Genes: Você Não É A Única! escrita por Marilapf, Amis


Capítulo 20
Capítulo 19 - Quem és tu?


Notas iniciais do capítulo

Bom, nesse capítulo vcs vão saber sobre a historia do remie. RSRS
Bem, notinhas importantes no final do o capitulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/174905/chapter/20

Bridget puxou suas vestes de judô se seu armário com uma certa demora planejada.

Com os olhos opacos e os braços levemente trêmulos, ela vestiu a peça cor de rosa, que Adam havia conseguido para ela, e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo, pronta para a sua primeira aula de artes marciais.

Com um suspiro pesado, ela se sentou no banco de madeira do vestiário feminino e se perguntou se conseguiria fazer a aula sem almoçar.

O fato era que a garota havia ido para o refeitório, sozinha pois havia demorado um pouco para sair de sua aula de História. Quando chegou lá, sentou no seu costumeiro lugar, ao lado de Remie, que já comia a massa que serviam no dia.

Sentindo então a boa sensação de estar perto do garoto, ela tentou colocar a mão em cima da sua, mas ele a puxou, discretamente. Aquele simples ato então, a fizera se sentir insegura novamente.

Desde que eles começaram alguma coisa – se é que aquilo fosse alguma coisa. – Remie comportava-se daquele jeito. Não mantinha nenhum contato, a não ser os abraços que ele dava em qualquer uma de suas amigas, em público. Quando eles estavam sozinhos, ele se comportava como um perfeito namorado.

Infelizmente aquilo não era suficiente para a loira. Bridget já tinha visto algumas vezes Jeniffer perto demais de Remie e este não fazer nada. Ela duvidava, que mesmo que ela fosse ainda a popular do seu antigo colégio, se sentiria segura assim.

Percebendo então que a sua insegurança tirara sua fome, ela saiu discretamente da mesa, passando despercebida por todos, inclusive suas amigas.

Aquilo não era normal para ela. Ser uma simples aluna. Ela sentia falta das pessoas a cumprimentando no corredor, felizes caso recebessem um simples aceno dela. Gostaria de voltar a ser prestigiada e cobiçada, planejar o novo baile do colégio, torturar alguns nerds e fazer compras com suas amigas no shopping.

Suas amigas. Ela não sabia se podia intitular a sua orla de lideres de torcida como amigas. Elas eram colegas, que a tratavam feito uma rainha, e em troca, ganhavam a popularidade da loira por tabela.

As vezes, ela se pegava pensando que aquele tipo de vida, falso, não valia a pena. Outras vezes, ela pensava em como ela queria voltar aquela vida, fútil e cheio de falsidades, que mesmo assim, a mantinham no topo e a deixavam feliz.

Talvez, valesse a pena esquecer toda sua vida popular para ficar com Remie. Mas aquilo era apenas um talvez, uma vez que ela pouco acreditava que eles estivessem tendo alguma coisa.

*_*

Faith suspirou, enquanto Melanie caminhava ao seu lado, sendo seguidas pela Mary e pela Lizzie.

-Tenho aula de Karatê agora. – a ruiva informou com preguiça.

Melanie suspirou.

-Natação. – informou.

Lizzie suspirou.

-Tenho junto com as bonecas da moda, judô. Falando em bonecas, vocês viram a Polly Pocket por ai? – perguntou curiosa.

Todos negaram com a cabeça.

-Talvez ela já esteja no vestiário. – Mary sugeriu, andando junto com as outras em direção ao mesmo.

Faith assentiu.

-Provavelmente.

Lizzie revirou os olhos e continuou sua caminhada em silêncio, passando pelos corredores e parando em frente ao vestiário de madeira feminino.

Melanie empurrou a porta balcão dele e entrou seguida das outras, cada uma indo para seu armário pegar a roupa necessária.

Lizzie passou pelas meninas e foi até a pia, encontrando no meio do caminho, Bridget, sentada em um banco de madeira, com o olhar desfocado e distante.

-Polly, as aulas de yoga não são agora. – informou divertida.

Bridget desviou seu olhar do nada e encarou a morena.

-Apenas fique quieta, ok? – pediu afundando sua cabeça entre os joelhos.

Lizzie olhou para a garota alguns segundos, antes de caminhar até sua irmã e cutuca-la no ombro.

-O que foi, Lizzie? –  perguntou calma.

-Parece que a Polly entrou em depressão. – disse com sarcasmo, apontando para a loira amuada.

Faith suspirou, e puxando Lizzie pela mão, arrastou Melanie que estava ao seu lado e gritou para que Mary as acompanhasse.

Logo, as quatro fitavam a menina de várias formas, mas todas com um objetivo. Escutá-la.

-O que aconteceu, Bridget? – Faith perguntou carinhosamente.

A menina ergueu seus olhos gelo para fitar a ruiva, sem emoção nenhuma no rosto.

-Remie aconteceu! – ela disse em meio a um suspiro.

Todas se encararam durante um tempo, já sabendo o que se passava com Bridget. Elas já haviam conversado sobre isso, sem a loira por perto, comentando o quanto aquele relacionamento estava estranho, porém nenhuma teve coragem de perguntar o motivo para a amiga.

Aparentemente, nem ela sabia.

A ruiva se sentou do lado dela e sorriu.

-Eu já disse para você conversar com ele, Bridget. É a única forma de resolver esse assunto.

Melanie assentiu e se ajoelhou ao lado dela.

-Ou você pode terminar o namoro com ele. – Mary sugeriu venenosamente.

Todas a encararam com frieza, até Lizzie, não acreditando na ousadia da garota.

-Se não pode ajudar, encalhada, vai embora! – a loira berrou.

Mary torceu o nariz, mas não disse nada, se virando em direção a saída do vestiário.

Lizzie suspirou.

-Olha a conversa está interessante, mas eu tenho que me trocar. Se precisar que eu bata nele, me chame. – disse fugindo de lá. Quando o assunto era consolar alguém, ela não sabia nem por onde começar sem atrapalhar.

Faith riu baixinho e depois fitou com seus olhos verdes, a menina.

-Por que ainda não falou com ele? – perguntou.

-Medo do que ele vá responder. – Bridget respondeu, passando as mãos pelos cabelos.

Melanie suspirou.

-Bridget, você precisa confiar em si mesma e no Remie. – disse séria.

A loira a olhou com irritação.

-Sim minha cara nerd, o único problema é que para isso, eu precisaria voltar ao meu posto de popular! E até onde eu sei, Linda está nesse posto. – disse fria.

Faith colocou uma mão em seu ombro, na tentativa de reconforta-la.

-Olha Bridget, eu prefiro você neste posto de popular, ao invés da Linda. Talvez você devesse fazer um esfocinho para isso, Linda não merece nem um pouco daquela popularidade. – disse com sinceridade.

-E como eu faria isso? – perguntou um pouco interessada no assunto.

Faith sorriu.

-Como você se tornou popular na outra escola?

Melanie suspirou.

-Com festas. – respondeu pela loira, se lembrando de quão bem comentadas e populares eram as festas de Bridget Van de Woodson.

A ruiva assentiu.

-Faça uma festa. – sugeriu com os olhos brilhando. – Adam me disse que Sandra sempre deixa usar os jardins e libera a bebida para todo mundo! – afirmou sorrindo.

A loira assentiu.

-Mas supondo que eu me torne popular novamente, onde isso me ajudaria com Remie? – perguntou receosa.

As outras duas trocaram olhares antes da ruiva se pronunciar.

-Quanto a isso, Bridget, apenas conversando com ele você poderá resolver.

*_*

Bridget suspirou, olhando calmamente para suas pontas molhadas e cheirando a shampoo de morango. Ela havia acabado de sair de sua última aula, a de natação e já de banho tomado, aproveitava a luz das lâmpadas especiais que imitavam a irradiação saudável do sol, no pequeno jardim que Remie havia lhe mostrado.

Absorta na luz que seus fios loiros refletiam, ela mal percebeu a aproximação do garoto ao seu lado.

-Bridget. – ele disse suavemente ao pé de seu ouvido.

A garota acordou de seu mundo particular ao sentir seus pelos enriçarem e seu coração acelerar. Resistindo a vontade de virar e beijá-lo, ela se relembrou dos dois objetivos estipulados por ela enquanto nadava borboleta na piscina.

*Resolver os assuntos com Remie.

*Voltar a ser uma popular (boazinha, como Faith havia acrescentado depois).

Repetindo eles mentalmente, ela se virou para ele e com uma expressão séria, o fitou.

Percebendo que os olhos dela não demostravam a paixão de sempre, o garoto colocou suas mãos sobre as dela.

-Precisamos conversar. – ela disse calma, mas objetiva, retirando suas mãos das dele.

O garoto a encarou confuso.

-O que houve para você estar tão fria comigo agora?

A menina riu.

-Eu deveria fazer essa pergunta toda vez que você evitasse meu contato em público. – disse com sarcasmo.

Remie suspirou e com um movimento rápido se levantou, querendo evitar aquela conversa.

Percebendo a intenção dele, Bridget se concentrou nas portas daquele lugar, as fechando e o fez se sentar.

-Você não vai sair daqui antes de me explicar que tipo de relação é a nossa! – disse firme, o encarando friamente.

Remie suspirou.

-Do que você está falando? – perguntou se fazendo de desentendido.

A loira revirou os olhos.

-Não se faça de bobo. Apenas me diga: por que entre quatro paredes você parece um namorado de verdade, enquanto em público você evita contato físico comigo?

O garoto suspirou. Ele sabia que alguma hora teria que explicar aquilo a ela.

-Para te preservar, preservar nossa relação. – disse sem omitir a verdade. – Todos os namoros dão errado, em partes, por causa da inveja alheia e de pessoas como Linda e Jeniffer que querem destruir relacionamentos como o nosso. Eu não queria que ele acabasse por causa disso, eu queria te proteger delas.

Bridget procurou um vestígio de mentira no olhar dele, sem encontrar. Mesmo assim, entendo o lado dele, ela não conseguiu segurar uma risada fria.

-Incrível, eu nunca te pedi isso. – disse com um pouco de ironia. – Na verdade, eu nunca fiquei sabendo disso!

-Bridget...

-Aliás, eu nunca fiquei sabendo nada de você! – disse percebendo aquilo naquele momento. – Como você quer que eu confie em você, que eu o namore de verdade, se não sei nada sobre seu passado?

Remie fechou os olhos. Ele não gostava de falar sobre seu passado.

-Você sabe tudo do meu. Quem eu fui, como eram meus pais, o colégio que eu estudei, como descobri meus poderes, tudo. – disse fria. – Quem você foi? – disparou a pergunta de supetão, sentindo uma necessidade enorme de obter mais informações sobre ele.

Remie abriu os olhos lentamente, a encarando.

-Não me orgulho do meu passado, Bridget. – disse baixo.

A menina deu de ombros.

-Mas é seu passado, não faz mais parte de você de hoje. – respondeu. – E eu juro que vou nos manter aqui até você me contar. – disse séria.

O garoto suspirou.

-Bridget...

A menina colocou um dedo em seu lábio, o calando.

-Você confia em mim? – perguntou calmamente.

Remie assentiu.

-Você me ama? – perguntou novamente, sentindo um frio na barriga ao pensar na possibilidade de uma resposta negativa.

-Sim.. – respondeu sorrindo.

A loira suspirou aliviada.

-Então chega de omitir os fatos de mim. – pediu com seus olhos gelo implorando a verdade.

Remie assentiu e se acomodou melhor no banco de madeira de lá.

-Nasci na França, dia 18 de maio de 1993. Meu pai era gerente de um banco importante e seu salário era o suficiente para manter minha mãe, eu e minha irmã em bons padrões de classe média alta. – começou enquanto Bridget permanecia quieta e prestando o máximo de atenção possível.

-Estudei em colégios particulares bons, ganhei tudo que eu desejava em datas comemorativas e vivi feliz durante bons anos. Um dia, porém, a França entrou em crise e o banco onde meu pai trabalhava foi obrigado a fazer corte de funcionários.

‘Meu pai foi um dos despedidos. Então, depois de quase dois anos á procura de emprego, nossas reservas econômicas se foram.

‘Para completar a situação, minha irmã foi diagnosticada com leucemia e para sobreviver precisava de um tratamento caro, coisa que não podíamos proporcionar no momento. Não preciso dizer que a família entrou em desespero. Minha mãe passou a fazer artesanato para vender para os turistas que visitavam Paris, eu me mudei para um colégio noturno, tendo o período do dia para trabalhar em um restaurante e meu pai, passou a procurar ajuda do governo para o tratamento.

‘Quando eu completei 13 anos, meus poderes apareceram. Estávamos no hospital e em um momento, meus pais estavam discutindo na frente do médico da minha irmã me irritando muito, e em outro, os dois estavam em câmera lenta, como se o tempo estivesse correndo mais devagar para os dois.

‘O médico percebeu que eu fizera isso e depois, quando eu me acalmara, conversou com meus pais. Lembro-me que ele disse que países grandes e poderosos como o EUA estavam interessados em pessoas diferentes como eu. E eles pagariam bem, bem o suficiente para manter meus pais e minha irmã para o resto de suas vidas, em uma situação boa e favorável.

‘Eu realmente não sei o que passou na mente de meus pais naquele momento. A única coisa que eu sei, foi meu pai ligando para alguém dos EUA e me oferecendo em troca de 2 milhões de dólares horas depois.

‘Como se é de imaginar, foi questão de dias para me buscarem e deixarem o dinheiro com meu pai. Assim, me levaram para Boston e começaram a fazer testes em mim. Exames de sangue, radiografias, estudos do meu cérebro, tudo.

Bridget suspirou. Ela imaginava tudo isso quando fugiu de casa. A mesma cena, os mesmo exames...

-Me deixaram nervoso para desencadear a ação dos meus poderes. Me tratavam como se eu fosse um rato de laboratório.

‘Passei quase três meses assim. Alimentando uma raiva descontrolada pela minha família e pelo governo americano. Uma raiva tão grande que foi capaz de gerar força o suficiente para eu parar o laboratório inteiro no tempo.

‘Aproveitando a situação, fugi. Corri para bem longe de lá, sozinho, com 13 anos.

‘Me mudei para New York, pagando carona em um ônibus clandestinamente para cá. Desde então, passei a trabalhar como mágico no circo, fugindo da polícia e me adaptando ao local.

‘Perdi meu sotaque francês, me tornei um americano de verdade quando consegui juntar dinheiro o suficiente para comprar documentos falsos e aprendi a viver sozinho. Nunca mais soube sobre meus pais ou minha irmã, deixei meu passado na França e comecei uma nova vida aqui.

-Então você viveu 5 anos assim, até nos encontrar? – Bridget perguntou calmamente.

Ele assentiu.

-E foi uma surpresa para mim perceber que não era o único com poderes na face da terra. – acrescentou com um sorriso maroto.

A loira assentiu.

-Eu também pensava ser a única, Remie. Mas é bom saber que não estou sozinha...

Remie segurou seu rosto delicadamente e aspirou o cheiro de morangos que emanava de seu cabelo.

-Bridget, se é tão importante assim para você, eu oficializarei nosso namoro amanhã. – disse dando um selinho doce nela. – Mas sempre guarde isso em mente: eu nunca a deixarei sozinha, seremos unidos até o fim. – prometeu.

A menina assentiu.

-Sem mais omissões? – perguntou.

Ele negou com a cabeça.

-Sim. A partir de hoje você saberá de tudo que acontecer comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, gente eu sei que é chato isso, mas poxa quase ninguem ta deixando review e isso me desanima muuuito.
Eu gostaria que vcs deixassem reviews e indicações. è o minimo q vcs podem fazer pelo nosso trabalho de postar e escrever.
É ISSO...
XOXO



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Genes: Você Não É A Única!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.