–Você sabe muito bem que eu odeio a escola.

–Taylor, você está maluca? Não pode sair da escola!

–Posso sim.

–Não pode não.

–Posso.

–Não pode.

–Posso sim, Zacky!

Ela fez uma voz de criança birrenta no telefone, fazendo Zacky passar a mão na testa, fechando os olhos. Mais essa agora.

–Agente precisa conversar.

–Ui, conversar, é?

Rev falou do eu lado, rindo quando o amigo lhe tacou uma almofada.

–Taylor?

–Que é?

–Escutou o que eu disse?

–Não.

–Agente precisa conversar.

–Otimo! Vem me buscar às 23:00, vai abrir uma boate perto do restaurante onde a Jéssica trabalha e ela tem convite para três. Arrumadinho, heim, Baker?

E desligou o telefone.

Em sua cara.

Zacky iria ficar maluco se ela continuasse a agir assim, feito doida.

Do outro lado, Taylor ria consigo mesma, se levantando e deixando a mãe falar sozinha na sala.

A porta da menina sofreu algumas batidas, e sua mãe enfiou a cara carrancuda para dentro.

–Você tem visita.

Zacky a encarou com uma expressão cômica, prendendo o riso, e entrou dentro do quarto pela brechinha que sua mãe deixou-o. ele sempre soube de que sua mãe não ia com a cara dele, mas isso não era problema.

Se ela soubesse da metade das coisas, iria acreditar que o mais influenciável era o próprio Zacky.

Ele sentou-se na cama cheia de roupas de Taylor.

–Você não está pronta, menina?

–Não, estou quase. Pode pegar o sutiã preto que está em cima da mesa pra mim?

Zacky arregalou os olhos.

–O-o que?

–O sutiã, Zacky. Ou você quer que eu saia assim, sem nada, pra pegar?

–O-O-O-O-OK, EU PEGO, PERAÍ!

Ele se levantou, pegando o sutiã e batendo na portinha do banheiro.

–Toma.

Ela abriu a porta, enrolada em uma toalha, e encarou-o. Seus olhos já estavam envolta de uma maquiagem preta pesada, seus longos cílios protegidos por uma grossa camada de rímel.

–Obrigada, bolinha.

–Haha.

Ele zombou, fazendo careta. Ela fechou a porta novamente e Zacky voltou a se sentar na cama, esperando-a sair do banheiro.

–Zacky eu preciso de uma opinião sua.

–Eu não entendo muito de moda... JESUS CRISTO DA BABILÔNIA, POR TUDO QUE É MAIS SAGRADO!

A frase de Zacky foi interrompida assim que a garota saiu do banheiro.

“Mas o que tem de mais nisso?”, você se pergunta.

O simples fato dela estar de lingerie responde, não é?

Nesse momento, ele esqueceu de que tinha que conversar com ela sobre a escola. Pra que importava, a final, era a Taylor de lingerie sexy na frente dele.

Era preta e tinha detalhes rendados, com um laçinho verde menta nas laterais; Zacky já tinha prestado atenção em casa curva de Taylor, se torturando, quando ela falou:

–Vou aceitar isso como um “muito bom”. Mas eu tenho outra. Quer dizer, outras.

–Mas de lingerie você entende, né? Quer dizer, homens, em geral, entendem.

–N-não sei, entendemos?

–Deviam, e deviam dar o dinheiro para comprá-las também, no final de tudo sempre acabam inutilizadas.

As suas acabam inutilizadas, você quis dizer, ele pensou.

–Então? Acha que essa fica melhor, ou a azul marinho no canto aí?

Taylor deu uma rodadinha, gesticulando para o seu corpo.

Zacky continuava atônito olhando para seus seios.

–Zacky, então? Uma resposta.

–Você está gostosa. Taylor, você é a Taylor, tudo que a Taylor coloca vai fazer com que a Taylor fique gostosa. Só eu que estou com calor aqui?

–Meu deus, Zacky, parece um virgem na primeira vez.

Taylor ergueu as sobrancelhas.

–Mas eu ainda não...

–Vá com essa mesmo, Taylor.

–Vou por a outra então.

–Puta que pariu...

Ele murmurava para si mesmo, passando as mãos na testa. Taylor deu uma risada, passando por ele e se esticando para pegar a lingerie.

Os olhos de Zacky cresceram novamente.

–Deus do céu, menina, você é a encarnação do diabo, sabia?

–Sei.

Ela sorriu, revirando os olhos, dando-lhe um beijo na bochecha.

Minutos depois eles já estavam dentro da boate.

Taylor acabara de sair da pista de dança, já rindo demais pelos cantos, puxando Zacky para tudo que é canto. Ambos se sentaram no bar, e Zacky caiu na gargalhada junto com sua amiga.

–Você viu aquela gorda dançando?

–VI! PUTA QUE PARIU, O QUE ERA AQUILO? Pensei que fosse causar um terremoto!

Zacky respondeu, rindo de chorar.

Jessie estava dançando com algum cara por aí, Taylor mal se lembrava de tê-la visto, se quer saber.

–Vamos dançar de novo?

–E correr o risco de sermos esmagados pela Gorda do Lago Ness? Nem morto.

–Vamos, Zacky, por favor!

–Não, eu heim, tá maluca.

Ela se levantou, puxando-o.

–Então me espere aqui, NÃO SAIA DAQUI.

–Porque?

Ele perguntou, parado à porta do banheiro feminino.

–Porque eu tenho medo de ir nesses lugares sozinhos. A privada pode me sugar.

Ela entrou dentro do banheiro e Zacky se encostou na parede.

Quando Taylor saiu do banheiro, cambaleando pela garotas que o invadiam automaticamente. Ela olhou para Zacky, que perguntou:

–Nada de privada sugatória?

–Graças à Deus não foi dessa vez. E não tirei uma com a minha cara.

Ela ergueu um dedo em sua cara.

–Vamos dançar.

–Não, Taylor...

Ela apoiou os braços em seu peito, fazendo um grunhido mais parecido com gemido com a boca, falando:

–Por favor, Zackyzinho. Pela sua Tay, hum?

Ela sussurrou em seu ouvido, mordendo brevemente a sua orelha.

Zacky, fora do alcance de suas vistas, revirou os olhos de forma tediosa de quem se rende, e falou:

–Eu sei que a minha dança te seduz.

–É, a sua dança me seduz muito.

Taylor assentiu, numa falsa cara séria, arrastando-o para a pista.