Quando a maquiagem já estava borrada, o cabelo emaranhado e as risadas predominavam soltas entre os dois, Taylor se convenceu de que era melhor ir para outro lugar:

–Vamos embora, Zackyzildo.

–Pra onde, Tay?

Ele perguntou, ajudando-a a andar.

Ele não estava tão bêbado.

Não tanto quanto Taylor, por que só Chuck Norris consegue ficar mais bêbado que Taylor em uma festa, mas ele estava bem chapado.

–Vamos para casa.

–Ok. Peraí. Onde está o carro?

Taylor bateu em seu braço.

–Tá vendo? Aquele adesivo “Eu amo a Taylor”, em néon, seria útil agora!

–Né?

Ele assentiu, olhando para todo o estacionamento.

–Que se dane, se beber não dirija, certo? Vamos de táxi.

Ela fez sinal para um carro comum que passava. O carro, claro, não parou, e Taylor abaixou a mão, falando, indignada:

–Mas que filho da...

–Vem, boca suja. Vou enfiar sabão na sua boca.

–Estou acostumada a enfiar outras coisas... peraí, a minha cabeça, Zacky!

Ela reclamou, fazendo um contorcionismo para entrar no táxi gigante.

–Zacky, espero que isso tenha sido a sua mão na minha bunda.

–Mas foi a minha mão na sua bunda.

–Que safado!

Ela riu, achando graça do comentário do rapaz. o taxista revirou os olhos, reprovando o estado dos jovens.

Quando chegaram na casa, Zacky pagou o taxista enquanto a garota ia andando na frente.

–Eu tenho que ir para a minha casa.

–Vai me deixar aqui sozinha?

Ela perguntou, fazendo biquinho.

–Você é bem grandinha pra se cuidar sozinha.

–Não sou não, Zacky. Ah, pára, vai. Não quero dormir sozinha.

Ela abriu os braços, pedindo um abraço.

Ele sorriu, abraçando-a.

–Posso abrir a porta agora?

–Pode.

Mas ela continuou abraçada com ele.

–Taylor.

–Desculpe. Me empolguei.

Ela o soltou.

Zacky abriu a porta e gesticulou para que ela entrasse.

–Eu trouxe uma roupa para cá... vou trocar de roupa, tá?

–Tá... Ainda tem aquele negócio doido que agente usou esses dias?

“Negócio doido” o qual Taylor se referia era Êxtase, que Jimmy tinha largado lá.

–Você quer?

–Nós queremos.

Taylor disse, sorrindo, se tacando no colchão inflável no chão, fechando os olhos.

Zacky, rindo, subiu as escadas, entrando no quarto e trocando toda a roupa, passando uma água no rosto, respirando fundo.

Já sentia a cabeça latejando.

Abriu uma caixinha debaixo do vaso e tirou o saquinho com o pó dentro, descendo as escadas.

Taylor estava tentando tirar as sandálias quando ele chegou.

–Podíamos ter comprado cervejas.

–Deve ter uma ou duas no frigobar.

Taylor se esticou para alcançar a portinha. Zacky fez de tudo para não encarar o seu vestido que subia conforme a morena se esticava.

Ela pegou as quatro cervejas e se sentou a sua frente, franzindo a testa.

–Você está tenso.

–É o efeito do êxtase que eu cheirei com Johnny hoje de manhã.

Mentiu.

–Eu não senti isso.

–É que você é alegre demais, pequena.

Ele forçou um sorriso.

Taylor não desfez a cara séria, abaixando os olhos e colocando uma mexa do cabelo atrás da orelha.

–Vem cá.

Ela se apoiou na parede, sentada no colchão, batendo nas pernas.

–Sou bem grandinho.

–Sempre vai ser o meu Zackyzinho que brincava de Barbie comigo.

Ela sorriu. Zacky sentiu uma nostalgia bater, e se deitou em seu colo. Taylor acariciou os seus cabelos.

–É o meu celular?

Zacky perguntou.

–Não precisa atender.

–Pode ser um dos meninos.

Ele se levantou, subindo as escadas correndo. Quando chegou lá, viu uma mensagem de Matt.

“Se está com Taylor, me dê um toque.”

Zacky discou seu numero e deixou chamar dois segundos, depois o desligou, descendo as escadas novamente.

–Era Matt, queria saber se...

Quando ele levantou os olhos, deu de cara com Taylor sentada em cima das pernas, as mãos apoiadas no colchão, olhando para ele de forma hesitante.

Sem o vestido.

Com a lingerie de mais cedo.

–Minha roupa ficou no seu carro.

Ele voltou á Terra, andando em direção da garota e se sentando calmamente á sua frente.

–Não é um vestido barato para se dormir com ele.

Ela deu um sorriso sutil.

–Você se importa?

Ele chegou para mais perto, e a morena repetiu o movimento.

–Se eu me importo?

–É, você se importa?

Taylor perguntava, seu hálito batendo nos lábios de Zacky, que respirou fundo, assentindo com a cabeça, de olhos fechados, apenas sentindo o eu perfume.

–Não.

–Não?

Ele negou com a cabeça.

Ambos ainda se entreolhavam fixamente, os olhos transbordando todos os seus desejos.

–Que bom.

–Aham. Assim você não dorme desconfortável.

–Está pretendendo dormir?

–Não, se você continuar falando assim.

Ela riu, sua risada ecoando em seu ouvido. Zacky roçou seus lábios no canto de sua boca.

Taylor suspirou, deixando com que Zacky puxasse sua boca para a dele.

A garota de repente se afastou, encarando Zacky com uma expressão alarmada.

–Desculpe, eu, eu... Ah, droga...

Ele balançou a cabeça, fechando os olhos fortemente, se xingando por ter feito isso.

Ele se encostou na parede, fechando os olhos por minutos silenciosos.

De repente, sentiu, Taylor passando a perna direita para o outro lado, sentando em seu colo. Ela colocou seu rosto entre suas mãos e lhe beijou novamente, de forma calma e terna.

Taylor sentiu como se fosse explodir de desejo. Sentada em seu colo e de frente para ele, ela chegou para mais perto, puxando-o para si pela gola da camisa, ficando de joelhos na cama. Taylor sentia Zacky passar as mãos por suas pernas, subindo e a puxando para baixo, sentando-a em seu colo novamente.

Taylor mordeu seu lábio inferior durante o beijo, passando as mãos por seu peito e puxando sua camisa para cima, separando-os por uma fração de segundo. Zacky a deitou na cama, espalhando os beijos quentes por seu pescoço. Taylor cruzou as pernas em sua cintura, puxando-o para mais perto.

–Tem certeza?

Ele perguntou, sem hesitação agora.

Taylor assentiu.

Zacky perguntou:

–Não quero lhe forçar a nada, está bêbada.

A garota parou de repente, abrindo os olhos e encarando a imensidão verde à sua frente.

Ela assentiu com a cabeça.

–Eu quero. E-eu quero você, Zacky... pra mim, hoje, agora.

Ela falava como se as palavras saíssem doloridas depois de tanto tempo guardadas, num sussurro, de um jeito que parecia que se falasse um pouco mais alto interromperia o momento ansiado. Zacky abaixou a cabeça, apoiando-a no colchão, sua respiração ainda ofegante, enquanto escutava as palavras da morena, com um sorriso bobo no rosto.

–Pra mim, o meu Zachary Baker que sempre cuidou de mim de uma forma tão doce, tão protetora...

Zacky distribuía beijos lentos e leves pelo seu ombro, as palavras dela marcando sua vida desde agora.

–Zacky...

–Sim?

A morena puxou-o para ainda mais perto, sentindo seu peito pressionar contra o seu, sussurrando em seu ouvido:

–Eu sempre fui sua.