Capítulo 38: Caravela encontrada e o desafio de Rebeka

Flash back on

- Merda o caminho bifurca! Pra onde nós vamos? – Hellt fala irritado ao lado de Clara e Rebeka, já estavam disfarçados de marinheiros.

- O caminho da esquerda leva ao calabouço só que não é um caminho fácil, tem muitos corredores e portas... – Clara informa e continua. – O da direita vai levar a caravela é certeza! Tem um píer no fim do caminho, é o único daqui, é um caminho reto. – o desenhista e a navegadora observam assustado o quanto a menina conhecia do lugar.

- Você veio aqui muitas vezes não é? – Hellt pergunta.

- Sim, eu fugia sempre quando vinha aqui em excursão e ficava explorando. – a menininha fala sorrindo.

- Essa situação ta me deixando muito nervosa! Temos que achar o Jonas e a caravela... – fala a navegadora.

- Genial! Ótima ideia Rebeka, vamos nos dividir. – fala o desenhista empolgado, a navegadora olha assustada pensando: “eu dei essa ideia?”

- Eu vou pela esquerda porque é o caminho mais difícil, quem vai comigo? – a menina pergunta.

“Difícil?! Ela deve querer dizer perigoso, eu não vou por ali de jeito nenhum!” pensa a jovem de olhos verdes.

- Ta certo então, eu vou pela direita! – a moça fala decidida.

- Tem certeza Rebeka? – o desenhista pergunta e a garota faz feição de surpresa.

- A Rebeka é mesmo a mais corajosa de todas! – Clara fala efusivamente o que começa a preocupar a navegadora.

- Com o Daniel, a Naty e o Gabriel tocando o terror por aí eles já devem saber que piratas invadiram a sede da marinha, devem ter milhões de marinheiros protegendo a caravela por pensarem que invadimos para vir buscá-la. – aquelas palavras de Hélio causaram um pânico extremo na jovem navegadora, ela começa a tremer de desespero.

- Força Rebeka você consegue! – a garotinha fala puxando Hellt pelo caminho da esquerda.

- Eu vou morrer! Eu não quero ser presa! – a navegadora fala chorando cascatas, mesmo em total pânico ela seguiu pela direita.

Flash back off

“É o fim do corredor, tomara que o navio esteja ali” Rebeka pensa controlando seu choro no fim daquele corredor, a frente uma parede e a direita o desembocar do caminho, quando ela se vira se depara com a caravela ACD acorrentada no que seria uma espécie de píer, ao redor do barco incontáveis marinheiros, Rebeka foi ficando pálida com a visão de tantos inimigos, rapidamente ela volta e se esconde.

“Eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer...!” pensava chorando cascatas silenciosamente, “espera, eu to vestida de marinheiro, eu posso enganá-los, força mulher! Você é uma corajosa pirata!” ela pensa serrando os punhos ainda tremendo.

- Hei vocês?! – a garota fala quase gritando para os marinheiros, sentia muito medo mas sua pose era de firmeza. – Os piratas foram vistos no andar de cima, o capitão ordenou que fôssemos lá pra ajudar a prendê-los!

- Será que esses piratas são tão poderosos assim? Perdemos contatos com várias divisões... – um marinheiro pergunta depois daquelas palavras da garota, a navegadora deu um leve sorriso pela sua mentira parecer funcionar.

- Eles devem ser muito perigosos, foi por isso que invadiram a marinha, vamos lá acabar com eles! – um outro marinheiro fala e começa a correr, outros marinheiros o seguem passando todos pela jovem de olhos verdes que se sentia confiante por ter conseguido enganar aqueles homens, no entanto...

- ESPEREM! – uma voz esganiçada grita chamando a atenção de todos inclusive a da navegadora, se tratava da voz de Pierre que estava no convés da caravela ACD.

“Não me descubra, não me descubra, não me descubra...” a garota pensa suando e tremendo.

- Eu não me lembro de um marinheiro que usasse um bumerangue... Desde quando você está na marinha? – o homem maquiado pergunta.

- Semana passada, naquele exame lembra? – ela fala com voz trêmula, Pierre dá um leve sorriso.

- Sabe, eu estive pensando, não seria uma ideia absurda disfarçar-se de marinheiro pra invadir a marinha, vocês são piratas inteligentes. – Pierre usa de um tom debochado.

“Fui descoberta, agora sim eu vou morrer!” a garota novamente chora cascatas enquanto os marinheiros a olham furiosos.

- Exame da semana passada, se você tivesse falado mês passado você acertava. – o maquiado fala sorrindo. – Peguem ela agora! – a ordem foi direta aos outros marinheiros que se projetaram pra cima da jovem de olhos verdes.

De súbito alguns marinheiros caem sangrando, outros vários se perguntam o que aconteceu e também logo caem, Rebeka pensa: “Milagre, milagre, milagre, milagre...!” novamente chorava mas agora de felicidade.

- Marinheiros desgraçados! Aonde esconderam Jonas! – uma voz feminina fala, uma voz conhecida de Rebeka, se tratava de Naty, a espadachim continua usando seu velozes golpes e desmaiando os marinheiros.

- Valeu Naty, você salvou minha vida! – a navegadora fala se aproximando da espadachim, porém a jovem de olhos diferentes ergue sua espada pra cima da outra, Rebeka entra em desespero. – Calma Naty, calma, sou eu a Rebeka! – a navegadora fala tirando o boné típico da marinha.

- Corajosa navegadora?! Que disfarce excelente! – a espadachim fala, Rebeka pensa: “mas eu só tirei o boné?”

De repente um barulho intenso é escutado, uma bala de canhão é disparada da caravela ACD em direção as meninas, Naty que estava de costas para caravela é salva por Rebeka que pula a agarrando, as duas caem no solo se desviando do tiro.

- Não vou deixar que vocês escapem piratas! Eu tenho a melhor arma em minha posse e não vou perder! – Pierre fala de trás do canhão no convés do navio.

- Mas que porra! É a primeira vez que o canhão é usado e é contra a gente! – Rebeka fala furiosa. – Se eu te pego eu acabo com você seu merda! Quem é que ataca mulheres indefesas e delicadas pelas costas?!

- Incrível! Sua coragem continua a me surpreender a cada dia Rebeka! – Naty fala surpresa olhando para sua companheira que fez face de desentendimento. – Você quis dizer que da conta do inimigo metrossexual sozinha não é? Eu respeito sua honra transbordante e te deixarei lutar! Lute com força corajosa navegadora! – a espadachim fala correndo em direção ao corredor de onde saíra.

- Não vai Naty, não vai... – Rebeka volta a chorar entretanto não tem tempo para se lamentar pois outra bala de canhão é disparada contra ela, a moça se desvia pulando para lateral, o tiro passa bem perto.

“O metrossexual é louco! Ele nem liga pros outros marinheiros caídos e nem pro lugar, ele só quer me acertar...” ela pensa enquanto se desvia novamente se jogando e como sempre chorando.

- Você vai morrer garota pirata! Com uma arma dessas não tem como eu perder! – Pierre falava confiante, o canhão da caravela era de um tipo especial, nele cabiam três grandes balas em seu compartimento e possuía um sistema de auto-recarga com mais vinte balas, Pierre sabia muito bem como acionar aqueles mecanismos coisa que a atual tripulação da caravela ACD não sabia.

“Por que ele está demorando pra atirar de novo? Talvez ele esteja recarregando, logo tem um espaço pra eu atacar depois de três tiros, então é só eu esperar os três disparos e atacar! É o plano perfeito, mas como eu vou sobreviver aos próximos tiros?” a garota pensa em sua montanha russa de emoções que variavam de extrema alegria a medo extremo.

- Morra! – Pierre fala atirando novamente, no entanto a garota começa a correr em várias direções diferentes, Pierre pensa ser um tipo de tática mas na verdade se trata de puro desespero.

O tiro passa bem próximo, o impacto com o solo libera uma onda de choque que lança a garota ao ar, ela cai de bruços sangrando um pouco na cabeça.

- Agora eu acerto... – Pierre fala mas se surpreende com a garota que se levanta decididamente.

- Mudança de planos, antes que eu morra. – ela sangrava um pouco na boca e estava ofegante, pega seu bumerangue e o lança, Pierre aciona o gatilho para atirar novamente, contudo o bumerangue bate no canhão na parte de cima corrigindo a mira da arma de tal forma que o tiro disparado que seria certeiro acerta um pouco atrás de onde a navegadora estava.

Rebeka é projetada para o alto pela onda de impacto liberada, é lançada em sentido ao marinheiro no canhão, ela saca sua faca enquanto se aproxima rapidamente de seu inimigo.

- Ela usou o impulso da bala pra chegar até mim! Não vou deixar que ela me acerte, tenho que disparar... – Ele fala dirigindo seu dedo ao gatilho, entretanto o bumerangue volta e acerta sua mão, ele se afasta instintivamente do canhão, quando percebe a garota já está acima dele, ela desfere uma facada descendo diagonalmente, os dois adversários caem.

- Porra! Ele conseguiu se desviar, agora eu morro! – Rebeka pensou caída, de repente ela começa a escutar algo como um choro.

- Desgraçada! Como você pôde? Você cortou meu rosto perfeito e me fez quebrar uma unha! – falou Pierre desesperado com sua mão esquerda em um pequeno corte em seu rosto e olhando para sua unha do indicador direito quebrada.

- Só pode ser piada... – a navegadora fala olhando com feição de decepção, ela rapidamente pega seu bumerangue caído e o ergue pro lado do marinheiro.

- Sai do navio do meu capitão seu esquisito! – ela fala com face de demônio e golpeia seu inimigo na cabeça, Pierre cai sangrando muito pelo nariz e com os dentes quebrados devido à força do golpe, agora está desmaiado e a navegadora o empurra pra fora do navio.

- Engole essa seu metrossexual filho da puta! – a moça fala fazendo gestos pouco amistosos com os dedos do meio de suas mãos para seu adversário desacordado na água.

- Agora como vou tirar a caravela daqui? – ela se deita se perguntando, começa a sorrir, afinal conseguiu vencer um inimigo que parecia poderoso demais pra ela, no entanto a batalha contra a marinha está longe de ter um fim, o importante é que ela conseguiu recuperar a caravela, um grande passo foi dado para a tripulação de Daniel.

Preview:

- Que demônio é esse? – Se perguntava um marinheiro assustado e caído, a frente dele Naty empunhando sua espada e vários marinheiros caídos ao seu lado.

- Onde está o jovem que será executado? – ela pergunta apontando sua espada para o pescoço daquele homem que subitamente desmaia de medo.

- Preciso mudar minha abordagem, todos desmaiam e ninguém me responde, dessa forma nunca encontrarei o Jonas, pelo menos a Rebeka já encontrou a caravela. – a espadachim fala correndo pelo corredor, segue até chegar a uma sala, na verdade um tipo de cozinha com geladeira, mesas, fogões, facas, vegetais dentre outras coisas comuns num lugar desses.

- Acho que não há nada aqui, o capitão ia gostar desse lugar. – fala com um leve sorriso se virando para sair do local, de repente algo voa em sentido a ela, Naty se vira rapidamente sacando sua espada e cortando ao meio o que lhe foi atirado.

- Vejo que a espadachim dos piratas tem ótimos reflexos! Parabéns por cortar o tomate, pelo menos você serve pra fazer salada. – um homem fala com um sorriso de deboche, se tratava de Mateus, as cicatrizes em seus braços e o X em seu rosto confirmavam isso.

Próximo capítulo: O espadachim da marinha contra a espadachim do navio ACD