Genes: Você Não É A Única! escrita por Marilapf, Amis


Capítulo 9
Capítulo 8 - Pós baile


Notas iniciais do capítulo

O nome do capítulo vai ser esse mesmo por falta de um melhor...
:)
# Mari



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/174905/chapter/9

Na segunda-feira a excitação no ar era palpável. Todos falavam sobre o baile e como havia sido perfeito, mas Mary só conseguia pensar em 3 coisas: na Lizzie, na Bridget e na Melanie. Havia passado o almoço analisando as garotas e pensando no melhor modo de aborda-las.

Ela chamou Lizzie e Bridget para encontra-la na quadra depois das aulas para treinar e para conversar, respectivamente. Mas não sabia como falar com Melanie, que era tão introvertida e parecia odiar Bridget, o que devia refletir em Mary, já que as duas eram amigas.

Depois do almoço ela seguiu Melanie até seu armário, para aprender onde era, e mais tarde deixou um bilhete com uma assinatura falsa do coordenador, pedindo para a menina se encontrar com ele na quadra para discutir assuntos acadêmicos e futuras universidades depois da aula, não sabia se a garota acreditaria, já que a quadra era um lugar estranho para esse pedido, mas, pelo que Mary ouvia, a menina era uma nerd e tanto e nunca recusaria um convite como aquele.

A morena passou pelas aulas ansiosa para contar as meninas que todas elas tinham algo em comum, que elas não precisavam temer, já que não estavam sozinhas. Tudo seria diferente agora, Ela não estava mais sozinha e isso a deixava radiante de felicidade. A menina nem ligou quando o professor de geometria lhe deu um 0 em um trabalho mal feito, ou quando uma garota pisou no seu pé na aula de educação física. Ela estava feliz, e nada poderia mudar isso.

*-*-*

Mary foi a primeira a chegar na quadra depois da aula. Andava de um lado para o outro, ansiosa, e não conseguia parar de pensar em como abordaria o assunto com as três. Logo depois Melanie chegou.

– O sr. Lowys também quer falar com você ? – a menina perguntou timidamente, se encolhendo um pouco ao perceber que Mary era uma das amigas de Bridget.

– Sim – respondeu Mary, sorrindo ao perceber que Melanie viera afinal.

Lizzie chegou logo em seguida, vestida para treinar, com uma bola em baixo do braço. Seu olhar passou de divertido para Mary á desconfiado para Melanie.

– Ah, Mary, a gente não ia... – mas ela não conseguiu terminar a frase, pois Bridget entrou falando.

– Então Mary, sobre o que você queria falar – a loira parou bruscamente e olhou em volta confusa, assim como Melanie e Lizzie.

Mary suspirou e começou a sentir o clima tenso pairando no ar. Talvez, ter chamado as três de uma vez não tivesse sido uma boa ideia.

– Eu vou embora Mary – avisou Lizzie enquanto Melanie descia das arquibancadas e ia em direção à porta.

A garota não pensou duas vezes e correu para a porta de ferro, bloqueando sua entrada com o corpo.

– Não podem sair – ela falou com determinação. – Temos que conversar antes.

Lizzie arqueou as sobrancelhas e jogou a bola no chão, fitando Mary com descrença.

– Conversar? – perguntou Lizzie. – Não mesmo! Não vou conversar com a Polly Pocket...

Mary suspirou e balançou a cabeça avidamente.

– Não, eu tenho que conversar com as três juntas.

Bridget, que até aquele momento, lixava suas unhas enquanto ouvia a conversa, desviou sua atenção para Lizzie e Mary.

– Sobre o que? – ela perguntou.

– Sobre vocês. – respondeu sem relaxar em nenhum momento diante da porta.

Lizzie riu sarcasticamente.

– Olha, não vou começar a gostar da oxigenada só porque você quer – falou Lizzie apontando com nojo para Bridget.

A loira tocou em seus cabelos dirigindo um olhar raivoso a morena.

–Eu sou loira naturalmente, não uso química nenhuma em meu cabelo! – retrucou com a voz fina, o que obviamente todas ignoraram.

– Não é sobre isso. – Mary disse calmamente. Logo depois ela respirou fundo e se afastou um pouco da porta. - É sobre vocês serem... Eu não sei como posso dizer isso, talvez o termo certo seria :especiais? – sugeriu com cautela, observando cada reação delas.

*-*-*

Faith esperava impaciente sua irmã. Haviam se passado 10 minutos. Uma risada sarcástica escapou pelos lábios da garota. Justo Lizzie que sempre reclamava quando Faith demorava muito.

Irritada, a menina pegou o celular e tentou ligar para Lizzie algumas vezes, sem obter nenhum contato com a irmã.

Cogitou a possibilidade de mandar uma mensagem bem mal criada para a mesma, mas sabendo que isso em nada ia afetá-la, desistiu.

A ruiva resmungou baixinho enquanto entrava novamente na escola procurando a garota em cada sala de detenção em que ela poderia estar, mas ela não estava. Era simplesmente impossível Lizzie ter sumido de uma hora para outra.

Faith já havia rodado a escola inteira, quando se lembrou que sua irmã poderia estar na quadra, treinando basquete.

Feliz com a sua solução para o sumiço da garota, ela caminhou apressadamente até o corredor que levava a porta de ferro da quadra.

Foi então que ela ouviu vozes através da porta. Abriu de leve a mesma e olhou para dentro da quadra, encontrando Bridget, Mary, Lizzie e a menina que não lhe sorriu de volta lá dentro.

– Não sei do que está falando Mary – ouviu sua irmã dizer e sem fazer barulho a ruiva mudou de posição para poder enxergar melhor o local e as meninas.

– Sabe sim, você sabe, as três sabem. – Mary fez uma pausa e Faith viu ela respirar fundo - Vocês são especiais, podem fazer coisas que ninguém mais pode e eu sei disso... – concluiu ela, tentando se aproximar das meninas de uma forma amigável.

Bridget deu um passo para trás, fazendo o barulho do salto ecoar pela quadra.

– Elas duas podem até ser anormais. – disse apontando para Melanie e Lizzie. - Uma é feia demais e a outra é hiper agressiva, mas não acho que isso as tornam especiais, acho isso digno de terapia. – ela disse com desdém se achando muito engraçada.

Lizzie fez menção de avançar na loira, mas desistiu, sabendo que seria inútil, na verdade afetaria mais um cérebro que já estava em estado deplorável.

– Cala a boca senhorita Polly pocket vadia dos infernos – urrou Lizzie.

A loira revirou os olhos.

– Vem calar – respondeu ela, mas Mary se colocou entre as duas, não permitindo que nada estragasse seu dia perfeito, muito menos a infantilidade das duas.

– Você! – falou apontando para Melanie, que arregalou os olhos – Você não caiu da janela no dia do baile e eu sei como você fez isso. Eu pesquisei, e o que você faz é muito legal, criar campos de força e tudo o mais – ela informou fazendo Melanie abrir a boca surpresa e deixando as outras duas confusas. - Agora a Bridget aqui... – apontou para a garota, fazendo está franzir o cenho - Ela também faz coisas legais, ela é telecinética.

Bridget bufou, fazendo um gesto de descaso com a mão. Do outro lado da porta, Faith arfou. Como assim Telecinética? Pensou confusa.

–Tudo bem Mary, chega de contar histórias da carochinha – falou Lizzie em tom de brincadeira.

Mary suspirou.

– Não são histórias da carochinha, Lizzie, e você sabe muito bem que estou falando a verdade. Você controla a luz e eu a vi fazendo isso. – informou fazendo a mesma dar um passo para trás, tão surpresa quanto as duas outras. – E não precisam ter medo, eu sou como vocês. – disse em um tom calmo, tentando tranquiliza-las.

Uma risada, tímida e totalmente desconhecida fez eco pela quadra.

– Ah é? – falou Melanie se pronunciando pela primeira vez – Então prove! – desafiou irritada.

Bridget e Lizzie assentiram ao desafio dela, encarando Mary de uma forma estranha.

Esta então deu de ombros e pegou a bola do chão. Olhou concentrada para a mesma, fazendo alguns filetes começarem a aparecer na bola. E, em questão de segundos, a mesma estava coberta de gelo.

– Meu Deus – exclamou Bridget, em um misto de surpresa e preocupação.

Mary riu com a atitude dela.

– Acreditam agora? – perguntou.

As meninas ficaram em silêncio durante alguns segundos, antes de Bridget quebrar o mesmo.

– De qualquer modo, eu não tenho isso aí...

– Não, o seu é diferente do meu, só isso. – explicou a garota calmamente, toda paciência era necessária naquele momento. - Vamos garotas, eu sei o segredo de vocês... – ela repetiu, batendo o pé no chão. Não seria simplesmente mais fácil se elas aceitassem isso e pronto?

– Como você descobriu? – falou Bridget.

Lizzie revirou os olhos.

– Parabéns gênio, agora a gente sabe o que você também tem! – disse.

– Ou que todas nós temos – retruco Melanie, baixinho.

Mary sorriu. Ótimo, faltava apenas uma.

– Não seja tão difícil Lizzie – falou Mary soando um pouco manipuladora – Eu sei do poder da Bridget, porque eu vi, no momento em que sua bolsinha flutuou no baile. – explicou a garota, calmamente. - Eu vi como Melanie não caiu pela janela e vi como Lizzie apagou as luzes do salão quando Bridget a irritou muito. – discursou - Eu vi todas essas coisas e posso ajuda-las a controlar isso...

– Pode? – perguntou Lizzie, cedendo

Mary abriu um sorriso de alívio. Não fora tão difícil como ela imaginara.

– Posso... – respondeu, se lembrando que antes ela estava sozinha, para aprender, para esconder seu segredo e até para lidar com aquilo. Mas, naquele momento, ela podia ajudar as outras meninas, fazer companhia, não se sentir tão diferente assim.

Nesse momento Faith adentrou na quadra com raiva e empurrou a irmã.

– Como você pôde não me contar isso Liz? – ela disparou a pergunta com lágrimas nos olhos. - Eu sou sua irmã, pensei que confiasse me mim!

Todas olharam assustadas para a menina, principalmente Lizzie que nunca havia visto Faith agir daquela forma.A verdade era que a menina se sentia traída, pois se ela soubesse que sua irmã também podia fazer coisas estranhas, ela não se sentiria tão ruim e nem tão monstruosa. Sua irmã havia compartilhado aquilo com meninas que mal ela conhecia, inclusive com sua arqui-inimiga, mas não tinha nem pensado em contar para Faith.

Lizzie dirigiu um olhar descrente para a ruiva.

– Faith, o que deu em você? – perguntou se recuperando do choque.

A ruiva secou algumas lágrimas de raiva e encarou a irmã com ódio.

– Eu sou sua Irmã, e você conta tudo para elas. Elas Lizzie... – a menina enfatizou, apontando para Bridget e Melanie. - E não para mim.

Pelo canto do olho ela pode ver sua irmã se aproximando, mas Faith não permitiu nenhum contato.

– Mary descobriu sozinha. – Lizzie tentou explicar.

Um pouco mais calma, ela suspirou.

– Você acabou de admitir Lizzie...

Sua irmã revirou os olhos e bufou.

– Como você é dramática, Faith. E desnecessária!

Faith suspirou.

– Você escondeu isso de mim, Lizzie. – disse chateada. - E isso não é desnecessário. Eu fiquei sozinha, com medo de mim mesma e tudo isso porque você não quis me contar!

– Espera ai, o que? – perguntou Lizzie, olhando desconfiada para a irmã.

– Nada. – respondeu Faith percebendo o que acabara de dizer e olhando em volta para disfarçar. – Eu vou para casa, Lizzie, fique com seu clubinho treinando. – disse com um pouco de veneno na voz.

Mary deu um passo em direção a ela decidida.

– Você não vai não! – falou segurando a menina pelo braço – Você também consegue? – perguntou, olhando nos olhos verdes da garota.

A menina desviou o olhar.

– Isso não é da sua conta – falou soltando seu braço com força.

Mary deu um passo para trás surpresa com a reação da garota.

– Nossa, você já foi mais simpática... – resmungou Mary – E você não precisa ficar assim. Felizmente, você disfarçou bem melhor que as outras, senão eu teria a convidado para “festa”. – disse fazendo aspas com a mão. - Se bem que vocês são gêmeas, então eu devia ter deduzido que você também conseguia... – concluiu para si mesma.

Faith deu de ombros.

– Lizzie não teria me contado de qualquer forma, e não quero participar do seu grupo Mary.

A outra revirou os olhos.

– Não é o meu grupo, é o nosso grupo. Nós precisamos nos unir, ninguém consegue lidar com isso sem ajuda por muito tempo. – tentou explicar, sem conseguir realmente convencer a ruiva.

– Você conseguiu. – ela rebateu.

Uma careta surgiu no rosto de Mary. Se ela achava que o maior obstáculo seria convencer Lizzie, ela estava seriamente enganada.

– Eu não tive escolha.- disse. - Mas agora tenho, e você também.

Bridget se aproximou de Faith.

– O que você faz? – perguntou a ela, curiosa.

Faith considerou dar uma resposta fria para a loira, mas lembrou do dia em que Bridget fora simpática única e exclusivamente com ela e desistiu.

– Eu... – sua voz falho devido a dúvida. De repente uma ideia surgiu em sua cabeça. E se ela estivesse enganada e não fizesse nada de especial? - Eu acho que faço as coisas pegarem fogo, principalmente quando eu estou assustada.

Mary sorriu radiante.

– Legal! - exclamou. – Eu gosto de variedade e nós quatro adoraríamos te ter no grupo.

Bridget riu.

– Espera, nós quatro? – falou incrédula. – Não mesmo! Eu não vou estragar minha reputação andando com a nojenta da Melanie e nem com a louca da Lizzie – disse deixando a quadra com passos rápidos e determinados.

A líder suspirou.

– Pelo menos temos você, Faith – concluiu Mary, olhando por onde Bridget saíra.

A ruiva riu da mesma forma que Bridget fizera.

– Não, desculpa, mas não tem. Não quero entrar para esse grupo, tenho outras coisas para me preocupar – respondeu Faith – E Lizzie, eu estou indo para casa – terminou indo em direção a porta também.

Mary suspirou.

– Tudo bem, então somos nós 3, certo? – perguntou, olhando para cada uma presente na quadra.

– Certo – disse Melanie, feliz por não ser a única e por finalmente ter sido incluída em algo.

– Certo – falou Lizzie, ansiosa por ter controle sobre seus poderes.

A outra bateu as mãos de forma animada também.

– Ótimo, então vamos começar!

*-*-*

Faith passou por Bridget, e esta segurou seu braço.

– Você não pode contar isso para ninguém! – disse com um certo desespero na voz. - Por favor, imagina o que as pessoas falariam ou o que meus pais fariam...

A ruiva assentiu.

– Tudo bem, eu também não quero que ninguém saiba - respondeu entendendo os argumentos da outra. Ela simplesmente não queria imaginar o que aconteceria com todas se algum órgão governamental descobrisse aquilo.

A partir daquele dia Mary, Lizzie e Melanie só eram vistas juntas, graças ao seu grupo de treinamento e da proximidade que as três começaram a ter. Bridget continuou sendo a mesma, estragando a vida de algumas pessoas, principalmente a de Mary e Melanie quando estas estavam sem a presença de Lizzie, simplesmente por puro capricho seu. Faith continuou a andar com suas amigas, além de ter uma certa proximidade com Bridget, pois estas se encontravam ocasionalmente para discutir os melhores jeitos de controlar os poderes e disfarça-los, de modo que ninguém nunca descobrisse.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Devem ter alguns erros (porque eu fiquei com preguiça de terminar de revisar - não julguem)
Deixem críticas, sugestões, blablabla
Bjs
# Mari



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Genes: Você Não É A Única!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.