The End Of Life escrita por Jway


Capítulo 8
Capítulo Sete




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Algumas horas depois Mikey me fez ir tomar um banho e sair. Ele me levou até o hospital onde Gerard estava. Um delegado esperava por nós, ele disse que a culpa não foi de Gerard.

“Claro que não foi!”, eu retruquei em pensamento.

A culpa era do motorista do caminhão que bateu no carro de Gerard, o cara estava dopado com remédios para não dormir. E disse que nós o processássemos conseguiríamos uma boa grana.

“Porco sem coração!”, xinguei o delegado em pensamento novamente, eu não sabia onde estava minha voz para dizer aquelas palavras em voz alta.

 

Eu vi o corpo de Gerard, de longe. Mikey achou melhor eu não chegar perto, não seria bom para mim. Ele estava deitado em uma maca, estava de olhos fechados, parecia dormir se não fosse a roupa toda suja de sangue, eu só podia ver ele de perfil, o lado da cabeça dele que não estava machucado. Mikey estava certo, não era bom eu vê-lo por completo, era melhor eu só ter lembranças dele lindo e vivo.

 

Um bolo enorme estava preso na minha garganta, eu chorava silenciosamente, mas esse bolo não diminuía. E ali eu tive a certeza que nunca ia diminuir, sempre ele iria estar lá quando eu pensasse em Gerard, assim como o vazio enorme que estava no meu coração naquele momento.

“Pertences pessoais.”, a voz do médico se aproximou, eu o fitei rapidamente, mas meus olhos caíram para suas mãos, onde estava um saco transparente onde estavam o celular, os óculos escuro favoritos de Gerard e uma caixinha vermelha.

“Obrigado”, disse Mikey segurando o saquinho. “Acho que você vai querer ficar com isso.”, peguei o saco e o apertei forte contra o peito, depois o coloquei na bolsa e olhei pela ultima vez para o corpo de Gerard.

 

Enquanto eu me afastava uma tontura me tirou o equilíbrio e Mikey correu para me segurar.

“Opa!”, ele disse me segurando.

Por insistência dele eu fui a um dos consultórios do hospital, o médico me pediu um exame de sangue, fiz naquele momento mesmo. Eu pouco ligava para mim, só queria morrer e ir ficar com Gerard.

 

No dia seguinte foi o enterro, eu não chorei o dia inteiro, eu sabia que ele não ia querer que eu chorasse no seu grande evento, como ele diria. Minha irmã veio para Nova York para me dar força, a família de Gerard também veio, lógico, houve uma pequena discussão sobre onde ele deveria ser enterrado. Eu disse que Nova York era a cidade dele e deveria ser ali. Estava claro que era a verdade e que seria melhor aqui. Então foi em Nova York a cidade que pra sempre seria de Gerard e ela seria sempre dele, assim como eu.

 

Três dias depois meu exame chegou pelo correio no apartamento, tentei entender alguma coisa. E tinha algo: positivo, que me assustou. Marquei uma consulta com o mesmo médico que me atendeu no dia da morte de Gerard e levei o exame. Ele não passou muito tempo olhando o exame, passou mais tempo me avaliando, acho que emocionalmente, ele ponderava se eu deveria ou não saber de que se tratava antes de ir para uma área psiquiátrica.

“Vou lhe dar um voto de confiança...”, disse decidido. “Esse ‘positivo’ quer dizer que você está grávida.”

 

O choque aquela palavras me causou fez minha cabeça girar, eu abri um sorriso e pensei:
“O Gerard vai amar!”. Mas depois me censurei. “Gerard não vai saber.”

“Cloe?”, o médico me trouxe de volta a realidade. “O que me diz sobre isso?”

“Eu... estou... surpresa”, disse nervosa.

“Eu realmente preciso que você seja avaliada por um psicólogo neste caso.”

“Eu estou bem... só estou sofrendo com a morte dele, mas nunca faria nada contra essa criança. É filho dele!”, eu sorri e o medico pareceu se convencer. Encaminhou-me para um ginecologista que acompanharia minha gravidez.

 

Gerard iria amar!


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