Arya segurou as lagrimas. Ela não iria chorar, observou Eragon sair do quarto fechando a porta. Ela não acreditara naquilo, ela não acreditava que Eragon havia feito aquilo. Ela viu a dor em seus olhos, mas viu uma decisão, algo que ela não imaginara. Ele havia desistido dela? Era culpa dela, dessa vez era. Ela havia escolhido aquilo, ela poderia ter feito outra coisa. Ter seguido seu coração, mas não Arya preferia a razão, o dever. Mas que dever? Eragon não era mais o único Cavaleiro livre de Alagaesia, não era aquele Cavaleiro que tinha o peso do mundo em suas costas. Ela poderia ter seguido o coração, o dever dessa vez não atrapalharia. Talvez sua mãe, mas isso ela duvidava.

- Arya, minha filha tudo bem? Você esta chorando. O que aconteceu entra você e Eragon? – Ela ouviu sua mãe falar com ela. Droga, havia se esquecido da presença dela. Mas ela percebeu o rosto molhado, lagrimas caindo. Arya olhou para mãe, quase suplicando para que Islanzadí não insistisse no assunto, quase suplicando para que ela apenas deixasse Arya chorar.

- Oh minha filha. – Rainha Islanzadí entendeu com um olhar ela entendeu o que sua filha estava passando. E surpreendendo Arya, Islanzadí abraçou – a apertado e carinhosamente. Arya retribuiu o abraço e chorou de dor. Ficaram ali tempo indeterminado.

- Tudo bem, estou melhor. Obrigado. – Arya indo lavar o rosto e separando – se dos braços da mãe. Depois de lavar o rosto Arya encarou a mãe que a olhava atentamente. – Vamos ao dever, não posso ficar chorando o tempo todo.

- Você é forte minha filha, mas não é imortal as emoções. Sendo princesa, Amazona, elfa, nada muda isso. Você não pode se afastar de Eragon para sempre, e nem prender esse amor que sente por ele. – Aquelas palavras a atingiram como uma faca. Islanzadí entendia Arya perfeitamente, e isso de certa forma surpreendeu a princesa dos elfos. Ela nunca fora apegada com a mãe.

- Eu sei mãe. – Arya apenas respondeu, não tinha mais nada para falar. Ambas dirigiram a porta do quarto e saíram, dando de cara com Rainha Nasuada que passava por ali. As três se cumprimentaram formalmente.

- Rainha Nasuada seria muito incômodo se você reunisse o conselho? Eu gostaria de saber os planos para batalha, estou a par de muita coisa graças a Arya. – Falou educadamente Rainha Islanzadí.

- Sim, claro Rainha Islanzadí (N/A isso é tão cansativo). O conselho já esta reunido, na verdade eu estava a chamar Arya e Eragon tenho uma nova noticia.  Mas como Arya já esta a par da reunião, creio que só falta Eragon. Estou indo ao quarto dele, gostariam de vim comigo? – Respondeu Nasuada.

Arya congelou. Não, ela não podia ir. Não conseguiria encarar Eragon tão cedo. Mas bastou um olhar entre ela e sua mãe e ela já sabia o que tava por vim.

- Sim, claro. Vamos todas nós. – Sua mãe respondeu e todas começaram a caminhar para o quarto de Eragon. Ninguém falava nada, Nasuada havia notado a tensão do ambiente e decidira não perguntar. Algo sábio, pois isso só pioraria as coisas. Arya se concentrou o maximo no caminho, bloqueou todas as emoções no caminho. Ela permaneceu neutra.

Fírnen não estava com ela, e ela não sabia onde ele estava. Ela precisava dele para distrai – la, mas teria que enfrentar Eragon sozinha. Quando chegaram ao quarto Nasuada bateu na porta, ficaram as três em silencio esperando alguém abri. Nada. Por fim depois de duas batidas, elas sentiram uma forte mente contra as delas. As três se olharam e devagar abaixaram as barreiras.

Pode entra. Saphira falou e se retirou da mente sem dizer mais nada. Islanzadí abriu a porta e entrou, seguida por Arya e Nasuada. O quarto era organizado, parecido como o de Arya, mas ela notou que era escuro rodeado por cores cinza e marrom. Enquanto o dela era branco. A cama era grande, de casal e bem confortável. As três se surpreenderam ao encontrarem Eragon deitada nela, adormecido. Como um belo anjo. Arya pensou deixando um pequeno sorriso aparecer nos lábios.

- Então... Quem acorda? – Nasuada falou sorridente. Islanzadí riu e chegou mais perto observando Eragon dormir. Na verdade as três fizeram isso.

- O sono dele é pesado, provavelmente deveria estar cansado. Acorde você Rainha Nasuada. – A Rainha Elfa falou depois de uma breve avaliação.

Nasuada hesitou.

- Ah meu Deus, vocês não sabem acordar um Cavaleiro? – Falou uma voz conhecida fazendo todas virarem para a porta. Ângela estava ali com um sorriso zombeteiro nos lábios. – Ele é um homem, um ser qualquer. Posso acorda – lo?

- Vai em frente. – Nasuada falou agora sorrindo. Arya e Islanzadí se entreolharam, sabia o que tava por vim.

- Adoraria tacar água nele, mas não gostaria de provocar um Cavaleiro. Então vamos do modo normal. – Dito isso ela se aproximou de Eragon e gritou em seu ouvido – ACORDA CAVALEIRO.

Eragon pulou da cama. – Merda Ângela não sabe o que é delicadeza não?

- Desculpa. Mesmo você dormindo como um belo anjo foi impossível resistir a não te acordar. Agradeça por não ser com água. – Falou Ângela soltando belas gargalhadas. Eragon corou ligeiramente fazendo Arya quase deixar com que um sorriso escapasse em seus lábios.

Islanzadí pigarreou agora seria e olhou para Eragon. – Cavaleiro se importa de ficar bravo com Ângela depois? Agora temos uma reunião.

Eragon virou – se para encarar a Rainha dos Elfos, ele parecia confuso e a testa estava franzida.

- Aconteceu algo grave? – Perguntou olhando de Nasuada a Islanzadí.

- Espere na reunião. Agora vamos todos. – Respondeu Nasuada sorrindo – ela havia rido bastante da forma delicada que haviam acordado Eragon. – Mas antes, Eragon responda uma pergunta: Tem descansado bem ultimamente?

- Sim, Majestade. – Ele respondeu sem hesitar. Nasuada assentiu apesar de não parecer acreditar, virou – se e saio do quarto com Islanzadí (N/A Ah *-* eu to escrevendo o nome dela sem copiar e colar...) ao seu lado e Ângela atrás. Arya olhou para Eragon, ele não a encarava, ele olhava o chão. Uma dor, uma enorme dor preencheu todo o coração de Arya. Ela engoliu o choro e se retirou do quarto com Eragon logo atrás – leia – se: Arya andou, Eragon esperou e assim saio.

Arya reparou que as três mulheres a encararam e Eragon surpresa pelo fato de nenhum dos dois terem trocado nenhuma palavra ou olhar. Ela ignorou aquilo, deixou a mascara tomar seu rosto, ficando um rosto belo, mas frio e neutro. Mas por dentro era dor. Uma dor tão grande que Arya simplesmente queria ficar sozinha, trancada em seu quarto no escuro. Mas ela sabia que nem isso adiantaria, ela queria Eragon. O coração dela implorava por Eragon.

Eles caminharam por longos minutos de tensão. Eragon ficara o mais longe possível de Arya, e essa evitava ao maximo se quer olhar em sua direção. Islanzadí ia à frente com Nasuada ao lado, ambas trocavam olhares assustado. Ângela parecia agora irritada, com eles: Eragon e Arya. A elfa bufou com desdém, Ângela não tinha nada ver com a vida dela.

Ela quer o bem de Eragon e o seu. Falou Fírnen assim que entrou em sua mente e reparou o seu pensamento. Pequenina você errou e muito em ter feito essa escolha.

Eu sei. Eu só... Eu não quero perder Eragon. Arya respondeu ao seu dragão sentindo uma pontada de alivio por ter quem dividir. Onde você estava?

Com Thor e Saphira, nós estávamos voando. Então Saphira voltou até Eragon alegremente, mas depois ela me informou o que havia acontecido. Então eu vim o mais rápido possível. Eu sinto muito pequena. Você deveria ir falar com ele, desculpar – se.

Ele esta me ignorando.

Talvez...

Arya parou de conversar com Fírnen, pois haviam acabado de chegar a Sala de Guerra. Os três dragões (Thor, Saphira e Fírnen) já estavam ali. Arya sentou – se ao lado de Islanzadí e Nasuada, ficando ao meio das duas. Eragon por sua vez, preferiu ficar perto de Roran e Ângela – esses dois se encontravam quase ao final da mesa, longe de Islanzadí e Nasuada. Arya permaneceu neutra, mas ela entendeu. E com certeza não foi só ela. Murtagh a encarava como se tentasse descobrir o que ouve, ela apenas fez um gesto sem que ninguém notasse para que depois eles conversassem. O moreno assentiu e voltou sua atenção a Nasuada que começara a falar.

- Tenho uma noticia boa eu creio os feiticeiros já conseguiram destruírem a barreira que protegia o Acampamento Inimigo facilitando nosso ataque. Porem mesmo achando que devemos atacar imediatamente, iremos ter que esperar alguns dias. – Noticiou Nasuada.

- Porque? Temos tudo para atacar agora. – Perguntou Orrin surpreso assim como os restantes da mesa. Até mesmo Arya parecia surpresa. Na verdade a elfa não entendia o fato de eles esperarem.

- Simples: Rainha Nasuada quer ter vantagem na batalha. – Respondeu Eragon sem levantar os olhos da mesa. Todos viraram para ele.

- Que vantagem? – Roran perguntou.

- Uma Amazona virá nos ajudar, então estaremos em vantagem na batalha. – Respondeu Eragon novamente sem levantar os olhos.

- Já informo a ela Eragon? – Perguntou Murtagh agora.

- Sim. Ela já esta de partida.

- Quem é essa “ela”? – Perguntou Islanzadí. Agora Eragon levantou os olhos e começou a explicar quem era a garota. Arya teve que admitir, ela sentia ciúmes do modo que Eragon falava da garota. O pior era a sensação de saber que ela nesses últimos nove anos esteve com Eragon, perto de Eragon... Quem sabe até mesmo sozinha com Eragon. Argh ela mesmo não conhecendo a garota não gostava muito dela. Mas não poderia julgar – la.

- Isso é bom, agora temos vantagem em terra e em ar. Mesmo assim devemos ficar em alerta caso eles queiram atacar. – Falou Roran depois da explicação de Eragon. E foi assim que começo a decidir cada posição dos soldados, os espiões, feiticeiros, Nasuada informou o que haviam descobriu com o soldado que Murtagh trouxera e Islanzadí ficou a par de tudo.

Arya mal conseguira se concentrar na conversa, ela olhava para Eragon, disfarçadamente. Ele não levantava os olhos para encarar a elfa, às vezes quando ela fazia algum comentário ele apenas a olhava, mas era uma olhar rápido e frio. Ele estava usando uma mascara com ela, e isso doeu profundamente. Ela com certeza preferia muito mais sem torturada por Durza, do que ver Eragon se afastando dela e usando uma mascara com ela. Arya perdera a amizade de Eragon e agora não tinha o amor dele. Ela era apenas uma Princesa para ele, a Princesa dos elfos. Era culpa dela. Tudo aquilo era culpa dela. Ela sabia. Não dava para negar. E ela não era covarde para negar isso. Ela queria voltar no tempo e corrigir isso, queria voltar no tempo e ter escolhido a outra opção, ter escolhido ele.

- Então a reunião esta encerrada. – Falou depois de uma hora Nasuada fazendo com que todos se levantassem e retirasse. Ficou apenas Murtagh, Islanzadí, Arya e Nasuada. Eragon saira ignorando alguns olhares para ele, pois o Cavaleiro havia agido friamente a reunião inteira. Arya sentiu os olhares dos três presentes em cima dela, como se quisessem saber o que ouve com Eragon. É claro que todos na mesa havia reparado o clima, ninguém era burro e nem idiota para achar que ambos, Eragon e Arya que antes era muitos amigos, agora estavam evitando olhares, sentar perto ou algo parecido. Arya não queria dar uma explicação, por isso antes que eles perguntassem ela inventou uma desculpa e saio da sala ignorando os três chamando seu nome. Ela correu, correu pela floresta com lagrimas no rosto. Até que se cansou e ali ficou, no meio da floresta, num frio e chuviscando. Arya chorava. Chorava por saber que fora idiota, burra, tonta, patética e tudo que tem direito por não escolher Eragon. Ela chorou, mesmo quando dois braços a seguraram levando a um peito musculoso. Ela não olhou, não queria saber quem era, apenas chorou. A chuva molhava ambos, agora não sentia tanto frio, o calor dos braços do homem era o suficiente.