Jimmy’s POV

Eu estava em alguma espécie de transe, porque, mesmo quando a garota havia ido embora, eu continuava a fitar o lugar que ela estava há pouco.

-Jimmy! Seu filho da puta, tá dormindo? A voz de Brian me trouxe de volta à realidade.

-Quê? Que foi?

-Eu que pergunto! Você tá todo zumbi aí, respondeu ele.

Todos na nossa roda me fitavam, mas só tive tempo de analisar bem a expressão de Leana. Ela parecia furiosa, como se fosse matar alguém a qualquer momento.

-Cara, disse Johnny, você olhava pra menina como se ela fosse o centro de tudo e...

-Eu não olhava porra nenhuma!

-Olhava sim, era Matt. Acho que você não percebeu, e riu. Os outros riram também, até eu ri. Devo acrescentar, as risadas de Zacky e Johnny estavam histéricas.

-Tá, não enche, respondi fingindo estar zangado. Não demorou muito, e o assunto já estava encerrado. Enrolamos um pouco até subirmos para a aula; estava na hora de separarmos o grupo, já que nossas turmas eram diferentes. Eu, Matt e Brian nos despedimos dos demais, pois nossa próxima aula era na mesma classe.

Nós sentamos no fundo da sala, como de costume. Brian colocou os fones de ouvido enquanto Matt conversava com um garoto o qual eu não me preocupei em lembrar o nome, eles até me chamaram pra participar do papo, mas eu não estava muito afim.

O professor começou a falar, mas só consegui prestar atenção na primeira frase que ele disse. Estava muito ocupado tentando produzir algum som perto do de uma bateria batendo meus dedos na mesa. Mas também havia algo que me incomodava...

-É Becky, disse Matt. Eu fiquei confuso, mostrei o dedo pra ele e depois sorri. Ele me chamou outra vez:

-Não seu viado, o nome da garota... O Tom aqui – e apontou para o garoto com quem estava conversando – disse que o nome daquela garota com a camiseta do Metallica é Becky, e piscou maliciosamente pra mim. Eu ignorei essa última parte.

-Como seu eu estivesse interessado em saber o nome dela, Matt.

-Eu sei que você está interessado. Eu te conheço, cara. É meu melhor amigo. Ele sorriu e eu sorri também.

Então o nome dela era Becky. Interessante... 

Backy’s POV

A aula de matemática acabou mais rápido do que eu imaginava e não foi tão ruim quanto eu pensei, deve ser porque eu não estava realmente prestando atenção na matéria. Eu e Alice fomos andando pelo mesmo corredor, mas nossas aulas agora eram separadas, então, eu a deixei em sua classe e me dirigi à minha. Minha sorte é que era história, então eu poderia dormir um pouco. Qual é, eu estava cansada!

Enquanto eu caminhava lentamente (ainda tinha alguns minutos antes da aula começar), eu ouvi alguém gritar meu nome no corredor e me virei rapidamente para ver quem era. Isso só pode ser perseguição, pensei. Era o garoto de kimono, olhos azuis e cabelos arrepiados e ele vinha em minha direção. Eu acelerei o passo, mas senti uma mão segurar meu pulso e me virar. Ele ficou me fitando por um instante.

-Ah, você já pode me soltar, eu disse.

-Ah, foi mal – disse o garoto e estendeu a mão pra mim em um gesto amigável – meu nome é James Sullivan, mas pode me chamar de Jimmy. Acho que não nos conhecemos bem naquela hora, disse ele sorrindo.

-Ah... – eu respondi apertando a mão dele rapidamente – eu sou Rebecca Johnson, mas pode me chamar de Rebecca, respondi secamente. Acho que ou ele ignorou meu tom áspero, ou eu não fui rude o suficiente, porque ele sorriu.

-Prazer em conhecê-la, Becky.

-É, tá bom.

-Bom, começou ele, desculpe o pessoal ter sido meio grosso com você e sua amiga. Eles são legais...

-Eu não me importo – o interrompi – se me dá licença, eu preciso ir para a aula, e saí.

-Espera! – ele gritou – estava pensando, se você quiser sair com a gente um dia desses, para beber alguma coisa...

-Eu acho que não, James, e fui para a aula, dessa vez com muita raiva. Qual é a daquele garoto? E já chegar me chamando pelo meu apelido? Ele nem me conhece. Entrei na sala, me sentei ao fundo e abaixei a cabeça na mesa. Não demorou muito e eu logo caí no sono. Não era muito difícil dormir quando havia um professor monótono explicando uma matéria mais monótona ainda.