I'm Not Ok escrita por Bones


Capítulo 21
Capítulo 21 - (Des)Entendimentos


Notas iniciais do capítulo

Excepcionalmente desta vez, os reviews do capítulo anterior não poderão ser respondidos. Mil perdões, de verdade.
Imagino que já estejam cansados das minhas desculpas, mas, sinceramente, não é por querer!
Os reviews serão todos respondidos (os desse capítulo e os do anterior) na segunda-feira, quando pretendo postar mais um capítulo!
Mesmo assim, espero que apreciem o capítulo, feito de coração. ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/174098/chapter/21

Capítulo 21 – (Des)Entendimentos


Naquela tarde, eu e Frank conversamos sobre muitas coisas. Contei a ele um pouco mais sobre a minha vida – como se ele já não conhecesse a maior parte da minha história. – e ele me contou um pouco mais sobre a dele. Trocamos experiências e confissões, por mais idiota e gay que isso possa parecer. Aliás, imagino o quão irônico é usar essa expressão agora, já que, tecnicamente, estou namorando outro cara.


O mais estranho de toda a nossa conversa foi, só então, falarmos abertamente sobre nossa sexualidade. Não que fosse realmente necessário andar por aí com crachás especificando se gostávamos de meninos ou meninas, mas nós já havíamos nos beijado, mesmo sem saber o que o outro iria achar... Somos dois idiotas no fim das contas. Eu podia ter socado ele. Ele podia ter me socado. Poderíamos ter perdido contato por causa de um tocar de lábios, e só agora vejo o quão estúpido isso tudo foi.


E eu disse exatamente isso a ele. E ele riu e concordou comigo.


Ele me disse que nunca costumou ser impulsivo, sempre pensou antes de fazer ou de falar algo a alguém, e eu mesmo, neste tipo de situação, agiria de outra maneira. Mas imagino que isso só aconteceria se eu estivesse com outra pessoa. Quando estou com Frank, não há racionalidade que suporte o peso das emoções mais primitivas e fortes que sinto.


Minha cabeça deixa de me pertencer e tudo entra em colapso. Um total descontrole.


E imagino que todos já tenham passado por isso, e, os que não passaram, certamente ainda vão passar. Aquilo de gostar tanto de uma pessoa que chega a doer; querer apenas o bem dela, mesmo que isso implique em uma diminuição considerável do seu próprio bem estar; querer tê-la sempre por perto, seja apenas pela companhia, pela amizade, por um olhar que seja.


É uma ligação estranha, forte... E eu sabia que aquilo era um tipo de amor. Só me restava descobrir exatamente qual, e isso eu imagino que o tempo me dirá. O fato é que nossa amizade e a compreensão que temos sobre os pensamentos um do outro é algo inegável, e isso eu posso afirmar que nem o tempo poderá mudar.


Contei a ele também sobre Steven e sobre Lindsey, que, caso tudo desse certo, viria passar um tempo conosco na intenção de fornecer algumas informações e detalhes para o julgamento que eu certamente não poderia dar.


– Deve ser difícil para ela... – ele disse, simples.


– O que?


– Se lembrar de tudo isso, ficar repetindo essa história de novo e de novo... E para várias pessoas diferentes ainda por cima. – ele respondeu enquanto colocava açúcar em sua xícara de café. Cinco, seis, sete colheres... Imagino que teria sido melhor ele por todo o açúcar primeiro, e depois o café.


Ele mexia a colher lentamente dentro da xícara, parecendo concentrado no que fazia, ou apenas distraído. Frank era, de fato, uma pessoa fascinante. Em um momento está falando algo sério e no outro já está agindo com a beleza simples que lhe é peculiar.


Lentamente ele retirou a colher da xícara e levou-a aos lábios, bebendo um pouco do café.


– Nossa! Isso ainda está amargo! – reclamou enquanto contorcia o rosto em uma careta engraçada e tornava a encher sua xícara com açúcar, e eu apenas ri observando toda aquela cena.


– Frank... – eu o chamei, o sorriso murchando rapidamente em meu rosto, deixando transparecer o que eu realmente sentia. Insegurança.


Ele ergueu os olhos até os meus de uma forma atenta e esperou que eu prosseguisse.


– Quando eu estava saindo do escritório do Steven, Bob, o filho dele e... meu ex-colega de escola me parou e falou algumas coisas que, não sei... Acabaram me deixando um pouco preocupado, eu acho... – esperei que ele me dissesse algo ou me reprovasse pela minha insegurança, mas ele permaneceu impassível, então prossegui. – Eu sei que eu não devia, mas... É inevitável pensar em Max e me lembrar automaticamente de tudo o que ele fazia na época em que estávamos no colégio. E eu fico preocupado com o que ele pode fazer agora que eu realmente represento algum “perigo” para a vida que ele leva. E ele já ameaçava a Lindsey mesmo sabendo que sozinha ela não conseguiria fazer nada com ele, imagine agora...


– Gerard...


Ele olhou para mim, como se escolhesse as palavras que diria a seguir, depois olhou para baixo e novamente para mim. E ele pegou minha mão direita entre as suas e só então eu percebi o quão gelada minha mão estava. Era incrível como, perto dele, eu não me importava em parecer medroso ou covarde. Perto dele eu não conseguia ser nada mais do que eu mesmo.


– É normal sentir medo ou se sentir preocupado, mas tente relaxar. Seu advogado já deu entrada no processo, Lindsey provavelmente virá para cá... E, até onde eu me lembro, quando você se mudou, não disse para ninguém seu novo endereço, disse?


Seu olhar sobre mim era estranhamente reconfortante, apesar de, de forma alguma, ele tentar me consolar. Ele era apenas sincero, e muitas vezes me dizia apenas o obvio... Mas ouvir os fatos na sua voz tornava a situação completamente diferente.


– Não.


– Então. Pense dessa forma, você está seguro aqui, e assim que Lindsey vier para cá, ela estará segura também. Arthur estará seguro... – ele apertou a minha mão com um pouco mais de força e esboçou um sorriso. – E você não está sozinho. Você tem o seu irmão, seus pais, Ray e... eu. – seu sorriso apenas se alargou ao pronunciar a última parte de sua frase e eu acabei sorrindo involuntariamente também, minhas preocupações reduzidas para menos da metade.


– Acho que você está certo.


– Eu sempre estou certo. – ele franziu o cenho tentando parecer sério e eu apenas ri.


– Ok. – eu disse, entre risos. – Só me lembra de nunca mais massagear o seu ego de novo, certo? – e rapidamente o riso dele fez coro ao meu. Olhei pela janela atrás dele, o céu já escurecia. – Bom, parece tarde, acho que preciso voltar para casa.


– Será uma longa caminhada, hein? – ele disse, ironizando a minha pressa.


– Deixa eu ver as horas então... – olhei para o relógio de pulso. – Caralho! Já são oito horas!


E ele se esticou em sua cadeira para dar uma olhada no meu relógio também.


– Mentira. Faltam nove minutos para as oito. – ele disse, simples, enquanto sorria, como se aquilo fosse uma brincadeira.


– Grande diferença. – eu disse, enquanto me levantava, sendo sempre seguido por seus olhos atentos. – De verdade, preciso mesmo ir.


– Ok, se você diz. – ele deu de ombros, se levantando também e me acompanhando até a porta.


E eu sei que pode parecer falta de educação sair assim tão bruscamente da casa de alguém, mas algo dentro da minha cabeça apita quando eu percebo que estou ficando tempo demais na casa de alguém, um medo estranho de estar incomodando aparece, e não consigo mais ficar a vontade. E isso acontece sempre, mesmo na casa dos “mais chegados”, feito Ray. Imagino que isso faça parte da timidez extrema que eu sempre tive desde pequeno e que essa parte dela, infelizmente, nunca me abandonou.


Chegamos à porta e ele a abriu. Parei de frente para ele, já na soleira, e ele me encarava de volta com uma expressão que eu não conseguia decifrar.


– Bom, me ligue ou me procure na escola ou aqui em casa mesmo, caso haja alguma novidade no processo, ok? – ele disse, como se tentasse iniciar uma despedida, mas sem saber exatamente como.


Olhei para trás, um frio estranho na barriga. A rua estava deserta e o céu já se mostrava completamente escuro. Os postes de ambos os lados da rua estavam acesos e, apesar disso, a rua toda ainda estava envolta em uma leve penumbra. As luzes das casas de toda a rua estavam acesas, inclusive as da minha. A figura daquela noite era a de uma típica noite quente de verão.


Olhei novamente para ele, meu foco voltando a ser seus olhos.


– Bom... – comecei, aparentando a idiotice de sempre perto dele. E já me conformei de que isso é absolutamente involuntário. – Estou indo então. Tchau.


Me aproximei dele para lhe dar um abraço, imaginando que aquilo fosse o mais adequado para uma despedida entre nós, porém nossos rostos se encontraram no meio do caminho. Seu nariz encostado no meu, seu rosto tão próximo que eu quase não conseguia observá-lo em foco. Aquela proximidade toda me deixava tonto. Fechei os olhos.


E no segundo seguinte já sentia seus lábios pressionados contra os meus. Suas mãos em meu pescoço, os dedos passeando para lá e para cá, me causando arrepios. Minhas mãos estavam perdidas, estáticas em algum ponto aleatório de suas costas, e eu queria realmente corresponder à altura, mas era como se algo me impedisse – como se a surpresa me impedisse, mais provavelmente. –. Em um dado momento daquilo tudo, consegui fazer com que meu corpo obedecesse aos comandos do meu cérebro, e logo minhas mãos já apertavam sua cintura de leve. Era como se eu tivesse medo de quebrá-lo, a julgar pelo fato de ele ser pelo menos um palmo e meio menor que eu.


Ele me beijava, como se tudo o que ele quisesse me dizer pudesse ser transmitido por aquele toque, e eu correspondia. Surpreso, desajeitado, o coração acelerado, mas correspondia, e imagino que isso seja o mais importante.


Quando nos separamos, notei de pronto suas bochechas rosadas, os olhos arregalados, como se estivesse surpreso com a própria atitude, mas eu sabia que, no fundo, ele não estava. Suas mãos ainda no meu pescoço. Minhas mãos ainda em sua cintura.


– Bom... Tchau. – ele disse, simples, tirando as mãos do meu pescoço, e a ausência do calor de sua pele ali me causou um arrepio quando veio a primeira brisa. Não tirei as mãos de sua cintura.


Queria beijá-lo de novo.


– Eu... Tchau. – me aproximei dele, roubando-lhe um beijo na bocheche e virando rapidamente rumo à minha casa.


Se eu não me virasse, não imagino mais quanto tempo eu poderia ficar ali. Provavelmente tempo demais. E aqueles momentos com ele já haviam sido bons o bastante apenas assim.


Afinal de contas, qual o problema que as pessoas têm com ir com calma, han?


Naquela noite jantei novamente com a família toda reunida. Era engraçado aquele ambiente cheio de barulhos e risadas logo agora, que me parecia tão tarde, em diversos sentidos, mas ainda assim me agradava e me deixava feliz, principalmente por ver os sorrisos largos de todos à mesa enquanto comiam e faziam comentários aleatórios. E era bom poder fazer parte daquela alegria toda.


Eu comi, ajudei com a louça, joguei um pouco de videogame com Mikey – e perdi miseravelmente diversas vezes, mas isso não importa. – e subi para o meu quarto, me jogando sobre a cama assim que a avistei.


O tempo estava tranqüilo. Muito tranqüilo. Tão tranqüilo que eu mesmo estava estranhando a minha própria sorte.


E foi com esses pensamentos que eu adormeci. Com o receio de algo dar errado logo agora, no meio do caminho.


E talvez até desse. O grande problema é que eu não tinha como prever o quê.


O restante dos dias da semana que se seguiram foram como um amontoado de flashes, assim como quando acabamos de acordar e tentamos desesperadamente nos lembrar dos sonhos que tivemos antes de voltarmos à realidade. E foram dias corridos também, sem dúvidas.


Passei quase dois dias presenciando algo que há tempos não via: discussões entre os meus pais. Mikey ficou um pouco cabisbaixo com isso, já eu preferia quase não parar em casa, porque sabia que a culpa de todas aquelas brigas era minha. Sim, minha. Eu sabia que minha mãe andava discutindo com meu pai todas as vezes em que ele insistia em tocar no assunto “Lindsey”. E, como é comum em relacionamentos, uma briga acaba puxando a outra. E admito que fiquei com medo do que eu pudesse ter desencadeado... Relacionamentos, infelizmente, são frágeis e instáveis, não importa o quanto de amor esteja envolvido. Isso é um fato, teimosia e orgulho podem sim acabar com o amor – ou um casamento de anos, como era o caso. –. A minha sorte é que meu pai não desistia fácil do que queria, e imagino que ele tenha posto um ponto final nessa discussão em uma manhã, provavelmente depois que eu e Mikey fomos para a escola, já que, quando voltamos para o almoço, a harmonia já havia voltado a reinar na cozinha (exceto pela eterna batalha entre nossa mãe e nossos pratos e copos).


E eu fico realmente muito feliz por meu pai ter se esforçado tanto em convencer minha mãe a deixar Lindsey vir passar uns tempos conosco. Se ele não tivesse insistido tanto, acho que minha mãe jamais deixaria sua teimosia e seu orgulho de lado para lhe dar ouvidos.


No dia seguinte, já estávamos indo buscar Lindsey na rodoviária. Ela chegou acanhada, pouca bagagem e o pequeno Arthur caindo de sono em seu colo. Assim que me avistou correu para abraçar-me e logo deixou Arthur no meu colo, cumprimentando meu pai de forma tímida e entrando no carro. Era uma sensação estranha carregar Arthur... Ele era tão pequeno e parecia tão frágil. Segurá-lo em meus braços só me dava ainda mais certeza de duas coisas: a de um dia ter um filho, para ensinar à ele tudo o que fazer e o que não fazer, e contar à ele minhas próprias experiências e histórias no intuito de alertá-lo; e a de que eu precisava, agora mais do que nunca, colocar Max atrás das grades. Aquela criança tinha o direito de ter uma vida melhor do que eu ou Lindsey tivemos.


Chegamos em casa e acomodamos Lindsey em meu quarto. Nada mais justo, afinal de contas, já que a “visita” tecnicamente era minha convidada. Ela dormiria com Arthur no meu quarto e eu no confortável sofá da sala. E eu já havia feito isso voluntariamente tantas vezes enquanto assistia televisão que realmente não me importei.


O restante de sábado passou tranqüilo, exceto por alguns olhares mal disfarçados que minha mãe constantemente dava à Lindsey, demonstrando toda a sua irritação com a presença dela na nossa casa. Isso tornava o clima estranho entre as duas, já que não se comunicavam entre si, e meu pai, Mikey e eu – ou, como meu irmão gostava de falar, “os homens da casa”. – tentávamos amenizar aquela situação ao máximo. Imaginei inclusive que, com o andar da carruagem, teria eu mesmo que falar com a minha mãe e pedir para que ela parasse com toda aquela cena e conversasse decentemente com Lindsey, por mais que não gostasse dela.


Mas, ao contrário do que eu pensava, aquilo não foi necessário.


Domingo de manhã a casa toda foi acordada por barulhos altos. Mas diferente do costumeiro bater de panelas que ouvimos da cozinha no único dia em que nossa mãe se aventura a por suas mãos sobre o fogão, fomos acordados por gritos. Uma discussão, para ser mais exato.


Impulsionei meu corpo para fora da cama de uma forma um pouco brusca antes que eu acabasse mudando de idéia e caminhei a passos torpes até a porta, o cabelo bagunçado, a cara amassada e toda a minha força de vontade concentrada em manter meus olhos abertos, mesmo que minimamente, para que eu pudesse enxergar para onde estava indo.


Mas, aparentemente, nem toda a força de vontade do mundo me ajudaria nessa tarefa, desta forma, quando cheguei à beira das escadas, os olhos quase se fechando novamente, sinto meu ombro bater fortemente contra algo.


– Ai! – ouvi alguém exclamar e logo reconheci como sendo a voz de Mikey.


Esfreguei as duas mãos no rosto com força. Eu precisava acordar de verdade. Olhei para Mikey.


– Mas o que... – foi o que eu consegui dizer antes de segurar uma gargalhada.


Se eu imaginava que meu estado não era dos melhores, era porque ainda não tinha olhado para Mikey. Seus cabelos estavam totalmente arrepiados, dando-lhe ares de punk, estilo Sid Vicious, e seus óculos, provavelmente colocados às pressas, estavam completamente tortos no rosto.


Tentei controlar-me ao máximo para não fazer barulho, de modo que ninguém percebesse que estávamos ali ouvindo os desentendimentos alheios e estiquei minha mão até o rosto de Mikey, ajeitando-lhe os óculos.


– Ah, então era isso? – ele perguntou, entediado. Provavelmente o sono ainda dominava seus pensamentos. – Muito, muito engraçado mesmo, Gerard. – ele enfiou os dedos esguios por debaixo das lentes dos óculos e esfregou os olhos com força, como que para despertar-se também. – Acordou pela gritaria?


E eu assenti mudamente, fazendo sinal para que ele se aproximasse de mim, e então ambos ficamos lado a lado, as mãos coladas em pedaços distintos do corrimão, ainda no topo da escada. Queríamos saber o que estava acontecendo antes de tomar qualquer atitude.


– Me desculpe, mas a senhora não tem o direito de me tratar assim! – eu ouvia a voz de Lindsey, já bem alterada, vinda da cozinha. Desci um degrau para ouvir melhor, Mikey descendo outro logo atrás de mim.


– Ah, eu tenho sim! Você está hospedada na minha casa, e não pense que eu concordo com isso tudo! – uma pausa. Um suspiro nervoso. – Essa foi uma idéia do Gerard e do Donnald, em momento algum eu concordei com essa palhaçada de te trazer para cá. Não acho que você seja uma boa influência para Mikey ou para qualquer outra pessoa... Grávida na adolescência... faça-me o favor! Só estou apoiando esse processo que você está movendo contra o Max porque eu acredito no que o meu filho me disse. Sinceramente? Sua história não me convence nem um pouco!


– Você diz isso porque nunca viveu o que eu vivi ou passou o que eu passei! Meus pais pensaram como você e não acreditaram em mim, e ainda me choca muito ver o quão pequena a mente das pessoas pode ser. Você acha mesmo que eu mentiria sobre uma coisa dessas? Acha mesmo que eu teria coragem de fingir um estupro para, sei lá, dar algum tipo de golpe?


– Isso ou para ocultar uma gravidez indesejada. E às vezes eu penso que pode ser um pouco dos dois.


Minhas mãos se apertaram contra a madeira do corrimão com força e eu já fazia menção de ir até lá e acabar de uma vez com aquela discussão ridícula que estava acontecendo, mas Mikey me impediu, me segurando pelo ombro. Respirei fundo e permaneci parado.


– Sinceramente, Donna, já que você acredita tanto no seu filho, pergunte a ele, já que foi ele quem me levou ao hospital, ele quem me protegeu do Max em diversas situações, ele quem se ofereceu para assumir a paternidade do Arthur! O Gerard não é idiota! Se eu estivesse mentindo, ele saberia, e a primeira coisa que eu sei que ele faria seria me dar as costas! O Gerard não é o tipo de pessoa que se possa enganar, Donna... Eu esperava que você conhecesse melhor o seu filho!


Ouvimos a porta dos fundos da nossa casa ser aberta e, logo em seguida, fechada com brutalidade, e então um estranho silêncio tomou conta da cozinha e, aparentemente, de todo o resto do quarteirão.


"Acabou." – pensei.


Olhei para Mikey, que devolveu meu olhar tenso, as sobrancelhas arqueadas fazendo com que sua expressão me dissesse claramente: “o que faremos agora?”. E eu voltei a olhar para os degraus sob os meus pés. Eu não sabia o que fazer, não sabia como agir, e, o mais preocupante, aparentemente meus medos de que algo pudesse dar errado estavam se tornando realidade.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essas duas semanas que se passaram foram corridas. Teve briga aqui em casa, teve discussão, mas também teve beijinhos e abraços, então o negócio foi complicado.
Além disso tudo, não sei se vocês sabem, mas eu faço parte de uma banda! E domingo, às 10 horas da manhã, abriremos um evento de anime aqui na minha cidade (Cruzeiro - SP), então, estou ensaiando como se não houvesse amanhã!
Prometo voltar na segunda, respondendo os reviews e com mais um capítulo em mãos. Só espero que não tenha chateado muito vocês, mas gostaria que entendessem que mesmo eu não querendo que esses imprevistos acontecessem, eles aconteceram. É algo totalmente fora do meu controle, entendam, por favor! ;w;
Bom, meus sinceros agradecimentos para quem leu até aqui.
Perdoem-me, novamente.
Até segunda-feira!