Shattered Dreams escrita por Labi


Capítulo 12
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

Menos palavreado e mais acção. Considerem este [fail] capitulo como a minha forma de vos agradecer pelos reviews ;_;



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Alfred chamou um táxi e pediu para ir o mais depressa possível para o hospital da cidade vizinha, onde os seus pais moravam. Ia sentado no banco traseiro e olhava pela janela completamente alheio a tudo. Arthur sabia que não podia falar com ele (senão o motorista ainda pensava que o americano estava a falar sozinho) mas custava-lhe ver Alfred assim.

Saiu sorrateiramente do bolso de Alfred, saltou para o seu colo e agarrou no polegar da mão direita do outro. O toque fez com que Alfred saísse dos seus pensamentos e olhasse para baixo. O anjo inclinou a cabeça e Alfred fez um meio sorriso triste forçado e abriu a mão.

Arthur abraçou o polegar e o americano agarrou o anjo com o resto dos dedos. Com um movimento rápido aproximou-o da sua barriga. O inglês bateu as asas furiosamente e quando conseguiu afastar-se um pouco, ferrando levemente Alfred para o efeito, olhou ameaçadoramente para o outro, mesmo não resultando muito bem já que ele estava a fazer biquinho e todo vermelho.

O americano voltou a olhar pela janela e Arthur apenas se deixou ficar quietinho.

Chegaram ao hospital, Alfred pagou o táxi e foi a correr para o edifício.

A senhora da recepção disse-lhe qual a direcção que tinha de ir, e então, ao chegar ao final de um corredor, viu a sua mãe falar com um médico.

"Mãe!"

Correu na sua direcção e reparou que a Sr.ª Jones tinha os olhos vermelhos. Abraçou-a e foi abraçado de volta.

"Alfred!"

"Como está o pai?"

A senhora abanou a cabeça lentamente e olhou para o médico, que respondeu:

"Ele está em coma, mas há forte probabilidade de recuperar."

Alfred começou a sentir o seu coração bater furiosamente e o pânico apoderar-se dele.

"Posso ir vê-lo?" perguntou, cheio de preocupação.

O médico acenou negativamente, "Não agora, ele está em repouso. Além disso a hora das visitas terminou e só um de vocês pode ficar cá durante a noite."

"Mas eu tenho-"

"Tem calma Alfred."

"Ele é o meu pai!"

"Eu compreendo ,senhor." disse o médico apologeticamente, "Mas vai ter mesmo de sair por agora..."

Alfred respirou fundo e olhou para a sua mãe:

"Vai para casa mãe, deves estar estafada..."

Arthur franziu o sobrolho e espreitou do bolso. A SrªJones tinha de facto um aspecto cansado. E agora que pensava nisso, ela era bem diferente de Alfred. Tinha os olhos castanhos e o cabelo escuro. Mas algo na sua expressão era bem similar a Alfred.

"Nem penses. Toma a chave e vai tu."

"Mas-"

"Por favor Alfred, estou cansada para discutir agora." disse ela, enquanto ajeitava a gola da camisola de Alfred e lhe beijou suavemente a testa, "Se tiver novidades eu ligo."

"Mãe..."

"Sem discussão."

"Ficas bem? ..."

Ela acenou com a cabeça e fez um sorriso triste. Alfred abraçou-a novamente e saiu do hospital.

A sua antiga cidade era ainda mais pequena, demoraria nem 15 minutos a pé para chegar á casa dos seus pais.

Acelerou o passo e tentou não pensar em nada.

Abriu a porta da entrada e caminhou pela casa nostálgico. Subiu para o piso de cima e entrou no seu antigo quarto. Esse quarto ficava no sótão, tinha uma janela semi-circular enorme e as paredes eram azul-céu mas estavam cobertas com posters de filmes e bandas.

Ele aproximou-se da sua antiga cama, que era de solteiro, e deixou se cair de costas tapando os olhos com as mãos.  Arthur saltou do bolso novamente e subir para a barriga dele.

"Alfred? ..."

Sentiu o americano tremer ligeiramente e, preocupado, percorreu todo o peito dele até chegar perto das suas mãos.

"Alfred..."

Tentou afastar as mãos dos olhos mas não tinha força suficiente, então arrastou uma delas apenas o suficiente para conseguir que Alfred olhasse para ele.

"Hey..."

O americano estava de olhos fechados e algumas lágrimas caiam dos seus olhos. Arthur estendeu o seu braço e limpou as que se estavam a formar no lado direito. As lágrimas tinham quase o tamanho das suas mãos...

Respirou fundo e voltou a usar magia para regressar ao seu tamanho normal. Quando acabou, sentou-se ao lado de Alfred.

"Tem calma... Ele disse que o teu pai ia melhorar..."

O americano sentou-se e apoiou os cotovelos nos joelhos, escondendo a sua cara nas mãos.

"Mas e se ele não melhorar? Ele... É o meu pai. É um herói para mim."

Arthur trincou o lábio inferior e abraçou o outro loiro.

"Ele vai melhorar... Não te preocupes."

Alfred deixou-se encostar ao anjo e pousou a sua cabeça no ombro dele:

"Como podes ter a certeza disso?"

"Não tenho. É apenas intuição."

Alfred aconchegou-se melhor nos braços do anjo e tentou controlar a sua respiração. Tinha de parar de chorar, desse no que desse.

"Agora tens de descansar... Ainda não dormiste nada de jeito desde ontem..." disse o inglês, com um tom culpado.

"Não quero. Quero esperar que a minha mãe ligue."

"Nem penses! Se ela ligar eu acordo-te, mas até lá tens de dormir."

Alfred suspirou e fechou os olhos, deixando o conforto e cansaço tomar conta do seu corpo.

"Arthur..."

"Huh?"

"S-se foi o teu pai nesta situação... Como reagirias?" , perguntou sonolento.

"Ignoraria."

"Por-"

O anjo suspirou e começou distraído a acariciar lentamente o cabelo de Alfred, "Porque ele teve um caso extra-conjugal que destruiu a família. Ele não era boa pessoa."

"O-oh... Desculpa ter perguntado... Deve ter sido horrível para a tua mãe."

"Não tem mal. E não foi. Ela morreu quando eu nasci. Mas foi horrível para a esposa do meu pai e para os meus meios-irmãos, que só por acaso me odeiam. Ou melhor, sempre estiveram na dúvida horrível se me deviam maltratar ou ignorar... Mas acabavam por fazer as duas coisas.", voltou a suspirar. Essas coisas do passado estavam enterradas. Ele já tinha morrido para a sua família há muito tempo, de certo que a sua morte oficial não causou grande impacto neles. Se calhar tinha causado alívio, mas enfim.

Os olhos de Alfred arregalaram-se com espanto. Então tinha sido por isso que eles não foram ao funeral... Tirou as mãos da cara e abraçou-se a Arthur, fechando novamente os olhos, "Desculpa ter perguntado", repetiu, "Não fazia ideia..."

Arthur ficou em silêncio por uns momentos e depois respondeu :

"Deixa lá. Não importa, de qualquer das formas, já estou morto. Não lhes faz diferença."

O americano tentou abrir os olhos, mas eles estavam tão pesados que já nem conseguia.

"N-não digas isso...", sussurrou e logo depois bocejou.

"Shh. Dorme...Eu depois explico melhor…"

Alfred acenou afirmativamente e fez força para trás para que os dois caíssem bruscamente, ficando mais confortáveis deitados. Aproveitou para se encostar mais a Arthur e acabou por adormecer mais calmo.

Eles tinham ficado descobertos e Alfred era demasiado pesado para que Arthur conseguisse levanta-lo sem o acordar, então abriu uma das suas asas e tapou o americano, criando um casulo de penas.

“Espero que não tenha frio…” pensou, enquanto tirava os óculos de Alfred e continuava a mexer-lhe no cabelo.


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Notas finais do capítulo

Erm, eu estive a pensar... O Luciano também tinha ficado bebâdo... Que dizem de eu fazer um "omake" e contar o que lhe aconteceu? *cof*