Alice Dreams escrita por Mikaeru Senpai


Capítulo 7
Let's Live With That?


Notas iniciais do capítulo

Muito bem amores, eu sumi, eu sei, me desculpem por isso eu só... Perdi um pouco a vontade de escrever. Mas ver que sentiram falta mesmo, poxa, nada é mais gratificante do que isso pra uma escritora. Obrigada de verdade por todos que manifestaram interesse sincero em minha narrativa.



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O contato entre os dois era perfeito, o que tornava tudo isso mais estranho. Gilbert se aborrecia tanto com ela quanto ela com ele. A convivência dos dois sempre foi difícil, instável e explosiva. As ofensas, brigas, discussões e disputas... Principalmente as disputas. À quem Oz pertencia? Era o maior motivo de caos entre os dois. Menos nesse momento. Nesse momento a disputa parecia ser quem deixava o outro mais desesperado pelo calor.

O rapaz unia seus lábios aos dela sem qualquer tipo de hesitação, não mais. Acariciava os lábios dela com ternura e ansiedade, sentindo a umidade perfeita e sua respiração quente e descompassada. Enquanto se apoiava no braço direito, o esquerdo escorregava pela cintura dela e subia sua camisa lentamente, sem deixar de desfrutar a real sensação da pele dela. Não era um sonho.

O subir da mão dele a arrepiava, mas o controle que ela mostrava estava excedendo expectativas no momento, afinal, continha todos os gemidos que tentavam escapar. Mesmo assim suas bochechas pálidas estavam coradas e sua respiração irregular. E ela não era a única, e isso a motivava. Suas mãos delicadas se dirigiram à cintura dele com a intenção de fazer com a camisa dele o mesmo que ele fazia com a própria, mas algo a impediu. Mais cedo quando Alice tropeçou ela machucou os joelhos e as palmas das mãos, que usou para amortecer a queda. Percebeu que as mãos ardiam e deixou que uma exclamação de dor lhe fugisse. Gilbert ouviu e se afastou lentamente pressionando os lábios.

Encarou em silêncio a pequena Alice. Indefesa. Seu lindo rosto não estava com a expressão de desdém e raiva que ela usava o tempo todo, era frágil e delicada. Seus olhos roxos estavam eclipsados apenas tornando-a mais passiva, e seus lábios rosados estavam entreabertos, e eram quase tão avermelhados quanto suas bochechas. As roupas bagunçadas, a franja para o lado... Estava tão suscetível à ele, pedindo por ele com o olhar que ele se permitiu sorrir por um momento. Sempre fora bobo, tímido, passivo... Mas não ali, não agora. Ela estava sob ele. Ela era dele.

Mas ele a queria?

– Suas mãos - Sussurrou sorrindo felinamente - Você não pode forçar suas mãos, estão machucadas, Alice.

– E-eu...

Ele cobriu os lábios dela com as pontas dos dedos. Pôde sentir o arfar morno contra seu indicador e médio, e também sentiu que os lábios dela se moveram, e lentamente ela mordeu seus dedos. Mas ela não machucou. Apenas fez certa pressão sobre eles antes de escorregar a boca para beijá-los. Como quem percebe o que acabou de fazer ela desviou o olhar parecendo preocupada. Era muito mais passiva do que qualquer um imaginaria que ela fosse. E ele quis ver até onde.

– Você não vai fazer nada com essas mãos machucadas. - Sorriu beijando-a brevemente enquanto segurava as mãos dela e as erguia acima da cabeça de Alice, segurando com a mão direita.

Se fosse possível ela teria ficado mais corada. Agora estava oficialmente imobilizada. Poderia se soltar se quisesse, é claro. Se quisesse.

Gilbert voltou a unir seus lábios. Agora a guiava de forma mais lenta, apreciava a ansiedade demonstrada pela Corrente. Sua mão esquerda descia pelo corpo dela agora, e cautelosamente abria os botões de sua camisa. A respiração dela se tornava mais intensa, mais irregular. A ansiedade pelo toque a enlouquecia. "Esperei por tempo demais... E não sei muito bem pelo que, mas esperei por tempo demais." repetia para ela mesma. Em sua mente os sonhos não apareciam simplesmente por estar vivendo as expectativas ali, agora.

E queria isso.

Terminou de abrir a camisa, expondo o corpo pálido e delicado da garota. Ele parou por um momento para admirá-la. A pele clara, livre de marcas e imperfeições, com contornos perfeitamente desenhados e harmoniosos. A cintura fina por onde ele percorreu o olhar subindo aos poucos, demorando-se em cada detalhe. Colocou a mão em sua cintura e a deslizou enquanto admirava.

– E-ei... P-para de m-me olhar t-tant-to as... sim...

Não deu atenção. Sentiu o rosto corar cada vez mais enquanto subia, até que se deteve em seus seios. Era inevitável. Nunca havia visto o corpo de uma garota, nunca havia sequer beijado uma até Alice. Então era confuso se deparar com algo assim. Só sabia que desejava tocá-la. Seus seios eram pequenos, mas perfeitos. Toda sua figura era harmoniosa e delicada. Sua canhota continuou subindo até sentir com as pontas dos dedos o início daquela elevação. Ouviu a respiração dela cessar por alguns segundos quando ela sentiu o toque, e logo voltar mais lenta, mais controlada. Aproximou o rosto do dela novamente, mas dessa vez não a beijou, apenas observou-a com um olhar sereno. Tocou o nariz dela com o próprio dum jeito que pôde sentir quando ela se contorceu minimamente ao ter a mão dele sobre o seio.

Ela se sentia estranha. Seu corpo todo estava quente, seus sentidos pareciam não estar tão bons, os sons abafados, a visão turva, apenas seu olfato e seu tato queriam trabalhar, e seu paladar já sentia falta do sabor do beijo. Mas a mão morna dele sobre um lugar tão específico fez com que ela ficasse confusa. Sentia-se bem, mas não de alguma forma que já tivesse se sentido antes. Um calor mais intenso que no resto do corpo acontecia, e apesar de não poder explicá-lo, ela aproveitava a sensação.

Então ele moveu a mão, sentiu uma elevação acontecer ali, se destacando e então passou a ponta de seu indicador ali. Dessa vez ela não conseguiu conter o gemido. Foi baixo, mas foi sincero. E ele gostou de ouvir aquilo. Continuou com uma carícia ritmada, sentindo Alice se arrepiar e ouvindo seus curtos e irregulares gemidos de prazer. Seu toque era gentil e quando ela se atrevia a olhar nos olhos dele podia se sentir segura. Ele se importava, e isso ela tão claro quanto manhãs sem nuvens.

Sem perceber Alice movia um pouco os quadris. Ela não diria, mas queria mais. A distância entre seus corpos deixava tanto a desejar, e sem poder usar as mãos ela não tinha como insinuar o que queria. Mas sempre que o encarava ela se sentia intimidade menor. Seus lábios tremiam e ela ofegava apenas ao invés de tentar dizer alguma coisa. Seus gemidos continuavam escapando de seus lábios, mas eram tudo que saia além de ar, e isso a aborrecia... Por que não conseguia juntar força para dizer.

– G... Gil...

– Hum? O que foi, Alice? - O tom de voz dele era baixo, grave. Era como se ele falasse enquanto acariciava seu rosto, mas ele tinha as duas mãos ocupadas no momento.

– Será que... S-será que você poderia...

– O que? - Ele se aproximou do pescoço dela e o beijou sem pressa, fazendo instantaneamente com que ela esquecesse o que ia dizer. Desceu entre beijos delicados e pequenas mordidas até o seio esquerdo dela, e então beijou a parte mais rosada, fazendo Alice gemer mais alto e fechar as mãos com força, mal notando a dor. A língua quente de Gilbert, vendo que a boca a agradou, decidiu brincar um pouco ali. Lambidas lentas em movimentos circulares davam lugar à sugadas disfarçadas de beijos, e assim trocavam de forma irregular. A mão dele continuava a brincar com o seio direito da garota, e cada vez mais ela gemia alto. Cada vez mais alto. Ele parou por um momento e levou a mão esquerda até a boca dela, tapando-a. - Alice, não faz barulho ou alguém pode perceber... Fica quietinha.

Quando ele fez menção de afastar a mão da boca dela, lentamente, escorregando os dedos por sobre seus lábios, ela aproveitou para fazer com que o indicador dele passasse por sobre sua língua, o que o fez desacelerar. Quando quase escapava ela o envolveu com a boca. Gilbert não saberia explicar por que, mas aquele ato fez com que ele se colocasse sobre ela mais excitado que antes.

Afastou as pernas dela e se colocou no meio, pressionando o corpo contra o dela. Alice gemeu baixo e o abraçou por sobre os ombros quando ele o fez, sentindo-o entre suas pernas. Gil tomou os lábios dela com uma ansiedade muito pior do que antes, estava afoito. Segurou-a pelas coxas ajeitando perfeitamente a cintura dela e a dele, e depois a segurou pelas costas. Ambos gemeram baixo, próximos, entre o beijo. Mesmo assim não era o suficiente e nenhum dos dois era capaz de explicar o motivo.

Calor.

Ambos sentiam calor. Muito.

Como se o espaço que os envolvia fosse pequeno, se limitasse apenas aos dois.

Como se estivessem num daqueles sonhos.

Como se houvesse sido combinado, ambos pararam ao mesmo tempo e se olharam. As respirações descompassadas, os rostos corados, os olhares confusos.

– Isso... É real, certo? - Murmurou ela, hesitante com as mãos sobre os ombros dele.

– É... Eu acho... Eu acho que é sim... - Falou desviando o olhar do dela, parecendo ele mesmo pela primeira vez desde que entrar naquele quarto juntos.

– E-e... E agora...?

– Eu não... Eu não sei, Alice...

O silêncio então abraçou os dois, e aquela interrupção mútua fez com que Gilbert se afastasse aos poucos sentando ao lado dela. Levou a mão ao cabelo, tirando a franja negra ondulada da frente de seus olhos por um momento. Alice sentou na cama e juntou a camisa na frente do corpo se cobrindo, e olhando para baixo como ele fez.

Uma brisa fria entrou pela janela, que nenhum dos dois havia notado estar aberta até aquele momento. A meninas se abraçou respondendo àquele frio, e ele percebeu aquilo. A situação havia ficado estranha e o clima estava tenso, mesmo assim, ao ver que ela sentiu frio, ele agiu. Apoiou-se de joelhos na cama e levou as mãos às botas dela, desamarrando e tirando ambas. Alice simplesmente desviou o olhar para o lado oposto enquanto ele o fazia. Tudo em silencio. Tirou as coisas de cima da cama, colocou o sobretudo dela apoiado nas costas de uma cadeira e suas botas sob o móvel e então livrou-se do próprio sobretudo e tudo mais de pesado até ficar com a calça e a camisa. Voltou então à cama e ergueu as cobertas, pegando Alice no colo e a acomodando entre as próprias pernas, cobrindo ambos em seguida. Ele a abraçou junto a si e encostou-se à cabeceira da cama, fechando os olhos por alguns momentos.

Por mais que nada disso fizesse sentido algum e ele não tivesse certeza do que fazia, o mais estranho aconteceu.

Em momento algum Alice se opôs à qualquer atitude tomada por ele.


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Notas finais do capítulo

Bom, fazia tempo que eu não escrevia para esta história... Tenho medo de não ter ficado bom ou ter ficado desconexo. Sei que ainda não fiz jus ao +18, sei disso, sei disso, mas calma pessoas lindas e maravilhosas, chegarei lá.

De verdade mesmo eu pretendo escrever mais. Então... Por favor, me digam o que acharam. Espero do fundo do kokoro que gostem desse capítulo, eu sei que eu gostei... Mesmo com pouca conversa.



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