My Heart, Your Skin escrita por bramadas


Capítulo 5
What am I supposed to do?


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, sei que vocês tão curiosas pra descobrir o que aconteceu... Espero que ninguém me mate por causa do fim desse capítulo, mas... Enfim, leiam! hahahahahhah (E obrigada por todas as reviews, fico MUITO feliz por vocês estarem gostando!)



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– Mas não quero falar sobre isso agora. – Eu disse.

– Ah, é? E você vai falar quando? Depois que você morrer? Porque se deixar, você vai enrolando, enrolando, enrolando. Igual você fez o ano inteiro. - Ela disse, cruzando os braços e me encarando.

De repente ouvi algo.. Parecia com alguém... Alguém rindo! AI. MEU. DEUS. Era Anthony, de dentro do closet.

– Você ouviu alguma coisa? - Lauren perguntou, desconfiada.

– Err.. NÃO! Eu não ouvi nada. - Eu disse, tentando disfarçar.

– Não? Mas eu acho que eu ouvi alguma coisa dentro do closet... E você ta sentindo o cheiro desse perfume? Eu não uso ele desde que você foi embora. Digo, sempre usávamos juntas, então simplesmente achei errado usar depois que você partiu. Mas.. Bom, só se você tiver passado ele, porque não mexo nele faz meeeeeses, o que significaria que alguém andou mexendo nos meus perfumes. Será que alguém entrou aqui? - Ela perguntou, se levantando e indo em direção ao closet. Eu tinha que fazer algo para parar ela.

– EU PASSEI, é!

– É, mas ainda acho que escutei algo... - Ela disse, olhando muito desconfiadamente pra porta do closet.

– Não, Lauren!!! Ok, eu vou te contar o que aconteceu! - Falei, vencida pelo cansaço.

Mas é claro que eu não ia falar a verdade, eu ia falar o que ela queria escutar. Bem, mais ou menos. Pelo menos isso prendeu a atenção dela. Eu sabia que iria prender, ela estava curiosa demais pra saber o que aconteceu. Então era só eu falar qualquer coisa.

– Issooooooooooo! Ok, agora estamos falando minha língua! Desembucha. Quero saber tudo sobre esse tal de Tony. - Ela falou histericamente, batendo palminhas e se sentando ao meu lado na cama.

– O que você quer saber? – Perguntei, quase relutantemente.

– Ué, se foi bom, obviamente, porque pra você não ter contado nada durante um ano, a coisa deve ter sido tensa. - Ela disse.

Ah, se ela soubesse o que ela estava me fazendo passar. Jurei que tinha escutado uma risadinha abafada de novo. Idiota, nem pra ficar quieto. Bom, eu podia falar o que eu quisesse, porque de qualquer forma eu estaria inventando tudo mesmo. Mas é claro que Anthony acharia graça. Aliás, ele já devia estar achando.

Mas eu sabia como fazer ele parar de achar isso engraçado.

– Ai, Lauren.. Não foi muito bom não, sabe? Ele não dá muita conta do recado. Foi tão vergonhoso que eu não podia contar pra ninguém que o último com quem eu fiz sexo não tinha feito direito. Então eu simplesmente não falei nada. – Eu disse, no tom mais falso que eu consegui.

– Wow, por essa eu não esperava. Você é mesmo muito sonsa, Chars. Me enganou direitinho. Deveria ter me contado! Mas... Então porque você sumiu o dia todo naquele dia? Digo, vocês tentaram tantas vezes e nem assim ele conseguiu? Não acredito..! Não vai me dizer que ele brochou, vai? - Ela perguntou. Anthony devia estar querendo me matar nesse momento, acho que a vida sexual dele era algo do qual ele se orgulhava e eu estava arruinando-a completamente neste momento.

– Brochou total! Mas acontece que eu realmente passei uma parte do dia na praia, foi aí que eu encontrei com ele... E bem, eu já estava meio bêbada, meio chapada... Ele também, sabe? Deve ter sido por isso que não deu muito certo. – Falei, dando de ombros e tentando soar despreocupada quanto ao assunto.

– Ai, danadinha! Pelo menos ele é gato, né? Quem diria que ele não consegue dar conta do recado? Eu pelo menos pensei exatamente o contrário quando o vi, vai ver ele nem tava tão mal assim e você que não lembra. - Ela disse, tentando ajudar. - Mas deve ter tido alguma coisa que valeu a pena.. Quer dizer, ele não é nem gostoso? Tipo, nem um pouquinho de nada?

– Hmmmm. Sabe que eu não lembro? - Respondi, tentando disfarçar. Como que eu ia falar, nem que seja só inventando, uma coisa dessas ali na "frente" dele? Não dava!

– QUÊ? COMO ASSIM NÃO SABE? Até bêbada você reconhece um cara gostoso, cala essa boca! Além de brocha, não é gostoso? Vai me dizer isso? Qual seu problema, sério? Até de terno e de longe eu vi que ele é gostoso.. e Meu Deus! Aquela bundinha, hm. - Lauren disse, achando isso a coisa mais engraçada do mundo.

Eu não acredito que ela está falando isso e ele está ouvindo. Ai, meu Deus. Constrangedor é pouco pra definir o que eu estou passando. Quem sabe se eu correr direto em direção a parede nesse exato momento e bater minha cabeça MUITO forte não resolva?

É uma coisa a se pensar.

– É, ele era meio legal. - Eu disse, meio que desprezando.

Meio legal? - Lauren me olhou desconfiada, semi-cerrando os olhos. - MEIO legal?

– Você quer que eu fale o que? - Perguntei, irritada por ela estar fazendo ainda mais perguntas.

– AH, NÃO SEI! Que tal você me contar os detalhes? Parece que você não ta nem ligando. A gente sempre conta os detalhes dessas coisas uma pra outra. Menos do meu irmão, porque vocês nunca fizeram sexo, é claro. E seria nojento você me contar essas coisas sobre ele, mas você adora contar tudo. VOCÊ SEMPRE ME DEU TODOS OS DETALHES MINUCIOSOS e vice-versa. É um ritual nosso! - Ela disse, meio irritada com minha indiferença sobre contar as coisas pra ela. Confesso que no lugar dela eu também ficaria encucada. Ela tinha razão, eu estava sendo meio evasiva. De qualquer forma, essa conversa estava rumando para um lado complicado e tenso. Eu tinha que parar ela antes que ela falasse alguma coisa pior, só que esse era o problema: Ela não parava de falar. E eu não queria que Anthony escutasse mais nada, é claro.

– A gente sempre falou sobre tudo: O lugar, a hora, se foi bom, se foi ruim, se o cara era gostoso, se não era... Preciso te lembrar do resto? Quantas vezes, se foi rápido, se demorou, qual seu problema com isso agora? A gente até chegava a DAR NOTAS!!! E AAAAH, faltou uma coisa muito importante, a gente também ficava falando sobre o..

– NÃO LAUREN! Eu entendi. PARA. PARA. PARA. - Mas ela estava nervosa, nervosa bem do tipo “ressentida porque minha melhor amiga está sendo uma vaca e não quer me contar mais nada”. Ninguém podia culpá-la, nunca neguei nenhum tipo de informação como essa pra ela. Vi um misto de confusão e raiva em seus olhos, ela realmente estava pensando que eu era uma vaca. Droga, eu estava nervosa também!!! O que eu deveria fazer? Despejar tudo pra cima dela nesse instante e esperar que tudo corresse bem? Acho que não. A única coisa que eu podia fazer, era pedir pra ela parar, assim eu poderia dar uma desculpa razoável.

Mas mesmo assim, ela não parou, e aí ela disse em alto e bom som:

– O Quê? Agora você quer que eu pare? Ahhhhh, sério? - Ela disse, dando uma risadinha irônica. Meu Deus, tinha esquecido o quanto ela parecia uma psicótica fazendo essa cara. - Logo na melhor parte você fala pra eu parar? Ah! Mas eu falo mesmo!!! ALÉM DISSO TUDO, A GENTE SEMPRE FICAVA MEDINDO O TAM.. - Ela quase disse tamanho (o que seria totalmente vergonhoso de ser dito com o Anthony escutando), mas antes que ela pudesse terminar, eu tampei a boca dela com as mãos. Eu nunca tinha feito isso desse jeito, digo, nunca tinha mandado ela calar a boca desse jeito. Primeiro ela me lançou um olhar espantado, ficamos em silêncio até que nós duas déssemos conta do que estava acontecendo. E inesperadamente ela começou a rir, vi pelo seu olhar, e mordeu uma de minhas mãos para que eu a deixasse falar, porém ela apenas continuou rindo e me olhando como se eu fosse algum tipo de E.T.

– Ai, você mordeu forte demais! Tudo bem, eu entendi. Desculpa. Eu vou te contar tudo. - Eu disse, limpando minha mão babada na colcha da cama dela.

– Você voltou diferente de Nova York. Mas tudo bem, pelo menos você ainda ta me fazendo rir. Que que você tem hoje, hein? Falar de sexo nunca foi um problema. - Ela disse, estranhamente calma. Deus queira que o Anthony tenha ficado surdo momentaneamente durante os últimos 5 minutos. Porque eu sabia que ele podia ter entendido o que Lauren estava querendo dizer, mas eu não podia arriscar... Eu não queria alguém escutando essas baboseiras todas, muito menos uma pessoa da qual não sou tão íntima. Ta, tenho que admitir, eu estou com vergonha. Realmente não quero que ele escute essas coisas, o que ele vai pensar? Que eu sou algum tipo de maníaca sexual que fica dissecando todos os detalhes do sexo? Não, obrigada. Já tem muita gente por aí pensando que sou maluca por outros motivos. E também havia o fato de que isso despertaria uma curiosidade infinita em Lauren, ela provavelmente não vai sossegar até descobrir o que aconteceu.. E ai de mim se ela descobrir que estou mentindo, não quero nem pensar. Eu iria dar todos os detalhes dessa história maluca (que não tinha acontecido) somente para ela não ficar preocupada.

– Eu só acho que a gente tem que ir embora.. A gente procura o meu pai de uma vez... Sério. Eu to muito ansiosa pra encontrar com ele. Eu te conto tudo depois, eu prometo. Não é como se eu pudesse fugir ou algo assim, né? - Falei. Ela me observou por alguns segundos, depois assentiu.

– Tudo bem, nós vamos agora. - Ela disse, ainda hesitando.

E concordando fácil demais pro meu gosto, mas quem sou eu pra questionar alguma coisa, né? Ela concordou em sair daqui, isso já era de grande ajuda.

– Isso! Ainda bem que você entendeu... Eu vou te contar, mas agora preciso ver meu pai, estou muito curiosa com isso. - Eu disse, enquanto nos levantávamos e Lauren abria a porta. Só que invés dela sair, ela simplesmente parou em frente ao batente, bloqueando o caminho.

– O que foi? Esqueceu alguma coisa? - Perguntei, olhando pra minha mão pra ver se tinha pego minha bolsa, depois olhando pra Lauren, que me lançava um sorrisinho eufórico.

– Não, eu não esqueci nada. E nós vamos descer como prometi, mas uma coisinha, só essa coisinha, você vai ter que me dizer antes, tá? - Ela disse, botando as mãos na cintura, o sorrisinho eufórico aumentando, mas com um olhar brincalhão:

– Você lembra o tamanho, né? Vai, conta aí. Eu sei que disso você se lembra. - E com isso, deu uma gargalhada espalhafatosa. Dava pra escutar do andar de baixo, se duvidar.

Ai. Meu. Deus. Ela falou bem alto. Beeeeem alto. Alto suficiente para que Anthony escutasse. Isso era muito mais constrangedor do que eu imaginava. Aquele esforço todo pra ela não terminar a frase foi em vão, pensei. Mas tudo bem, estou calma. Tenho de ficar calma, a propósito, se não vou cometer um suicídio.

– Lauren, você ta de sacanagem, né? Pensei que tivéssemos conversado e você tivesse entendido o que aconteceu. Eu realmente quero procurar meu pai e ir embora ver seja lá o que for que ele quer me mostrar, ele deve estar atrasado ou algo assim. Eu já falei que continuo a te responder depois. – Eu disse, a advertindo, mas com um dó no coração por agir de forma tão idiota. Normalmente, eu nunca falaria isso.

Primeiro ela me olhou incrédula, depois fingiu suspirar profundamente e continuou parada onde estava.

– Que foi? Anda, responde. – Ela disse, cruzando os braços como que pra dizer que estava determinada a não me deixar passar até que eu a respondesse.

Droga. O que vou fazer? Eu tenho que dizer algo. Se eu não disser nada, ela vai desconfiar. Se eu disser algo, Anthony vai ouvir. E eu definitivamente não quero que ele ouça isso. Mesmo que seja inventado. Não quero, simplesmente não quero. Céus, isso é estranho, acabo de perceber que estou me importando demais com o que ele acha. Não, não posso fazer isso com a minha melhor amiga. Sei que ela estava agindo de forma estranha só por causa disso, e é provável que ela continue se eu não começar a tentar consertar isso.

Ahá, eu posso cochichar! Ou... Escrever pra ela!

Não acredito que estou fazendo isso. Tudo bem, eu consigo. É claro que consigo. Meu Deus, isso é ridículo, muito, muito, muito, muito ridículo. Não posso fazer isso, não com ele escutando. Não posso deixar que ele pense que eu sequer fiquei imaginando o tamanho daquela coisa por algum momento. É embaraçoso demais.
De fato começo a pensar em formas de despistar Lauren, quando de repente escuto um barulho estrondoso.
Demorei menos de meio segundo pra perceber que vinha de dentro do closet. Lauren me olhou como se fosse culpa minha, semi-cerrando os olhos e assumindo uma postura desconfiada.
– Por que tenho o pressentimento de que você tem algo a ver com isso? – Ela perguntou de modo acusador, passando por mim rapidamente e abrindo as portas do closet espalhafatosamente.
E o Pior de tudo era que ela realmente estava certa sobre seu pressentimento.



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