“Quando as coisas têm que acontecer, elas simplesmente acontecem. E nós temos que compreender.”

Duas semanas depois...

Ashley POV

Finalmente tudo parecia estar bem outra vez – Ou quase isso. As meninas não estavam em casa, foram levar Katy para um passeio pela cidade. Aquilo parecia bom, mas não para mim. Ainda não tinha ânimo para sair.

Preferi ficar em casa com Zacky, ele também não quis sair. Devia ser porque ele tinha brigado com Talissa na noite anterior. O motivo? Bem, longa história...

Talissa POV

Na noite anterior

Zacky ultimamente estava muito próximo de Ashley. Tipo, muito mesmo. Desde a morte do Jimmy, ele virou outra pessoa. Quase não ficava perto de mim, já não me dizia eu te amo, não me dava atenção nenhuma. Talvez fosse só minha imaginação que traquinava coisas não favoráveis, mas de qualquer jeito iria dar um jeito nisso.

Estava sentada no sofá junto com Melody e Johnny. Matt, Brian e Katy foram ao mercado comprar algumas coisas. Zacky estava deitado no tapete com Ashley enrolada em um cobertor, a cabeça recostada em seu peito. Aquilo de certo modo, me incomodou. O jeito que ele afagava os cabelos da minha irmã não me parecia ato de amigo – Era mais como uma cobra pronta para dar o bote, só esperando uma chance mínima. Hey, eu deveria estar ali, e não ela!

– Ash, está com fome? – Ele perguntou e ela assentiu. – Vou à cozinha preparar algo para você comer, está bem?

– Hã, tudo bem. Aproveite e coma alguma coisa também, você almoçou? – Ela retrucou e Zacky não respondeu. Apenas acariciou o rosto da menina e seguiu para a cozinha.

A chance que eu queria!

Caminhei rapidamente até a cozinha e sentei no balcão, observando enquanto ele revirava algo na geladeira.

– Prontinho, salgadinhos e esse s... – Zacky parou de falar ao me ver, deixando o pacote de salgadinhos que carregava cair no chão. – Oi amor.

– Oi. – Respondi seca. Ele pareceu não notar a diferença no meu tom de voz, pois deu ombros e pegou um copo, despejando o suco que havia dentro da garrafa. – Eu e as meninas vamos passear amanhã, quer ir também?

– Ah, não. Prometi para Ashley que ficaria em casa com ela amanhã, sabe como é. Ela ainda se sente sozinha... - Ele franziu a testa por um segundo e se virou para a geladeira. Tirou duas latinhas de refrigerante e duas embalagens de hambúrguer (?), daqueles que colocam no microondas e ficam prontos em três minutos. Alimentação saudável é fundamental. - Vai querer um?

Fechei os olhos e respirei fundo, me controlando para não jogar uma das latinhas de refri na cabeça dele.

– Ash, Ash, Ash! – Exclamei impaciente e ele me olhou assustado. – Agora é assim. Ela se sente sozinha e você esquece que tem namorada?

E então, Zacky começou a rir doentiamente. O corpo se contorcia, e seu rosto ficou vermelho rapidamente. Qual era a graça daquilo?

– Ciúmes da Ash? Haha, não acredito que Talissa Elisabeth Brandon está com ciúmes da irmã!

– É? Então está bem. – Vociferei jogando um prato no chão, que não quebrou por ser de plástico. Sorte. – Zachary BAKER, fique em casa. Mas também quando quiser sair, vá passear com a ASH!

Dei as costas e comecei a correr, subindo as escadas com uma rapidez quase inacreditável. Tranquei a porta do quarto e me arrastei até a cama, me jogando por lá.

– Amor, abra a porta. – Zacky gritou e começou a bater na porta. – Ou eu a derrubo agora mesmo.

– Sai daqui Zacky, a Ash está com fome! – Disse, e joguei uma sandália na porta. Após o estrondo, não ouvi mais a voz dele.

Fechei os olhos e senti as lágrimas frias e salgadas inundarem meu rosto. Peguei o celular e coloquei a primeira música que vi, Here without you. A letra só me fazia querer chorar mais. A falta que Jimmy fazia era imensa, e eu não podia fazer NADA para impedir aquilo.Não importa o quanto eu grite pelo seu nome, ele não vai aparecer na porta com aquele olhar preocupado, muito menos me abraçar e dizer que vai ficar tudo bem, porque dessa vez eu sei que NÃO VAI. Só ele conseguiria colocar tudo de volta no lugar, antes mesmo que nós percebêssemos que havia saído do controle. Porra gigante, está vendo que tudo aqui sem você vira um caos?

When you're gone

The pieces of my heart are missing you

When you're gone

The face I came to know is missing too

When you're gone

The words I need to hear to always get me through the day

And make it ok

I miss you

[...]

Ashley POV

Fui para o banheiro e me enfiei debaixo do chuveiro. A água fria ajudou a dispersar o resto de sono que ainda tinha. Saí tropeçando e enfiei um blusão qualquer. Estava abafado demais para escovar os cabelos, então passei o pente e os deixei soltos.

– Loira, você esqueceu sua escova em cima da... – Ouvi a porta sendo aberta e respirei fundo. Não tive coragem de olhar para trás. – Cama.

– Obrigado Zacky. – Respondi e sorri desconfortável, puxando o objeto da mão dele. – Eu acho que vou hã...

Girei o corpo e senti duas mãos me puxando para perto.

– Não, você não acha. – Zacky sussurrou e me girou até que eu ficasse de frente para ele. Encostamos nossos narizes e após, colei meus lábios nos dele. Sua língua pedia passagem e eu acabei cedendo, colocando uma mão em seu pescoço vagarosamente. – Vai mesmo fazer isso?

– Você sabe que isso não vai se repetir, não é? – Indaguei e ele riu.

Hold me and love me

Just wanna touch you for a minute

Maybe three seconds is enough for my heart to quit it

Os seus lábios deslizaram pelo meu pescoço mordendo devagar cada pedacinho de pele que tocava e suas mãos acariciavam minha cintura por cima da camiseta. Ele me empurrou contra a parede, tomando meus lábios para ele. Limitei-me a gemer abafado contra sua boca.

Ergui meu corpo para dar acesso às suas mãos ao fecho atrás das minhas costas. Ele entendeu na hora e puxou o mesmo bem devagar. Eu ri sentindo cócegas com o contato das suas mãos frias em minha pele quente demais. Enquanto ele terminava de desabotoar meu sutiã, a sua boca encontrou a minha nuca me causando um arrepio forte.

Descargas elétricas poderiam muito bem exemplificar o que meu corpo passou quando a boca de Zacky deslizava pelas minhas costas daquela forma. Os meus gemidos eram abafados pela parede e podia ouvir as risadas safadas dele ao ver que o meu corpo estremecia daquela forma.

Assim que meu sutiã foi retirado, ele o puxou para o chão e me virou com calma, olhando em meus olhos profundamente. Seus olhos verdes eram profundos e quando encontravam os meus escureciam de uma forma que eu não sabia explicar.

As mãos de Zacky não tinham controle, passeavam por todo o meu corpo e às vezes paravam em certos pontos, mas era por pouco tempo, já que logo elas se desesperavam em uma nova busca de algum ponto que necessitasse mais do calor delas. Como se meu corpo inteiro não necessitasse de Zacky.

A boca dele também era exigente e encontravam a minha sem aviso prévio. Mas meus lábios eram rapidamente trocados por meu pescoço ou meu colo que aceitavam de bom grado os beijos de Zacky. Com cuidado ele me fitou para verificar minha expressão e massageou meus seios com as mãos apertando-os carinhosamente, mas de um jeito tão bom que eu só pude gemer.

Ele me olhou sorrindo e eu retribuí o sorriso vendo seus lábios descerem pelo meu colo até encontrarem meus seios, beijando e lambendo com carinho.

Ao mesmo tempo em que ele me beijava daquela forma sensual, as suas mãos tiravam a minha calcinha bem lentamente, vagarosa e sensualmente. Olhei para o chão e lá jaziam alguns farrapos que um dia já puderam ser chamados de calcinha. Suspirei e me concentrei no momento. Os seus dedos percorriam minhas coxas, subindo e descendo para depois aproximarem-se tentadoramente de minha virilha. Peguei em sua mão e a coloquei onde eu precisava de suas caricias. Ele levantou os olhos para mim e sorriu, voltando depois a atenção para os meus seios mais uma vez. Os seus dedos eram quentes e me acariciavam com lentidão, apenas para me deixar mais descontrolada do que já estava. Ele, ao contrario, estava vestido e totalmente controlado, apenas manipulando meu corpo e despertando em mim as sensações que ele queria que fossem despertadas.

Levei minhas mãos para seus ombros, e escorreguei-as até chegar à barra de sua camiseta, puxando-a para cima deixando bem claro o que eu queria. Ele levantou seus braços, ficando em pé na minha frente, me deixando desnudá-lo. Tirei sua camisa com um pouco de pressa, ele abriu o cinto devagar, não entendendo que eu queria apressar um pouco as coisas. Puxei-o pelo cós da calça para perto de mim e eu mesma abri o seu botão e seu zíper, abaixando sua calça de uma vez.

– Para que a pressa, Ash? – ele perguntou com um sorriso malvado – Vou te ensinar que devagar é bem mais excitante.

Eu sorri e ele entendeu aquilo como um sim. Ele me segurou pelas coxas, me carregando até debaixo do chuveiro ainda aberto. Seus lábios se chocaram contra os meus com lentidão absurda, me beijando desesperadamente, enquanto seus dedos brincavam mais uma vez perto de minha virilha, aos poucos seus dedos foram adentrando meus recantos até finalmente me penetrarem. Ia gritar de tão boa a sensação, mas um lapso de consciência me trouxe de volta à realidade.

– Zacky... – Consegui apoiar uma mão em um de seus ombros e percebi que eu tremia. – Precisamos parar.

– Tem certeza? – Estremeci, arranhando sua nuca e soltei um gemido longo. – Você quer ou tem medo de ver até onde consegue ir comigo?

– N... Não é isso. – Grunhi e abri os olhos. Ele me encarava com aquela expressão pedinte, impossível de resistir. – Mas é que...

– Você gosta? – Ele sussurrou e eu gemi. Um som de aprovação involuntário escapou de meus lábios, e seus dedos se movimentaram mais rapidamente dentro de mim.

Não quis responder. Ele movimentava os dedos dentro de mim com a mesma rapidez que antes, sem pensar duas vezes me joguei mais para perto dele para fazê-lo entender o que eu queria - Pelo menos tentar. Achei pouco provável que conseguisse parar logo ali.

Ele tirou suas boxers jogando-as para algum canto do banheiro, colocou uma camisinha que pegou no bolso da calça antes de eu jogá-la longe e segurou meus quadris com firmeza, tocando meu corpo com a vagarosidade que estava começando a me irritar. Mesmo quando o membro dele encontrou meu sexo, ele não perdeu toda a sua calma e serenidade. O Zacky selvagem se manifestou mais ainda, me penetrando rapidamente, me arrancando um grito que eu não pude conter.

Mexia os quadris rapidamente, rebolando em movimentos circulares, incentivando-o a continuar com aquele ritmo rápido. E ele aumentou a velocidade das estocadas, com as mãos fixas em meus quadris, empurrando seu membro em um ritmo ideal para ambos.

Ele se movimentava com firmeza e delicadeza, puxando meu corpo de encontro ao dele a cada estocada que ele dava. Começavam lentas, e iam se intensificando lentamente. O prazer estava avassalador e logo o êxtase viria para nós, ao mesmo tempo. E não foi diferente dessa vez, dando mais uma firme investida contra o meu corpo, Zacky relaxou sentindo o meu corpo fazendo o mesmo. Senti o corpo amolecer lentamente, e o membro de Zacky saiu de mim.

– Me sinto como se estivéssemos novamente em 1998, quando transamos no banheiro do Johnny. – Sussurrei e Zacky riu. – Me desculpe por isso.

– Shh. – Ele prendeu meus lábios com dois dedos, cortando um surto de desculpas. – Já passou, não volta mais.

– É, não volta... – Murmurei e me levantei.

Enrolei-me na toalha e sequei os cabelos, o deixando para trás. Fitei-me no espelho, e no canto do banheiro vi um deslumbre de alguém muito parecido com Jimmy. Parecido não, era ele! Seu olhar era triste, desapontado.

– Jimmy?

– O que você disse? – Zacky perguntou, já vestido.

– Hã, não é nada... – Respondi e balancei a cabeça, a figura de Jimmy sumiu no ar. Coisas da minha cabeça. – Vamos sair daqui antes que o povo volte.

Vesti-me novamente e arrumava os cabelos quando senti a respiração de Zacky próxima à minha nuca. Aquilo era tão errado, que senti meu estômago revirar. Sentia nojo de mim mesma, como pude trair a promessa que fiz a Jimmy?

“ Estávamos sentados próximo à ponta do penhasco. Jimmy sentou ao meu lado e deitou com a cabeça em minha coxa.

– Ash, posso te perguntar uma coisa?

– Pode sim, o que é? – Perguntei enquanto afagava seus cabelos.

– Se um dia acontecer algo comigo, você ficaria com um dos meninos?

– Não, essa época já passou. Não me importa se algo acontecer, nunca mais vou ficar com ninguém além de você. Eu prometo. ”

– Zacky, não... – Disse me afastando. Eu me sentia como uma vadia, ou pior que isso. Ele era namorado da minha irmã, pelo amor de Deus!

O som de palmas desviou minha atenção. Talissa estava parada perto da porta, os olhos cheios de lágrimas. Há quanto tempo ela estava ali?

– Eu sabia isso iria acontecer. Eu odeio vocês. Zacky, não apareça mais na minha frente, você morreu pra mim!

– Talissa, eu posso... – Tentei argumentar, mas ela lançou um frasco de perfume em minha direção que por sorte, não me acertou.

– Cale a boca Ashley, não quero saber... – Ela me lançou um olhar de decepção e eu abaixei a cabeça, incapaz de encará-la. – Logo você?

Talissa deu as costas e Zacky a seguiu, me deixando sozinha no banheiro. Sentei-me no chão de ladrilhos frios e pus a cabeça entre os joelhos, me sentia meio tonta.

– Porra Ashley, está vendo a merda que você fez? – Murmurei para mim mesma e lágrimas começaram a rolar em meu rosto. Só havia uma coisa a fazer depois daquilo tudo, e eu sabia bem o que era.