One Piece ACD escrita por Hellt


Capítulo 29
Capítulo 29




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Capítulo 29: O passado de Rebeka, um sonho passado de mãe para a filha


Naquela manhã tranquila os ânimos pareciam mais calmos, Daniel observava feliz Gabriel dedilhando sua guitarra, Hellt preparava algo para comer, Naty desferia cortes no ar treinando seus golpes enquanto Rebeka olhava o horizonte pensativa, a navegadora estava mais quieta que o normal o que chamou a atenção da espadachim.


– Ta acontecendo alguma coisa honrosa e corajosa navegadora?


– Hã...?! – Rebeka se assusta por ser acordado de seus pensamentos e por causa daquelas palavras estranhas: “honrosa e corajosa navegadora.” – Não é nada Naty, eu só estava pensando em algumas coisas do passado...


– O passado... – a espadachim fala colocando a mão em seu olho azul marinho. – É estranho o quanto o passado é tão presente em nossas vidas.


– Pois é... – Rebeka fala olhando para o alto, de repente sua face muda. – Essa brisa, essas nuvens, ta vindo uma tempestade Naty, temos que contorná-la! – ela fala determinada e começa a gritar com todos no navio lhes dando ordens informando sobre a tempestade que estava por vir.


Rebeka não havia mentido, ela realmente se lembrava de seu passado, pensava naqueles dias de sua infância e da época de sua decisão de ser pirata.


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– Olha vó, olha só o mapa que eu fiz da ilha. – aquela menininha bem nova falava a sua avó, aquela velha senhora imaginava ver um rabisco ou coisa do tipo, mal pôde esconder a surpresa ao ver aquele mapa náutico elaborado.


– Rebeka?! Como você fez um mapa desses? – a feição calma da senhora agora era pura surpresa, engraçado notar como ela é parecida com sua neta, as sardas, a forma do cabelo, a cor dos olhos, porém as marcas dos anos já se faziam presentes, a cor grisalha dos cabelos e a textura da pele eram prova disso.


– Eu vi nos livros do pai e da mãe aí foi só andar pela ilha e ver algumas coisas. – Aquela explicação simplista da menina surpreendeu muito a sua avó.


– Você é uma rata de livros igual sua mãe e tem o dom de desenhar mapas de seu pai. – foi um elogio daquela mulher idosa para sua neta, porém a garota não ficou feliz ela ficou cabisbaixa e pensativa.


– Eu to com saudade do pai e da mãe, eles estão demorando tanto! – a menina fala com pesar.


– Opa que isso? É pra você se sentir feliz quando te comparo com seus pais, e depois, não faz sentido você ficar triste, seu pai e sua mãe nos mandaram aquela carta falando que já estavam chegando então acredite neles! – foi uma espécie de repreensão, porém de forma positiva e animadora.


– Quando a mãe e o pai chegarem eu vou mostrar o meu mapa pra eles, aí eles vão me levar pro mar pra explorar igual eles fazem. – os dizeres da pequena fizeram a avó se assustar, ela sabia que a mãe e o pai daquela garota não a levariam para o mar.


– Minha querida, acho que você precisa conversar com seus pais sobre isso.


Aquele dia passou bem rápido e na manhã seguinte a menina teria uma feliz surpresa, o navio em que seu pai e mãe navegavam chegou à cidade e sem demora eles foram ver sua filha, Rebeka ainda dormia quando seus pais chegaram, a menina acorda e vai até a cozinha e sorri de largo ao ver sua mãe e pai conversando com sua avó.


– Mãe, pai?! – ela fala ainda meio surpresa, corre até eles e os abraça, o pai de Rebeka tinha cabelos castanhos, não era muito alto e usava óculos, a mãe dela tinha cabelos ruivos longos e muitas sardas, era pequena e de semblante muito calmo.


– Também é ótimo te ver minha linda! – a mãe fala, trocam carinhos enquanto conversam sobre várias coisas, a garotinha sem demora pega o mapa que fizera e mostra a seus pais, eles tomam um tremendo susto ao ver a perfeição do desenho.


– Minha filha, seu mapa é fabuloso! – o pai fala.


– Ela é boa, pode ser que ela se torne tão boa quanto você querido! – a mulher fala.


– Sério? Então eu posso ir com vocês pro mar? – a menina pergunta animada.


– Você não pode querida. – foram as palavras da mãe que entristeceram a garota. – Eu e seu pai somos piratas, para o governo mundial somos criminosos e nós não podemos te levar pra essa vida. – a garota não entendeu as palavras da mãe, era difícil para aquela menina compreender certas coisas.


– Não fique assim Rebeka, olha estamos muito perto de encontrar o que procuramos, a Biblioteca de Naxia! – a mulher fala a sua filha, Rebeka nunca havia ouvido falar dessa tal biblioteca.


– Naxia é uma cidade perdida, causas naturais a destruíram há muito tempo. – o pai fala.


– A sua biblioteca era a maior fonte de conhecimento da Terra, dizem que tudo o que nós sabemos e desenvolvemos hoje vem de dez por cento do conhecimento dessa biblioteca, isso é uma estimativa porque segundo escrituras antigas os naxianos emprestavam dez por cento de sua biblioteca para outras nações, era de se supor que quando ouve a catástrofe esses livros estavam emprestados. – a mãe fala quase que eufórica.


– Eu posso ajudar vocês a encontrar essa biblioteca, deixa eu ir... – a garota fala quase chorando.


– A vida de um pirata não é para crianças e depois a gente conseguiu uma ótima pista para encontrar essa cidade, parece que seu local de origem é na Grande Linha e é pra lá que nós vamos agora. – o pai fala, a garota ainda não havia compreendido completamente sobre aquilo mas viu que não adiantaria argumentar, ela sabia que seus pais partiriam mais uma vez, no entanto, por agora, por aqueles dias eles eram somente dela.


Ao fim daquela semana os pais de Rebeka partiram, a garota estava triste olhando o oceano e sua avó veio consolá-la.


– Não fique triste minha querida, sua mãe só está seguindo o sonho dela que acabou se tornando o sonho de seu pai também.


– Eu não entendo porque uma biblioteca pode ser tão importante. – a menina fala indignada.


– Entenda que existem muitas coisas obscuras nesse mundo, talvez somente nessa biblioteca possam existir respostas para esses mistérios, sua mãe como boa historiadora não pode deixar de investigar e seu pai como navegador não pode deixar de ver mapas de lugares talvez nunca visitados pelas pessoas de nossa era.


– Eu não sabia que essa biblioteca podia ter tanta coisa assim! – a feição de tristeza da garota se torna euforia, mapas de lugares onde os homens dessa era nunca exploraram, aquilo interessou muito a garota que tinha um fascínio único por mapas, em sua mente havia decido ir até essa biblioteca.


O tempo passou, os pais de Rebeka nunca mais pisaram em casa, nunca mais voltaram aquele pequeno vilarejo de Trévia onde sua filha morava, a mãe havia mandado uma carta há muito tempo falando que havia achado uma importante pista sobre as ruínas de Naxia e nada mais, a avó já bastante idosa já não se mexia da cama e naquela noite chamara sua neta já adolescente para conversar.


– Minha querida, eu sei que você quer muito ir para o mar atrás do sonho de seus pais, saiba que eu acredito que você conseguirá! Apesar das pessoas dizerem que seu pai e sua mãe morreram no mar eu não penso isso, quem sabe eles não conseguiram achar a biblioteca e só estão te esperando pra comemorar não é? – as palavras da senhora estavam desconexas mas eram de coração, Rebeka começava a chorar. – Rebeka, eu só te peço para que quando for para o mar leve o meu bumerangue, eu te ensinei como usá-lo e tenho certeza que será de grande utilidade, eu sempre te amei querida... – aquelas foram os últimos dizeres da idosa.


Rebeka tinha 16 anos quando sua avó morreu, a jovem fez como havia prometido para si mesma e foi para o mar, seus sentimentos eram confusos, seus pais poderiam estar vivos nas ruínas de Naxia ou poderiam ter morrido tentando encontrar a biblioteca, não tinha como saber sobre isso, o que ela sabia é que procuraria essa biblioteca incessantemente e pra isso precisaria se tornar pirata, ela saiu de Trévia após enterrar sua avó e partiu pra uma nova vida.


.......................................


– Mas que porra! Que lugar esquisito é esse? – Rebeka falou pra si mesma ao entrar em uma taberna que segundo suas informações era frequentada por piratas, Fazia três meses que ela havia saído de sua terra natal e procurava uma forma de ser pirata, nesse tempo essa foi a melhor informação que conseguiu sobre como entrar em uma tripulação.


– Com licença senhor, a sua tripulação precisa de um navegador? Eu sou boa nisso sabia? – ela fala se aproximando de uma mesa com alguns piratas mal encarados.


– A garota quer vir pro nosso navio?! – um dos piratas fala em tom de deboche, o homem com quem Rebeka falou diretamente se levanta, ela começa a sentir muito medo.


– Uma princesa como você tem lugar garantido no meu navio. – o pirata fala levando sua mão a garota com um sorriso maléfico, de repente uma caneca voa até a cabeça dele e se quebra, ele furioso se vira e pergunta quem foi.


– Eu vi tudo, foi aquele cara ali. – uma moça de cabelos pretos se levanta e fala apontando para um pirata mais ao fundo do bar.


– Seu desgraçado! Vou te ensinar bons modos! – foram as palavras daquele pirata antes de começar uma confusão generalizada no bar, socos e pontapés para todos os lados, cadeiras, mesas, copos, garrafas, pessoas, muita coisa era arremessada enquanto Rebeka engatinhava chorando cascatas pelo bar até que ela vê uma mão estendida em sua direção, a mão da moça de cabelos pretos, Rebeka segura forte a mão da outra jovem e ambas saem dali correndo.


– Obrigado por me tirar daquela confusão. – a moça de cabelos castanhos fala novamente chorando cascatas.


– Você é muito louca sabia? Uma mulher não chega pra um pirata e pergunta se pode entrar na tripulação dele, você por um acaso sabe o que piratas como aquele fazem com garotas como você? – a moça de cabelos pretos fala.


– Acabei de imaginar e não gostei do que imaginei, eu sabia que era arriscado mas é que preciso chegar a Grande Linha entende?


– A Grande Linha?! Então por que você não se alistou na marinha? Ta certo que eles não pegam muitas mulheres mas seria menos arriscado do que tentar ser pirata.


– Porque meus pais são ou foram piratas, a marinha nunca me deixaria entrar. – Rebeka fala e ambas param de correr.


– Entendo, parece que o que você quer fazer na Grande Linha é importante, acho que te consigo colocar numa tripulação pirata. – a moça de cabelos pretos fala pensativa e Rebeka abre um sorriso.


– Nossa, você faria isso por mim?! Vai ser sua segunda ajuda e eu nem te conheço, meu nome é Rebeka, Rebeka Lima.


– Meu nome é Miriã e na verdade vai ser minha terceira ajuda, fui eu que joguei aquela caneca na cabeça daquele pirata idiota! Odeio piratas como ele.


– Obrigado de novo então, mas como você vai me colocar numa tripulação pirata?


– Simples, vou te colocar na tripulação que vou entrar, eu sou cozinheira e vim aqui nessa cidade para encontrar com uma pirata chamada Olívia, vem comigo até o porto. – Miriã fala e puxa Rebeka pelo braço novamente, elas vão até a região portuária, a de cabelos pretos contou que fazia parte de uma tripulação que havia afundado restando ela apenas de sobrevivente, contou que conhecia Olívia só de reputação e que tentaria entrar na tripulação dela naquela noite por saber de fontes confiáveis que ela estaria naquela cidade.


No porto eles vão até um dos navios piratas com a bandeira com um coração, era o navio de Olívia, por golpe do destino elas dão de cara com a capitã martelo azul.


– Senhorita Olívia? Oi, eu sou Miriã e sou cozinheira, fiquei sabendo que você perdeu seu cozinheiro e eu queria ocupar essa vaga. – a capitã achou meio audacioso a forma com que a jovem chegou até ela mas gostou do “senhorita”, a jovem navegadora estava temendo de medo daquele ser que Miriã falou se tratar de uma mulher.


– Eu joguei meu último cozinheiro no mar porque ele tentou me trair, vou fazer o mesmo com você se me trair menina! – a capitã fala encarando a jovem de cabelos pretos, nesse instante Rebeka vê a sua oportunidade de falar.


– Eu também quero entrar na sua tripulação senhorita Olívia, eu sou navegadora e sou das boas, olha só os mapas que eu fiz. – ela fala tirando seus desenhos de sua mochila artesanal, desenhos de mapas muito bem feitos que surpreenderam a capitã e a fizeram colocar Rebeka em sua tripulação também, ela tinha um talento latente e Olívia não perderia a chance de usar aquele talento pra si.


Ninguém dos homens da tripulação tentou nada com as duas garotas, a capitã era rígida com sua tripulação em questão de respeito com as meninas, Rebeka e Miriã se tornaram bem próximas a ponto de Rebeka lhe contar seus sonhos e desejos, entretanto com o passar dos anos aquela vontade de ir a Grande Linha foi esfriando, Olívia não parecia querer ir até um lugar tão perigoso como o maior dos oceanos, a navegadora viu a crueldade do mundo pirata e teve medo das consequências de tentar sair da tripulação de Olívia para seguir seu sonho e assim ela seguiu sua vida na tripulação dos martelos azuis até que um dia...


– Mas o que está acontecendo? Eu falei para contornar e não para ancorar, ta vindo uma tempestade aí e não podemos ficar parados aqui! – a navegadora fala alterada a sua amiga cozinheira.


– Talvez a capitã resolveu capturar um navio menor sabe como ela é... – a de cabelos pretos fala com um leve sorriso cozinhando.


– Vou lá em cima resolver isso, palavra de navegadora é lei! – Rebeka fala serrando os punhos e se dirige ao deck. – Que bagunça é essa aqui em cima? Por que a gente parou? Eu disse que a gente tinha que sair daqui rápido porque tinha uma tempestade vindo não disse? – a garota fala em um tom em que todos escutam.


– Rebeka, que bom que resolveu se juntar a nós. – a capitã falou em tom de piada. – Saqueamos um navio a deriva, agora eu to pensando em como vamos matar seus tripulantes.


Rebeka se assustou com aquelas palavras, afinal daqueles três tripulantes dois eram garotos e um era só uma criança, ela pensava no quanto piratas são crueis, “não vou deixar um garotinho morrer na minha frente, mas o que eu posso fazer pra ajudar?” tentava formular algo para soltar aqueles jovens e libertá-los, mal sabia ela o que o futuro lhe reservava.


Preview:


– Escuta você pode trazer qualquer coisa, só não traz nada com álcool pros meninos pode ser? – Rebeka falou calmamente e o barman sugeriu um prato especialidade dele e todos concordaram, todos menos Daniel que não prestava atenção na conversa e sim em uma cena peculiar no fundo do bar, ele observava um jovem que apostava com umas pessoas.


– Eu aposto 100 beries que eu consigo acertar a mosca do alvo mais vezes que vocês... – um jovem de óculos falou confiante e sorridente.


– Daquele alvo pequeno ali? Duvido! – um homem fala e aposta, junto com ele outros dois homens apostam duvidando do jovem.


– É muito fácil... – o jovem fala de frente para eles e de costas para o alvo e lança um dardo que se crava na mosca do alvo. -... Só é necessário... – ele fala e lança de costas outro dardo despretensioso que também se crava na mosca. -... Um pouco de prática... – ele pega dois dardos um com cada mão e lança ao mesmo tempo ainda de costas que também se prendem na mosca. -... E claro, um pouco de sorte né? – fala pegando o último dardo se virando de frente ao alvo e o lançando, este também se prende com êxito na mosca, a face daqueles apostadores ficou pálida e seus queixos tocaram o chão, Daniel que tomava um copo de leite começou a derramá-lo com os olhos brilhando.


Próximo capítulo: A chegada a Lávia e um jovem com boa mira




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Notas finais do capítulo

Capítulo de historinha sobre a "corajosa navegadora" espero que tenham curtido................
Próximo cap uma nova saga começa em uma nova cidade, que inimigos os aguardam em tal lugar.........???
Té mais.........



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