I think I need a miracle to make it through

I wish that I could bring you back

I wish that I could turn back time 'Cuz I can't let go

I just can't find my way

Without you I just can't find my way

(Simple Plan - Perfect World)

Acordou assustado, sentando-se sobre o colchão fino e um tanto duro. Olhou ao redor e tudo era branco. Deduziu estar em um hospital, mas não se lembrava o motivo que o levara até ali. Passou a mão pelo cabelo, o bagunçando. Sentiu uma leve pontada em sua cabeça e fez uma careta. Achava que estava enlouquecendo ou coisa do tipo. Tinha lembranças vagas dos dias passados e achava que estivera com Jasmine mais cedo. Mas isso era impossível. Jasmine estava... morta.

– Oh Deus. Eu estou ficando louco – disse para si mesmo, deitando novamente sua cabeça no travesseiro fofo. Mas o garoto levou um susto ao ouvir uma risada feminina invadir seus tímpanos. Levantou-se outra vez, notando a garota sentada na poltrona – caramba, Sel... Você me assustou! – Selena se levantou, indo em direção ao amigo – espera... Eu não lembro de ter te visto aqui na hora q...

– Justin, você precisa relaxar.

– Diga algo que eu não saiba – Selena riu novamente – mas é sério... Você não estava aqui quando eu acordei e...

– Como você está se sentindo? – ela perguntou mudando de assunto. Justin arqueou as sobrancelhas e a encarou com uma expressão um tanto estranha no rosto.

– Por que você fica mudando de assunto toda hora? – perguntou frustrado. Selena suspirou, puxando uma cadeira e sentando-se. Justin se remexeu incomodado na cama.

– Faça a pergunta que quiser – disse, o encarando – mas cuidado. Pense em como usar as palavras. Você tem apenas uma chance – o garoto franziu o cenho, confuso. Passou as mãos pelo rosto, impaciente. Voltou seu olhar para a amiga que continuava ali, o encarando com um meio sorriso estampando seus finos lábios. Frustrado, deitou-se na cama novamente.

– O que está acontecendo comigo? Eu estou ficando louco, não estou? Eu achei que estava com a Jasmine mais cedo... mas depois ela simplesmente desa...

– JUSTIN! – ouviu-se uma segunda voz feminina invadir o cômodo. Era Jasmine. Justin abriu a boca para dizer algo, mas a fechou em seguida – oh meu Deus! Você está bem? Fiquei tão preocupada... O médico ainda não sabe explicar o que exatamente aconteceu com você e... – ela ia dizendo enquanto se aproximava.

– Acho melhor deixá-los a sós para conversarem – Selena começou dizendo se colocando já de pé. Mas foi impedida por Justin que a segurou pelo braço. Jasmine os olhava com certo pingo de curiosidade.

– Nós não terminamos, eu preciso saber...

– Justin, não é hora nem o lugar certo para isso. Talvez quando não achar que está tudo rodando ao seu redor devêssemos retornar ao nosso tópico, sim?

– Não! – exclamou – digo – recomeçou, lançando um olhar para Jasmine que permanecera ali todo aquele tempo – eu preciso de respostas... agora – a cantora revirou os olhos. Ela se voltou para Jasmine, a puxando pelo ombro.

– Jas, por que não busca um café quente e borbulhante para o Justin? Ele vai pirar se não tomar um agora... Sabe como é... – mas Justin não ouviu o restante da conversa, só o que escutou em seguida foi a porta batendo – agora que estamos a sós, prossiga – Selena falou, ao voltar.

– O que está acontecendo aqui? E cadê a Nicole? E por que a Jasmine... Ela...? – ele não conseguiu terminar a frase.

– Justin, escute com atenção – a cantora fez uma pequena pausa – jamais brinque com palavras. Desejo não é brincadeira. Quando se quer tanto algo, esse algo se concretiza, você consegue entender aonde quero chegar não é? Existe um motivo de estar aqui, e a Nicole não estar. E você lá no fundo sabe de tudo. Você é capaz de se lembrar de tudo. Quando você aprender a lição terá aquilo que realmente merece de volta, ou talvez... Não.

– O quê? Como assim talvez não? Eu não estou entendendo quase nada...

– Você está entendendo sim.

– Não...

– Droga! – a garota bufou. E em seguida Justin apagou.

Segundos depois só sentiu um arrepio passear por seu corpo. Olhou para frente, e parecia impossível acreditar no que está vendo. Nicole estava ali. Nicole estava ali... Chorando. Sentia raiva de si mesmo, estava gritando com ela, e mal se lembrava do por que daquilo. Queria correr, mas seus pés pareciam grudados no chão frio. Olhou para o lado e Selena assistia tudo ao seu lado também. Sentiu uma forte dor de cabeça ao começar a ouvir as vozes que vinham de algum lugar distante.

- Eu não sou egoísta, Justin. Só quero que você volte a ser quem era antes para seu próprio bem. Eu jamais seria capaz de...

- Eu não me importo - retrucou - quer saber mais? As vezes acho que sem você nada teria acontecido - e passou por ela parando logo atrás - as vezes só queria voltar no tempo e fazer tudo diferente.

No minuto seguinte encontrava-se novamente no quarto. Suava frio e Selena o ajeitou na cama, o fazendo deitar. Sua respiração estava rápida demais e sentia que seu coração estava quase pulando por sua garganta.

– Agora você entende? – ela sussurrou em seu ouvido e num piscar de olhos já não estava mais ali. Justin acabou adormecendo.

xxx

Droga. Iria ficar ali até quando esperando? Olhou novamente para o relógio. Por que exatamente se encontrava naquele hospital? Ah é. Seu tio Scooter a arrastara com ele com a desculpa de que precisaria de uma ajudante. Talvez o tal de Bieber fosse incapaz de cuidar de si mesmo sozinho. Levantou-se ao notar Scooter indo em sua direção, ele parecia aflito.

– E aí, cadê o astro? – perguntou com ironia na voz. Scooter revirou os olhos, voltando a atenção para seu celular.

– Aparentemente ele fugiu e ninguém sabe para onde ele foi.

– Ah, que ótimo! Além de tudo é rebelde. Tudo o que eu precisava – falou, Scooter a encarou. Ele parecia estressado demais, até.

– Nicole, agora não é hora. Eu preciso mesmo que você me ajude a encontrá-lo. Eu não sei o que dizer para a mãe dele quando chegar aqui e descobrir que ele não está – a garota suspirou.

– Tô fora. Tenho meus próprios problemas – e ela saiu ignorando o grito do tio que ecoou pelo corredor vazio do hospital.

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Ela olhou novamente para o celular, o xingando mentalmente. Por que Tina não respondia a droga do celular quando precisava dela? Parou assustada, olhando o sinal que havia acabado de fechar para os carros. Quando colocou o primeiro pé na rua, escutou um grito de uma mulher logo atrás de si. Sentiu seu corpo bater contra algo e seu celular voou longe, mas depois não vira mais nada. Segundos depois caíra na escuridão. O range rover parara, e o garoto descera do carro correndo.

Puxou o rosto delicado da garota, o encarando. Mal podia acreditar. Não sabia se era sorte ou azar por revê-la. Os olhos se abriram.

– Você me deve um celular novo – a voz fraca dissera. E novamente os olhos foram fechados. O garoto deixou escapar um sorriso nervoso. Puxou a garota para perto, colocando seu corpo em cima de seu colo.

Talvez tivesse um pouco dos dois. Talvez a sorte viesse acompanhada do azar.

Continua...