The Sister Of My Best Friend. escrita por Biscoiita


Capítulo 22
Capitulo vinte e dois: - Deixar pra lá.


Notas iniciais do capítulo

Gente, essa fanfic já eté rendendo demais, pretendo acaba-la logo, em no máximo 10 capítulos... O que vai demorar um pouco mas enfim... Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/175076/chapter/22

A sexta-feira chegou com tudo. E com ela um convite para sair, uma festa – de alguém que eu não conhecia – ia rolar no clube. Eu não estava lá com esse clima de festa e tudo mais, mas precisava me distrair. E as pessoas que mais me fazem bem estão me chamando, os melhores amigos do mundo que perceberam que eu não estava tão bem assim ainda.


Eles passariam lá em casa por volta das oito da noite, e quando vi estava peto de 19h50min. Eu já estava bem pronta. 


– Uau! Você está linda – ele falou, quase cantando, enquanto eu descia as escadas.


– Eu sei. – ele me olhou um pouco surpreso, sorrindo, e eu piscamos pra ele, devolvendo o sorriso.


–Você ta ficando mais atrevidinha. – ele concluiu quase 30 segundos depois.


– E isso é ruim porque?


– Não falei que é ruim. – ele se sentou. – Eu até gosto.


–Que bom então. – eu disse, um pouco irônica, tentando disfarçar uma maldita e estranha alegria que nascia. Ele sorriu. Isso significava que ele ia começar um jogo.


– Você gosta que eu gostei?


– Você gosta que eu gostei que você gostou?


– O que? – ele piscou uma vez. — eu ri.


– É o seu jogo. Você deveria saber. – eu sorri. – Mais esperteza, Sasuke, vamos lá. — disse estralando dos dedos.


– É, - ele se levantou e caminhou para a cozinha. – eu definitivamente gosto de você atrevida.


– Você gosta de mim de qualquer jeito. – tentei imitar o sorriso prepotente que ele me lançava de vez em quando. Estava animada com aquele jogo. Ele parou perto da cozinha, um pouco perplexo, e eu me levantei, andando lentamente até ele.


– Como é? – ele se virou pra mim, e eu me aproximei. Dois segundos depois ele estava de costas para a parede e eu estava a um passo dele.


– Não precisa fingir, Sasuke. Admita, você gosta de mim. – o sorriso que eu tinha conseguido imitar estava faiscando no meu rosto. Ele estava sorrindo também, um pouco abestalhado.


– Eu não gosto. Pare de se iludir, Sakura. – ele tinha entrado no jogo. Estava falando comigo exatamente como eu falava com ele. Aproximei-me mais, e ele se se encostou à parede. Eu estava de salto e ele descalço, de forma que estávamos do mesmo tamanho. Pressionei um pouco meu corpo no dele, passando a mão pelo seu pescoço.


– Não precisa mentir pra mim. Eu vejo como você fica quando eu me aproximo de você assim. – apertei mais meu corpo junto ao dele. Sasuke não estava rindo. Assim como eu, estava atuando perfeitamente.

– É só desejo, corpo. Não tem nada a ver com gostar.

– Se você quer ver dessa forma...

– Eu vou sempre ver dessa forma. Porque é a verdade.

– Não é a verdade, e você sabe.

– Sabe que eu nunca vou confirmar isso.

– Sei sim. — disse com a maior indiferença possível.

E eu o beijei. Assim como ele sempre fazia comigo. Seguindo a mesma ordem das falas e dos movimentos. Ele sorriu no meio do beijo e passou os braços pela minha cintura, me prendendo junto a ele. Minhas mãos se enroscaram no seu cabelo, e eu não pude evitar sorrir também.


Não estávamos nem próximos do fim quando uma buzina soou do lado de fora da casa. Relutante, me afastei dele e me dirigi ao sofá, para pegar minha bolsa, indo para a porta logo depois.


– Entendi porque você faz isso.

– Isso o que? — ele disse, meio tonto ainda. Sorri


– Isso de ficar no controle e fazer todas as afirmações. — minha voz transparecia o sorriso. Perfeito!


– Ah. – ele sorriu.


– A sensação é boa. – foi a última coisa que eu disse antes de fechar a porta e correr para o carro, onde meu 3 salvadores me esperavam. A noite teria que ser muito boa para não me deixar pensar no que tinha acabado de acontecer.


Quando chegamos a tal festa, fomos direto para o quintal, que era todo gramado, com algumas poucas árvores. A casa estava lotada e, no meio de tantas pessoas, eu nem sabia quem era o dono dela. Não me preocupei muito com isso. Metade das pessoas ali também não parecia saber.


A música estava alta e a batida era do tipo que te faz querer dançar. Várias pessoas dançavam. Uma mesa com diferentes tipos de aperitivos tinha sido colocada em um canto, do lado de uma mesa com uma variedade enorme de bebidas, a maioria já pela metade. Sasori foi até ela, encheu quatro copos com uma mistura das garrafas que estavam no local, e veio nos entregar. Como ele tinha cumprimentado algumas pessoas que estavam no caminho, imaginei que ele era quem tinha dado um jeito de irmos naquela festa. Ino foi a única que não bebeu.


– Eu sei que é difícil de acreditar amiga, mas isso aqui ta gostoso.


– Bebe um pouquinho. Só pra você relaxar um pouco. — Gaara sorriu


– Alguém tem que dirigir na volta. Hoje eu vou ser a responsável. — todos olhavam para ela, perplexos.


– Deixa ela gente, a Ino ta certa. Eu bebo o copo dela, pronto. – Sasori falou rindo.


Todos nós rimos. Eu estava me sentindo bem. Despreocupada, sem nenhum pensamento me incomodando.


Depois de dançarmos, brincarmos, conversarmos com algumas pessoas até então estranhas e bebermos mais, fomos nos sentar. Eu estava exausta, mal sentia meus pés. Sasori foi buscar mais bebidas, e na sua ausência, o casal começou a se pegar do meu lado.


– Não. Se quiserem fazer alguma coisa, vão pra outro lugar. Sem putaria do meu lado. – eles riram.

– Qualquer coisa você entra na brincadeira e pronto. – Gaara riu, e minha amiga deu um tapa um pouco forte demais em seu braço. Eu ri em seguida.


– Você não pode beber. – Ino ficou emburrada.


Sem responder, ele avançou para ela, beijando-a e fazendo com que os dois quase caíssem sobre mim.


– Já falei que não quero putaria aqui! – Falei um pouco alto demais.

Gaara se levantou rindo e levou Ino pela mão. Ela sorriu pra mim um pouco antes deles sumirem do meu campo de visão. Instantaneamente, imaginei o motivo daquele sorriso meio malicioso dela, mas já tinha bebido muito para fazer aquele tipo de analise.


Sasori chegou com três copos na mão um minuto depois.


– Ué, onde foram?


– Foram fazer alguma coisa mais interessante do que conversar com a gente.


– Alguém vai se dar bem hoje. – ele estava sorrindo e quase cantando. Entregou-me um copo, colocou o que seria dado ao Gaara na mesa, e se sentou com o seu na mão.


– Ei, é da minha amiga que você está falando.


– Ela já é bem gradinha pra tomar conta dela mesma.


Eu ri de leve, e ele sorriu pra mim.


– Eu tô morta de tão cansada. – falei relaxando os músculos e por um momento os pés.


– Vou te fazer melhorar. – ele pegou meu copo da minha mão, e virou metade do copo do Gaara dentro do meu. Colocou a outra metade no seu copo.


– Você está tentando me embebedar.


– E isso é ruim? — não era uma pergunta.


– Depende das suas intenções comigo quando eu estiver bêbada. – eu ri da minha própria piada. Naquele ponto eu já tinha certeza que a bebida estava mexendo comigo. Ele se aproximou de mim e falou no meu ouvido.


– São as piores possíveis. – ele riu logo depois te ter falado isso.


– Acho que nós já bebemos demais. - eu sorri.


– Eu tenho certeza. – ele disse, virando o conteúdo do copo em sua boca. Jogou a cabeça para trás, encostando-a no sofá logo depois. Eu fiz a mesma coisa. Ficamos algum tempo em silêncio.


– Sakura, lembra da primeira... e única... vez que a gente ficou?


– Nooooossa! Viajou no tempo aí, foi? - ele riu, e eu ri também.


– É, um pouco sim. – ele se sentou de frente pra mim, na medida do possível, já que estávamos em um sofá.


– Lógico que lembro né, Sasori.


– Lembra que você falou que um dia a gente ainda ia poder ficar de novo? – ere sorriu.


– HAHA, lembro sim. Quanto tempo isso, cara. – eu estava começando a entender onde ele queria chegar com aquilo.


– E a gente ainda não ficou.


– É a vida né...


– Sakura...


– Você ta bêbado. Eu to bêbada. Sabe quais as chances da gente se lembrar disso depois? Não vale a pena. – tentei sorrir.


– Não poder nos lembrar é um argumento que eu usaria pra te convencer a fazer isso. – ele riu.


– E se nós nos lembrarmos?


– Quais são as chances?


No silêncio que se seguiu, tudo se encaixou. Era assim com Sasori. Suave, natural, delicado. Como da primeira vez, foi ótimo. A única que diferença era que naquele momento a bebida nos deixava mais atrevidos... Mais corajosos. Ele se inclinou para cima de mim e eu não me importei com quem estivesse vendo. Não chegamos a nos deitar. De alguma forma, era quase como se ele me respeitasse demais para fazer isso.


Ficamos ali não sei por quanto tempo. Foi até a Ino chegar, nos chamando pra ir embora. Já eram quase cinco horas da manhã.


*.*.*


Eu estava de boa no sofá e o telefone tocou, levantei, forçadamente me obrigando a atender o telefone. Ino.


– AMIGA! — ela estava feliz.


– Você ta bem feliz, hem. — minha voz era sugestiva.


– Isso é o que acontece quando você não bebe e não acorda de ressaca.


– Já que sabe que eu tô de ressaca, fala bem baixinho. - ela rui um pouco.


– Eu acho que já sei o que você vai dizer, mas ouve bem minha proposta antes.


– Só se sua proposta for ficar em casa sem fazer nada o dia inteiro.


– Não mesmo.


– Acho que não quero ouvir.


– Não tem que querer. É o seguinte: clube. Hoje é domingo e eu quero me divertir, já que ontem eu tive que ser a responsável do grupo.


– Ah é, obrigada por isso.


– Você vai me agradecer indo ao clube. Já consegui convencer os meninos a irem. E como o Sasori vai, aposto que você vai querer ir. – ela riu, me provocando, e eu fiquei paralisada por um tempo. A lembrança tomou conta de mim como uma corrente elétrica e eu não conseguia nem ao menos falar.


Era isso que eu tinha feito de errado, era disso que eu ia me arrepender. Eu tinha ficado com o Sasori. Demorei quase um minuto pra responder.

– O Sasori... vai?

– Acabei de falar isso, amiga. Então, você vai?

– Vou... Vou sim, amiga.

– Daqui a meia hora então, pode ser?

– Pode sim.

– Tchau, Saki.


Eu nem ao menos respondi. Me sentei no sofá e deixei que a surpresa e o espanto fossem as únicas emoções em mim: não deu certo. As perguntas começaram a surgir e, junto com elas, o medo e um pouco de arrependimento. Droga, eu me lembrava de tudo. Da conversa, dos beijos... Me lembrava até demais dos beijos.


O pior era, e se ele lembrasse também? Como iríamos nos encarar e voltar a ser amigos depois de termos nos beijado como nos beijamos? Como poderíamos continuar sendo apenas amigos depois de tudo aquilo?


Tentando tirar aquilo da minha cabeça, fui tomar um banho e me arrumar para ir ao clube. Eu estava ficando boa em me distrair, em não pensar em coisas desagradáveis pra mim. O único problema era que eu não conseguia fazer aquilo por muito tempo.


Vesti um short qualquer e uma camiseta, sem me preocupar com minha aparência. Enquanto calçava os chinelos, percebi que o sol que entrava pela janela do meu quarto fazia minha cabeça doer mais. Peguei o óculos de sol pelo caminho e deixei um bilhete para minha mãe, avisando onde eu estava e que não voltaria muito tarde.


Andei calmamente até o clube, reparando até na formigas que andavam em filas pela rua. Não queria ficar ansiosa demais, nem preocupada demais antes da hora. Sasori podia nem se lembrar do que tinha acontecido, assim como eu não estava me lembrando até Ino me lembrar. E ele tinha bebido mais do que eu, então as chances dele não se lembrar eram maiores. Respirei fundo e entrei no clube. Os três estavam sentados em uma das mesas mais afastadas da piscina e o Gaara e o Sasori também usavam óculos. Aquela estava sendo uma tarde difícil para todos nós, imaginei.


– Até você de óculos? – Ino perguntou com um largo sorriso.


– Nunca beba. É o meu conselho pras próximas gerações.


– Ham, então você vai parar de beber? – Gaara riu e passou a mão nos ócuos.


– Não falei isso. – eu sorri e me sentei à mesa. Sasori estava sentado distante de mim e não parecia sequer me olhar, mesmo estando com os óculos. Ficamos em silêncio por algum tempo.


– Alguém quer tomar alguma coisa? – Ino disse, três minutos depois.


– Suco. – eu disse.


– Água. – Gaara suspirou.


Somente Sasori não respondeu. Parecia envolvido nos seus pensamentos. Eu, Ino e Gaara nos entreolhamos.


– Sasori, vai querer alguma coisa? – ela repetiu a pergunta.


– Ah, não. Obrigado, Ino.

Ela saiu e voltamos a ficar em silêncio. Gaara deitou a cabeça na mesa, e eu olhei pro Sasori. Ele também estava me encarando, como se esperasse que eu fizesse alguma coisa. Eu sorri, sem muita animação, ainda receosa. Ele me devolveu um sorriso aberto, alegre, e com algumas expectativas. Depois, apontou com a cabeça para a piscina e ficou esperando por uma resposta. Eu me levantei.


– Então... – ele falou quando já estávamos sentados, com os nossos pés dentro da água. — Oi...


– É. Oi.


– Você também lembra?


– De tudo. – eu suspirei. Nenhum de nós falou mais nada por quase um minuto.


– O que é que nós estamos fazendo, hem? Foram só... muitos beijos. – ele riu. – Parece que nós matamos alguém na noite passada.


– Eu sei. Estamos transformando isso em uma coisa grande demais, não é? – também ri, percebendo o quanto toda aquela preocupação era ridícula. Era só o Sasori, meu amigo.


– Parecemos crianças.


– Que situação idiota.


Ficamos em silêncio por mais um tempo. Eu não sabia mais o que falar, e ele parecia estar pensando em alguma coisa.


– A gente precisa resolver isso? – ele falou uns dois minutos depois.


– Não sei. Você quer resolver isso?


– Não tenho certeza.


– Nem eu. Eu acho que... tenho medo.


– Eu não mordo, Sakura. Só se você pedir. – ele sorriu e eu o acompanhei.


– E se isso atrapalhar nossa amizade? Quero dizer, eu não posso perder você... Sua amizade.


– Eu sei, também tenho medo disso.


O silêncio voltou. Nesse tempo, eu o olhei uma ou duas vezes. Estava com a cabeça baixa, pensando.


– O que nós vamos fazer? – perguntei.


– Eu não sei. É meio que... Eu gosto de você, e muito. Você é bonita, engraçada, está sempre sorrindo e tudo isso. Mas... eu não nos vejo namorando, Sakura. Sei lá, acho que você se tornou quase uma irmã prima.


– É tudo que eu diria de você.


– Droga. – eu ri um pouco, e abaixei minha cabeça. Fiquei admirando meu reflexo na piscina por um tempo.


– Sabe, você é só quase meu irmão.


– E você é só quase minha irmã. – ele sorriu. Parecia ter entendido o que eu sugeri.


– Amizade colorida? – eu mordi o meu lábio, em dúvida. Mesmo sendo uma coisa que com certeza funcionaria, eu não sabia até onde aquilo poderia ir. Sasori era um dos meus melhores amigos e, claro, conseguia mexer comigo quando queria. Poderia ser ótimo pra nós dois, se não houvesse outras perguntas estúpidas surgindo na minha mente.


– Eu topo se você topar. – ele sorriu de lado.


– E como isso seria?


– Ah, não sei direito. Acho que a gente se pega, mas sem compromisso. – eu dei um tapa de brincadeira nele.


– Não fala assim, parece que eu não sou uma menina direita. Se pegar, fica ruim.– eu sorri e ele não falou nada. Apenas me deu um sorriso que dizia muito mais do que qualquer coisa que ele dissesse. Eu dei outro tapa nele, que riu.


– Ei, eu não falei nada. – ele riu com um olhar sugestivo


– Eu sou uma menina direita, SIM.


– Não falei nada. – ele riu de novo e ficou mais sério logo depois. – Mas e aí, topa ou não?


Eu pensei nas perguntas que ecoavam na minha cabeça, mas ignorava as respostas que eu arrumava pra elas. Repeti pra mim mesma que estava ficando louca, e que aquilo era só uma fase, e que iria passar. E que eu não podia deixar de ter momentos ótimos com Sasori só por causa de uma fase idiota.

– Ta. Eu topo. – disse.


– Topa? – ele sorriu.


– Você também topa, não é?


– Não, Saki. Eu não topo. – ele falou sério, e sorriu meio minuto depois. Tentei dar outro tapa nele, mas ele me segurou e me puxou pra perto de si. Nossos rostos ficaram a 5 centímetros de distância. – Se nós vamos fazer isso, você tem que saber de uma coisa. Eu não gosto que me batam. Eu gosto de bater. – ele me lançou um sorriso de lado, meio malicioso.


– Você vai bater em outra então. Eu não gosto de apanhar. – eu não tinha percebido antes, mas estava sorrindo também.


– Eu vou pensar nisso, mas não prometo nada.


– Se você me bater...


Ele interrompeu minha fala com um beijo. Era doce, suave, respeitoso, mas com a pegada incrível que ele sempre teve. Era difícil entender como ele conseguia ser assim.


De novo, ficamos ali até que a Ino nos chamou. Ele não me pegou pela mão, como um namorado faria. Não éramos isso, e eu fiquei feliz dele ter essa noção. Inesperadamente, me levou em suas costas, de cavalinho... Como um amigo faria. Eu gostava da relação que teríamos. Era algo que já estava me fazendo bem.


Ficamos no clube até começar a anoitecer. Fomos andando juntos para a casa, e como quando voltávamos da escola, minha casa foi a primeira em que chegamos. A única diferença é que dessa vez alguém ficou comigo, ao invés de continuar seu caminho.


– Sabe que pode ir pra casa? – falei.


– Sei. – ele sorriu e seus olhos acompanhavam o sorriso. Agora que estávamos sem os óculos podíamos realmente ver um ao outro, sem nada para esconder nossas emoções verdadeiras. Ele me abraçou, e andamos abraçados até a porta. Ficamos em pé lá.


– Então é isso, né?


– Acho que sim.


– Você acha que vai dar certo, Sasori?


– Não vejo porque não, Sakura. E se não der, nada vai ser diferente. Só não vamos mais ficar assim, você sabe. Porque nós ainda somos amigos, certo?


– Amizade colorida. – eu falei, quase que pra mim mesma. – Certo.


– Vem cá, vem. Não precisa ficar com medo de perder a nossa amizade, ta? Eu não vou deixar isso acontecer.


– Jura?


– Juro.


Ele me beijou de novo, e eu tentei esquecer os meus medos. Era quase fácil. Ele tinha esse efeito sobre mim, sempre tinha tido.


Estávamos distraídos em nós mesmos quando a porta começou a se abrir. Me separei dele instintivamente e olhei pra porta que se abria. Sasori sorriu, meio debochando de mim, enquanto olhava pra porta também. Era a pessoa que eu não esperava ver naquele dia. A única pessoa que eu não queria ver naquele momento.


Ele olhou pra mim e pro Sasori, e seus olhos pousaram, por uma fração de segundos, sobre meus lábios. Ele concluiu o óbvio.


– Desculpa, er não queria atrapalhar. – ele sorriu, meio sem graça. Mas dava para ver sua raiva e espanto por de baixo da voz calma.


– Nada Sasuke – os dois se cumprimentaram como velhos amigos. Às vezes eu me esquecia que ter colocado os dois no mesmo carro para fazer aquela viagem até a praia tinha os aproximado. Eu sorri para o cumprimento dos dois, também meio sem graça.

– Então... Acho melhor eu entrar. – falei

– E acho melhor eu ir. – ele me puxou e me deu um selinho rápido. Foi embora logo depois.

Eu entrei em casa, e dei oi para minha mãe e meu irmão que assistiam a televisão na sala. Subi para o meu quarto logo depois. Ele tinha visto, e estava na cara que não tinha gostado. Eu gostei disso, mais do que deveria. Droga! Droga!


Enquanto estava lá, mais perguntas pipocaram na minha cabeça. Deitada de barriga pra cima na cama e coloquei o travesseiro na minha cara, tentando fazer os pensamentos que eu tanto odiava sumirem. Ouvi a porta se abrindo algum tempo depois, mas continuei na mesma posição. Passou-se mais algum tempo até que minha proteção foi arrancada do meu rosto.


– Vai morrer sufocada. – Sasuke disse.


– Eu não ligo.


Ele me entregou o travesseiro novamente e sorriu.


– Vai em frente.


Eu joguei o travesseiro nele e me sentei na cama. Ele estava sorridente demais.



– Que foi?


– O Sasori? Sério? – ele estava com um sorriso quase de deboche no rosto. Foi o bastante para que eu me sentisse ofendida. E me ofendesse pelo Sasori!


– É. O Sasori. Qual é o problema? Pensei que ele era seu amigo.


– Ele não chega a ser isso.


– Não quero você falando mal dele. É meu amigo.


– Pareceu mais do que amizade de onde eu estava vendo.


– É... Difícil de explicar.


– Amizade muito colorida? – sugeriu.


– Acho que sim. – eu suspirei. Ele fez sinal para que eu arredasse e se sentou do meu lado na cama.


– Ele não parece ser o seu tipo de cara.


– Desde quando você sabe qual é o meu tipo de cara?


– Não tô falando que sei. – ele sorriu pra mim, se defendendo. – Falei que ele não parece seu tipo de cara.


– Ele não a minha ideia de cara perfeito... Mas chega perto.

– Se pra você está bom assim.


– Pra mim está ótimo assim.


Ficamos em silêncio por um tempo indeterminado. Ele se distraiu reparando em cada detalhe do meu quarto, e eu me dividia em olhar pra ele e olhar pra minha unha. A falta de barulho começou a me incomodar.


– Então... – comecei.


– O que?


Eu também não sabia o que. Pensei um pouco antes de responder, e sem que precisasse me esforçar um assunto surgiu na minha cabeça. Era algo que eu queria saber.


– O que aconteceu ontem a noite?


– Você chegou bêbada e eu te trouxe até seu quarto. – disse fechando as feições do rosto.


– Disso eu lembro. Mas... Você falou mais alguma coisa. E não estava sorrindo. O que você falou? Não consigo me lembrar disso.


– Não é algo que você precise saber. Não vai morrer se não descobrir.


– Provavelmente não. Mas me irrita não conseguir lembrar. – ele suspirou uma vez.


– Eu te perguntei por que você fez aquilo. Porque tinha bebido tanto. Você estava horrível. Não era bem você. Eu tive que te mandar falar baixo várias vezes. Estava quase gritando.


– Tava tão ruim assim?


– Bastante. Não sei por que você fez isso com você. É o tipo de coisa que, sei lá, eu esperaria de mim. Não de você.



– Você pode ficar bêbado e eu não?


– Não é isso. É que você é menina. E não é preconceito meu, mas é que as pessoas comentam mais quando uma menina fica bêbada. Você não precisa passar por isso.


Eu raciocinei suas palavras por um minuto. Ele não queria que falassem de mim. Também sabia que a bebida me fazia mal e não queria que eu fizesse mal a mim mesma.


– Você se preocupou. – não era uma pergunta. – Por isso estava sério.


– É... Foi, mais ou menos isso... – ele falou, se levantando. – Somos amigos, né Sakura. Eu meio que me preocupo com você e tudo isso. Vou descer ta?


E ele saiu do meu quarto, fechando a porta. Eu fiquei imóvel, sem me mexer nenhum centímetro. Ele se preocupava comigo. Aquela estranha e estúpida alegria começou a nascer em mim novo. Eu realmente odiava me sentir assim.


Meu último movimento da noite foi me virar de barriga pra baixo e afundar meu rosto no travesseiro, para afastar aquele sentimento idiota de mim. Adormeci ali mesmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_64/set?id=80679752
http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_65/set?id=80682640
Gente, eu pensei nela 'para matar', vou deia com vocês o visual, mas adorei esses!