Doce Vingança escrita por Alana5012


Capítulo 4
O Fantasma da Ópera


Notas iniciais do capítulo

Legenda
Diálogos: - Sim, cuidarei dela exatamente como cuidou de mim por todos esses anos, irmão...
Pensamento: "Itálico"
Lembrança: Negrito
Narração: E foi a partir daí que a cólera se apossou também do Uchiha mais novo, que prometeu vingança ao irmão tão rude.
Mudança de Tempo e Espaço: ●๋..●๋



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●๋•..●๋•

Voz Feminina:

♫ "In sleep, he sang to me

(Dormindo, ele cantou para mim)

In dreams, he came

(Nos sonhos, ele veio)

That voice which calls to me

(Aquela voz que me chama)

And speaks my name

(E diz meu nome)

And do I dream again

(E estou sonhando novamente?)

For now I find

(Por enquanto eu descubro)

The phantom of the opera is here

(O fantasma da ópera está aqui)

Inside my mind

(Dentro da minha mente)

Voz Masculina:

Sing once again with me

(Cante mais uma vez comigo)

Our strange duet

(Nosso estranho dueto)

My power over you

(Meu poder sobre você)

Grows stronger yet

(Torna-se ainda mais forte)

And though you turn from me

(E apesar de você se virar de mim)

To glance behind

(Para olhar trás)

The phantom of the opera is there

(O fantasma da opera está aí)

Inside your mind

(Dentro da sua cabeça)" ♫*

O musical era magnífico: simplesmente fantástico! A história do rapaz que escondia-se nas galerias do teatro por causa de seu rosto deformado, o modo como apaixonara-se pela corista, que o considerava seu “anjo da música”, o relacionamento surreal entre os dois, desenvolvido entre aluna e professor, a volta do Visconde, seu amor de infância, que tornara-se o patrocinador do teatro... Hinata amou cada instante do espetáculo: por uns poucos momentos, quase esqueceu-se de que seu tio a acompanhava. No entanto, quando a encenação chegou ao fim, sendo aplaudida de pé pela plateia (que incluía ela mesma), a garota deparou-se com o rosto de Sasuke ao seu lado, que lhe sorria docemente. Os cabelos negros desalinhados, as vestes formais impecáveis, e os olhos ônix tão profundos que davam a impressão de ler sua alma. Encarou-o pouco nervosa. Andaram em silêncio até a saída do teatro, quando o jovem a puxou bruscamente pelo braço. Por um segundo, Hinata sentiu o ar faltar-lhe e temeu desfalecer.

- Gostou da peça?– Ela assentiu em silêncio, ainda receosa. Foi quando, espiando por cima do ombro do tio, percebeu a presença de um homem de máscara, alto, de cabelos pouco grisalhos, que os observava serenamente.

- Que bom... Fico feliz que sim. - Disse-lhe. Era o ator que interpretava o “Fantasma da Ópera”. Aproximou-se, cumprimentando a dama com um beijo em uma de suas mãos (gesto que fez com que a menina corasse intensamente) e trocando um forte aperto com o Uchiha.

- Hinata, este é meu amigo, Hatake Kakashi. E essa aqui é a minha sobrinha, Hinata. - Sasuke os apresentou - A propósito, muito obrigado por arrumar as entradas assim tão em cima da hora... É que ultimamente minha sobrinha e eu passamos por muita coisa e achei que talvez fosse uma boa ideia trazê-la para passear, não é verdade, querida?– Perguntou encarando-a como se ameaçasse fazer-lhe algo de muito ruim caso não concordasse com tudo que o tio dissesse. Sem outra alternativa, concordou balançando a cabeça com o olhar fixo num ponto qualquer do lado oposto.

- Não se preocupe, afinal, interpretar o personagem que dá nome ao espetáculo tem suas vantagens... - Disse, rindo acompanhado por Sasuke em seguida - Mas espero que esteja se divertindo, senhorita. - Dirigiu-se a Hinata que uma vez mais limitou-se a ficar calada.

- Não é adorável, Kakashi? É uma garota pouco tímida... - Comentou ostentando um semblante gentil - Seja uma boa menina e cumprimente meu amigo. - Embora soasse como um pedido, ela entendeu que tratava-se de uma ordem.

- Desculpe, é que estou um pouco fatigada... Entretanto, me diverti bastante sim, obrigada, Sr. Hatake.

- Perfeito, pois estava começando a acreditar que você era muda... - Outra vez gargalhou. Hinata sentia-se desconfortável diante daquela situação toda, só queria terminar aquilo e voltar para casa... Isto é, a residência do Uchiha, porque, desde que seus pais tinham falecido, não sentia como se vivesse num lar e, após o ocorrido na noite passada, a ideia de que estava sentenciada a morar ao lado de alguém tão insano quanto o tio a apavorava. Gostaria de gritar, pedir socorro, clamar por ajuda, afinal, estava cercada por pessoas... Mas quem acreditaria nela? Além disso, apenas irritaria Sasuke, que certamente a puniria. O melhor era fingir: exatamente como se estivesse atuando numa peça, igual o Sr. Hatake fazia todas as noites. Tal qual ela fizera durante o dia todo, aparentando indiferença.

Hinata estava perdida em meio a seus devaneios enquanto o Uchiha e Kakshi trocavam palavras amigáveis. Estavam no meio de um desses diálogos quando seu olhar encontrou um elegante restaurante situado no outro lado da rua:

- Está com fome? - Indagou. A morena olhou-o pouco aturdida, sendo arrancada tão subitamente de seus pensamentos - Ótimo: iremos todos jantar e, depois, nós dois iremos caminhar, que tal? Fica por minha conta, Kakashi. - Este aceitou o convite de forma muito cordial. De certo modo, saber que contaria com a presença de uma terceira pessoa fazia Hinata sentir-se mais segura. Imaginar-se sozinha com Sasuke por mais algumas horas a incomodava, pois, não tinha certeza se o tio tentaria contra sua vida novamente... E se desta vez obtivesse êxodo?

●๋•..●๋•

Já era tarde, a noite estava fria. Ambos caminhavam traquilamente pela trilha do bosque. O Uchiha insistia em manter as mãos da morena entre as suas. Assemelhavam-se a um jovem casal enamorado. A menina não estava gostando nada das circunstâncias. “Pra onde será que ele está me levando?” Perguntava-se. Foi quando o moreno parou subitamente.

- Sabe, esse seu silêncio está me perturbando; aconteceu alguma coisa? - Perguntou dissimulado, como se não soubesse o que a preocupava. Ela negou meneando a cabeça - Bem, se você diz... - Concluiu dando de ombros - De qualquer forma, diverti-me em demasiado hoje. Você é uma companhia bastante agradável, querida.– Falou enquanto a envolvia num abraço tenro, sem ser correspondido pela mesma - Por que evita me tocar? - Indagou-lhe sorrindo gentilmente. Hinata desviou os olhos da face deste para fitar os próprios pés, ocultos pelo vestido comprido. Voltou a abraçá-la, no entanto, desta vez, comprimindo-a contra si, apertando sua cintura com uma brutalidade excessiva. Os braços da morena permaneciam imóveis, esticados ao lado de seu tronco. Há alguns dias, teria ficado surpresa, porém muito feliz, com um gesto tão carinhoso da parte do tio. Entretanto, naquele momento, sentia medo da figura de Sasuke, que assemelhava-se a de um homem sádico, cruel e vingativo, além de muito perturbado - Algum problema? – O timbre baixo, tão próximo, deixou-a extremamente transtornada. Mas pode conter-se o bastante para se limitar a responder um “Nenhum” sussurrado. O Uchiha sentiu-se mais seguro, certo de que a menina não contaria sobre o ocorrido a ninguém - Quer voltar pra casa agora? - A garota assentiu de imediato.

●๋•..●๋•

Alguns dias depois, a imagem deturpada que Sasuke tinha da sobrinha retornou, e ainda pior: acreditava agora que, apesar de estar sendo gentil e tentando cuidar da menina como Itachi jamais fizera com si, empenhando-se ao máximo em seus esforços e tentativas (até mesmo contratara um professor particular para lhe dar aulas duas ou três vezes por semana!), Hinata, sendo mal agradecida, era pouco cortês e arrogante em demasiado, desprezando-o.

Passava as noites pensando em que providências tomar. Arquitetou um novo plano para adquirir a fortuna de Hinata, no entanto, descartando a possibilidade de assassiná-la: já tentara uma vez e fracassara, não seria tolo arriscando tudo novamente; não, precisava de uma boa estratégia agora. Entretanto, a única forma de herdar aquele dinheiro seria se a morena falecesse ou... Não, a segunda hipótese era inviável: cometer incesto? E ser perseguido pelo clero que dividia-se em católico e anglicano e pela aristocracia da época? Nenhuma autoridade religiosa ou civil se prestaria aquilo. Exceto, é claro, caso... E se saíssem do país? Se mudassem para outra região, onde ninguém os conhecesse? Hinata poderia usar o nome da família da mãe e tudo estaria certo. Mas como obrigaria a menina a aceitar aquilo? Não possuía meios para fazê-la sujeitar-se a algo assim, a menos que o fizesse por livre e espontânea vontade. E com este pensamento, Sasuke sorriu. Um sorriso malicioso e muito mal intencionado. Fazer com que a sobrinha se apaixonasse por si? Até que não era uma ideia ruim. Convencê-la de que ele a amava? Até que não era um plano tão insano...

●๋•..●๋•

- E então, como vão as aulas? O professor te trata bem? Está aprendendo muito? - Sasuke fazia-lhe sucessivos questionamentos durante o jantar. Kurenai assistia a cena com um sorriso discreto dançando em seus lábios; era ótimo ver que o rapaz finalmente percebia que Hinata era alguém muito agradável e já não a tratava com maus modos. Notara isso há poucos dias.

  - Bom dia, querida! - Para o espanto da governanta e das demais criadas, o Uchiha sorria para a sobrinha de forma animada. Estava radiante. Apesar de achar aquilo estranho, Yuuhi ficava feliz pela garota que, ao que percebia, finalmente havia conquistado o afeto e carinho do mesmo. No entanto, não pôde evitar de observar também que a morena trazia consigo um ar nervoso e até mesmo assustado. Realizou uma breve mensura correspondendo ao gesto do rapaz e, em seguida, voltando-se para ela, murmurou:

  - Olá, Sra.Yuuhi. - Suas palavras saíam num fio de voz. Hinata ostentava um semblante abatido e cansado, e aquilo preocupava a governanta.

  - Como vai, Srta. Uchiha? Sente-se bem? - Sasuke não permitiu que a garota respondesse-a.

  - Claro que está, hoje nós vamos a Ópera! - Anunciou bastante exaltado, segurando a menina pelos ombros - Será uma apresentação excepcional... De qualquer forma, conversei com o Sr. Hatake hoje de manhã cedo, e ele concordou em nos vender os melhores lugares. - Continuava empolgado - Bem, estamos de saída, e não pretendemos voltar tão cedo... - Piscou para Hinata, que estremeceu, imaginando que o tio pretendia terminar o que não conseguira concluir na noite passada.

  Embora tudo lhe parecesse em demasiado surpreendente, Kurenai não conversara com o jovem a respeito. Acreditava que aquilo não era de sua conta, e o melhor a fazer seria não intrometer-se.

  - Está tudo bem: o Sr. Sabaku no Gaara é muito inteligente e cordial, sem dúvida um ótimo professor. - Hinata respondeu de maneira indiferente, esforçando-se para suprir o medo que possuía pela figura do tio. Era certo este vinha tratando-a muito bem nas últimas semanas, mas simplesmente não conseguia esquecer-se do ocorrido. Se ela pelo menos soubesse das novas intenções do Uchiha...

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Notas finais do capítulo

*O Fantasma da Ópera - Dueto Principal.



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