A Little Piece Of Heaven escrita por VictoriaPlague


Capítulo 3
Until the end of time


Notas iniciais do capítulo

Esse ficou um pouco mais longo que os outros, mas eu gostei *-*, espero que curtam e tal :D



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Becky’s POV

Eu fui acordada por uma Alice histérica me chacoalhando com força:

-Becky... Becky!

-Ãh? Alice? Que você está fazendo aqui?

-Ué, você não foi me procurar então eu vim procurar você! Imaginei que você ainda estivesse na sala lendo alguma coisa ou conversando com o professor, mas me enganei. A propósito – continuou ela – ele não gostou nada de você ter dormido a aula toda.

-Ah – me arrumei na cadeira e esfreguei os olhos – eu resolvo isso depois. Primeiro tenho que te contar uma coisa.

Eu e Alice nos dirigimos ao pátio da escola, era nosso intervalo e para o meu azar, o intervalo do Sullivan e de seu grupinho. Enquanto caminhávamos, contei à Alice que ele viera me procurar depois que a deixei na sala e ela ficou meio pasma.

-Eu não acredito – disse ela enquanto nos sentávamos em um banco qualquer do pátio – muito filha da puta esse moleque! Como ele chega em você assim... Como se o grupinho de otários dele E ele não tivessem feito nada...

Eu tenho que dizer, eu achava que Alice estava exagerando, mas ela era assim. Vocês viram o que aconteceu quando sentaram no nosso lugar.

Eu e Alice ficamos conversando o resto do intervalo todo sobre assuntos aleatórios e rindo juntas. Quando o sinal tocou, eu fui para a minha classe e Alice para a dela, e assim foi até o término da última aula. Alice foi me buscar na sala e nós duas voltamos juntas para casa.

                                                                 ***

Como sempre, meus pais estavam trabalhando quando cheguei, então, tinha a casa toda vazia só pra mim até lá pelas sete da noite. Almocei qualquer coisa e fui para a sala assistir TV. Não demorou muito e eu já havia caído no sono. Tive um sonho esquisito. Eu estava correndo por uma floresta com árvores muito altas, mas o sol ainda adentrava a mesma por algumas frestas. Parecia que eu estava correndo de algo horrível quando de repente, dei de cara com uma parede. Na verdade não era uma parede, era o peitoral de James. Olhei um pouco para cima e ele me fitava sorrindo, seus olhos azuis cintilavam contra a pouca luz que o sol produzia. Ele me segurava pela cintura, parecendo que se ele me soltasse, eu cairia em algum abismo. Eu tentei me desvencilhar de seus braços, mas eles me seguravam com tal força, que eu desisti. Seu rosto foi se aproximando do meu, a cor dos seus olhos ficando mais viva a cada centímetro que ele chegava mais perto... Eu acordei assustada.

Que porra de sonho era aquele?! Me levantei do sofá, desliguei a TV e quando olhei no relógio, já eram seis e meia. Eu dormi esse tempo todo? Subi para meu quarto, arrumei minhas coisas e me dirigi ao banheiro. Eu precisava de um banho para relaxar. Despi-me e, assim que entrei debaixo do chuveiro, senti como se um peso enorme tivesse sido retirado de minhas costas. Fiquei pensando sobre o sonho e o que ele poderia significar. Que besteira, pensei. Me lavei e quando desliguei o chuveiro, ouvi as vozes de meus pais na sala. Parecia que estavam discutindo. Gritei um oi do corredor e fui para meu quarto me trocar e me jogar na cama. Não jantei, pois também não estava com fome. Apesar de ter dormido a tarde inteira, eu me sentia cansada. Dormi outra vez. Tive um sonho tranqüilo em que eu e Alice estávamos sentadas na calçada falando besteira e comendo doces.

                                                                       ***

Acordei um pouco antes do horário de ir para o colégio. Fui ao banheiro, fiz minha higiene e voltei ao meu quarto para me trocar. Coloquei uma camiseta do Slayer consideravelmente nova, meu jeans surrado favorito e meu tênis. Quando minha mãe entrou no quarto, eu já estava pronta, mas ela parecia aflita.

-Mãe? Aconteceu alguma coisa?

-Ah, não Becky – disse ela – depois eu te falo. Não é nada importante. Venha tomar seu café, daqui a pouco Alice está aí. Ela sorriu e desceu as escadas.

Não sou do tipo que se preocupa muito com a minha mãe, até porque, ela sabe se virar e é uma ótima pessoa, mas eu fiquei um pouco aflita pelo modo como ela agiu. Parecia triste. Afastei tais pensamentos, peguei minha mochila e desci para tomar café. Quando terminei, Alice apareceu na minha porta. Eu me despedi de minha mãe, e então, notei que meu pai não estava à mesa. Foda-se, pensei. Peguei Alice pelo braço e juntas fomos para o colégio.

Chegamos relativamente cedo, sentamos debaixo de uma árvore e começamos a conversar. Contei à Alice sobre meu sonho e ela escutou pacientemente.

-Isso é estranho. Será que você está gostando desse tal de Sullivan, Becky? Perguntou ela quando terminei de contar o sonho.

-Claro que não Alice! Ele é muito tapado e seus amiguinhos também, respondi. Eu tinha certeza disso.

-Bom, se você diz. Ela não parecia muito confiante daquilo, mas não liguei. Eu não estava apaixonada pelo Sullivan, ok? Ótimo.

Quando o sinal tocou, Alice se despediu de mim e eu me dirigi à melhor aula do século: biologia. Enquanto ia andando tranquilamente pelo corredor, ouvi uma voz me chamar. Que não seja o Sullivan, que não seja o Sullivan, pensei. Fechei os olhos e me virei lentamente. Quando os abri, havia dois garotos na minha frente. Um era alto e forte, tinha olhos de um tom mel e sorriso com covinhas. Do seu lado, estava um garoto um pouco menor que este, de cabelos pretos, olhos castanhos e um sorriso, tenho que dizer, muito bonito. Ah, não!

-Hey, Becky não é? – perguntou o mais forte – Eu sou Matt Sanders, e esse aqui é Brian Haner. Somos...

-Os caras que tiraram uma comigo e com a minha amiga, é eu sei – disse secamente – o que vocês querem?

-É... – disse Sanders – nos desculpe por aquilo – e deu um sorriso – somos amigos do Jimmy, como pode ter percebido.

-Soubemos que você deu um fora nele – disse o outro, o tal do Haner – isso não foi muito legal – e deu uma gargalhada.

-Eu não dei um fora em ninguém, só não estava afim de conversar com ele, assim como não estou muito afim de conversar com vocês, respondi.

-Hey, calma aí gata – disse Sanders – nós só queremos dizer umas coisas. É que o nosso amigo, Jimmy, se interessou por você...

-Ele disse isso? – perguntei.

-Não – respondeu Haner com um sorriso – nós deduzimos. Ele é nosso melhor amigo, nós o conhecemos. Mas enfim, nós queríamos saber se você gostaria de sair com o Jimmy e nós para ir beber alguma coisa...

-É, ele me fez esse convite e eu recusei. Desculpa garotos...

-Opa – disse Sanders – mas dessa vez somos nós te convidando, e não vamos largar do seu pé enquanto você não aceitar – e deu um sorriso malicioso para o Haner.

Ah, fala sério, pensei. Só pode ser brincadeira. Droga! Sullivan e seus amigos... Todos idiotas. Que escolha eu tinha?

-Ah, tá bom – respondi impaciente – quando e onde?

-Isso é um sim? – perguntou Haner, e sorriu – Okay, hoje no Bar do Johnny.

-Bar do Johnny? Onde fica isso? – perguntei.

-Não muito longe daqui. – respondeu Sanders – Quase sempre matamos a última aula, você pode nos encontrar ali – apontou para um muro que cercava a escola – depois do que seria sua penúltima aula – sorriu para Haner, aquilo estava me estressando muito. – e vamos todos para o bar do Johnny. Então?

-Que escolha eu tenho?

-Ótimo – respondeu Haner – até mais gata.

Foram embora. Puta merda. Não que eu tivesse medo de matar aulas e beber, mas eu não queria sair com eles. Droga. Fui para a aula de biologia com raiva, e essa, que deveria ser minha aula favorita, foi um pesadelo como todas as outras.

Quando o sinal tocou, sai correndo à procura de Alice. Nossa próxima aula seria na mesma classe, então, eu teria algum tempo para contar a ela o que aconteceu. Encontrei ela saindo de sua sala, lhe dei um “oi” rápido e fomos juntas para a aula.

Eu e Alice sentamos no fundo para que nada atrapalhasse nossa conversa. Esperei o professor começar a explicar a matéria e então, contei à Alice o que havia acontecido. Ela ficou um pouco brava, só um pouco.

-COMO ASSIM?! – ela estava quase gritando, tive que tentar controlá-la – Que babacas! Ahhh, que ódio! Ninguém chantageia minha amiga assim – aquilo não tinha sido bem uma chantagem, mas era Alice quem estava dizendo, então. – Que absurdo! Obrigarem você a sair com aquele idiota do Sullivan! Eu não acredito! E você ainda aceitou!

-Que escolha eu tinha, Alice? – disse quase sussurrando para ela – Eles não iriam me deixar em paz se eu não aceitasse!

-Isso é ridículo! – retrucou ela.

-Olha, não dá pra fazer mais nada. Eu vou ter que sair com aqueles babacas.

O assunto acabou aí. Alice se concentrou em seu caderno enquanto eu pensava em formas de fugir discretamente do Bar do Johnny.


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Notas finais do capítulo

É isso.



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