My Heart, Your Skin escrita por bramadas


Capítulo 9
Close to my skin


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, espero que gostem... ahhahaha (:



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Capítulo 9 –

Vira, vira, vira, vira! – Eu escutei Lauren e mais algumas pessoas entoando, enquanto aguardavam eu virar mais um shot de tequila.
Geralmente faz frio nessa parte do ano na Califórnia, digo... Pra quem está acostumado com o calor de sempre, é uma mudança e tanto. Mas hoje... As coisas estavam relativamente quentes.
Eu estava morrendo de calor. Claro que tomar 9 doses de tequila e algumas margueritas não estava ajudando muito.
Ah, e eu não poderia esquecer, estar cercada de gente bêbada também deve produzir algum calor.
Virei minha décima dose, esperando pela ardência da tequila na minha garganta, mas eu já não sentia nada. Desceu quase como água, se não fosse pelo sal e pelo limão.
Sabe, a única coisa ruim de beber tequila é que se você não tomar cuidado, pode manchar sua pele com limão. Oh Deus, eu sei disso muito bem.
Digo, nunca deixe ninguém beber tequila em você. Depois você vai pegar sol e as manchas incriminadoras de limão estarão lá silenciosamente dizendo: “Eu sei o que você fez noite passada.”
Não deixa de ser divertido. Óbvio. Mas é bom tomar cuidado.
Agora era a vez de Lauren tomar o décimo shot dela. Seria mesmo apenas o décimo? Talvez eu não esteja mais contando direito. Quem liga?
Eu é que não ligo.
Céus, toda vez que falo isso me arrependo no dia seguinte.
Dia seguinte... Isso me faz pensar, estamos aqui já faz algum tempo. Bebendo, bebendo, bebendo. Mas... Se fosse só pra beber eu não teria feito aquele drama todo antes de vir. Ou teria?
Não sei, ando tão careta, tão chata. Às vezes me dá vontade de fazer tudo que der na telha, sabe? Me deu vontade, fui lá e fiz.
– Então você deveria fazer. – Uma voz masculina disse ao meu lado.
Droga, acho que eu estava pensando alto. Alto demais. Bernardo se sentou na bancada da cozinha onde estávamos e me lançou um sorriso meio sagaz.
Sim, estávamos numa cozinha.
– Ei, Sr. sorrisos, onde estão suas mulheres? – Eu disse, me virando pra ele.
– Sr. Sorrisos? – Ele perguntou, franzindo o cenho. – Certo, certo... Como se eu tivesse tantas assim. – Ele disse, pegando uma mecha do meu cabelo e botando atrás da minha orelha.

Hm. Interessante. Não sei porque, mas... Isso me deu uma sensação estranha. Certo, nada de sensações estranhas. Estou bêbada, é apenas isso.
– Não finja ser modesto, Bernardo. Alguma delas te deu um pé na bunda?
– Até parece. Tenho cara de quem leva pé na bunda? – Ele disse, rindo. Dei um soco de leve no braço dele.
– Ah, sim. Você tem. – Eu disse, sacudindo o meu dedo indicador em direção a ele. Recebi um falso olhar triste de volta, com beicinho e tudo. De repente ele ficou sério, estufou o peito e disse:
– Você me deve uma tequila. – Ele falou, quase rindo por estar fingindo tanta seriedade.
Só de pensar em beber mais uma me deu sono. Sério, sono.
– Ah... Mais uma? Não, não... Quero alguma coisa mais... Selvagem. – Eu disse, dando um sorriso animado pra ele.
– Selvagem? Hm.. – Ele disse, fingindo estar pensando. – Sexo? –Perguntou, me devolvendo o sorriso animado.
– Shhhh. – Eu disse, fazendo sinal de silêncio pra ele. – Ninguém pode saber.
– Tudo bem, atrás da moita daqui a 5 minutos. – Ele disse, tentando sussurrar, mas a música vinda de algum lugar não permitiu.
E então começamos a rir. Como éramos idiotas. Imagino o que aconteceria se alguém pensasse que isso era realmente verdade.
– Do que vocês estão rindo? – Lauren perguntou animadamente.
– Curiosa. – Bernardo respondeu a ela e desceu da bancada da cozinha, derrubando alguns potes e outras coisas que não identifiquei. Seja lá quem for o dono dessa casa, provavelmente terá problemas amanhã.
Mas o que são problemas pra essa gente chata, rica e esnobe, certo? É só elas mandarem alguém limpar.
Ok, tenho que me lembrar de não falar assim. Talvez eu seja uma dessas pessoas. Brrr. Me dá até arrepios de pensar. Não, não sou assim. Não sou que nem essas pessoas. Não posso ser.
– Onde você vai? – Eu perguntei a ele, enquanto ele se afastava.
– Atrás das minhas mulheres. – Ele disse, dando uma piscadinha com aqueles belos olhos azuis.
Lauren deu de ombros e me encarou.
– Está se divertindo o suficiente ou isso é muito pra você? – Ela perguntou desafiadoramente.
Ai, Lauren. Não me provoca. Odeio que duvidem da minha capacidade.
– Não, na verdade isso é pouco. Aliás, como é que você me trás pra uma festa dessas com essa roupa? Ainda estamos com os vestidos do jantar da sua mãe.
– Ta incomodada? Tira, ué.
Olhei pra cara dela lhe lançando um olhar mórbido. Ok, não estou tão bêbada, acabo de perceber. Ainda estou consciente. Se não eu teria tirado minha roupa, tenho certeza.
– Cala essa boca, Lauren. Aliás, onde está seu mais novo amiguinho, affair, ou qualquer coisa assim? – Eu disse, vasculhando a cozinha cheia de pessoas bêbadas.
– Eles estão lá fora. – Ela respondeu. – Vamos lá, aqui dentro está muito quente, não acha?
E com isso, me arrastou entre as pessoas até o jardim. Havia uma piscina, e... Pessoas. Muitas pessoas. Acredito que a casa até seja bonita.. Quando estiver vazia o suficiente para que se possa enxergá-la, é claro.
Olhei para o céu, era madrugada. Estava calor. Meu Deus, eu poderia estar dormindo no aconchegante friozinho do ar condicionado do meu quarto. Ah, eu poderia.
Mas qual seria a graça?
E então, Lauren deu meia volta ao ver toda aquela gente e me guiou por outro caminho, aparentemente passamos por uma sala, acho. E subimos uma escada. Ou duas? Eu não estava prestando atenção.
Lá em cima, parecia que as pessoas pareciam brotar do chão. Saía gente de todo lugar. Talvez até do teto. Mas de fato, estava mais vazio do que o andar de baixo.
– Ah, sim. Era isso que eu estava procurando. – Lauren disse, cruzando uma porta que dava para uma varanda. A música ficava mais suavizada ali. Provavelmente o som vinha do andar de baixo. Isso era bom, eu estava conseguindo escutar meus pensamentos, afinal.
– Vejam só quem chegou! – Uma voz feminina disse forçadamente animada. Me virei para dar de cara com a coisa mais loura que já vi na minha vida. O cabelo chegava até a ser branco. Bem, vemos muito disso aqui na Califórnia, mas tem umas pessoas que certamente exageram. Demais.
– Seu cabelo está branco, Francelinne. – Observei debilmente. Lauren me deu uma cutucada com o cotovelo.
Ah, esqueci de contar! Francelinne (Sim, existe alguém com esse nome) é a dona da casa. Imagine alguém parecido com a minha mãe no futuro. Essa vai ser a Franceline. Um pouquinho menos inteligente do que minha mãe, eu imagino. Não que minha mãe já seja muito inteligente, então dá pra imaginar...
Ok, tenho que parar de pensar assim das pessoas.
– Então vocês resolveram aceitar meu convite. – Ela disse, ignorando a minha observação.
– Convite? Você nem sabia que eu estaria na cidade. – Eu disse, me sentando num sofá que estava ali. Sim!!! Um lugar pra sentar vazio. Até que enfim!
– Aceitamos, a festa está ótima. – Lauren disse. Meu Deus, como ela consegue ser falsa quando quer.
Sério, é até engraçado olhar. Não sei como Francelinne não consegue perceber.
Ah, bem.. Eu deixo bem claro logo que não gosto muito dela. Mas acredito que isso tenha dado pra perceber.
– Lauren! – Eu disse, a advertindo. – Dá pra você sentar aqui comigo?
Ninguém pode me culpar por expressar meus pensamentos em voz alta, eu tenho uma certa tendência a fazer isso quando bebo.
Francelinne me lançou um olhar ameaçador, respirou fundo e disse:
– Bem, tenho que ir. Sabe como é, né? Não é fácil dar uma festa dessas e aproveitar ao mesmo tempo. – Ela disse, dando risadinhas forçadas. Algo como “HI HI HI”.
– Meu Deus, uma hiena albina! – Eu disse, arregalando os olhos pra ela, séria. Depois soltando uma gargalhada.
– Você é muito engraçada, Chars. – Ela disse, enquanto saía (me fuzilando com o olhar).
Lauren me lançava um olhar preocupado.
– Meu Deus, eu criei um monstro. – Ela disse, se sentando ao meu lado.
– Não, Lauren... Acho que você apenas o despertou. – Eu disse, sombriamente.
– Que seja. Ainda está calor, que saco.
– É. – Uma voz que eu lembrava de algum lugar distante pareceu dizer, irrompendo meus devaneios e os de Lauren.
De repente percebi que eu não estava sozinha naquele sofá, tinham mais pessoas além de Lauren.
Silêncio se instaurou momentaneamente, enquanto eu percebia quem eram as nossas companhias.
E então me dei conta de que Lauren não tinha vindo pra cá apenas por causa do calor.
– Tomara que amanhã possamos ir a praia. – Eu me ouvi dizer para ninguém em particular. – Não agüento mais lembrar daquele rio poluído em Nova York.
– Não vai estar calor, é inverno. Mas... Quem sabe? – Disse o.. como era mesmo o nome dele? Cris? Connan? Era alguma coisa com C... Ch.. Cha.. Chad? Sei lá. Eu só sei que ele toca bateria.
Então percebi que só tinham três caras lá. Flea, eu lembrava do nome dele, como poderia esquecer? Aquele cara causava uma impressão e tanto. John... E Chad. Sim, era Chad mesmo. Coitado, quase me senti mal por ter esquecido seu nome.
Estava faltando alguém... Claro que tinha que ser ele, quem mais poderia ser? Deve estar por aí com alguma vadiazinha, provavelmente. Onde ele poderia estar? Ele me deve uma conversa. Olhei para Lauren pra ver se ela tinha notado, mas ela estava ocupada demais tentando acender... Um baseado. Ok, isso sim era interessante.
– Onde está o Anthony? – Eu perguntei, notando segundos depois, que foi uma péssima idéia. Principalmente por perguntar tão diretamente. Mas se alguém notou/pensou algo, não deixaram aparentar.
Flea estava a ponto de me responder, quando seu rosto desviou a atenção para algo atrás de mim.
– Estou aqui. – Anthony, o próprio, respondeu pousando uma garrafa de tequila no colo de Lauren.
Que abuso me responder assim. Tão diretamente. Estou certa de que todos vão desconfiar.
– Cadê o limão e o sal? – Lauren perguntou soando meio aborrecida.
– Não tem mais. Bebe assim mesmo. – Ele disse pra ela, mas sem tirar os olhos de mim.
Lauren ia abrir a garrafa, mas eu arranquei da mão dela e abri, virando um pouco em minha boca. Tudo isso sustentando o olhar de Anthony.
– Ok, ursinha. Agora é minha vez. – John disse, puxando a garrafa gentilmente da minha mão.
Depois disso, me levantei. Não sei porque, foi uma coisa meio que por impulso, simplesmente fiquei de pé, ainda encarando Anthony, devo dizer, e fui até ele. Ninguém parecia estar prestando atenção, eu notei, assim que consegui parar de encará-lo e dar uma olhada em volta. Nem Lauren parecia perceber nossa existência. Ela estava absorta em olhar alguma coisa muito interessante nas próprias mãos. Talvez fosse algo engraçado, porque ela começou a rir.
Agora eu estava em frente a Anthony, ele estava apoiado na sacada da varanda, ainda me olhando.
Esse olhar durou alguns segundos, até que ele resolveu se pronunciar.
– Me procurando? – Ele disse, levantando uma sobrancelha.
E então eu senti um calafrio percorrer o meu corpo. O que era estranho, porque estava um calor danado. Eu não deveria estar sentindo calafrios, certo? Bem, estou bêbada. Deve ser por isso.
– Temos que conversar. Não acha? – Eu perguntei, dando um suspiro e percebendo que eu estava sendo uma chata. Aquele dia estava ficando muito longo.
– Ah, claro. Se você quer conversar aqui e agora, tudo bem por mim. – Ele disse, dando de ombros.
– Não, idiota. Mas... Quero conversar com você. – Eu disse,abaixando o tom de voz e chegando mais perto dele pra ele poder ouvir o que eu dizia. – Você sabia o tempo todo e não me disse nada! – Eu sussurei, emburrada, enquanto me aproximava dele.
Agora minha boca estava perto da orelha dele, não pude deixar de observar seu lindo cabelo novamente, e então o contorno do pescoço, do ombro... Ele estava sem camisa, porque não percebi isso até agora? E estava suado, devo dizer.
Algo naquela cena me prendeu e eu comecei a imaginar como seria encostar na pele dele. Quando percebi, eu já tinha feito. Ali estava minha mão, em seu braço, subindo até o pescoço... Percebi que eu tinha até me afastado para poder olhá-lo direito, mas agora quem me observava era ele. Sua boca estava entre-aberta, tive a ligeira impressão de que quando ele está prestando atenção em algo, faz essa cara.
Uma vozinha no fundo da minha cabeça me disse que talvez eu devesse parar de tocá-lo, mas... O que tinha de errado? Eu não estava fazendo nada.
Na verdade, sentir a pele dele parecia a coisa mais certa do mundo. Minha mão agora descia do seu pescoço para o peitoral, bem devagarinho. Meu Deus, ele era realmente gostoso. Eu provavelmente estava babando, ou com alguma cara realmente idiota. Ele me observava, talvez vendo até que ponto eu iria. Mas a cada segundo que eu permanecia encostando nele, menos eu queria parar. Na verdade, agora o que eu queria fazer, era com as minhas duas mãos e...
Ele segurou a minha mão quando ela estava perigosamente chegando na barriga. Levantou a sobrancelha novamente, mas dessa vez não parecia confuso, e sim, curioso. Quase como se me desafiasse a ir mais longe.
Aquilo bastou para eu perceber que tinha feito algo que não devesse ter feito.
Mas... Aquela pressão que a mão dele fazia no meu pulso enquanto ele o segurava... Aquilo acendeu alguma coisa dentro de mim. Era como se eu precisasse descarregar energia, ou algo assim.
Eu não conseguia pensar em mais nada, só no quanto eu queria tocá-lo, senti-lo...
Só então que me dei conta de que eu queria alguém pra me segurar assim, com essa firmeza, com esse olhar, exatamente do jeito que ele estava fazendo.
Ele poderia ter feito qualquer coisa comigo agora, se quisesse. E no fundo, eu acho que ele sabia disso. Mas ele não fez. Meu olhar babaca pra ele provavelmente entregava o que minha mente cheia de luxúria queria.
Mas, invés de ficar só me olhando, ele me puxou mais pra perto com a mão livre dele e aproximou a boca da minha orelha, encostando a bochecha de leve no meu rosto.
O que me comprovou que eu realmente estava sentindo calafrios, mas que não era só por causa da bebida.
Tudo isso, enquanto eu tentava me dar conta de que sua mão estava na minha cintura e que ele havia realmente me puxado pra mais perto, de um jeito bruto, mas ao mesmo tempo delicado e... sexy.
– Se eu fosse você, eu não iria mais longe. – Ele sussurrou, descendo a mão da minha cintura até meu quadril perigosamente.
E imaginem só, se antes eu tinha sentido uma energia pra liberar vindo de dentro de mim, agora eu estava literalmente entrando em curto-circuito, ou pegando fogo, por assim dizer.




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