Um arrepio percorreu sua espinha repentinamente fazendo os pêlos da nuca eriçar.

- É um prazer conhecê-lo Damon Salvatore – Sara deu um sorriso trêmulo.

- O prazer é todo meu – sorriu sedutor.

- Realmente não precisava ter pagado minha conta – ela falou sem graça.

- Quê isso, sou um cavalheiro apenas vi uma boa oportunidade.

- Hum... Então, obrigada – deu seu melhor sorriso.

Tomou um pouco de seu milkshak assim que tocou no copo gelado, percebeu que estava suando frio nas mãos, precisava esclarecer as idéias, afinal o que estava acontecendo com ela?

- Então, Sara nunca te vi por aqui – ela se virou tentando prestar atenção mais no que ele dizia do que no incrível som de sua voz.

- É porque não sou daqui, vim de Nova York, por motivos pessoais – Sara abaixou os olhos para á bebida.

- É uma bela cidade, mas qual seriam seus motivos especiais? Para sair de uma cidade enorme e vim para cá tem que ter bons motivos, como por exemplo, está fugindo da polícia – Damon falou e deu um meio sorriso lindo, ela riu juntamente com ele.

- Não, na verdade meus pais e minha irmã menor morreram em um acidente de carro, e como não tenho nenhum parente além de minha madrinha, prima da minha mãe, e ela trabalha em um hospital... – parou de falar assim que se tocou do que estava fazendo, contando á um estranho uma parte triste da sua vida, estava contando á um homem que encontrara em um bar qual quer, que era uma pobre órfã e que vivia com uma madrinha.

Ele olhava-a atentamente com seus olhos azuis derretendo-se.

- Sinto muito – abaixou á cabeça, de toda uma conversa, aquela simples duas palavras foram as quais soaram mais verdadeiras.

De certa forma ele a entendia, perdera a mãe assim que o irmão nascera sempre o odiou por isso, e seu pai, bom, nunca aprovou suas escolhas, e nunca escondeu o fato de achar o filho um inútil.

- Me desculpa não devia te encher com meus problemas – Sara lhe falou.

- Não tudo bem, eu te entendo, também perdi meus pais, agora sou obrigado a tomar conta de meu irmão – falou tentando não falar a palavra “irmão” com repulsa, como sempre costumava fazer.

Um clarão passou pela sua cabeça, tudo se esclareceu, ligando um ponto á outro. Salvatore, ele era irmão de Stefan, do qual Stefan reclamou de quando Elena lhe falou sobre Caroline ter alguma coisa com ele, e o quanto seria um problema. Ela não sabia o que havia de errado com ele e preferia não saber.

- Damon, me desculpe, mas tenho que ir está ficando tarde – Sara falou se retirando as pressas, e já indo sem esperar uma resposta dele.

Andou em passos largos, correndo, sorteando qual quer caminho que via a frente. Droga! PRA QUE LADO FICA MINHA CASA! Ela quase gritou, mas apenas seu rosto já mostrava o quanto estava perdida, estava em uma rua escura, o vento frio fazia as arvores a beira da estrada balançarem suas folhas de um lado para o outro, ela esfregou os braços tentando os aquecer, devia ter ficado no Grill mesmo, melhor ficar em um lugar movimentado com um cara que não conhecia, do que ficar em uma rua escura expostas a todos os perigos possíveis, tateou os bolsos a procura de seu celular, ótimo, havia deixado no bar em meio á sua pressa. Andou mais a procura pelo menos de alguém que a ajudasse a voltar, mas como se o destino estivesse a amaldiçoando começou á chover, a chuva caia molhando seu cabelo sentia sua maquiagem borrar, e seu vestido se ensopar, correu indo para um local onde pudesse permanecer, encontrou uma cobertura de uma loja fechada segura da chuva. Sentiu uma leve sensação de está sendo observada, olhou para um lado e para outro como se procurasse algo ou alguém, forçou os olhos diante da chuva tentando enxergar uma figura longínqua, com certeza era uma pessoa, foi questão de piscar os olhos e já não estava mais lá, se virou totalmente para o lado a fim de tentar achar novamente quem acabara de ver, e se deparou com algo á sua frente, não pode fazer nada, foi lançada por uma força maior para uma parede fazendo-a bater a cabeça, esfregou por impulso observando o líquido vermelho entre os dedos, arfou de dor, enquanto a figura se aproximava como um leão pronto á atacar sua presa, um raio rasgou o céu, os refletindo nos olhos do homem.

- Damon? – falou com o medo a tomando.

Ele a levantou com uma rapidez incrível, prensou contra a parede, Sara o observou, aquele não parecia ele, tinha olhos negros, veias salientes saltando deles, e os dentes, os que mais assustavam, tinham os caninos longos, dos quais aproximaram do pescoço da loira, os dentes cravaram em sua pele molhada, quis gritar, mas de nada adiantaria, a rua estava deserta, sentiu as lágrimas caírem por seu sangue está sendo drenada de seu corpo contra sua vontade. Com uma rapidez, os dentes foram arrancados de sua pele a força por algo, sentiu suas forças esvaecerem, escorregou suas costas pela parede praticamente desmaiando no chão, seus olhos escureciam aos poucos, e seu sangue estancado escorria pelo pescoço, ouvia apenas gritos masculinos longínquos dos quais mal podia distinguir as palavras.

“Você enlouqueceu?! Podia ter a matado! Perdeu a noção do perigo”

“Era o que eu pretendia fazer! Até você chegar! Ela...”

“Ela é amiga de Elena, e afilhada de uma das amigas dela também, se diz ter tanto amor por Elena deveria atuar como um bom amigo não como um sanguinário pronto á arrancar o sangue de suas amigas”

Tudo o que pode ver foi algo a levantando, e logo após desmaiou fraca.

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Abriu os olhos devagar, ainda tontos, esperava que tudo aquilo houvesse sido um sonho, mas suas roupas ensangüentadas apontavam o contrário.

- Elena, ela acordou – alguém, que pela voz pareceu Stefan, falou do outro lado da sala.

Elena correu rumo à sala desesperada ainda havia lágrimas em seus olhos, abraçou Sara forte, obrigando a garota ficar sentada, o que doeu, pois seu tronco estava ainda doido, retribuiu mesmo assim.

- Você está bem? – Elena perguntou com lágrimas escorregando pelos olhos.

Sara queria responder, mas quem menos esperava entrou pela sala, Damon entrou se escorando na parede e cruzando os braços, olhava fixamente Sara, com um olhar ilegível. Elena sentiu a postura de Sara mudar, ela observou e seguiu o olhar da garota.

- O que você quer? Não falei para permanecer no mínimo um quilometro de distancia dela? Pensei que vampiros tivessem uma boa memória – Elena falou pondo sua fúria em prática.

- Vampiros? – sussurrou Sara, aquilo era possível? Que tipo de brincadeira de mau gosto era essa?

- Vim fazer o serviço que meu irmão não pode fazer – Damon falou como se fosse obvio - apagar a memória da sua amiginha órfã que até um minuto atrás ainda estava confusa sobre tudo, até você fazer suas piadinhas sem graça.

Elena suspirou.

- Não podemos deixar como está Stefan? – ela falou se voltando para Stefan.

- Meu amor, bem que eu gostaria, mas você tem que entender que estaremos privando-a de uma vida normal – Stefan respondeu com um olhar de desculpas.

- Parem de melação, e vamos acabar logo com isso, tenho um encontro com uma bolsa de sangue no porão – Damon falou com tédio.

- Meu sangue não foi o bastante? – Sara falou de repente, de onde havia tirado essa coragem? Como disseram ele era um vampiro, e tudo indicava isso, aquilo saiu sobrenaturalmente de dentro dela de uma forma que não entendia, mas já que começou deveria terminar. Todos se viraram surpresos, inclusive ao próprio Damon.

- O que disse? – sussurrou Damon.

- Disse: “Meu sangue não foi o bastante?”, você é surdo?

- Você tem amor pela vida garota? Sabe com quem está se metendo? Não entendeu o que Elena falou? Sou um vampiro.

- Sim, entendi, e não te glorifico por isso.

- Ok, isso já está ficando ridículo, vamos acabar logo com isso, antes que eu mate você de vez aqui mesmo.

Dirigiu-se até á garota segurando a cabeça dela com as duas mãos, a loira se recusava a olhar em seus olhos.

- Olhe em meus olhos antes que eu perca minha paciência – Damon falou com ódio.

Sara abriu os olhos contra vontade, olhando em seus olhos azuis.

- Você vai esquecer que me conheceu, você jamais me viu – murmurou autoritário.

Ela fechou os olhos, e os abriu novamente, Damon virou de costas, convencido.

- Serviço feito – apenas falou.

- Era para eu sentir algo diferente? – Sara falou arqueando uma das sobrancelhas.