- Arya. – Aquela voz era conhecida. Arya não se lembrava de onde, ela não conseguia se lembrar. Então depois de uma hora ela finalmente levantou a cabeça para conhecer o homem que estava com ela no peito. Quando o viu ela deu um pulo.

O homem tinha cabelos negros, olhos acinzentados e suas orelhas eram pontudos. Era um centímetro mais alto que Arya e era incrivelmente belo.  Seus olhos representavam pupilas antigas, mas sem vida. Aquilo era impossível, ele havia morrido.

- Eu morri Arya minha querida. É uma longa historia, mas resumindo ela eu consigo agora ter poder suficiente para tocar e aparecer como uma pessoa normal. – Falou o elfo Faölin. Arya estendeu a mão para tocar – lo com medo e receio que ele desaparecesse. Mas por quê? Porque Arya queria tocar – lo? Há alguns minutos ela estava chorando, chorando porque perdera Eragon por sua culpa. Aquilo não estava correto, ela não conseguia sentir emoções por Faölin mesmo que tentasse. Arya abaixou a mão e recuou. Ela se sentiu mal por aquilo, sentiu – se mal por não conseguir olhar para Faölin e ter o coração batendo da mesma forma que batia há anos atrás. Ela entendeu mais rápido do que pensara: ela não amava mais Faölin, todo amor que um dia pertenceu a ele agora pertencia a Eragon, e em dobro até mesmo triplo.

- Exatamente Arya. Você ama Eragon, você o ama mais do que amou qualquer homem na sua vida. Então diga – me porque fez isso com ele? Ele ama você. – A elfa olhou para ele indignada, surpresa pelo fato de ele não ficar nervoso com ela por ela não amar mais ele. – Arya querida, sabe muito bem que eu jamais faria isso. Eu quero sua felicidade. Valeu apena o tempo que esse amor durou, mas agora isso acabou. Você ama outro, e acredite eu tenho observado Eragon, conhecido bem ele e eu gostei do Cavaleiro.

Arya sorriu um pouco alegre. – Faölin me desculpe não estar muito alegre por ter ver. Eu...

- Eu sei o que esta sentindo agora Arya. Sente – se, por favor. – Ambos sentaram um ao lado do outro na raiz da arvore. – Agora me responda Arya porque recusou Eragon?

- O dever...

- Não, isso é uma desculpa. Não é o dever, há muito tempo parou de ser o dever.

Arya pensou Faölin a conhecia. Ela não poderia esconder isso dele, mas ela nunca admitira que fosse isso que a impedia de aceitar Eragon como seu companheiro.

- Eu tenho medo. – Arya respondeu hesitante.

- Do que?

- Desse amor. Perder Eragon da mesma forma que perdi você. Alem do mais ele é humano, esse sentimento pode mudar. Ele pode enjoar de mim.

Faölin olhou para ela divertido. – Arya cada espírito poderoso tem o dom de sentir algo, o meu é sentir os sentimentos das pessoas, se você soubesse o que Eragon sente por você, tenho a impressão Princesa que agora você já estaria nos braços dele. Ele te ama, verdadeiramente.

Arya piscou. Faölin nunca, nunca mesmo mentia para ela. Nem mesmo para fazer ela se sentir bem.

- Eu não posso culpar – lo sabe Arya, por agir agora assim contigo. Ele já provou milhares de vezes que ama você e em troca recebeu “foras”. Você sempre o tratava como uma criança, mas não via o que ele passava Arya e o quão adulto ele era. Você se fechou para ele por que me perdeu, ele respeitou isso Arya. Ele poderia ter ficado estressado, poderia não respeitar por que ele tinha motivos. Ele perdeu a tia, o tio, o pai, os mestres.

- Eu sei Faölin, eu sei que errei fui injusta. Eu não posso mudar o passado. – Falou Arya chorando.

- Mas pode decidir o futuro. Vamos Arya você nunca desistiu das pessoas que...

- Eu não desistindo. – Arya falou firmemente interrompendo Faölin. – Eu não irei desistir de Eragon.

Um sorriso apareceu no rosto de Faölin, ele havia conseguido o que queria.

- Eu sei Arya e acho bom mesmo. Agora é meu tempo, boa sorte e... Vê se não faz nenhuma besteira. – Faölin beijou a testa de Arya então desapareceu. A elfa ficou parada ali, a chuva havia se passado e ela estava encharcada e com o rosto brilhando graças a lagrimas. Já era de madrugada, provavelmente todos já haviam ido descansar. Ela levantou e começou a correr de volta ao Palácio. Quando ali chegou a elfa bufou de irritação, seria praticamente impossível ela entrar no Palácio sem ser vista por alguém. E a princesa elfa não só estava encharcada como também tinha terra na roupa e o cabelo estava bagunçado.

- Arya? – A não, Arya queria que o chão se abrisse e engolisse-a. Oh não. Ela virou – se e forçou um sorriso cínico e falso.

- Mãe. Nasuada. Murtagh. Que bom vê – los. – Arya falou com uma felicidade e um sorriso meio falso.

- Você bebeu? – Nasuada perguntou se divertindo com a situação da elfa.

- Arya você esta péssima, onde se meteu? – Islanzadí perguntou olhando de baixo para cima da elfa.

- Arya não acha que ta muito velha para tomar banho de lama? – Murtagh perguntou tentando segurar o riso. Arya o encarou, na verdade ela o fuzilou.

- Eu estava na floresta pensando, ai choveu e me molhou toda. Posso ir agora tomar um banho e trocar de roupa? – Respondeu a elfa como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

- Deve. – Falou Islanzadí olhando para pasma para a filha. Arya forçou um sorriso e se virou quase trombando com Eragon. – É Murtagh creio que ela bebeu.

Arya ignorou a fala da mãe, ela encarava Eragon. Ele olhava para ela serio, de baixo para cima. A mascara dele não caiu, mas Arya sabia que ele estava se divertindo com a princesa daquela maneira.

- Você bebeu? – Perguntou Eragon graças à fala de Islanzadí.

- Sim. – Respondeu Murtagh.

- Não. – Respondeu Arya no mesmo segundo que o moreno. Um sorriso divertido passou pelos lábios de Eragon, mas logo desapareceu. – Eu não bebi, estava apenas na floresta quando começou a chover.

- Ah... Ok Princesa. – Foi à única coisa que ele respondeu. Arya sorriu para ele, mas por dentro ela sentia triste pelo fato de Eragon não dirigir a ela como ele antigamente dirigia, e sim como uma princesa. Eragon respondeu apenas com um pequeno sorriso sem emoção, aquilo doeu mais ainda. Ela queria beija – lo e dizer o quanto o ama, o quanto sentia por ter magoado... Mas sabia que ali na frente de Murtagh, Islanzadí e Nasuada não era bom, até porque Eragon com certeza acharia um jeito de desviar o assunto.

Ela precisava pegar o Cavaleiro desprevenido, por mais que essa demora doesse. Desviando de Eragon – ele estava na frente dela quase encostado-se a ela – a elfa caminhou pelo corredor indo a caminho do seu quarto e ignorando os olhares que sentia dos quatro sobre ela. Ao chegar ao quarto despiu – se e foi banhar – se. Mas seus pensamentos se encontravam apenas suavemente em uma pessoa: Eragon.