My Heart, Your Skin escrita por bramadas


Capítulo 4
Confide... Cause i'll be on your side


Notas iniciais do capítulo

Hey! Desculpem a demora, com o site em manutenção não deu pra postar... Novamente, adorei as reviews! ahahhahah (: Espero que gostem desse capítulo!



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Overdose. Ugh. Só a palavra já é ridícula.

- É. Parabéns mesmo, garotão! - Eu disse, batendo palmas. Eu estava com raiva, ele sabia que eu talvez não estivesse confortável em falar disso e continuava falando. E provavelmente eu estava começando a sentir certo desconforto em falar disso. Ok, talvez muito desconforto. Mas eu estava era mais com raiva, não sei se minha, ou dele, ou de tudo. - Eu nunca mais fiz isso! Quando o senhor conseguir cuidar dos seus problemas, aí sim venha tirar onda com a minha cara, fora isso, você não pode. Não venha me jogar essa culpa agora, você não é muito responsável também.

- Bom, ninguém precisa ficar me salvando.. Nem cuidando de mim. NUNCA. Né? E pra sua informação, meus problemas estão resolvidos. - Ele respondeu, parecendo meio insultado por eu estar criticando-o. Ele tinha pegado pesado. E eu também, provavelmente.

- O que você quer em agradecimento? Um abraço? Não tenho orgulho de nada disso, Anthony. - Respondi com raiva, o encarando.

- Você ta soando um pouco ingrata pro meu gosto. - Ele disse, fazendo biquinho pra mim. Aquilo foi demais, eu tinha que admitir. Me pergunto quantas não caíram na lábia dele com esse biquinho. Bom, na verdade ele já tinha me contado algumas histórias sobre suas conquistas no dia que em que me conheceu, mas aposto que tinham dezenas de outras. E eu já não me lembrava de quase mais nada do que ele tinha dito exatamente, mas antes de eu ir embora ano passado, nós tínhamos passado o dia inteiro juntos. Bem, não exatamente. Foi uma coisa meio louca, do tipo.. "Oi, acabei de te conhecer, e aí, você usa drogas? Ah, legal, vamos usar juntos porque a gente não tem porra nenhuma melhor pra fazer e nem um pingo de juízo na cabeça?" E não tinha só ele, tinham umas outras pessoas que eu nunca mais ouvi falar também, mas ele estava lá inicialmente não sei fazendo o quê, e pra falar a verdade, nem eu também sabia o que EU estava fazendo lá... Era normal usar drogas por aí nessa época, e por mais que eu tenha me comportado durante toda minha existência até aquele ano, eu estava com raiva pelo que estava acontecendo na minha vida naquele momento. E já que eu ia embora, eu resolvi aproveitar.. Aproveitar mesmo. Então fomos pra casa de alguém que eu não tenho idéia de quem seja, todo mundo ficou conversando, a gente usou graaandes quantidades daquela-coisa-que-eu-não-quero-lembrar-o-nome, do tipo, como nunca antes, e aparentemente estava tudo bem, nós tínhamos fumado o dia inteiro antes disso mesmo. Um pouco mais de qualquer droga de merda não faria mal, né? Eu havia pensado.

E tenho que admitir que eu nunca tinha me sentido daquele jeito antes. Foi mágico, libertador, louco. Mas eu não quero ficar lembrando, porque me sinto culpada, então vamos pular essa parte. Só que alguma coisa deu errado, e eu comecei a me sentir muuuuuito estranha, também não quero lembrar disso, foi o momento em que me senti mais incapaz em toda minha vida. E então alguém me ajudou, por mais que todos estivessem loucos e curtindo o efeito da droga e não vendo nada, Anthony tinha me arrastado pra debaixo do chuveiro num piscar de olhos, com roupa e tudo. Eu fiquei sentada lá, imaginando o que estava acontecendo e tentando ficar calma, só me lembro de pensar que estava morrendo e depois apaguei. Quando acordei, eu estava deitada numa espreguiçadeira em um quintal que eu nunca vi antes, o céu parecia estar clareando. Anthony estava sentado no chão em minha frente, me olhando. Ele explicou o que tinha acontecido, viu se estava tudo bem, depois falou que ia me levar embora pra casa, mas invés disso ficamos andando na praia até amanhecer. E bom, algumas horas depois eu fui embora pra Nova York. É, foi basicamente assim. E eu estava aqui, agora, sendo uma babaca com ele só porque eu não me sentia confortável pra falar disso, eu havia contado meus problemas pra ele depois de tudo o que tinha acontecido naquela noite, ele havia cuidado de mim, tinha se tornado um amigo-relâmpago e eu estava sendo a ingrata da história agora; Enquanto ele podia simplesmente ter me deixado lá, em colapso. Eu realmente devia a ele, além do mais, ele me deu mais segurança em apenas um dia do que qualquer outra pessoa possa ter me dado em anos. Claro que eu estava desnorteada, perdida e sem saber o que eu estava fazendo naquela época. Mas ele me passou segurança, agora que repassei na cabeça tudo que aconteceu novamente, consigo me lembrar. Eu estava sendo tooootalmente babaca com ele, imediatamente me senti culpada. De repente me senti uma vaca por ser tão ingrata, ele tinha salvado minha vida.

Desculpa. É que faz muito tempo que eu não penso sobre isso. Eu era uma inconseqüente, irresponsável e idiota. Bom, talvez eu ainda seja idiota. Mas... Nada que eu faça vai conseguir ser suficiente pra agradecer o que você fez por mim. Mesmo assim, te devo uma. - Eu disse, agora o abraçando espontaneamente. Ele me abraçou de volta, lentamente. E foi bom. Na verdade, eu não estava pronta pra largar daquele abraço tão cedo. Devo estar carente ou algo assim, tudo culpa de Nova York, aquelas pessoas são muito frias e distantes. De verdade.

- Bom, essa é uma confissão das boas. - Ele disse, meio que tirando sarro. - Ainda bem que eu estava lá pra te salvar. - Continuou, se gabando.

- É, é, é. Já entendi que você é um herói e etc. - Eu disse, agora notando os cabelos compridos dele que estavam meio loiros, parecia que ele tinha pego muito sol ou alguma coisa assim. E estava mais comprido do que da última vez que vi. Era lindo. Provavelmente bem melhor que o meu cabelo, pra falar a verdade. Ok. Você sabe que você tem alguma coisa errada com si mesma quando começa a cobiçar o cabelo de um ser humano do sexo masculino. Mas quem pode culpar as mulheres, né?

- Você acabou de me chamar de herói? É isso mesmo? - Ele disse, rindo. - Sabia que você ia admitir em algum momento.

- Ah, cala a boca. - Eu disse, sem me conter e passando a mão no cabelo dele. Ainda estávamos abraçados.

- Você gostou? - Ele perguntou.

- Hm, é.. Gostei. É melhor que o meu, pelo menos. - Eu disse, brincando.

- Ei, eu gosto do seu cabelo! Para de reclamar. - Ele disse, rindo bem do lado da minha orelha. E então ficamos quietos. Isso foi tempo suficiente pra percebermos que o abraço estava durando mais do que devia. Então o soltei. Bruscamente.

- Ai, qual será meu problema? Parece até que eu adoro reagir estranhamente as pessoas.

- O que foi? Não gostou do abraço?

- Foi legal. Eu disse.

- Agora estou ofendido. - Ele disse, fazendo o biquinho mais uma vez. - Meu abraço é muito mais que legal, tá?

- Hm, eu não caio nessa mais! - Falei, mostrando a língua pra ele.

- Hmmmm. Tem certeza? - Ele disse, me lançando um olhar 43 fingido.

- Aham. To dispensando. - Respondi, brincando.

- Então você não vai topar sair comigo depois daqui? Sua amiga também pode ir. - Ele perguntou, voltando a falar sério.

- Mas.. Eu já tenho compromissos. Sem querer ferir seus sentimentos, Anthony. - Respondi, dando um sorrisinho.

- Que compromissos? Aposto que você vai gostar desse. - Ele falou, meio empolgado. Estranho, eu já tinha escutado um "Aposto que você vai gostar" hoje vindo daquela mulher que estava acompanhando meu pai. Muito estranho.

- Não, não.. Er.. Você lembra porque eu fui pra Nova York, certo? - Perguntei e ele assentiu. - Então, eu voltei hoje e.. meu pai também. Então ele meio que vai me levar pra sair, ele quer me mostrar uma coisa - Falei.

Ele ficou pensativo por dois segundos e de repente me olhou estranhamente, como se estivesse me reparando pela primeira vez. Então ele ficou boquiaberto por um segundo, depois começou a rir e ir em direção a porta.

- Tudo bem. Minha companhia foi dispensada. Eu entendi. Vou embora. - Ele disse, tentando parar de rir. Mas ele só conseguia rir mais ainda a cada vez que me olhava.

- O que foi? O que é tão engraçado?

- Nada, nada, nada... - Ele disse, abrindo a porta.

- Nada? Ei, ei, ei! Aonde você vai? Me diz o porquê!

- Eu tenho que ir.. Em um lugar agora. - Ele disse misteriosamente. - Mas bom, se você precisar de mim pra alguma coisa... Ou outro resgate...

- É, acho que você já foi bem útil. Obrigada. Mas espera que eu também vou descer e você vai me contar direitinho o que é tão engraçado. - Eu disse, pegando minhas coisas e indo até a porta.

- Não, não! Sua amiga está vindo pra cá, já estou vendo ela subir. - Ele disse, botando a cabeça pro lado de fora da porta. Ops! A Lauren! Ela não podia ver ele aqui.

Mas antes que eu pudesse falar algo, a única coisa que eu consegui fazer foi puxar ele pra dentro do quarto e fechar a porta.

- O que você ta fazendo, Charlie? Eu tenho que ir. - Ele disse, meio impacientemente, enquanto eu o enfiava dentro do closet de Lauren.

- Olha, ela não pode saber que você está aqui. - Eu disse, fechando a porta, me sentando na cama rapidamente e fingindo que estava mexendo na minha bolsa.

- Acho que eu percebi. - Ele disse de dentro do closet, sua voz saindo abafada. - Ei, olha só! Parece que a Lauren gosta de usar fio dental.

- Não mexa nas coisas dela! - Eu disse, chiando pra ele.

- Foi você que me botou aqui, não tenho culpa. - Ele respondeu, dando risadinhas.

- Ok, tanto faz. Fica quieto aí, porque ela deve est... OI LAUREN! - Eu disse alto demais, quando a porta do quarto se abriu e Lauren entrou.

- Oi! Você demorou muito! Já passou meia hora... Seu pai mandou a gente descer, minha mãe aparentemente já sabia que íamos sair, parece que seu pai falou com ela. Bom, acho que vou pegar uma bolsa antes. - Ela disse, se movendo em direção ao closet. - Só um minutinho.

- Nãaaaao, Lauren! Não podemos! Não quero deixar meu pai esperando. Aliás, aquela bolsa ali está ótima. - Eu disse, apontando pra primeira bolsa que eu vi. Não foi uma idéia muito inteligente, era uma bolsa amarela com estampa de oncinha EM ROSA.

- Ahnn... Ok. Mas acho que não. Prefiro algo mais digno de se usar em público. - Ela disse, me lançando um olhar esquisito. - Bom, não vou criticar. Você tem um gosto meio estranho mesmo. Ei, lembra quando você disse que estava afim de um cara que vivia num barco só porque ele não cortava o cabelo e você achava isso lindo? Gente, sempre achei aquele cara um mongol, mas admita, você tinha uma quedinha por ele! E tudo bem, uns nascem com bom gosto, outros nascem sem. - Ela completou, me fazendo ficar absolutamente aturdida pelo fato dela falar aquelas coisas na frente de Anthony. Aposto que ele estava rindo essa hora.

- Cala a boca, Lauren! Eu não lembro de nada disso não. Anda, leva suas coisas aqui na minha bolsa. - Eu falei apressadamente, jogando minha bolsa pra ela.

- Bom, é você que vai carregar mesmo. - Ela disse, enfiando provavelmente um baseado dentro da bolsa. - Mas tem certeza que você não lembra? Digo.. Você até fez um desenho dele pescando rosas pra você em alto mar. Claro que você lembra, a gente tinha o quê, 13, 14 anos? - Ela disse, franzindo a testa falsamente só pra tirar um sarro com a minha cara. ISSO SÓ ESTAVA FICANDO PIOR. Porque ela tinha que se lembrar dessas coisas agora?

- Lauren, vamos embora agora! Meu pai deve estar esperando, você mesma disse.

- Não.. Parece que ele está procurando alguém que sumiu e que tinha que falar com ele.. Ou ele que tinha que falar com a pessoa, algo assim. Você sabe, negócios. Bom, pelo menos foi isso que ele me respondeu quando eu perguntei quem ele estava procurando. De qualquer forma, Bernardo está com ele e ele sabe que estamos aqui, então alguém deve vir nos chamar. Aliás, o que foi aquilo lá embaixo com ele? Parece que vocês dois não ficaram um minuto sequer sem se ver, como se tivesse sido ontem. Tá rolando um clima entre vocês dois de novo, é? - Ela disse, me questionando e semicerrando os olhos pra mim.

- Lauren, não comece. Ele é meu amigo, assim como você.

- Cof, cof! - Ela fingiu estar tossindo. - Amigos não se beijam. - Completou. Não sei por qual motivo eu estava mais mortificada, se era pelo fato de que Lauren estava realmente insinuando uma coisa tão idiota ou se era pelo fato de Anthony estar escutando tudo de camarote e provavelmente estar achando muito engraçado.

- Lauren, isso foi um erro. Quantas vezes vou ter que dizer isso pras pessoas? E pra você? Nunca rolou nada! NADA, NADA, NADA demais. Nós nem lembramos mais disso, seu irmão já está em outras.. Para de falar merda. - Eu disse, me arrependendo no mesmo instante por causa da resposta dela a seguir.

- Ahá! É claro que ele está em outras, assim como você, né? - Ela disse, lançando um sorrisinho incriminador pra mim. - Agora que seu pai não vai chegar pra me interromper... Pode ir contando tudo sobre aquele car...

- LAUREN! NÃO. - Eu disse bruscamente.

- Que foi? Ta maluca? - Ela perguntou, me lançando um olhar esquisito.

- Não..É... Acho melhor não falarmos disso agora, pode ter alguém escutando.

- Quem? Pffff. Ninguém nunca escuta nada aqui. - Ela disse, revirando os olhos pra mim. - Você me deve MAIS DO QUE EXPLICAÇÕES sobre esse tal de Tony.


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