POV Will

      - Heey pessoinhas lindas que me amam! - falei para Percy e Grover, entrando no quarto onde eles estavam jogando um videogame qualquer.

      - Você é muito humilde, sabia? - Grover me lançou um olhar de reprovação.

      - Você é gay - disse Percy sem nem erguer os olhos.

      Ignorei-os.

      - Tive uma ideia pra comemorar o Halloween!

      - Eu NÃO vou pedir doce no Olimpo - disse Grover. - Nem no Mundo Inferior, ou nos palácios dos deuses, NEM no chalé de Ares. Pode ir tirando o cavalinho da chuva.

      - Meu santo Apolo, relaxa, cara. Eu não sou tão doido assim - Estremeci e imaginei a cena: nós três chegando inocentemente em fantasias ridículas, com sacolas de doces, batendo na porta do chalé 5, dizendo "Gostosuras ou travessuras?" e levando granadas de mão na cara. - A minha ideia é muito mais artística e brilhante, como é próprio dos filhos de Apolo!

       Grover fez uma careta.

       - Péssimo trocadilho, cara.

       - Eu me recuso a usar cor-de-rosa, ou lantejoulas, ou dourado, ou purpurina - Percy foi logo se adiantando. - Ou uma fantasia de Jack, o esqueleto.

       - O que tem de errado com o Jack? - o sátiro franziu a testa. - Eu gosto desse filme.

       Percy olhou para o amigo com uma cara estranha.

       - WTF? Ah... Já sei. Foi o Nico, não foi?

       - E quem mais seria?

       - MEU SANTO APOLO! - gritei. - DÁ PRA CALAR A BOCA E OUVIR?

       Minha explosão súbita fez com que eles ficassem quietos, e prossegui:

       - A minha ideia é baseada em um videoclipe de uma banda que eu gosto... Vamos precisar de outra pessoa, mas acho que dá certo...

       Quando contei-lhes a minha ideia, Grover pareceu feliz por não ser algo pior (eles pensam que eu sou psicopata que nem minha sogrinha linda), mas Percy sacudiu a cabeça.

       - Chama os filhos de Hermes pra fazer isso com vocÊ - disse. - Aposto que eles não se incomodariam.

       - São só quatro - lembrei. - Com os filhos de Hermes seriam cinco. Vamos, pessoal, não vai matar vocês! E aposto que Annabeth vai adorar. Parece que ela também gosta bastante de Panic! At the Disco...

       Eu nem sabia se isso era verdade, mas o fato é: falou que vai agradar Annabeth, Percy faz qualquer coisa.

       - Certo - ele cedeu. - Mas você falou que são quatro pessoas, e nós somos três... Não está faltando alguém?

       - Ah, não se preocupe com isso - dei um sorrisinho. - Eu já sei exatamente quem vou chamar para participar com a gente.

       POV Nico

       Então, lá estava eu, bem feliz, tendo uma ideia brilhante para o Dia das Bruxas, quando o meu querido primo sem cérebro me arrastou para trás de uma árvore.

       - Conspiração secreta! - disse Percy. - Will teve uma ideia!

       - Ideia? Eu não sabia nem que ele tinha CÉREBRO - falei.

       - Ha ha - Will revirou os olhos. - Escute, Senhor Eu-Sou-O-Rei-Fantasma, a ideia é a seguinte...

       Will me contou sua ideia "brilhante" rapidamente. Quando terminou, perguntei:

       - E eu com isso?

       - Precisamos da sua ajuda. Quer comemorar o Halloween ou não?

       Bem... Eu amo o Halloween, sempre amei, e havia alguns anos que não fazia nada para comemorar a data, mas não era bem uma palhaçada dessas que eu tinha em mente. Além disso, eu já tinha meus próprios planos, mas...

      - Não sei, Will - falei. - Eu acho que vou fazer outra coisa...

      - Nico, você gosta de surpreender as pessoas? - perguntou Grover de repente.

      - Ahn... Acho que sim.

      - Isso ia surpreender todo mundo, certo? Você não é muito de fazer essas coisas, então ninguém ia esperar isso de você. Tipo, ia deixar todo mundo chocado.

      - É - apoiou Percy. - Uma coisa tipo: eles pensam que te conhecem, e que o Nico que eles conhecem nunca faria isso, e daí bam, você faz o que eles menos esperavam e faz tudo mundo ver que não tem como prever suas ações.

      - Acho que ia ser legal, também - disse Will. - E vai ser divertido. E aí, você topa?

      Olhei de um para o outro e suspirei.

     - Se é para vocês me deixarem em paz - concordei. - Só prometam que não vão postar no You Tube.

     Algumas horas depois...

      POV Nico

      Pólux havia organizado uma pequena festa de Halloween na sala da casa de praia, com umas velas espalhadas por aí, as luzes desligadas, alguns panos roxos e pretos e tudo isso (menos abóboras, porque todos nós concordamos que se tentássemos cortar as abóboras nos formatos certos, iria tudo terminar numa guerra generalizada de abóbora e os rostos ficariam terríveis).

      Logo antes da festa, eu tivera que dar uma escapadinha para fazer os meus últimos preparativos, pois passara o dia todo com Will, Percy e Grover para concluir o plano do filho de Apolo. Felizmente, consegui preparar tudo a tempo, e quando entrei na casa, não estava exatamente sozinho...

      - Nico! - exclamou Bianca, me olhando, incrédula. - O que diabo você fez?

      Ri da preocupação dela.

      - Nenhuma loucura, prometo. Tive permissão do nosso pai. - Entrei e mantive a porta aberta. - Não liguem para ela, podem entrar.

      Os espíritos passaram pela porta, parecendo hesitantes.

       - Pessoal, apresento-lhes Teseu, Perseu, Jasão e Aquiles! - falei.

      Um silêncio pesado caiu sobre a sala. Então, metade dos semideuses começou a falar ao mesmo tempo.

      - Nico, você não acha que vai ter problemas com Hades por causa disso? - perguntou Piper.

      - Ah, era isso que você queria dizer com outros planos para o Halloween - disse Grover.

      - Espera, não tá faltando alguém? - indagou Will.

      Esperei o pessoal se acalmar antes de responder:

      - Não, eu já disse que tive permissão - Eu passara séculos enchendo o saco do meu pai até ele não me aturar mais e ceder, como fazia com Bianca quando era pequeno (na época em que eu ainda pedia a permissão dela pra alguma coisa). - E sim, estão faltando algumas pessoas. Mas Hércules se tornou o porteiro do Olimpo, imortal e tudo isso, então não é um fantasma, e Ulisses não quis vir, por algum motivo. Algo como uma festa dançante no Hades... Enfim, tudo isso tem um objetivo: eles foram grandes heróis e tal, e eu achei que seria legal chamá-los aqui para trocarmos experiências por uma noite.

      Logo, todo mundo se reuniu em grupinhos em volta dos fantasmas.

      POV Jason

      Bem, eram quatro heróis mortos, e lá estávamos nós, uns vinte e tantos semideuses (bem, e um sátiro e uma mortal) vivos conversando com eles como se fossem nossos colegas de escola. Mas ok, depois de um tempo como semideus você se acostuma com coisas desse tipo.

      Juntei-me ao grupo que rodeava Jasão/Jason, porque afinal, ele era meu xará. Piper foi junto comigo, e percebi que Pólux também estava lá, provavelmente para perguntar sobre Castor e Pólux, os filhos de Zeus que estavam entre os argonautas. Percebi que Percy estava meio dividido entre falar com Perseu, seu xará, ou com Teseu, seu irmão, e por fim acabou indo falar com Aquiles (vá entender).

            - Então – falei. – Você é o Jason original, o favorito de Hera, certo?

            - Eu mesmo – Jasão me olhou com uma cara estranha. – E você é...?

            - Jason Grace, filho de Zeus... Eh, mais ou menos. Eu não diria que sou bem um dos favoritos de Hera, porque ela basicamente odeia todos os filhos do marido com outras mulheres, mas meu nome foi escolhido na esperança que isso servisse de alguma coisa – sacudi os ombros. – Não serviu, mas acho que ela ainda gosta mais de mim que da minha irmã.

            - E sua irmã é...?

            - Eu aqui – disse Thalia, aparecendo do nada e quase me matando do coração.

            - Credo, Thalia! Desde quando você anda se esgueirando por aí? Eu não sabia nem que você era capaz de fazer essas coisas. Cuidado pra não matar ninguém de susto – reclamei.

            - Ela está passando muito tempo com um certo cara que é especialista em se mover sem ser visto – disse Piper maliciosamente.

            - Quem, Will Tratado? Gilan? Halt? – ironizou Thalia.

            - Você sabe de quem estou falando.

            - Não sei, não – minha irmã voltou a atenção para Jasão, que assistia à discussão com ar de divertimento. – Pois é, Hera me odeia com todas as forças, e posso afirmar que o sentimento é mútuo. E essa é a parcela de ódio por ser filha do marido dela com outra mulher – acrescentou. – Também tem um bocadinho por causa de algumas coisas que eu disse... Só algumas, porque se eu falasse tudo o que me vem na cabeça...

            - ... Você não estaria aqui para contar a história – concluí, pois já sabia aquele discurso de cor e salteado e de trás para frente. – É, beleza, o cara não tá interessado nas suas brigas com Hera.

            Jasão sorriu, mas pareceu meio sem saber o que fazer, e eu me perguntei quantos anos ele tinha ao morrer. Vinte? Vinte e cinco? Parecia bem jovem.

            - A Senhora Hera pode ter um temperamento um tanto... Hm, digamos que ela pode ser bem temperamental às vezes – disse o herói morto. – Mas, no geral, a considero uma boa deusa. Talvez isso se deva à esfera de controle dela: casamentos, mulheres, famílias. Coisas boas.

            - Mas apesar disso, o animal sagrado dela é a vaca – murmurou Thalia.

            - Qual é o problema com as vacas? – perguntou Jasão, parecendo confuso.

            Percebi que ele não vivera nos tempos modernos, portanto não saberia os outros significados da palavra “vaca”. No mesmo momento, também percebi que Thalia estava prestes a explicar, e rapidamente interrompi:

            - Nada! Não tem nada de errado com as vacas. Então, quem construiu o Argo? Eu tenho um amigo que adoraria saber mais sobre isso... Leo! Vem cá!

            Thalia me lançou um olhar mau, e retribuí com uma careta. Há certas coisas que não se deve dizer sobre a rainha dos deuses, especialmente a um herói morto que era o mortal favorito da referida rainha. Ele poderia não gostar, e aí ele voltaria para puxar os pés das pessoas à noite ou qualquer coisa igualmente maligna do tipo.

            POV Percy

            Bem, eu estava meio perdido, porque eu gostaria muito de falar com os quatro heróis presentes e não sabia para que lado virar. Afinal, eu já “imitara” alguns feitos de cada um deles: derrotara o Minotauro, como Teseu, e a Medusa, como Perseu; também houvera a história do velocino e dos touros de bronze, coisas que Jasão já enfrentara, e até a história de mergulhar no Estige, como Aquiles. Além de todas as coisas de Hércules, mas ele não estava presente, então isso não importava.

            Decidi que poderia falar com Jasão depois, e restou a dúvida: Perseu, Aquiles ou Teseu? Eu não sabia quanto tempo eles poderiam ficar, por isso resolvi estabelecer as prioridades. Fiquei realmente em dúvida entre Perseu e Teseu, porque um era meu irmão e o outro, meu xará, então decidi que não seria nenhum dos dois. Aquiles deu um sorrisinho quando me viu chegar.

            - Vejo que você sobreviveu – disse ele. – Que surpresa.

            - Aham, às vezes eu também olho para mim mesmo e penso: “Uau, estou vivo! Que incrível!”. – Algumas pessoas próximas riram, mas eu estava falando sério. Esse tipo de coisa pode acontecer quando você quase morre pelo menos uma vez no fim de cada ano, umas cinco na véspera de natal e os deuses sabem quantas no dia do seu próprio aniversário, sem falar em quase cada solstício. – Resumindo, seu aviso não serviu pra nada, mas ei, o que vale é a intenção, certo?

            Resolvi que não tinha nada pra falar com aquele cara, e fui falar com Teseu.

            - Oi – falei, como se não fosse nada demais. Ele me olhou e franziu a testa.

            - Você também é filho de Poseidon, né?

            - Aham. Meu nome é Percy.

            - Mentira! – disse alguém atrás de mim. – Seu nome é Perseu, né?

            Virei-me e vi que Perseu tinha se aproximado também.

            - Bem, oficialmente, é – admiti. – Mas todo mundo me chama de Percy.

            - Um filho de Poseidon com o nome de um filho de Zeus – observou Teseu. – Isso é... incomum.

            - Eu sei disso. Mas acho que a minha mãe tinha esperança que eu tivesse a sorte de Perseu – dei de ombros. – E, diga-se de passagem, eu não tive.

            - Sorte? – repetiu Perseu, parecendo muito interessado no assunto. – Ela acha que eu tive sorte?

            - Bem, nenhum herói tem sorte, mas você teve um final feliz, certo? – eu disse. – Casou com Andrômeda e tudo mais.

            - Mas você não teve um final tão terrível, teve? – Teseu sorriu, olhando por cima do meu ombro. Olhei para trás e vi que Annabeth se aproximou.

            - Não – falei, dando um sorriso (acho que foi um sorriso bobo, mas é coisa de apaixonado) quando ela envolveu meu pescoço com os braços e me deu um beijo na bochecha. – Com certeza, eu não tive um final tão terrível.

            POV Nico

            Depois de mais ou menos uma hora, os semideuses mortos tiveram que voltar para o Mundo Inferior, e meu estômago revirou. Will tinha dito que iria mostrar sua surpresa de Halloween depois que a minha surpresa acabasse...

            - Ei, pessoal, atenção aqui! – chamou o filho de Apolo, parado junto à enorme televisão que ficava em uma das extremidades da sala. – Eu, Grover, Percy e Nico fizemos uma pequena surpresa para mostrar a vocês... Afinal, é quase Halloween!

            Ele apertou um botão no controle remoto da televisão e nossa grande palhaçada, quer dizer, surpresa começou a ser exibida. Eu logo escondi meu rosto em uma almofada, pois já havia visto o vídeo uma vez, logo depois de terminado, e não precisava ver aquilo de novo.

            Era nossa versão do vídeo de It’s Almost Halloween, do Panic! At The Disco. Percy estava fazendo o papel do Ryan Ross (vestido de múmia), eu não sei por que, e Will era o Brendon Urie (vestido de vampiro), também não sei por que, Grover era o cara vestido de lobisomem, que eu não sei quem é (n/a: Spencer? Jon? Não tenho a menor ideia, se alguém souber, faça o favor de dizer!) e eu era o cara com a máscara verde, porque tem uma hora que ele se recusa a fazer a dancinha retardada que os outros estão fazendo.

            Estaria tudo até bem... Se nós tivéssemos feito as cenas da festa também. Mas não tínhamos como fazer aquilo sem a ajuda dos outros semideuses, e o idiota do Will queria que fosse surpresa, portanto tivemos que inventar MAIS dancinhas retardadas para colocar naquelas partes. E não foi legal, porque Will e Grover inventaram as coreografias... Eu só queria que Will não tivesse mencionado meu nome, porque eu estava com uma máscara, então ninguém precisaria saber que era eu...

            Quando o vídeo terminou, todos aplaudiram (e a maioria estava rindo muito, inclusive Percy, Will e Grover), e finalmente levantei a cabeça.

            - Quando vocês fizeram tudo isso? – perguntou Travis.

            - Hoje. Eu só tive a ideia hoje – respondeu Will. – Mas nem foi muito difícil, gravamos quase tudo em uma tomada só, porque as cenas eram basicamente em uma sequência, mas...

            - Dá pra ver que foi tudo em uma tomada só – disse Connor. – Porque Nico cai e tudo isso...

            - Isso fazia parte do vídeo – disse Grover. – O cara que o Nico tava representando cai mesmo. Se bem que o Nico realmente caiu, não foi de propósito...

            - Bem, só estou feliz por ter acabado – Percy se pronunciou. – A minha fantasia era um saco... Aliás, porque eu tive que ser o Ryan?

            - Por causa do cabelo, sei lá – Will deu de ombros. – Porque você era o único que dava certo. Grover tinha que ser o outro lá, que fica meio endoidando com o pandeiro, e Nico tinha que ser o que cai e não quer fazer a dancinha... E eu tinha que ser o Brendon, é claro, porque você como Brendon não daria certo.

            - De qualquer forma – suspirei. – Estou realmente feliz por ter acabado. Agora, querem ver alguma coisa que preste? Eu tenho um DVD realmente bom aqui...

            - Ai não, Nico – resmungou Bianca. – Eu não aguento mais esse filme!

            - Saia da sala, então – retruquei. – O filme é legal.

            - Qual filme, pô? – perguntou Luke.

            - O estranho mundo de Jack – falei. Ouviu-se um resmungo coletivo por toda a sala. – Cara, como vocês são chatos! Esse filme é perfeito pra assistir no Halloween!

            - Mas todo mundo já assistiu esse filme! – lembrou Annabeth.

            - Tá bom, então – cedi. – Tenho outros aqui. Que tal “A noiva cadáver”?

            - NÃO! – todos disseram quase de uma vez.

            - “Planeta dos macacos”?

            - NÃO!

            - Você só tem filme de Tim Burton? – perguntou Thalia.

            - É – Bianca respondeu por mim.

            - Tem “Sombras da Noite”, pelo menos? – perguntou Chris.

            - Eu não, por que eu ia ter um filme desses?

            - Não é do Tim Burton, também?

            - É, mas é um saco!

            - E “Sweeney Todd: O barbeiro canibal”? – indagou Clarisse.

            - O nome do filme é “Sweeney Todd: O barbeiro demoníaco da Rua Fleet”.

            - Tanto faz! Você tem o filme ou não?

            Na verdade, eu até tinha, mas se dissesse isso, eles iam querer assisti-lo, e eu não estava a fim de ver aquilo.

            - Talvez.

            - “Batman, o Retorno”? – perguntou Pólux. Fiz uma careta.

            - Não sou lá muito fã do Batman. Ei, gente, eu só tenho filme do Tim Burton, isso não quer dizer que eu tenho todos os filmes dele! Eis os filmes que eu tenho: A Noiva Cadáver, O Estranho Mundo de Jack, Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, A Fantástica Fábrica de Chocolate, Frankenweenie, Edward, Mãos de Tesoura, Alice No País das Maravilhas e Bones.

            - Bones não é um filme – disse Bianca. – É um videoclipe de The Killers.

            - Mas foi feito por Tim Burton mesmo assim.

            - Não acredito que você tem Alice No País das Maravilhas – disse Clarisse.

            - Preconceito?

            - Gente – interveio Piper. – Acho que a melhor solução seria não assistir filme nenhum...

            - Vamos ver o do Sweeney Todd, vai – insistiu Clarisse.

            - Por quê? As animações são tão melhores – protestei.

            - Concordo com Piper – disse Jason. – Isso aqui vai terminar em uma discussão.

            - A gente também pode ver “Coraline” – falei. – Eu também tenho em DVD.

            - É do Tim Burton também? – perguntou Thalia.

            - Não tenho muita certeza. Mas faz bem o estilo dele, você não acha?

            - E eu lá sei o estilo dele?

            - Pessoal! – exclamou Silena. – Na boa, não vamos assistir filme nenhum, certo? Não queremos ver uma discussão entre Clarisse e Nico...

            - Porque isso terminaria mal – concluiu Clarisse.

            - Para você – acrescentei.

            - Nico, não provoca, ok? – repreendeu Bianca. – Você não está ajudando.

            - Aff – revirei os olhos. – As pessoas nunca entendem por que eu gosto tanto de Tim Burton. Eu me pergunto qual é o problema delas...