– Me desculpa – pediu. – Vamos fingir que isso nunca aconteceu – falou por fim. Assenti e ele sentou na poltrona, suspirando.
Eu comecei a rir.
– Do que está rindo? – perguntou e riu fraco.
– Foi tão engraçado a cara que você fez quando caiu – falei entre os risos. Sim, isso é inconveniente mesmo, mas foi a única forma de eu tentar-me “esquecer” do beijo.
– Claro, não é você que está toda dolorida – falou estralando as costas. Eu dei a língua. Depois disso, o silencio reinou.
– Então... Como ta a vida? – perguntei.
– Sendo empurrado por uma menina porque eu fui dar um inocente beijo nela – ele sorriu cínico.
– Você é estranho – falei e ri.
– E você é muito normal, né?
– Ah... Eu sou estranha, sim. E daí?
– Viu? Somos feitos um pro outro. Nós dois somos estranhos.
– Não. Você é louco e a Hannah também. Vocês são perfeitos um pro outro – rebati. Ele riu.
– É. Você também é louca – falou entre os risos.
– Ah. Me deixa, vai.
– Mas... – ele ficou mais tímido e começou a brincar com os dedos. – É mesmo que não me ama mais? – perguntou e me olhou.
– Não te amo mais – menti brincando com o travesseiro.
– Olha no meu olho e fala isso – pediu.
– Eu já te respondi, certo? – perguntei o olhando.
– Diga “eu não te amo” olhando nos meus olhos.
Eu suspirei. Sentei na cama e fitei seus olhos.
– Eu... – olhei pra parede. – Eu não te amo mais – terminei de falar e olhei em seus olhos.
– Eu ainda não acredito em você. Fala isso olhando no meu olho – ele começou a bater os pés no chão esperando que eu fizesse tal coisa.
– Eu não amo você! – falei rápido olhando em seus olhos.
– Ainda não acredito. Eu sei quando a menina está mentindo pra mim – me fitou. Eu corei. – Ok, mudando de assunto! Vamos sair hoje? – ele sorriu. Ah, como amo aquele sorriso.
– Você tem – ele me interrompeu.
– Como amigos – ele disse e suspirou.
– Ok, então! – respondi e dei os ombros. – Mas não tem que fazer shows?
– Estou na minha semana de folga – explicou.
– Entendi.
– Beleza, eu busco você as 20h00min hoje – ele falou se levantando. – Minha mãe me mandou chegar cedo ao hotel.
– Tá – falei levantando da cama. Nós descemos conversando, me despedi dele com um abraço e um beijo no rosto e ele foi.
– Oi, Jenny – falei fechando a porta com os pés.
– Oi, Jesse – ela sorriu. – Voltaram? – ela perguntou feliz.
– Não! – respondi.
– E o beijo?
– Você viu? – arregalei meus olhos.
– Sim, eu vi! Não ouviu minha voz? Eu falei “Jesse, eu...”, quando vi tal cena eu sai.
Eu ri.
– Não escutei – respondi me jogando no sofá.
– Claro, estava atenta no beijo do garoto – deu os ombros. Eu a encarei.
– É. Talvez – confessei. – Vamos sair hoje... Como amigos – dei os ombros.
– Se comporte lá, Jesse!
Eu ri.

– Vou me comportar. Não gosto dele.
– Sabe que pode contar comigo pra tudo.
– Sei disso – sorri.
– Quando eu terminar de limpar a cozinha eu ajudo você a escolher uma roupa.
– Não quero roupas muito “cheguei”! Eu quero uma que mostre quem eu sou – avisei.
– Vou fazer isso – ela sorriu e foi pra cozinha. Eu fui pro banheiro que tem no meu quarto, tomei um banho quente e coloquei uma roupa. Peguei meu diário, uma caneta preta e sentei na minha cama.
"Tenho que me acostumar com a idéia de que “não amo mais o Justin”. Mas é difícil, quando eu estou conseguindo esquecê-lo, ele aparece. Vou sair com ele hoje, como amigos, mas vou falar a verdade pra ele, pelo menos tentar. Isso é uma promessa"
– Jesse, acorda! Jesse! – ouvi Jenny gritar. Ah, não. Eu dormi.
– São 18h58min! – gritou. Eu levantei, vi meu diário aberto na cama, peguei ele o mais rápido possível e o fechei.
– Eu vi – Jenny disse. – Pode falar tudo pra mim, sou sua amiga.
– Obrigada – eu sorri e a abracei.
– Então... Vamos escolher a roupa – falou.
Experimentei um vestido branco, azul e um preto.
– Não! Eu não quero esses, quero um que diga quem eu sou – fiz bico e cruzei meus braços.
– Ok. Vamos procurar um mais simples – falou.
– Aqui. Este está ótimo – falou.
– Vamos sair como amigos e não... como namorados – suspirei.
– Então vá com este – ela mostrou um preto com a “saia” florida.
– Ok! – falei sorridente olhando pro vestido. – Vai ser este mesmo – sorri.
– Então, tá – Jenny falou. – Se arrume logo, já são 19h26min. – sorriu.
– Tá!
Apenas troquei de roupa, não tinha necessidade de tomar um banho, já que tomei e depois dormi. Coloquei a roupa desci esperando Justin.
– Já estou impaciente, já são 19h50min – reclamei.
– Acho que ele ainda não chegou porque o encontro vai ser apenas às 20h00min, senhorita que “odeia o Justin Bieber” – Jenny falou sarcástica.
– Tanto faz – rebati. Os minutos pareciam nunca acabar, Jenny me encarava de vez em quando. A campainha tocou.