Genes: Você Não É A Única! escrita por Marilapf, Amis


Capítulo 14
Capítulo 13 - Coquetel


Notas iniciais do capítulo

Parabens para mim, lalala... Hoje é meu anivesário genteee... E mais um capítulo para voces...
Que tal uma recomendação de presente?
Amis



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Já era o dia 31 de dezembro e todas as garotas já haviam se acostumado a nova vida.

Mary estava recebendo diariamente pelo seu trabalho e apesar de estar cansada, devido as horas que ficava em pé, estava feliz com a sua relativa estabilidade financeira.

Melanie estava encantada com as duas crianças que tinha que cuidar. Ela simplesmente adorava ajuda-las nas simples lições de casa e brincar com as duas sempre quando elas queriam. Além disso, seus patrões eram muito engraçados e agradáveis, tornando o trabalho integral da menina mais fácil e prazeroso.

Lizzie, assim como Melanie havia previsto, estava se destacando no circo, mostrando ser uma garota competente e cheia de talentos, sendo sempre aplaudida e bem paga todos os dias de espetáculo.

Bridget e Faith por sua vez estavam satisfeitas com seu emprego. No começo, para as duas (em particular para a ruiva), andar de saias e shorts curtos, com blusas pequenas ou tops cheios de brilhos era um tanto quanto vulgar, mas depois quando perceberam que ser um objeto de desejo impossível dos homens era bom para a autoestima das duas, e que rendia boas gorjetas, ambas se acostumaram com aquilo.

Então, naquele ambiente que as duas trabalhavam, apesar das dançarinas serem as estrelas da noite, a fama das duas anjinhas, pois eram assim que eram chamadas pelos homens, estava crescendo e as tornando cobiçadas pelo atendimento.

Por este motivo o chefe das duas não permitiu que elas tirassem folga na virada do ano, as privando de passar com as outras três garotas em seu novo apartamento.

Faith, que estava irritada com isso, diante das luzes coloridas do local, tentou descer um pouco a sua saia de couro, comprada pela sua amiga loira, enquanto esperava impaciente o barman fazer as bebidas que a mesa cinco havia pedido.

Cega pela raiva e pela impaciência, não notou quando um garoto conhecido por ela se sentou ao seu lado no bar e sorriu.

-Faith. – ele o chamou mais alto que a música, fazendo a garota bufar e forçar um sorriso para atender mais um cliente masculino.

-Diga o seu pedid... Remie! – ela disse surpresa quando percebeu que não era mais um dos homens carentes e tarados do local.

O garoto deu uma piscadela e sorriu.

-Está bonita com essa roupa, anjinha. – disse divertido, observando Faith corar violentamente e tentar puxar seu top branco escrito “happy new year” para baixo.

-Não comesse com brincadeiras idiotas, Remie. – pediu séria, pegando as bebidas que o barman havia deixado em cima do balcão e as colocando equilibradas na bandeja de prata. – Aliás, o que faz aqui? – perguntou curiosa.

Remie deu de ombros.

-Vim ver o trabalho de vocês. – respondeu evasivo.

A ruiva revirou os olhos e interpretou a ação dele.

-Bom, Bridget logo vai aparecer aqui para pegar mais bebidas, é só esperar. – avisou docemente e saiu do bar, carregando as bebidas para a mesa cinco.

O garoto assentiu, apesar da ruiva não ter visto, e analisou o local.

O bar era bem cuidado e parecia ser mantido pela elite mafiosa da cidade, pois vários homens muito bem vestidos estavam frequentando o local, sem ter nenhum problema com as autoridades, uma vez que a maioria das meninas que trabalhava lá, ou eram imigrantes ilegais, ou menores de idade.

Surpreso com esta constatação, começou a procurar a loira com o olhar, entre as belas garçonetes que serviam homens vestidos de terno e gravata.

Não a encontrando, aceitou uma das bebidas da casa oferecidas pelo barman, enquanto esperava.

*_*

-Aqui está, senhor, a bebida especial para um homem especial. – Bridget disse, colocando uma taça na mesa de um homem bem mais velho que ela, com um sorriso belo no rosto.

O homem sorriu, analisando a loira com cobiça.

-Obrigado – disse tirando de seu bolso uma nota de 50 dólares e colocando na bandeja dela.

Ela sorriu agradecida e enfiou a nota na bota de cano alto, se virando para servir as outras mesas.

Alguns homens assobiaram no momento em que ela passou, a fazendo sorrir lisonjeada. Para alguma coisa toda aquela beleza teria que servir.

Desfilando pelas mesas calmamente, a menina esqueceu que vestia uma saia xadrez vermelha curta e um top preto, para servir mais alguns homens, que lhe davam gorjetas altas e elogios.

Ela já estava voltando para pegar mais bebidas com o barman, quando um dos clientes a chamou.

Com um sorriso frio no rosto, ela se virou e caminhou lentamente em direção ao homem que estava sozinho na mesa exclusiva do bar.

-O que deseja? – perguntou segurando a bandeja embaixo do seu braço.

O homem sorriu e deu alguns tapinhas no assento de couro ao seu lado.

Bridget sorriu falsamente.

-Me desculpe, senhor, mas tenho que servir outras mesas e...

-Bridget! - ela ouviu o chefe gritando-querida esse é o chefe do gabinete de New York trate-o bem - ele falou a última parte em um sussurro fazendo a garota engolir em seco.

-Eu insisto sente-se tenho certeza que seu chefe não vai se importar.

Com medo de ser repreendida Bridget colocou o seu melhor sorriso no rosto e se sentou ao lado dele.

O homem, satisfeito, observou as pernas lavas da menina e sorriu.

-Você é muito bonita – ele sussurrou em uma tentativa de soar galante e sedutor.

A menina assentiu.

-Você não foi o único a me dizer isso hoje  a noite. – disse friamente, apesar de manter um sorriso perfeito no rosto.

O homem sorriu mais.

-Deveria estar dançando em um  daqueles postes também. – disse apontando para as dançarinas que se despiam para uma platéia cheia e eufórica.

A loira negou com a cabeça.

-Não faz meu tipo.

Ele deu de ombros e se aproximou do ouvido da garota.

-Prefere fazer isso entre quatro paredes? – perguntou.

Bridget respirou fundo antes que falasse alguma besteira e se afastou discretamente dele.

-Não senhor, prefiro me despir apenas para tomar banho. – respondeu friamente.

O homem riu e ergueu uma taça de coquetel.

-Ás santas, então. – disse, indicando uma outra taça para Bridget tomar.

A menina, obediente, pegou a taça e ergue-a entediada.

-Ás santas. – repetiu virando a bebida de uma vez. – Agora, se me dá licença, senhor, preciso voltar ao meu trabalho. – disse se levantando e não dando chance dele protestar.

Caminhando novamente entre as mesas, ela voltou com mais pedidos para o barman, se apoiando no balcão enquanto ele as fazia.

- Olha só quem resolveu aparecer – a voz de Remie soou ao seu lado, e surpresa também, a loira se virou para ele e sorriu.

-Veio ver agente? – perguntou curiosa.

O garoto assentiu.

-Mas não sei se gosto de vocês sendo cobiçadas por toda a população masculina deste estabelecimento. – disse enciumado, a puxando pela cintura.

Devido o movimento repentino, a loira se sentiu tonta e deixou que Remie a puxasse para mais perto, sem evitar o contato como sempre fazia.

Estranhando o comportamento dela, ele olhou atentamente para seu rosto, percebendo que pequenas gotinhas de suor brotavam na testa da garota, enquanto ela perdia rapidamente a cor dos lábios e das maças do rosto.

-Bridget, você esta bem? – perguntou preocupado, enquanto ela desabava em seu colo.

A loira assentiu com os olhos desfocados.

-Estou apenas enjoada e tonta. – respondeu  colocando a mão na testa na tentativa de fazer tudo ao seu redor parar de rodar.

O garoto apoiou as costas dela, que ameaçavam perder o equilíbrio e segurou o rosto da garota, a fazendo encará-lo.

-Droga, Bridget, você não está bem. – sussurrou procurando Faith com o olhar e a encontrando algumas mesas de distancia dele.

A loira ameaçou fechar os olhos, mas Remie a balançou bruscamente para ela se manter acordada, tirando alguns gelos do seu drink e colocando na nuca dela.

-FAITH! – gritou para a ruiva.

Escutando ao longe seu nome, ela virou em direção a voz e olhou confusa para Remie, que segurava Bridget em seu colo.

Estranhando a falta de chiliques ou irritação da parte da loira, como ela sempre fizera, ela se aproximou.

-O que quer? – perguntou não estando disposta a segurar vela para o casal.

Remie a encarou preocupado.

-Vai chamar um taxi, Faith, Bridget não está bem. – disse saindo do bar com a ruiva em sua cola, carregando a loira nos braços.

Faith balançou os braços para um taxi que passava pela rua e quando o mesmo parou, ajudou Remie a colocar Bridget no banco de trás.

-O que ela tem? – ela perguntou preocupada também, apertando os braços graças a neve que caia sob eles.

O garoto deu de ombros, sem saber responder.

-Não sei, Faith. – respondeu, colocando o seu casaco sob o corpo da loira, que já revirava os olhos de uma forma assustadora. – Me escute, Faith. – ele pediu percebendo que a ruiva estava prestes a ter uma crise de choro. – Vá para o nosso apartamento, avise as outras e me encontre no hospital Bellevue. – disse fechando a porta do taxi e pedindo para o motorista os levar para lá.

Durante o caminho, Bridget parecia perder cada vez mais a consciência, o deixando mais preocupado.

Graças as festividades e ao horário, não havia trânsito algum, então, enquanto o percurso não terminava, o garoto pegou o rosto da menina entre as mãos e suspirou.

-Bridget, fique comigo, ok? – pediu desesperado, percebendo que ela não tinha alguma reação. – Apenas fique comigo...

*_*

Lizzie, Mary e Melanie esperavam Remie e Faith voltarem com mais informações sob o estado da loira. Todos estavam preocupados, inclusive Lizzie, que fingia não se importar.

-Meninas... – Remie se aproximou delas, junto com Faith, as tirando dos pensamentos internos. Quando obteve atenção de todas, ele retornou a falar. – Bridget foi dopada, mas nós ainda não sabemos por quem. – ele informou fazendo Melanie e Mary ficarem boquiabertas.

-Os médicos controlaram a hemorragia interna que seu estômago teve graças a droga que lhe deram e nos disseram que logo ela estará boa o suficiente para receber visitas. – Faith disse mais aliviada, apesar da vermelhidão dos seus olhos.

Lizzie assentiu séria.

-Isso é bom, certo? – perguntou insegura.

Remie assentiu.

-O único problema é que as despesas médicas vão somar 7.985,50 dólares. – ele disse preocupado.

Lizzie se levantou com um salto.

-Maldita Polly Pocket! Assim vai embora todas as nossas economias, todas! – ela berrou e Faith se aproximou cautelosa.

-Isso é um hospital, Lizzie, não se pode gritar deste jeito! – ela disse em tom de repreensão.

Sua irmã lhe fitou com olhos perigosos.

-Eu não me importo, Bridget que vai pagar as despesas! Eu não estou trabalhando feito um condenada para pagar os caprichos de um loira oxigenada.

A ruiva suspirou.

-Não são caprichos, Lizzie, ela quase morreu.

-POIS QUE A DEIXASSEM MORRER! AGORA ESTAMOS SEM DINHEIRO NENHUM! – ela berrou com raiva e no mesmo momento, as luzes do hospital piscaram e por alguns segundos toda a recepção ficou na penumbra.

Mary se aproximou da garota e agarrou seu braço.

-Controle-se, Lizzie. – disse em tom severo. – E faça essas luzes voltarem! – sussurrou em seu ouvido.

Lizzie respirou fundo e as luzes voltaram, uma a uma,  e logo todas estavam acesas.

Melanie e Faith lançaram lhe olhares reprovadores, enquanto Mary a puxava para fora daquele local.

Infelizmente, nenhuma das que sobrou no recinto poderia comemorar por não ter sido tão óbvio assim. Do outro lado da recepção, a médica que atendera Bridget encarava o local por onde Lizzie passara com uma expressão de surpresa e felicidade ao mesmo tempo.

A amiga da loira era uma anômala.


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Notas finais do capítulo

Um dos meus capítulos favoritos...
RSRSR Bem deixem reviews, ok?
XOXO



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