naty por que você fez isso? – Rebeka pergunta furiosa.

– Pra você não se queimar honrosa e corajosa navegadora.

– Mas você precisava cortar toda minha roupa? Porque você não só apagou o fogo? – as palavras de Rebeka fizeram Naty refletir então a espadachim guardou sua arma e disse tranquilamente:

– Desculpe.

– NÃO SE DESCULPE DESSA FORMA COMO SE NÃO TIVESSE FEITO NADA DE TÃO GRAVE! – Rebeka grita com dentes serrilhados e olhos vazios. Nesse instante o monstro joga suas chamas em Nathália que se desvia, Hellt aparece ao lado dela segurando seu cassetete.

– Vamos acabar com esse amornado máquina! – ele fala determinado e a espadachim concorda.

– Go to hell! De onde eles tiraram as armas deles? – o músico se pergunta enquanto vê seus colegas lutando contra o monstro, a platéia não se continha em comentários.

– A situação fugiu de controle, a plateia não pode desconfiar que deu merda. – o atirador fala. – Gabriel agora é com você, vai pro lugar que falei e entra tocando sua melhor música, vamos tentar mudar o foco do público. – o guitarrista concorda com Jonas e logo vai pro lugar indicado. O atirador aperta uns botões e a luz começa a trepidar, de repente um som de guitarra é escutado e o Guitarrista aparece do solo tocando sua música, luzes vermelhas eram focadas nele enquanto tocava.

– Muito legal! – os olhos do jovem capitão brilhavam. – Eu já posso entrar pra dançar Jonas? – o garoto pergunta e Jonas fala que podia, havia usado de ironia não entendida pelo menino, Daniel foi ao palco e o atirador concluiu que a peça não teria mais salvação.

Daniel entra em cena correndo e começa a fazer os passos de dança que aprendera com De La Rosa, podia-se ouvir risos, gritos e vários tipos de manifestação da plateia.

– Nem precisamos sabotar como queríamos irmão! Essa peça é um lixo! – Joseph fala olhando do alto e rindo muito com seu irmão, de repente a máquina bate sua mão na estrutura metálica, ligada ao local onde os irmãos estavam isso desequilibra os dois que caem no palco, todos olham para eles se levantando um do lado do outro, inclusive o monstro. Todos pararam o que estavam fazendo para observá-los, os baldes que eles carregavam com tinta tombam devido ao impacto do golpe do robô, a tinta cai sobre os dois e voa na primeira fila do teatro, a maior parte cai sobre Simon Grojan, o crítico de teatro.

Todos agora olhavam o crítico todo sujo de tinta, ele se levanta tirando seus óculos e fala:

– É engraçado, emocionante, artístico, futurista e maravilhoso! Eu nunca vi tamanha demonstração de arte em toda a minha vida! – depois de tais palavras começa a aplaudir seguido de toda a plateia.

– Melhor momento... – Jonas fala puxando a corda para baixar as cortinas, depois de algum tempo eles saem delas, menos os irmãos Astor, vão pra frente do palco e se abaixam agradecendo, inclusive o robô e Rebeka que estava usando a verdadeira roupa do monstro que havia achado escondida detrás do palco. Hellt e Naty ao perceberem a presença da máquina lhe acertam um golpe ao mesmo tempo a desmontando o que faz a plateia vibrar mais.

– Isso são palmas?! Meu espetáculo agradou?! – Lian fala ao acordar, ele se dirige pra onde estão seus atores, as palmas aumentam quando ele surge, ele não segura as lágrimas de emoção, era fato: sua peça havia agradado e muito.

Preview:

– Não pode ser, o Lian não pode ter nos derrotado assim! – Moacir fala nervoso.

– Desgraçado! Ainda não acabou vamos acabar com seu espetáculo! – Joseph fala igualmente nervoso.

– Irmãos Astor, tentaram me atrapalhar novamente, não conheço ninguém mais baixo que vocês! – Lian fala com sua mão na cintura.

– Pai eterno! Uma discussão de muleconas teatrais! – Hellt fala e continua: - Daniel, você é o contra-regra e sua obrigação tirar aqueles dois daqui...

– Ta certo Hellt. – o gordinho sorrindo vai até os irmãos Astor.

– Sai daqui moleque se não quiser apanhar pirralho! – Joseph fala erguendo seu pé para chutá-lo, Moacir levanta sua mão para golpear o gordinho também. Os irmãos deferem seus respectivos golpes no menino, entretanto machucam seus corpos ao acertar o jovem capitão.

– Querem brincar? – Daniel pergunta estalando os dedos.

Próximo capítulo: O momento teatral chega ao fim, adeus senhor Lian