Minha tia infelizmente piorou, então ficamos mais duas semanas na Coréia. Nessas duas semanas, aprimorei meu coreano, consigo falar quase que fluentemente - estou orgulhosa de mim mesma. Até mesmo ando ouvindo bandas e cantores coreanos como IU, 2PM, Super Junior, f(x), CN Blue, 2NE1, SNSD, SS501 e outras. Tentei evitar ouvir SHINee para não ter o perigo de ser uma "fangirl".

Enquanto tia Sun Hee continuava doente, eu continuava indo trabalhar no lugar dela - ela me obrigou a receber pelo o menos dez por cento do salário dela. Eu tinha que ir para lá sempre uma hora antes, assim Sara podia me arrumar e também ajudar no meu vocabulário.

Eu sempre tentava evitar encontrar com os garotos do SHINee pois ainda me sentia meio constrangida perto deles, mas algo sempre aparecia.

Como Tia Sun Hee era assistente do gerente deles, ela fazia realmente de tudo - e com esse "tudo" ela precisava segui-los para onde quer que fossem, ajudando-os sempre que precisassem. Ou seja, eu precisava ficar no pé deles para o que der e vier. Mas eles não eram ruins.

Nós não conversávamos muito, não ficamos nem um pouco intimos. Na verdade, trocamos apenas um "Olá" e "Bom trabalho" durante o dia inteiro, então eu nem me preocupava com eles. Até o dia em que Minho se machucou.

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Entrei na sala novamente com as seis garrafas de água - cinco para os garotos e mais uma para o cara estranho que ficava lá observando eles. Fechei os olhos e apenas fiquei ouvindo Lucifer - eles andavam ensaiando bastante essa música, a coreografia parecia ser bem complicada e Jonghyun parecia ter alguma dificuldade com ela.

Tudo aconteceu extremamente rápido e eu só ouvi um barulho alto e um grito de dor. Levantei a cabeça e Minho estava no chão, abraçando sua perna.

Ao que parecia, Jonghyun havia tropeçado em cima de Onew, que, consequentemente, empurrou Minho que caiu em cima da sua própria perna.

Pensei rápido e agi. Saí correndo da sala e peguei a maleta de primeiros socorros que havia em cima do armário da sala de tralhas. Gritei para Sara chamar a ambulância e corri de volta para a sala de ensaios.

Sem tempo, apenas me joguei de joelhos e deixei a minha calça me arrastar com o impulso para perto de Minho. Parada perfeita, se não fosse pelos meus joelhos doendo. Mas isso era o de menos.

- Onde dói? - perguntei, sem me importar com a formalidade.

- Aqui, aqui. - ele apontou para o tornozelo, seus olhos estavam brilhantes, quase lacrimejando.

Felizmente, era só um tornozelo torcido. No fundo, pude ouvir Jonghyun se desculpando mil e uma vezes.

- Taemin! Traga gelo e um pano, por favor, rápido! E Jonghyun, traga almofadas, muitas almofadas!

Os dois correram rapidamente para fora da sala. Key e Onew estavam ao nosso lado, mas felizmente Minho já estava mais calmo.

- Você está bem? - perguntou Key.

- Sim, sim. Ainda dói, mas acho que só me assustei um pouco.

- Luca, para quê as almofadas? - achei estranho Onew se direcionar a mim, então demorei para responder.

- Almofadas? Ah, eu só queria que o Jonghyun saísse da sala, ele tava me irritando. - acho que fui meio grossa pelo jeito que falei, mas eles riram, então acho que não teve problema.

Taemin entrou correndo na sala me entregando o gelo e o pano. Coloquei dois cubos de gelo dentro do pano e enrolei as pontas. Deixei o pano em cima do tornozelo do Minho - gelo ajuda no desinchaço.

No fundo, pude ouvir Jonghyun pedindo almofadas para todos. Não pude me conter e ri um pouco. Vacilei.

Olhei para frente e Onew, Taemin, Minho e Key estavam me encarando.

- O-O que foi? - perguntei, com a minha voz falsete de homem. - Sejam úteis e vão ver se a ambulância chegou! Não tenho certeza de que isso seja só uma torção!

Onew me deu uma encarada suspeita e então se levantou, indo perguntar sobre a demora dos paramédicos. Jonghyun logo entrou correndo segurando umas dez almofadas, todo desajeitado. Ri em silêncio.

Peguei duas almofadas e coloquei embaixo do pé de Minho. Jonghyun estava ofegante atrás de mim.

- Você tá bem? - perguntei, me virando para ele. De alguma forma, eu não estava mais nervosa perto deles. Ele fez que sim com a cabeça e logo os paramédicos chegaram, colocaram Minho na maca e o levaram pelo elevador. Vi a cara de preocupado do Jonghyun, toquei no braço dele e sorri.

- É só uma torção, não precisa se preocupar, tá bom? - vi que ele ficou um pouco envergonhado.

Saí da sala mas fui puxada. Me virei e era Taemin me segurando. Ele e os outros se curvaram. Me senti extremamente envergonhada.

- W-wae?

- Obrigada! - disseram em coro.

Eu ri de novo, e novamente recebi as encaradas, mas nem liguei.

- Não foi nada, eu apenas pensei rápido. Vou pra casa agora, ok? Volto amanhã. Me digam se o Minho ficar bem, ok?

Todos se despediram de mim e eu saí da sala.

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Cheguei em casa, tirei aquelas faixas apertadas, peguei meu violão e suspirei. " Não se apegue a eles, Lucy. É errado. "