Capítulo 10: O passado de Daniel, o garoto que quer ser rei

- Ta quieto Daniel, algum problema? – Hellt viu o gordinho debruçado no convés olhando o horizonte, ficou preocupado pelo fato do garoto estar muito calado.

- To bem Hellt só estou pensando em umas coisas. – Daniel falou e o desenhista lhe informou que a comida estava quase pronta, o garoto pensava em seu passado, naqueles dias em que ele vivia na ilha de Moriá.

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A ilha de Moriá é uma grande e inóspita floresta tropical, Daniel vivia em uma aldeia com sua tribo, não conhecia seus pais, vivia com sua tia, aquela selva forçava os moradores de Moriá a serem habilidosos para sobreviver, entretanto naquele dia Daniel por um azar ficou preso entre as raízes de uma árvore, era uma presa fácil para os ursos amarelos desse lugar.

- Não, é assim que minha vida termina? Vou virar comida de urso... – o garoto falou pra si mesmo enquanto olhava aquele enorme urso o olhando e salivando.

Daniel tinha 6 anos, era bem pequeno e magro, era muito ágil como todos em sua aldeia, foi uma ironia enorme do destino ele ficar preso naquelas raízes.

O urso desferiu sua investida naquele garoto que apenas fechou os olhos, quando os abriu viu o urso caído, alguém havia o matado e cortado as raízes, mas quem? Ele não viu ou ouviu nada.

- Tudo bem moleque? – uma voz masculina é ouvida pelo garoto, ele olha a sua esquerda e vê um homem de estatura média embainhando uma katana, tinha cabelos pretos curtos, uma boina, camisa azul marinho, calça cumprida marrom e coturnos de mesma cor.

- Eu to bem, quem é você? Você não parece daqui, é um viajante? – o garoto perguntou.

- Eu só estou procurando um tesouro, você deu sorte sabia? Se eu não tivesse passando aqui você estaria morto.

- Procurando um tesouro? – a dúvida pairava na mente de Daniel.

- É que sou pirata garoto.

- Pirata?

- Piratas são navegantes livres que procuram tesouros, somos aqueles que desbravam o mar em muitas aventuras. – O homem falou em tom de piada. – Eu acho que tem um tesouro por aqui tenho informações disso.

- Legal! – o garoto parece não ter entendido o tom de piada. – Eu quero ser pirata também!

- Você é só um menininho, você não pode ser pirata. – o homem falou caçoando do garoto.

- Posso sim! Eu quero procurar tesouros e viajar pelos mares também! – o menor falou irritado.

- Eu tava brincando moleque, você não entende piadas? Você pode ser o que quiser, vou te ajudar. – o homem pegou algo em uma mochila artesanal que carregava nas costas e entregou ao garoto. – Dentro dessa caixa tem algo que te dará a capacidade de se tornar um forte pirata... – o pirata falou virado para trás, não olhou para Daniel por um instante. - ... Mas é claro que eu não vou te dar isso, essa é minha, você deve procurar algo como isso para se tornar um forte pirata, tenha em mente também que não esse mar de rosas todo, você deve pensar antes de fazer a escolha pois isso na caixa é muito perigoso...

- Tava gostoso, que fruta era essa? – foram essas as palavras do garoto, tais palavras fizeram o homem se virar surpreso.

- Você comeu garoto?! – falou com cara de nervoso.

- Mas era pra eu comer ou não?

- Não era pra você comer, isso era meu! Era pra você ver! Sabe o que é isso que você comeu? É uma fruta do diabo, agora você adquiriu capacidades sobre humanas!

- Isso é legal! Virei um super humano, meus colegas vão morrer de inveja!

- Mas tem uma consequência grave: você não pode mais nadar, se entrar na água você afundará igual a uma pedra!

- O quê? Por que você não me disse? – o garoto falou nervoso.

- Eu ia falar mas você é um guloso! – o homem respondeu.

- O que eu faço agora?

- Fica longe da água e treina pra descobrir os poderes da fruta que você comeu, entenda que muitas pessoas matariam para comer uma fruta dessas então não ache que você foi amaldiçoado ou que não pode viajar por medo de cair no mar.

- Como se isso fosse me impedir de fazer algo, ou vou ser um pirata e achar muitos tesouros.

- Existe no oceano mais perigoso de todos um tesouro que se chama One Piece, se você conseguir encontrar esse tesouro vai se tornar o rei dos piratas, mas você terá muitos concorrentes incluindo eu. – o homem falou sorrindo, os olhos do garoto começaram a brilhar com a notícia, já se imaginava como rei.

- Eu vou achar esse tesouro de qualquer jeito! – Daniel falou entusiasmado e deu um soco no ar que acera acidentalmente uma árvore que se parte assustando os dois.

- Parece que a fruta te deixou forte garoto.

- Muito legal! Ei, fica a vontade na floresta, eu vou pra casa contar pra todo mundo o que aconteceu comigo, vai todo mundo ficar se mordendo de inveja! – falou e saiu correndo.

- Garoto idiota, ele nem sabe meu nome. – o homem falou dando um leve sorriso.

Daniel chegou em casa entusiasmado, falou a sua tia tudo o que acontecera naquele dia e sobre seu sonho de se tornar rei dos piratas que a alguns minutos formulara, a tia primeiro riu, “é uma piada!”, depois se assustou, “ele comeu da fruta do diabo mesmo! Está muito forte!”, depois brigou com ele, “não pode ser pirata, eles são bandidos!”, mas nada disso abalou a fé que o garoto tinha em seus sonhos.

Dois anos se passaram depois daquele dia, um porto de comércio foi inaugurado em Moriá, Daniel havia decidido sair da ilha por este porto, viajando em um cargueiro, mas não contou isso a ninguém, o garoto a propósito não era mais pequenino, estava bem mais alto e gordo, dos garotos de sua idade era o mais alto e proporcionalmente era o mais gordo da tribo, já tinha sua cicatriz de cruz devido à briga com vários ursos pra salvar a tribo, no almoço daquele dia conversava com sua tia.

- Seu almoço está ótimo hoje tia, vou sentir falta de sua comida quando for embora pro mar.

- Você ainda está com isso na cabeça garoto? Eu já te falei que isso de ser pirata não é legal, eles são maus...

- Eu já decidi tia, sem querer ser grosso não há nada que a senhora possa fazer para me impedir. – aquela mulher sabia que aquelas palavras eram a mais pura verdade, ela não conseguiria impedi-lo de fazer o que quisesse, ele era muito forte.

- Daniel por favor... – o líder da aldeia entra na casa falando ofegante. – Por favor Daniel me ajude, ouve um deslizamento de rochas na montanha verde, algumas pessoas estão presas debaixo da rocha, só você pode retirar aquelas pedras garoto!

- Me leva até lá que eu retiro aquelas pedras. – o garoto falou decidido e foi o que fez, após chegar ao local retirou muito facilmente aquelas enormes pedras que os homens da aldeia não conseguiam nem mexer, sua tia foi junto e observou, mais uma vez, o quão forte era aquele garoto, sentia que o dia da partida dele se aproximava.

Duas noites depois, em meio à madrugada, Daniel saía sorrateiramente com uma mochila, seria o dia da partida o que ele não esperava é que sua tia estava na entrada da vila, começaram a conversar.

- Então você irá mesmo não é?

- Eu disse que sairia, por favor não torne as coisas difíceis. –  o garoto fala e a mulher se aproximou dele e o abraçou forte.

- Eu sabia que você não ficaria aqui, afinal você tem o sangue de seu pai em suas veias, aquele estrangeiro, o jovem explorador pelo qual minha irmã se apaixonou, eu só não sabia que você cresceria tão rápido menino.

- Ô tia, eu te amo muito, mas ir para o mar é o que eu realmente quero, ser o rei dos piratas é meu sonho...

- Eu sei, me promete que você vai se cuidar meu menino?

- Quer dizer que não ta brava?

- Eu não fico brava com você. – ela falou o soltando. – Realize seus sonhos como seus pais fizeram. – depois dessas palavras Daniel deu um forte abraço nela e se foi, combinou de trabalhar em um cargueiro até a primeira parada numa cidade de médio porte, Daniel nunca vira um lugar tão grande na vida, tratou de procurar um trabalho e foi procurar alguém forte para lutar com ele, passou dois anos nessa mesma rotina, viajava procurava os fortes e lutava com eles, só queria se fortalecer, queria se tornar hábil o suficiente para se tornar capitão de um navio pirata, aprendeu golpes com um boxeador, com mestres de artes marciais e com lutadores de vale tudo.

- É o momento, o dia chegou de ir ao mar me tornar um pirata. – Com o dinheiro que juntou comprou um barquinho salva vidas de uma embarcação grande, porém naquela mesma noite uma grande tempestade apareceu, Daniel sabia que se caísse no mar estava morto então comeu toda comida que carregava em um barril e entrou nele, pensava: “o barquinho afunda mas o barril não, tomara pelo menos”, sentiu o barco afundar e o barril balançar de um lado para o outro, pensava na possibilidade de morrer mas não pensava ter feito a escolha errada quando decidiu sair de casa para ser pirata, isso ele nunca questionou.

A tempestade passou e o barril continuava boiando, ele retira a tampa e vê um grande cargueiro, vê uma pessoa no convés, por sorte era lua cheia, uma noite bem iluminada.

- Heeeeiiiiiiii, tuuudoooo beeeem??? – o jovem no navio se assusta, rapidamente corre e pega uma corda enorme e lança para a pessoa no barril, pra surpresa do tripulante aquela pessoa era uma criança, era o inicio de uma aventura pirata.

Preview:

- Aqui Gabriel essa é a coisa que aponta as cidades que eu te falei que o Hellt tem. – o mais baixo falou mostrando a bússola de em sua mão para o músico.

- Isso é uma bússola comum Daniel, não é algo tão estranho como você disse. – o guitarrista falou.

- Hei moleques! Devolvam minha bússola, eu preciso dela! – o artista falou nervoso.

- Devolve isso pro Hellt cara, se isso quebrar a gente se fode muito! – Gabriel falou com consciência pois sabia a importância gigantesca de uma bússola.

- Ta eu vou entregar, opa... – esse “opa” soou nos ouvidos de Hélio e de Gabriel de forma latente.

Próximo capítulo: A bússola quebrada e a necessidade de um navegador