Meet Me At The Pier escrita por Miss Haner


Capítulo 4
Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores,
Quero pedir a vocês que apareçam, é muito bom para um autor saber que sua história está sendo lida e eu ficaria muito feliz.
Espero que gostem deste capítulo e por favor comentem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/174106/chapter/4

Ana me apressou para a próxima aula. Eu estava completamente fora de mim. Depois do que acontecera na aula de Educação Física eu fui invadida por pensamentos e por um desejo, julgo inexplicável. Eu de alguma forma desejava os lábios de Mattew nos meus. Eu desejava não ter voltado a mim, eu me odiei por simplesmente não tê-lo deixado me beijar.

Eu não tinha aula com ela naquele horário, mas o prédio era o mesmo. Fomos em direção ao primeiro prédio e logo nos despedimos. Fui para a sala de história. A primeira coisa que eu vi quando entrei na sala foi Mattew e o mesmo tinha uma menina sentada em seu colo. A menina tinha o cabelo de um loiro natural e tinha uma estatura mediana; seus olhos eram verdes, tom de folhas secas.

Assim que eu vi aquela cena, sem nenhuma explicação convincente para tal ato, senti meu coração se espremer em meu peito. Era estranha aquela sensação, eu nunca havia sentido aquilo, mas de alguma forma eu já não gostava dela. Doía em meu peito os observar.

Observei a sala e vi que o último lugar perto das janelas estava vazio. Apressei-me e fui até lá. Tive que passar por Mattew e por mais que eu tentasse, eu não resisti olhá-lo. 

Ele me olhara também, mas assim que nossos olhos se encontraram ele desviou e abraçou mais a menina que estava em seu colo.

Sentei-me desconcertada. Não conseguia tirar os olhos dele, por mais que isso me machucava, por mais que doesse meus olhos simplesmente não resistiam a tentação de olhá-lo. Ele não me olhou mais e a menina saiu do seu colo assim que o professor entrou em sala.

História não era uma das minhas melhores matérias e se eu não quisesse que minhas notas fossem baixas, eu teria que prestar bastante atenção. Necessidade impossível. Eu não ouvia nada que o professor falava. Minha atenção era incompreensivamente destinada a Mattew. Ele estava sentado na primeira carteira, tinha uma postura impecável. Ele demonstrava prestar atenção à aula, coisa que eu não fazia.

- Maria? – O professor se direcionou a mim e eu sacudi minha cabeça rapidamente tentando voltar minha atenção a ele.

- Sim? – Eu disse confusa e totalmente insegura.

- Qual foi o nome do fundador desta cidade? – Ele perguntou impaciente.

Meu coração disparou ao perceber que todos, inclusive Mattew, olhavam para mim. Eu realmente não sabia. Talvez a resposta estivesse no livro, o qual eu não quisera ler. O tempo estava passando e eu olhava desesperada para o professor. E este ficava cada vez mais irritado.

-E - eu não sei.  – Eu disse triste comigo mesma.

- Talvez se você estivesse prestando atenção a esta aula você saberia, certo? – Ele disse e alguns alunos tentavam segurar o riso. Vi Mattew conter o riso também.

Senti raiva. Eu estava assim, nesta situação por causa de Mattew. Ora! Por que ele tinha que se derrubar em lágrimas logo em frente a minha casa? Por que ele tinha que ser tão sedutor?

- Desculpe-me por minha falta de atenção, professor. Não vai mais acontecer! – Eu disse firme.

- Assim espero. – O professor disse logo após o sinal soou.

Suspirei fundo e comecei a juntar minhas coisas. Assim que ergui meu rosto pude ver Mattew sentado na carteira em minha frente. Revirei os olhos e me levantei.

- Posso saber onde estava a atenção da senhorita durante a aula? – Mattew disse impedindo a minha passagem pelo pequeno corredor entre as carteiras.

- Para uma pessoa que não gosta de curiosos você é bem curioso! – Disse sarcástica.

- Eu apenas disse que você é curiosa, não que eu não gostava de curiosos. – disse olhando em meus olhos. Seus olhos indicavam o quão divertido ele estava achando aquela nossa irritante conversa.

- Me deixe passar! – Eu disse nervosa com o efeito que os olhos, o sorriso, a presença de Mattew me provocava.

- Não. – Ele disse calmamente enquanto continuava a me encarar.

Quem aquele garoto pensava que era? A cada segundo que se passava eu ficava mais irritada, a presença dele me fazia-me sentir estranha. Eu odiava quando ele me olhava nos olhos, aqueles olhos azuis me hipnotizavam. Como era possível alguém ter olhos tão intensos, tão perfeitos? Como era possível alguém ser tão perfeito?

Desviei meus olhos dos seus e respirei fundo para me acalmar. Ele estava impedindo a minha passagem e a esta hora eu já estaria atrasada para a próxima aula. O que eu faria?

Respirei fundo novamente e o empurrei tentando fazer com que ele me deixasse passar. Assim que o empurrei, ele segurou meus pulsos e fez nossos corpos ficarem mais próximos.

Meu coração disparou, minha respiração era falha. Eu sentia o perfume dele e parecia como um veneno. Os olhos de Mattew se encontraram com os meus e novamente eu já não sabia o que fazer.

- Mattew, Maria! Eu ainda estou na sala! – O professor disse sem graça, porém firme.

Eu o agradeci mentalmente. Mattew me soltou e eu tentei ficar o mais longe possível dele. Ele ainda me olhava. Meu Deus, o que ele queria?

Ele abriu passagem e eu passei rapidamente. Mattew me seguia. Eu andava mais rápido ainda e ele sem muito esforço me alcançava.

- Sabe? Eu estava disposto a te contar o que aconteceu ontem! – Ele disse e eu percebi que ele não me seguia mais.

Minha vontade de sair de perto dele era tanta e se igualava a minha vontade de estar perto dele e ouvir mais de sua voz. Parei no corredor e sem pensar direito me virei para trás. Ele estava encostado em um armário olhando para frente.

Respirei fundo e fui até ele. Quando Mattew viu que havia voltado, ele deu o seu melhor sorriso. O mais bonito, ele fez meu coração disparar novamente.

- Não sabia que sua curiosidade era tanta assim! – Ele disse sorrindo de lado.

- Eu só quero saber o que aconteceu! – Disse me defendendo

- Sua preocupação comigo é tanta assim?

Mattew ficou de frente para mim e novamente nós estávamos muito próximos.

- Você está me enrolando!

- Não quero conversar aqui. Vem! – Ele me puxou e fomos para o mesmo lugar que Bianca havia me levado no primeiro dia de aula.

Nos sentamos em um lugar mais distante, onde não havia muitos estudantes. Ele se sentou do meu lado e se apoiou em uma árvore.

Coloquei minha mochila ao meu lado e olhei para ele. Seus olhos estavam fechados e eu pude perceber mais ainda como o menino que estava ao meu lado era lindo. O sol batia em sua face e a deixava mais clara. O perfume que emanava dele ainda me entorpecia.

- E então? – Perguntei arqueando uma das minhas sobrancelhas.

- Espera! – Ele disse ainda com os olhos fechados.

Esperei por mais alguns minutos e ele não falava nada. Me apoiei na arvore assim como ele fiquei olhando para o céu.

Era realmente tudo lindo ali. O céu era diferente do céu dos lugares por onde eu já havia passado. O sol era mais forte, o azul também era intenso e as nuvens eram extremamente brancas. Olhei para o campo onde estávamos e vi algumas pessoas. Mesmo de longe percebi que elas estavam sorrindo. Estavam felizes, com seus amigos, namorados, compartilhavam segredos, amores, detalhes de suas vidas.

Fechei meus olhos e inclinei um pouco mais a minha cabeça a fazendo encostar na arvore atrás de mim. Em minha mente vieram lembranças de minha infância, de minha antiga escola, dos meus antigos amigos, de minha família. Em como tudo era perfeito e de repente a vida arranca brutalmente a minha vida de mim mesma. Os meus segredos, os meus amigos, os meus amores, a minha família.

- Por que você veio para esta cidade? – Mattew me perguntou e fez vir em minha lembrança a tragédia acontecida.

Chorar novamente era o mais esperado para mim, mas surpreendendo a mim mesma e apenas suspirei fundo. Eu estava calma, mais calma do que em toda a minha curta vida.

- Eu vim morar com minha tia, Alice. – disse calmamente mantendo meus olhos fechados.

- Por que você não continuou morando com seus pais? 

Abri meus olhos e olhei para Mattew. Ele parecia tranqüilo, calmo e ainda com seus olhos fechados.

Olhei para frente e respondi:

- Porque eles morreram! – Eu disse e meu tom aumentou. Lágrimas vieram em meus olhos, mas eu as contive.

Mattew abriu seus olhos rapidamente e olhou dentro dos meus. Parecia um pedido de desculpas por ter tocado no assunto.

- Eles morreram em um acidente. Eu sobrevivi. – Eu disse e cada palavra dita doía profundamente em meu coração.

- Minha mãe também morreu em um acidente! Ela era tudo para mim, eu morava apenas com ela. Meu pai trabalhava fora e depois de sua morte, ele veio morar comigo.

- Eu sinto muito.

- Não sinta. Quem tem que sentir são os culpados da morte dela. – ele me disse, pude ver o ódio em seus olhos.

- Culpados? – perguntei confusa.

- Sim. Ela estava voltando da cidade onde meu pai estava e o carro em sua frente se envolveu em um acidente com um caminhão. Ela estava perto demais para desviar... – Mattew disse agressivo. Ele jogou sua cabeça para trás e fechou as mãos com força.

- Ainda não entendi. – disse com medo.

- O motorista que estava no carro a frente de minha mãe estava dormindo. Ele provocou o acidente!

Lembrei-me do dia do acidente. Era incrível como era parecido com o acidente de meus pais. Espera um pouco! Não, não é possível! Meu pai estava dormindo, o acidente envolveu um caminhão, eu não me lembro de ter um carro atrás de nós, mas eu também estava dormindo. Não era possível! Não!

- Eu preciso ir! – Eu disse me levantando rapidamente e pegando minha mochila.

- Por quê? – Mattew se levantou junto comigo e ficou em minha frente.

Meus olhos já estavam encharcados de lágrimas. Eu não podia acreditar no que minha mente estava pensando. Não era possível! Meus pais nunca seriam...

- Maria, você está se sentindo bem? – Mattew disse preocupado.

Eu não conseguia olhá-lo. Minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos. Eu precisava ir para casa, sair de perto dele. Eu necessitava ficar sozinha.

- Estou! Eu só quero ir embora! – eu menti.

- Posso te levar para casa? – Ele ainda soava preocupado

- Não! Não precisa! Eu tenho que ir! – Eu disse e me desviei dele.

Saí correndo. Eu precisava chegar em casa. Eu não queria conversar com ninguém, eu não agüentaria.

Cheguei em alguns minutos em minha casa e fui direto para o quarto. Fechei a porta e ali mesmo, no chão perto da porta eu me sentei e chorei. Chorei por tudo e nada ao mesmo tempo. Eu não sabia o que pensar. Não podia ser verdade! Meus pais não podiam ser culpados da morte da mão de Mattew. Eles não eram culpados, eu era, talvez. Foi um acidente, a vida nos tirou quem nós mais amávamos, mas não há um humano culpado. Apenas a vida e suas armadilhas. Apenas ela.

Fiquei por algumas horas no chão, chorando e colocando em minha cabeça que não havia culpados.

É a vida, apenas ela!

Levantei-me e fui em direção ao banheiro. Tomei um banho demorado, tentando tirar os maus pensamentos de mim, mas nada adiantava. Derramei mais algumas muitas lágrimas e saí do banheiro. Vesti um baby doll curto branco com detalhes rosa. O baby doll que minha mão havia me dado.

Deitei-me na cama e desejei não sair mais de lá. Não olhar nunca mais para Mattew. Desejei mais que tudo que ele não estivesse certo, que eu e minha família não fossemos culpados.






Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, é este o capítulo, espero que gostem.
Não se esqueçam de deixar replies!
Beijos, até o próximo capítulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meet Me At The Pier" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.