- Aleluia – falei baixo, evitando que Justin ouvisse, fiquei sentada por mais ou menos trinta segundos. Sabe, pra não dar a impressão que amo ele ainda.
- Já pode ir, Jesse – Jenny girou os olhos.
Levantei do sofá e fui calmamente até a porta.
- Chegou cedo – sorri.
- Cedo? Estou cinco minutos atrasado.
Eu ri.
- Tanto faz – rebati. – Tchau, Jenny! – gritei da porta.
- Tchau!
- Aonde vamos? – perguntei.
- Aonde quer ir?
- Podemos ir à praia – sugeri, ele sorriu.
- Vamos jantar? Ou não? – perguntou.
- Você que sabe – dei os ombros.
- Não! Você que sabe.
- Você – falei.
- Você.
- Você.
- Você.
- Tá, sou eu – girei os olhos. – Não preciso jantar, se quiser podemos jantar – dei os ombros.
- Então não vamos – ele riu.
- Finalmente chegamos numa decisão – sorri aliviada.
- Ok! Não precisamos ir de carro até a praia – ele disse correndo e “pulando” até a calçada, parou, riu e me fitou.
- Você é besta – girei os olhos e ri. Fui calmamente até ele e fomos de mãos dadas até a praia, Justin não ligava pros paparazzi, pra ele, era como nada estivesse acontecendo, ou era só nós dois ali. Eu quase não prestava atenção nas suas palavras, eu só prestava atenção em seu sorriso e nos seus olhos.
- Ele era muito besta – ele falou e riu.
- É. Era bem legal – falei mesmo sem saber do que ele falava.
- Não sabe do que estou falando, né? – falou se deitando na areia da praia.
- Sei sim – dei a língua e deitei ao seu lado.
- Do que eu estava falando? – perguntou e mordeu o lábio.
- Do Chaz – chutei.
- É. Era do Chaz – falou decepcionado consigo mesmo. – Mas sobre o que?
- Que ele era muito besta – girei os olhos.
- Como sabe?
- Acho que pelo final que falou “ele era muito besta” – falei e ri.
- Ele vai vir amanhã pra cá me ver – mudou de assunto, olhando pro céu.
- Não sabe o que vai acontecer amanhã.
- Jesse, eu prefiro que você nunca saiba o porquê, se soubesse, você entraria em depressão, sentiria minha falta, e morreria por causa disso.
O encarei feio.
- Tá, é mentira! Mas você entraria em depressão – avisou.
- Mas isso envolve quem? – arqueei minhas sobrancelhas.
Ele sussurrou alguma coisa, mas eu não escutei.
- O que?
- Sua familia  – ele sussurrou desta vez, eu entendi pelo menos.

P.O.V Justin

Jesse voltou a olhar pro céu, eu não sei se vou conseguir manter esse segredo. Seus pais vão ficar muito zangados comigo, eu a amo e não quero vê-la sofrendo. É bem capaz de ela morrer se souber disso, e acho que isso levaria ao ponto de eu morrer também.
Não, isso não é nenhum exagero! Pode ser qualquer coisa pra alguém, ou até mesmo pra Hannah, mas é uma coisa que eu sei que vai doer muito em Jesse. E até mesmo em mim.
- Jesse – ela me olhou. Fechei os olhos, eu tentaria dizer a verdade a ela. – O motivo é que... É que... É que você... É... Você é... – eu falei entre pausas.
- Que eu sou? – encorajou-me.
- Você é... – não consegui falar, engoli em seco e voltei a olhar pro céu.
- Ah, tanto faz – Jesse disse.
- Não, não é um “tanto faz”, fiz isso por você – rebati.
Pode ser até estranho eu falar que é sobre a família dela, mas é. Fiquei chocado quando soube, mas é melhor assim, é melhor que ela nunca saiba que seus pais são pessoas que ela não imagina que são, mas são.

P.O.V Jesse

- É só isso que sabe falar – ri com o nariz e olhei pra ele, ele fez o mesmo comigo. Fitei sua boca e ele a minha.
- Eu sei que você ainda me ama – ele sussurrou. – Não vou conseguir evitar isso, eu preciso de você – ele falou pegando em minha nuca. – Eu amo você – ele falou. Fechei meus olhos, Justin acariciou meu rosto, contornou minha boca e selou nossos lábios. Entre abri minha boca, ele fez o mesmo e começamos um beijo lento, carinhoso e... Cheio de sentimento. Sim, eu cedi a ele. Ele sabe da verdade, e sabe que eu tento esquecê-lo, mas isso é impossível, é difícil, é estranho, é doloroso, mas, ao mesmo tempo, eu amo tudo isso, porque eu amo ele.