Cápitulo 18: Recado em sangue

_Senhoria Baiocchi preciso que se acalme – o professor Dumbledore falava com sua voz calma que sempre o acompanhava.

_Me acalmar? Acabou de me chamar para ver um corpo mutilado e pedem para que eu me acalme? – falei aos berros, enquanto tentava não encarar o corpo ensangüentado da garota a qual o rosto era irreconhecível.

_Onde estava está noite senhorita? – o diretor Dippet perguntou enquanto me empurrava para que me afastasse do corpo.

 Parei para reparar que os dois homens me encaravam com certa suspeita, o ódio crescia tomando conta do meu corpo.

_Está sugerindo que eu a matei? Pois fique sabendo que nem ao menos sei quem é essa garota – gritei enquanto me soltava dos braços do diretor que tentava me acalmar.

 Olhei para o professor Dumbledore que apenas acenou com a cabeça para que eu olhasse os muros de Hogwarts, estavam todos escritos, com sangue, provavelmente o sangue da garota morta.

_Você será a próxima Lílian Baiocchi – li em voz alta as escritas, procurei os olhares dos dois homens que agora me observavam com certo receio de que eu fosse enlouquecer a qualquer momento, o que de fato podia acontecer – eu tenho que ir.

 Não esperei que eles me segurassem ali mais tempo, apenas sai correndo em direção a Sala Precisa aonde eu sabia que o encontraria. Os corredores vazios com pouca luz faziam com minha trajetória demorasse mais que o normal.

_Lily? – a voz de Tom se assustou ao ver meu estado enquanto eu lutava com as lágrimas que teimavam em cair – o que aconteceu Lily?

 Não tive coragem de responder, apenas me abracei a ele enquanto o mesmo tentava me acalmar sussurrando uma doce melodia de ninar.

_Não precisa contar se não quiser, mais fique calma – ele falava constantemente em meios aos meus soluços e as crises de choro.

_Havia uma garota morta Tom, foi ele, eu sei que foi ele, Grindelwald, o recado na parede, dizendo que eu era a próxima, foi tudo ele, ele vai me matar Tom, eu sei que vai – sussurrei antes que outra crise de choro viesse.

_Me escute Lílian, ele não vai fazer nada com você, não enquanto eu estiver aqui – Tom me segurava fazendo com que eu olhasse nos seus olhos.

 Tentava não dormir enquanto Tom continuava a cantarolar a canção de ninar, sabia que assim que fechasse os olhos o corpo da menina viria me atormentar nos sonhos, sabendo que o próximo corpo a ser encontrado seria o meu, sabendo que eu seria morta do mesmo jeito que meus pais foram, tendo que juntar os pedaços do corpo para um enterro digno, assim como eles.

_Não quero dormir Tom – falei enquanto ele brincava com os meus cabelos – não posso dormir.

_Você tem que dormir minha pequena, eu estarei aqui, ninguém tocara em você – ele percebeu que não era só isso que me impedia de dormir, pois sorriu ao continuar – se tiver algum pesadelo estarei aqui, para acordá-la e lhe acalmar, apenas durma em paz minha pequena, quando acordar será um novo dia, e eu prometo que tudo ira dar certo.

 Permitir-me fechar os olhos vendo a consciência ser tomada do meu corpo, eu sabia que enquanto Tom estivesse do meu lado tudo estaria bem.