Genes: Você Não É A Única! escrita por Marilapf, Amis


Capítulo 6
Capítulo 5 - Tentativas


Notas iniciais do capítulo

Já era pro capítulo 5 ter saído, mas deu uma pequena confusão... de qualquer forma, tá aí...
#Mari



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Melanie bufou, se irritando consideravelmente com suas tentativas inúteis de executar o que ela fizera com a explosão da cafeteira. Pela terceira vez então, ela se concentrou e manteve o foco, na esperança de gerar um campo de força como o anterior. Infelizmente aquilo era muito mais difícil do que pensava.

Pensando nisso, ela teve um brilhante ideia. Se ela revivesse a cena, explodisse alguma coisa, talvez ela conseguisse algo.

Saltitante , ela foi para o quintal e jogou álcool na grama, o espalhando para formar uma poça. Logo depois jogou alguns gravetos e folhas secas que se encontravam empilhadas no jardim, seguido do fósforo aceso. Com medo do fogo se apagar rapidamente, retornou correndo para sua casa e procurou algo na cozinha que pudesse causar uma explosão. Varrendo os olhos pelas prateleiras do local, avistou a garrafa de vodka de seu pai, que ele praticamente esquecera da existência, e a pegou, voltando para a fogueira.

Suspirando fundo, abriu a garrafa e a jogou em direção ao fogo. No momento em que as chamas eclodiram com o conteúdo, um estrondo se formou e as chamas aumentaram, queimando as mãos desprotegidas e despreparadas da garota.

–Ai! Minha mão... – berrou, olhando com raiva para o fogo.

Gemendo de dor, entrou na casa outra vez, e passou uma das pomadas naturais que se encontrava na caixinha de primeiros socorros.

Após isso, ela se dirigiu novamente ao fogo, carregando um cobertor para conter o mesmo. Jogou o cobertor no local e as chamas subiram ainda mais, a assutando. Dando um passo para trás, ela cobriu o rosto com as mãos, sentindo o medo de se queimar outra vez fazer seu coração bater dolorosamente.

Pela segunda vez naquela semana, porém, nada aconteceu e lentamente ela abriu os olhos. Entre ela e o fogo havia uma bolha transparente, que a protegia do mesmo.

Sem conseguir evitar o sorriso, apesar das queimaduras, ela saiu do local, caminhando em direção a garagem, e voltando com o extintor de incêndio na mão. Ela havia conseguido, aquilo era o mais importante.

*-*-*

Lizzie se olhou para seu reflexo no espelho do banheiro, apoiando suas mãos na pia de mármore.

Ao escutar a porta do seu quarto se fechar, a menina suspirou e imaginou que sua irmã houvesse saído do mesmo. Aproveitando esse momento sozinha, decidiu que tentaria fazer o “ troço” com as luzes novamente, que nem ela fizera no final de semana.

Fechando seus olhos, ela se concentrou na escuridão durante alguns momentos, antes de abri-los e perceber que a luz do espelho continuava igual.

–Droga! – ela disse, se irritando com aquilo.

E se não fosse realmente verdade? Ela seria apenas mais uma garota normal.

Não gostando desse pensamento, pois ela havia se acostumado e se deleitado com a ideia de ter algo sobrenatural, ela tentou mais algumas vezes essa tática, sem surtir nenhum efeito.

–Lizzie! – a voz de sua irmã a fez se desconcentrar.

–O que foi dessa vez? – perguntou com a voz irritada.

Através da porta, ela pode escutar sua irmã batendo o pé impacientemente.

–Eu também quero tomar banho, então por favor...

–Cala essa boca, garota! – ela berrou, sentindo sua raiva crescer.

Será que não era possível, em um minuto sequer, ter um momento sozinha e com privacidade? Se perguntou, voltando a fechar os olhos.

–Não seja grossa, Lizzie... – sua irmã pediu, a fazendo se desconcentrar outra vez.

Irritada demais, ela bateu com força o punho na pia.

–Me deixe em paz, Faith! – berrou e no mesmo momento, as luzes piscaram até se apagarem por completo.

Faith, que estava escorada do batente da porta, olhou incrédula para a luz apagada e para sua falta de sorte.

–Ótimo, agora terei que tomar banho frio! – exclamou impaciente.

Mas Lizzie já não há ouvia mais, estava surpresa. Era isso que acionava os poderes. Satisfeita, respirou fundo e as luzes, como o esperado, retornaram assim como sua calma.

Sorrindo, abriu a porta e abraçou repentinamente a irmã.

–Valeu, maninha. – disse.

Faith, estranhando não só a demonstração de carinho, mas de loucura, lhe fitou com confusão.

–O que? – perguntou.

Lizzie deu de ombros e se jogou em sua cama.

–Nada, Faith, nada... - falou com um sorriso nos lábios se jogando na cama.

*_*

Bridget estava parada no meio de sua enorme sala de jantar, disposta a testar se aquilo que lhe ocorrera antes era realmente verdade.

O único problema era: como?

Tendo uma pequena ideia do que fazer, ela subiu na mesa de mogno que havia lá. Não era tão alto quanto ela imaginava ser, mas já era um bom começo.

Com um leve impulso, ela se jogou da mesa e caiu de pé. Não daria certo, precisava ser algo tão, ou mais, alto que a cama elástica do ginásio.

Andando de um lado para o outro, começou a pensar no que, até que um pensamento maluco se sobressaiu dos outros.

“O telhado!”, pensou, já se dirigindo as escadas que a levaria para o sótão, e o único caminho.

No momento em que ela abriu o alçapão, cogitou não subir lá e procurar outros meios de descobrir como levitaria, o lugar era escuro e meio assustador. Infelizmente, ela já estava lá e como não tinha muito mais o que fazer, estufou o seu peito e criou coragem para subir e se esgueirar pela minúscula janela que lhe dava acesso ao topo do telhado.

Ao passar, acabou batendo o pé na madeira da janela e gemendo baixinho, se arrastou até a borda do telhado, percebendo o quanto sua casa era alta. Engolindo seco, fechou os olhos e pulou.

Baque. Foi o único som ouvido quando o corpo da loira atingiu o chão.

–Ai! Ai! Ai! – ela gritou, se levantando rapidamente e tentando se certificar que continuava viva, sem nenhum osso quebrado ou algo do tipo. Percebendo que permanecia intacta, ou quase, por causa dos arranhões e futuros hematomas, suspirou aliviada.

Infelizmente, mesmo com a altura absurda, ela não conseguira levitar.

Chateada com aquilo, voltou a fazer o caminho para o telhado, decidida a pular outra vez. Porém, quando olhou novamente para a altura que se encontrava, acabou desistindo, com medo de se esborrachar no chão novamente, e se sentou para apreciar a vista.

Delicadamente, uma borboleta passou voando perto dela e ela se pegou imaginando como seria bom poder ser tão leve e livre quanto ela. Esticou a mão delicadamente tentando tocá-la.

A borboleta desviou ligeiramente da mão pequena de Bridget, e esta, rindo baixinho, se esticou um pouco mais para repetir tal ato.

Foi então que ela caiu.

Tomada pela adrenalina e pelo susto, ela fechou os olhos e esperou que a dor lhe mostrasse que havia chegado ao chão. Como nada aconteceu, ela abriu os olhos e sorriu.

Lá ela estava, centímetros acima do chão, levitando sem nenhum truque.

Sem se desesperar, ela encarou o chão surpresa e sentiu seu corpo delicadamente o tocar outra vez. Limpando a calça com a mão, ela se levantou.

–Uau... – era tudo que ela conseguia dizer.

*-*-*

Faith olhava para a escuridão do lado de fora da janela, decidindo se ia ou não para o lago que se localizava em um bosque perto de sua casa.

Alguns minutos depois de medir os prós e contras, resolveu ir. Calmamente, pegou uma lanterna, spray de pimenta e seu celular, colocando-os tudo em sua bolsa pequena e saindo do quarto.

Antes de deixar a casa, escreveu um bilhete avisando onde estaria e que sua mãe não precisavam se preocupar, pois não voltaria muito tarde.

A ruiva foi descendo a rua e adentrou o bosque, pegando sua lanterna e acendendo-a. Olhou em sua volta e seguiu em frente, até chegar a beira do lago, onde colocou sua bolsa pendurada em um galho de árvore e sua lanterna no chão.

Cansada emocionalmente daquele dia, sentou-se no chão, em meio as folhas secas e abraçou os joelhos, se deixando ser levada pelos acontecimentos recentes.

O copo pegando fogo passou pela sua mente antes que ela pudesse se negar a pensar nisso e novamente, ela se encontrou perguntando se aquilo era realmente verdade. Afinal, algumas vezes coisas estranhas acontecem, mas não tem explicação. E nunca mais tornam a acontecer.

–Eu só vou saber se testar... – sussurrou para si mesma, não gostando de como aquela ideia soava em voz alta, mas sabendo que era necessária de qualquer forma.

Pegou uma folha entre os dedos e se concentrou nela, tentando fazê-la queimar, durante uns 3 minutos, sem conseguir coisa alguma no final.

Sorriu aliviada, pois estava certa de que havia se enganado. Ela não era uma aberração e poderia viver em paz novamente depois disso.

Apoiando a mão no chão, ela ia se levantar, quando ouviu algo parecido com um tiro perto dela.

–Ai Meu Deus! – sussurrou em um salto. No mesmo momento, a floresta se iluminou em um clarão e vários animais passaram por ela correndo. Lentamente, ela olhou para trás, imaginando ver um caçador, como as noticias dos jornais diziam, caçando mais um cervo, mas a cena que se seguiu não tinha nada a ver com a caça ilegal naquela região.

Atrás de si havia altas chamas que consumiam as arvores próximas dela.

Arregalando os olhos, ela encarou o fogo com uma certa admiração.

–Tudo bem, como eu fiz isso agora? – se perguntou, procurando em suas memórias como havia extinguido o fogo na primeira vez que o causara, o que foi desnecessário. Assim como o fogo surgiu, ele desapareceu, deixando apenas um rastro de folhas cinzas e mortas.

Faith olhou em volta e percebeu que sua lanterna havia derretido. Preocupada com sua bolsa caminhou até a árvore onde a deixara e suspirou feliz quando a viu intacta.

A garota pegou a bolsa, deu mais uma olhada para trás, e absorta em pensamentos, retomou o caminho de volta a casa. Seus sentimentos eram um misto de surpresa e susto, desde que naquela tarde ela colocara fogo no quarto.

Felizmente, ela já havia aprendido a apaga-lo rápido, bastava ela se acalmar.

Desta forma, não teria nenhum problema, teria?

Nenhum, concluiu.



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Notas finais do capítulo

Boas Feeeeeestas e Reviews por favoor...Ah recomendações também ein
xoxo
Amis
Gente, vocês querem um capítulo bônus de natal? se quiserem peçam nos reviews...
Enfim, feliz natal :)
# Mari



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