Mais tarde naquele dia eu fui ao cemitério dizer a Gerard a novidade. Chorei mais um pouco e voltei para casa, decidi que por eu estar carregando uma nova vida não tinha sentido eu andar só de preto, mas eu usei um lenço preto em simbolismo ao meu luto. Quando voltei para casa peguei o saquinho plástico da minha bolsa, onde estavam os pertences do Gerard. Só a caixinha vermelha que eu ainda não conhecia.

Quando a abri a dor que se apossou de mim foi surreal, dentro da caixinha tinha um anel de brilhante, e na caixinha tinha gravado: “Você quer -oficialmente- casar comigo?”

“Sim.”, eu sussurrei para o apartamento vazio e coloquei o anel no dedo.

Mikey ficou feliz com a noticia e como eu havia pensado ele disse:

“Gerard iria amar!”, assenti e sorri. Ele amaria mesmo.

Minha gravidez foi rápida, de alguma forma, os nove meses passaram voando. O parto foi normal e até tranqüilo, aquela dor não chegava aos pés das que eu sentia toda noite antes de ir dormir ou de manhã cedo quando eu encontrava a cama vazia. Faltava Gerard, como sempre faltaria. Mas eu não deixaria que a vida dessa criança, do seu filho, do meu filho fosse de forma alguma deprimente. Uma criançinha órfã de pai.

Não! Não iria deixar.

Pensei em colocar seu nome como Gerard Junior se fosse menino, mas iria me doer demais chamá-lo de Gerard. Mas para certo alivio, nasceu uma menina. Com os olhos de Gerard, então coloquei seu nome: Abigail, ‘meu pai de alegra’. Não poderia ter um nome mais perfeito.

Ela hoje é a alegria da minha vida, a parte de Gerard que ficou para não me deixar desistir da vida. Abigail tinha tudo de melhor do Gerard, não só na fisionomia, mas nos gestos, até o sorriso dela, lembrava o de Gerard. Minha miniatura de Gerard, minha filha. Minha nova razão de viver.

E Gerard iria amar Abigail.

F I M