Doce Vingança escrita por Alana5012


Capítulo 3
Momento de Insanidade


Notas iniciais do capítulo

Legenda
Diálogos: - Sim, cuidarei dela exatamente como cuidou de mim por todos esses anos, irmão...
Pensamento: "Itálico"
Lembrança: Negrito
Narração: E foi a partir daí que a cólera se apossou também do Uchiha mais novo, que prometeu vingança ao irmão tão rude.
Mudança de Tempo e Espaço: ●๋..●๋



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  Dias se passaram e a convivência entre Hinata e Sasuke piorava. Não que ela não tentasse ser gentil com o tio, porém este frustrava todos os seus esforços: para qualquer perguntava que fizesse (quando não ignorada), recebia respostas mal criadas e rudes de sua parte; se lhe cumprimentava com um sorriso, era correspondida com um olhar gelado e, arriscava dizer, até mesmo odioso. E assim as semanas iam decorrendo-se na casa.

  - Senhor, por que é tão ríspido com a menina? - Questionou-lhe Kurenai em certa ocasião.

  - Ela é mimada, arrogante e fútil; o que queria? - Respondeu como se fosse algo muito evidente. Gostava da mulher, era como se ela fosse a mãe que nunca tivera. E por ser justamente como uma mãe para Sasuke, estava sempre procurando dar-lhe bons conselhos.

  - Os outros empregados a consideram modesta, gentil e muito educada; eu também a enxergo assim. O senhor não? - Não, não podia; precisava sustentar a imagem corrompida que tinha das circunstâncias para possuir uma justificativa para vingar-se. Aquela era a noite que escolhera para assassiná-la; Hinata seria morta por suas mãos. “Além de me vingar, poderei ficar com o dinheiro que, por direito, me pertence e ainda, livrar-me do incômodo que é essa menina irritante.”

•..●

  A noite chegou depressa. Hinata foi para cama cedo, como de costume, depois de jantar mais uma vez só e terminar de ler um de seus livros favoritos; cansada, ajeitou-se sob os lençóis macios e fechou os olhos. Durante a noite, a residência permanecia silenciosa. Uma penumbra sombria encobria o segundo andar, onde não se ouvia um ruído sequer. De repente, escuta-se o ranger de uma porta se abrindo. A figura de um vulto alto, empunhando uma espada comprida podia ser vista caminhando lentamente pelo corredor comprido até alcançar a última porta, a qual empurrou vagarosamente, para que não emitisse nenhum som. Subiu os degraus devagar. Teria começado a hesitar? Não, só não queria acordar a garota que dormia profundamente. Encontrou-a de costas para si. Seria mais fácil assim... Ergueu o objeto sobre a mesma, porém, quando se preparava para cravá-lo em seu coração, Hinata voltou-se para ele, o sono inquieto a fazendo rolar sobre a cama. O Uchiha deu um passo para trás, entretanto, já era tarde.

  Os olhos tão incomuns encontravam-se arregalados, encarando o semblante frio do tio e a arma que estava nas mãos do mesmo. Sasuke tremeu. Se aquela menina gritasse... Precisava ser rápido! Levantou a espada e preparava-se para transpassá-la pelo peito da morena, quando Hinata sentou-se em um ímpeto na cama e passou a observá-lo minuciosamente. A respiração descompassada, fazendo com que o arfar ruidoso movimentasse os pequenos seios dela para cima e para baixo, para cima e para baixo... Deixando o Uchiha desconcertado. 

  - Por que razão me trata tão mal? O que fiz ao senhor? - Perguntava num misto de revolta, medo e pânico. As lágrimas escorriam em torrente pela face extremamente alva da menina. Chorava copiosamente, escondendo o rosto em suas mãos trêmulas, sussurrando um "Me perdoe" sem parar; a constância com que estava fazendo aquilo perturbou Sasuke, que deixou que o florete que empunhava anteriormente escorregasse por entre seus dedos - POR QUE VAI ME MATAR? - Bradou num acesso de cólera repentino. O jovem aproximou-se da cama, se sentando ao lado dela e, meio sem jeito, passou a acariciar suas longas madeixas, forçando-a a deitar-se em seu colo, com a cabeça encostada sobre seu peito. 

  - Psiu... Calma... - Murmurava, entre os soluços de Hinata - Eu... lamento.

  - Não me toca! - Falava, tentando se desvencilhar das mãos do mesmo: em vão.

  - Quietinha... - Sussurrou, segurando-a pelos braços com uma das mãos e tapando sua boca com a outra - Não precisa gritar. Está tudo bem; eu não vou fazer nada com você. - Dizia enquanto ela se debatia.

  - Eu te odeio... - Murmurou, contra a mão sobre seus lábios, repetidas vezes - Te odeio... Te odeio...

  - Não, não odeia! - O tom empregado foi um pouco mais seco; ele obrigou-a a olhar para sua face, enquanto dizia baixinho - Eu é que te odeio; te odeio por seu pai ter me tratado mal durante toda a vida e cuidar de você como se fosse uma princesa;  te odeio por ser a herdeira legítima da fortuna que por direito me pertence e seu pai negou-me; te odeio por ser essa mocinha irritante e chorona... - Foi quando interrompeu-se. Não desejava prosseguir. Temeu que a garota contasse o que se passara naquela noite a alguém e fosse condenado a morte. No entanto, já não desejava assassiná-la, pois percebera que culpava-a por coisas sem sentido, que já não tinham a menor importância; o irmão estava morto e ele não estava mal, muito pelo contrário: conquistara todas as suas posses pelas próprias mãos, como o mesmo dissera antes, e encontrava-se tão bem quanto Itachi ao fim da vida (talvez até melhor!). E estava disposto a estragar tudo por culpa da maldita sobrinha?! Não, precisava ser cauteloso. Refletia sobre o que faria para remediar aquela situação - Perdoe-me... Isso... - Apontava para o florete que jazia no chão - Foi um momento de puro descontrole e cólera. Estava irado. Eu francamente não sei... - Tentava desculpar-se com frases sem nexo e argumentos sem sentido. Hinata continuava fitando-o com medo, trêmula, enquanto ele ainda a segurava com brutalidade pelos ombros - Entendeu? - Ela nada respondeu - ENTENDEU? - Berrou, com certo desespero. A garota assentiu muito assustada - ‘Tá... Então você não vai contar nada pra ninguém, vai? - Qualquer um que o visse sussurrando daquela forma alegaria que o Uchiha perdera a razão. Mas Hinata só podia concordar com tudo o que ele dizia, meneando a cabeça - Ótimo... Então vamos fingir que nada disso aconteceu, tudo bem? Agora irei te soltar e você vai voltar a dormir... Eu irei retornar para os meus aposentos... E esqueceremos tudo que se passou essa noite. - Dizia para si mesmo, enquanto soltava a menina, que se afastara de supetão - Não...  Não... - Balançava a cabeça, num gesto de reprovação - Não precisa mais ter medo de mim; de agora em diante vou ser o tio amoroso que tanto deseja e você irá ser a sobrinha que tanto adoro... Amanhã vou te levar para passear, a qualquer lugar que você queira ir. Vamos nos divertir muito! - Sorriu; um sorriso perturbado e sinistro, que fez Hinata tremer e encolher-se toda - Boa noite! - Disse, se levantando. Virou-se para ir embora, porém, voltou até onde a jovem encontrava-se e se aproximou de seu rosto, fazendo com que a mesma soltasse um suspiro de espanto. Este sorriu outra vez e depositou um casto beijo em sua testa para depois apanhar a espada e descer os degraus do sótão assoviando.

  A adolescente continuava sentada na cama, imóvel, com a respiração descompassada e muito aturdida e confusa com o que acabara de acontecer; passou as horas que se seguiram acordada, com o olhar fixo num ponto vazio qualquer. “Ele é louco...“ Pensava “E vai me matar.” Tinha certeza.

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Notas finais do capítulo

Fiquei muito feliz em ver que muitas pessoas se interessaram em acompanhar a fanfic desde que postei o último capítulo. Espero que tenham gostado desse também. Obrigada por ler... ^^