Juliana estava furiosa, como ele ousava recusar um convite seu. Se Ângelo pensava que ficaria assim... Mas, agora precisava partir. Gilberto a esperava na capital e ela queria muito em investir em seu futuro como a senhora Gilberto Andrade. Pensaria depois em como se vingaria de seu ex-gostoso, pelo menos enganar a mãe dele havia sido moleza. Aquela velha idiota.

Mai ficou terrivelmente nauseada com a viagem até a capital e resolveu descansar almoçando num restaurante, pediu m prato e uma garrafa com água mineral.

_ Catarina?

_ Você chegou bem, querida? – ela ouvia os gritos do filho na piscina.

_ Cheguei bem e já liguei para um amigo meu. Eu consegui a consulta. A esposa dele é ginecologista.

_ Nossa! Que bom. Onde você está agora?

_ Estou almoçando. Como está o Ken?

_ Quer falar com ele?

_ Não. Estou ouvindo ele se divertir – um sorriso suave surgiu em sua face.

_ Está mesmo. Então, até depois.

_ Até mais. Beijos.

_ Beijos.

Ela desligou o celular para discar o número do marido, mas a chamada estava fora da área de serviço, desistiu quando o garçom lhe trouxe seu pedido. O estômago embrulhava, mas se policiou para comer um pouco. Ela ainda se lembrava, seria pior se não comesse algo.

Algumas horas depois, já estava no consultório esperando para entrar.

_ Senhora Costa? – a recepcionista a chamava.

_ Sim? – levantou.

_ A senhora já pode entrar. É a se...

_ Segunda porta à direita?

_ Não, senhora – a moça riu. – À direita é a sala do doutor Augusto. A doutora Larissa fica na segunda porta à esquerda.

_ É claro – sorriu.

Ela chegou à porta respirando fundo, bateu e entrou.

_ Olá. Então, você é a amiga do Augusto – a doutora sorriu cruzando os braços. – Entra.

_ E você é a esposa dele. Ele só fala de você.

_ É mesmo? – o sorriso se alargou. – Espero que só fale bem.

_ Só com total adoração, mas não conta pra ele que eu o dedurei.

_ Não conto. Segredo nosso... Mas senta. Qual é o problema?

_ Bem. Acho que não há nenhum problema. Só quero confirmar minha gravidez.

_ Oh, quanto tempo faz que está atrasada?

_ Exatamente? Não sei... Um mês inteiro?

_ Está certo. Você vai se trocar e faremos um exame de ultra-som.

Mai se despedia da doutora à porta.

_ O exame será enviado por e.mail daqui a alguns dias.

_ Eu fico mais tranquila, a viagem de avião me deu náuseas.

_ Que pena. Temos que combinar uma saída.

Augusto acabava de sair da outra porta.

_ Olá, querida – beijou-lhe a fronte. – Vejo que ficaram amigas.

_ Sim. Não há problemas se você a acompanhar até o estacionamento.

_ Que honra! – Mai riu.

_ Então, vamos. Antes que a minha esposa mude de ideia.

Eles caminharam até a porta de entrada da clínica.

_ Como está, Mai? – ele disse por fim.

_ Centrada? – ergueu a sobrancelha e sorriu.

_ Você está perguntando para mim? – Augusto riu. – Será que precisamos iniciar uma nova sessão?

_ Não. Definitivamente centrada – riu também.

_ Agora sim. Eu realmente fico feliz por ver que está bem.

_ E ficarei melhor depois que souber o resultado.

_ Vejo que seus olhos estão iluminados. Espero que Larissa possa dar o a notícia que está desejando.

_ Você continua falando por enigmas...

_ Mas você continua entendendo, não é incrível?

_ Ah! Augusto. Deixe-me ir antes que faça uma análise.

_ E será que já não fiz?

_ Malvado! – ela socou de leve o braço dele.

_ Meu Deus! Ela está revidando... É um grande milagre – louvou os céus.

Mai ria e precisamente naquele momento, Juliana passava na frente da clínica dentro de um táxi.

_ Mais devagar – bateu no assento da cadeira para chamar a atenção do motorista enquanto retirava o celular e capturava a imagem de esposa de Ângelo, despedindo-se com um beijo de um homem desconhecido.

_ Ora veja! Que sorte – murmurou para si mesma e se voltou novamente para o motorista – pare um pouco.

_ Sim, senhora.

_ Senhorita, seu idiota. Fique de olho. Vamos seguir aquela mulher.