Amargo Regresso escrita por Aki Nara
_ Até depois.
_ Você é quem sabe – Catarina pegou o telefone e discou. – Jorge, minha nora precisa ir para a capital. Prepare o bimotor para levá-la, certo? – fez sinal para ela ir.
_ Obrigada.
Ângelo estava na cidade comprando adubo químico quando viu o carro de sua mãe parando na escola do filho, caminhou até o outro lado da esquina para interceptá-la.
_ O que houve mãe?
_ Oh! Graças a Deus, filho. Não consegui falar no seu celular.
_ Ele está sem bateria. Aconteceu algo?
_ Nada. Eu vim buscar meu neto no lugar de Mai. Não posso?
_ E por que queria falar comigo?
_ Mai me pediu para lhe avisar que foi para a capital, mas volta ainda hoje.
_ Pra capital? – franziu a sobrancelha. – Fazer o quê?
_ Precisa de um motivo? Você pergunta para ela quando voltar – ela se afastou para entrar na escola.
Ângelo andou de volta para o armazém, mas a ida de Mai para a capital o deixava inquieto. Quando saiu da loja com os pensamentos longe e as compras, esbarrou em Juliana, fazendo-a cair estatelada no meio da calçada.
_ Juliana, você está bem? – agachou-se para socorrê-la.
_ Acho que sim – ela tentou levantar, mas se desequilibrou.
_ Está machucada? Com dor? Deixa eu te levar pro hospital.
_ Acho que só torci o pé. Você me leva pra casa?
_ Claro.
Ele a ajudou a entrar no carro e assim que colocou os materiais partiu para a casa de Juliana.
_ Acho que não vou conseguir subir as escadas. Você me ajuda?
_ É o mínimo que eu posso fazer.
Ângelo desceu do carro, deu a volta para abrir a porta e carregou a mulher loira platinada. Ela segurava o pescoço enquanto friccionava os seios abundantes em seu peito. Começava o jogo de sedução, deveria ter previsto que isso aconteceria, mais cedo ou mais tarde. Juliana sempre tentava e algumas vezes conseguia.
_ Pronto – desceu para que abrisse a porta do apartamento.
_ Espera. Você foi tão gentil, me deixa pelo menos te servir uma limonada?
_ A culpa foi minha. Espero que não inflame – fez menção de ir embora.
_ Por favor? É só um suco. Prometo que não tiro o pedaço – ela tentava seduzi-lo.
_ Não. Tenho amor à vida.
_ Não me obrigue a contar tudo para sua linda esposa.
_ Contar o quê? – franziu a testa. – Que ficamos uma vez? Isso eu já contei.
_ Bem... Isso foi antes de você se casar, não é? Será que ela vai gostar de saber da vez em que ficamos uns dois anos depois?
_ Eu estava só... Você também. Foi só uma noite. Eu estava bêbado.
_ Estar bêbado justifica? – ela riu debochando.
_ Acho bom pensar melhor enquanto você ainda tem a atenção do Gilberto. Ele é um partido muito melhor, pelo menos é muito mais rico.
_ É verdade, mas... Eu gosto de me divertir e nós nos divertíamos muito juntos – Juliana se insinuou chegando mais perto para correr as mãos por seu peito.
_ Você não me atrai mais. Não adianta perder seu tempo comigo – virou-se de costa para descer as escadas.
Ela voou batendo em suas costas e Ângelo quase caiu da escada se não tivesse se segurado no corrimão.
_ Louca – olhava-a com fúria contida.
_ Você vai se arrepender!
_ Já me arrependo de tê-la conhecido – ele desceu o restante da escada.
_ Idiota! – ela gritou batendo a porta.
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