Desci do carro e sem hesitar corri até ele o abraçando carinhosamente. Damon era o que eu precisava. O meu conforto. Meu consolo. A razão por eu ter feito o que fiz.

- Você é louca. – ele disse ainda me abraçando.

- A culpa é sua. – confessei.

E não era nenhuma mentira. Mas a culpa tinha seu lado bom já que eu havia desistido de tudo por saber do que Stefan havia feito, mas principalmente porque eu conviveria sempre com aquela vontade de sentir as mesmas sensações que só Damon me trazia.

Ele afastou-se de mim apenas para encarar-me por um instante. Ri de sua expressão curiosa e ele pareceu adorar isso. E então logo seu sorriso de canto estava lá, tão lindo e sedutor como sempre. Damon segurou-me pelas costas e em seguida passou seu outro braço por detrás de meus joelhos, meio desajeitadamente por causa do vestido, erguendo-me em seu colo.

- O que está fazendo? – gargalhei segurando-me ao seu pescoço.

- O que eu queria fazer a muito tempo. – ele sorriu e em seguida deu-me um rápido beijo na bochecha.

Seguimos para o interior da casa e para o mesmo quarto onde estivemos antes do casamento. A cama de casal ainda estava lá, intacta, como um móvel que foi comprado e nunca havia sido usado. Ele me jogou sobre o lençol limpo e por um momento me perguntei se ele havia mesmo preparado o lugar nesse tempo que demorei a chegar ou foi só uma casualidade.

Damon debruçou-se por cima de mim sem deixar seu corpo pesar. Seus olhos incrivelmente azuis pareciam ler até o mais íntimo dos meus pensamentos. Corei ligeiramente com seu olhar tão intenso e percebi um sutil sorriso aparecer em seus lábios antes dele uni-los aos meus.

O beijo fez-me liberar alguns suspiros. Nossas línguas pareciam dançar em uma sincronia perfeita. Suas mãos firmes apertando a minha cintura enquanto as minhas encontravam-se emaranhando seus cabelos da nuca. Seus dedos agilmente percorreram minhas costas até encontrar o zíper invisível do vestido, abrindo-o lentamente até o final, fez a peça escorregar totalmente pelo meu corpo, lançando-a para fora da cama.

Senti-me um pouco envergonhada quando o vi fitando meu corpo coberto apenas pela calcinha de renda branca. Damon voltou a beijar meus lábios e desceu sua boca deixando uma trilha de beijos até o meu colo. Arfei com o toque. Eu tinha que confessar, ele sabia exatamente o efeito que tinha sobre mim, seu sorriso cafajeste fez-me querer socá-lo por um instante, mas claro que isso fazia parte de uma brincadeira carregada de um tanto de malícia.

Empurrei-o levemente para que minhas mãos conseguissem alcançar os botões de sua camisa, abrir os primeiros e arrebentar os últimos. A peça retirada fez com que seu peito definido aparecesse para o bem dos meus olhos obviamente. Levei minhas mãos até a sua pele acariciando-a com vontade. Seus lábios voltaram a fazer um caminho de beijos e leves mordidas pela minha barriga e eu não contive minhas unhas de arranhar-lhe o peito e as costas.

Não eram sensações novas, mas eram ainda melhores com Damon. Eu tinha que confessar. Ele tinha uma maneira diferente de me beijar, tocar, provocar. Era bom, aparentemente proibido, ousado. Estávamos juntos ali, naquela cama, nos amando enquanto eu deveria estar ao lado de Stefan que há essa hora seria meu marido. Tudo o que eu havia esperado para este dia se transformou em apenas um borrão. Uma lembrança e um sentimento de alívio por saber que eu havia descoberto a tempo a verdade.

Damon retirou suas próprias calças deixando seu corpo coberto apenas pela boxer preta. Voltou a beijar-me nos lábios ainda com mais vontade. Suas mãos insistiam em apertos firmes sobre minhas pernas e eu senti que seus dedos procuravam massagear pontos entre o meio delas. Deslizei minhas unhas fortemente sobre suas costas marcando-as quando senti que a última peça de roupa que eu usava estava sendo lentamente retirada e jogada para longe do meu corpo. Seus dedos ligeiros seguiram para a minha intimidade e supliquei não sabendo ao certo pelo quê. Minha voz falha chamou por Damon e ele me encarou. Nos seus olhos eu via desejo e um brilho tão mágico que eu não saberia dizer o que significava.

Com a ajuda de meus pés incentivei-o a retirar a peça que o impedia de continuar o que pretendíamos. Olhei-o de relance e vi que Damon havia percebido dando um sorriso de canto tão estupidamente sexy em resposta. Seus lábios tocaram o meu pescoço e não contive um gemido que lutava para reprimir na garganta. Ele sussurrou meu nome ao pé do meu ouvido enquanto nossos corpos se uniam. Era como se naquele momento toda a confusão que eu vinha tentando consertar fosse esquecida, apagada de minha memória. E então quando chegamos ao ápice meu corpo parecia ter sido tomado por uma sensação de leveza e bem estar únicos.

Eu sabia exatamente porque me sentia assim, mas a verdade era que o medo de estragar tudo era maior do que a vontade de confessar em voz alta que entre eu e Damon havia um sentimento diferente. E muito bem explicável. Eu estava definitivamente muito ferrada se ele não pensasse da mesma forma, mas conviver com aquilo estava me quebrando.

Damon não deixou que seu corpo caído sobre o meu me machucasse, deitando-se ao meu lado e puxando-me para seus braços. Deitei sobre seu peito sentindo seu coração bater rapidamente e sua respiração aos poucos voltando ao seu ritmo normal. Ele acariciava meu braço jogado sobre seu peito e eu sorria abobalhadamente. Com o toque tão leve eu sentia que aos poucos meus olhos iam pesando obrigando-me a fechá-los. Eu não queria dormir, mas também não queria fazer com que o carinho de Damon acabasse.

- Damon... – chamei tentando começar uma conversa.

Seus toques pararam por um momento e eu levantei meu rosto para encará-lo. Eu precisava de uma resposta e sentia que tinha que ser agora. Ele arqueou uma sobrancelha esperando que eu continuasse.

- Como você se sente com tudo isso? – joguei.

As palavras pareceram lhe atingir em cheio, sua expressão calma tornou-se preocupada e ao mesmo tempo surpresa pela pergunta. Damon desviou seus olhos um instante pelo que pude supor, parecia querer encontrar as palavras certas para responder.

- Consegui ter uma conversa civilizada com você e depois tentei te avisar sobre o que estava acontecendo, você preferiu ver com os próprios olhos e isso me deixou um pouco bravo, mas pelo menos você descobriu. Depois falou que ia se casar e me fez subornar o motorista, alugar uma casa e ficar frustrado por escolher ir até o seu casamento. Então você recusou e sumiu, me deixando preocupado. Agora estamos aqui, juntos e em segredo. É, acho que estou feliz com tudo isso. – ele fez o seu monólogo mantendo uma expressão séria no rosto.

- Eu estou falando sério. – ri baixinho e ele apertou-me ainda mais para si.

- Eu não sei, mas é algo muito diferente do que já senti Elena. – beijou o topo de minha cabeça. – E como você se sente? – ele frisou o ‘você’.

- Da mesma forma. – confessei.

Dei-lhe um beijo sutil nos lábios debruçando-me sobre seu peito e permitindo-me dormir tranquilamente. Talvez eu não quisesse mesmo entender o que eu estava sentindo, afinal, enquanto estivéssemos bem e juntos, seria suficiente saber que eu me sentia feliz ao lado de Damon. Extremamente feliz.