O beijo estava mais do que incrível, mas minha consciência gritava para eu me afastar de Percy diferente de meu corpo que queria ir muito mais além. Parecia até um jogo de tênis. Para, não paro, para, não paro. Essa disputa interna estava me deixando louca.

Não precisei escolher porque o bendito do ar nós faltou e tivemos que nós afastar. Nossas respirações estavam ofegantes e eu ainda me sentia confusa e meio perdida.

– Uau. – disse Percy sorrindo depois que recuperou seu folego e me deu um selinho.

Olhei para ele intrigada. Tinha alguma coisa que eu precisava saber e eu sabia que Percy era o único que poderia me responder sobre ela, mas eu não conseguia me lembrar do que era e isso estava me deixando muito frustrada porque eu sentia que era muito importante.

– O que foi Annabeth? – perguntou Percy tocando em meu queixo me olhando com as sobrancelhas franzidas, preocupado.

– Eu não sei. – falei fechando os olhos com força tentando me lembrar de alguma coisa. – Parece que eu esqueci uma coisa importante.

– Você tem que ir com o carinha que gosta de provocar as pessoas em um compromisso. – disse Percy. Olhei com os olhos semicerrados para ele, desconfiada.

Ele parecia aliviado em ter que me falar isso o que é muito estranho já que ele agora a pouco estava morrendo de ciúmes de Damon. Resolvi deixar essa historia para depois. Era melhor eu me apressar, ou Damon podia fazer alguma coisa por eu demorar.

– É, a festa dos Fundadores. Você e Nico vão esperar eu me trocar, ou vão agora? – perguntei tentando não tentar mais me lembrar do que eu tinha me esquecido.

– Vamos agora para não atrasar mais você. – disse Percy sorrindo. Ok, tem alguma coisa muito estranha acontecendo.

– Então vou me despedir do Nico. – falei voltando por onde a gente tinha vindo, mas só deu alguns passos antes de Percy segurar o meu braço.

– Não precisa. – falou me abraçando por trás e dando um beijo no meu pescoço. – Eu digo que você mandou um abraço e coisa e tal para o Nico, ele vai entender. Você não precisa se atrasar mais por nossa causa.

– Mas... – ele me interrompeu com um beijo delicado. Não gosto que me interrompam, mas quando é assim não da para reclamar.

– Vai. Não se atrase mais por nossa causa. – disse Percy me dando diversos selinhos no meu pescoço e me guiando para dentro do meu quarto.

– Tudo bem. – falei com os olhos fechados me entregando aos carinhos dele.

– Eu te amo. – disse Percy quando me virou de frente para ele. Seus olhos verdes brilhando e um lindo sorriso em seu rosto.

– Eu também te amo. – falei sorrindo para ele e lhe dei mais um beijo.

Me afastei da porta e Percy a fechou ao mesmo tempo em que eu fechei os meus olhos com força. Tinha alguma coisa errada acontecendo, eu sentia, mas infelizmente não sabia, pior que isso, eu não lembrava.

– Argh, – murmurei irritada batendo o pé no chão antes de me virar e procurar uma roupa para poder ir na Festa dos Fundadores.

O melhor a fazer era eu tentar não pensar em mais nada a não ser em me trocar rápido e ir para a Festa, eu já estava demorando de mais. E isso funcionou porque não pensei mais nesse assunto por um bom tempo.

Eu havia me esquecido de perguntar a Damon que tipo de roupa eu deveria usar, mas pelas roupas que ele estava usando vi que não precisava ser nada chique. Achei uma roupa confortável e bonita e me troquei.

Percy e eu havíamos tomamos, outro, banho antes de descermos parar fazer o almoço.

Peguei meu celular e o liguei, se o que Damon disse for verdade, não tem porque eu o deixar desligado mais. Coloquei o celular dentro da minha bolsa e desci as escadas rapidamente, Percy e Nico já não estavam mais aqui, pois é, Percy cumpriu o que falou. Eu ainda achava tudo isso estranho e esquisito.

Verifiquei se tudo, janelas e portas, estavam trancadas e sai de casa trancando a porta da sala. Corri até o outro lado da rua a onde estava o carro de Damon.

Damon estava com óculos escuros e tamborilava os dedos no volante ao som da musica que tocava no radio do seu carro. Seu estilo de musica me fazia lembrar um pouco da minha amiga Thalia, tenente das caçadoras de Ártemis e filha de Zeus.

Me peguei pensando em como ela estaria agora. Fazia meses que eu não conversava com ela por causa das caçadas em que ela estava envolvida. Depois que a guerra contra Titã Cronos acabou muitos monstros perigosos ainda estavam a solta por terem fugido quando Cronos foi derrotado e as caçadoras e a própria Ártemis estavam atrás deles. Minha amiga deve estar muito ocupada.

– Admirando a linda paisagem, senhorita filha de Atena? – perguntou Damon me fazendo despertar dos meus pensamentos. Reparei que ainda estava olhando para ele e vi um sorriso de canto, sexy, se formar no rosto dele.

– Não foi para isso que lindas paisagens foram feitas? – perguntei sorrindo de canto assim como ele. – Para serem admiradas?

– É você tem razão. – falou Damon sem tirar o sorriso do rosto e indicou com a cabeça para o seu lado. – Então vai entrar, ou ficar ai até que eu te coloque no carro? Não podemos nós atrasar mais do que já estamos.

– Não precisa se incomodar, Damon, eu entro sozinha. – falei dando a volta no carro e entrando no banco do passageiro já colocando o cinto de segurança.

– Que coisa e eu achando que você queria estar novamente em meus braços segura e protegida como esteve antes pelo menos até eu te colocar no banco. – disse ele ligando o carro e arrancando com ele.

– Segura e protegida? – perguntei arqueando uma sobrancelha para ele. – Damon você sonha muito alto. Cuidado com isso. Um dia você cai e para piorar pode ser em cima de uma estaca que por ventura vai estar no lugar para entrar em seu coração.

– Nossa, como você é malvada. – comenta Damon fazendo uma careta para mim sem prestar a atenção na rua. – Esta andando de mais comigo.

– É, você já disse isso antes e devo dizer que tenho que concordar. É melhor eu achar outra companhia. Uma companhia melhor, de boa índole, que não fique irritada por pouca coisa. – falei sorrindo de canto.

– Falando assim você me magoou. – disse ele fazendo uma cara triste e um bico. Eu ri descontroladamente. – Isso, ria de mim. Rir faz bem, muito bem.

– Damon você é muito carente e precisa refazer algumas frases, porque vai ficar repetitivo assim. – falei tentando não rir, mas foi impossível.

– Tudo bem. Vamos falar de outra coisa então, em alguns minutos vamos chegar à mansão Lockwood. – disse Damon fazendo uma curva, entrando em uma outra rua.

– Ok. Que tipo de festa é essa? Eu sei da reunião do conselho, quero saber sobre o tema dessa festa para reunir todas as pessoas da cidade, bom quase todas. – falei me recostando no carro e apreciando o vento em meu rosto já que o capo do carro estava a baixado.

– Só uma festa à toa. Parece mais um dia de piquenique com todos convidados. – disse Damon entediado. – O que me lembra que Elena esta levando Chili. Todos estão levando Chili, então melhor que goste muito de Chili.

– Chili? – perguntei sorrindo. Nada contra Chili, já comi algumas vezes. – Porque todos levam Chili para festa?

– Tradição de família. – respondeu Damon indiferente. – E todos tem essa tradição. Tentei convencer Elena a não fazer Chili, mas foi em vão, mesmo eu dizendo que a receita de Chili da família dela era horrível.

– Você sempre delicado, Damon. – falei e abri os olhos virando o rosto para olhar para Damon.

– Sempre faço o que posso. – disse ele sorrindo de canto e indicou com a cabeça para frente.

Uma linda mansão se estendia no final do caminho da pista. Tinha vários carros estacionados em volta assim como estava na mansão de Damon quando cheguei à sua casa na primeira vez, mas agora não estava abarrotada só de adolescentes e não estava de noite.

Damon estacionou e saiu rapidamente do carro e deu meia volta abrindo a porta para mim.

– Muito obrigada. – falei soltando o cinto de segurança e saindo do carro. – Que cavalheiro.

– Uma coisa que eu nunca pensaria e muito menos veria Damon Salvatore fazer. – disse uma voz familiar atrás de Damon. – Sempre sarcástico. Cavalheirismo não combina com Damon.

– Não é para tanto assim. Sempre sou cavalheiro com quem merece, Ric. – disse Damon fechando a porta do carro e se virando assim dando para mim ver Alaric atrás dele sorrindo de canto olhando para mim.

– Oi, Ric. – falei sorrindo e fui até ele dando um abraço e um beijo em sua bochecha.

– Oi, Annabeth. – disse Ric e fez um aceno para Damon em forma de cumprimento.

– Vou ter que ir a reunião do conselho quando me chamarem, você pode ficar com Elena e conhecer a Bonnie e Caroline que vão estar com ela. – disse Damon.

– Estão com ela. – corrigiu Alaric. – Vi Elena e Caroline agora apouco.

– Mais do que na hora de conhecer elas e outras pessoas. – falei e pontei para Damon e Alaric. – Conheço só cinco pessoas aqui, se contarmos Stefan e Klaus.

– Podemos ignorar esses dois. – disse Damon dando um sorriso sarcástico.

Adentramos na mansão e fomos para o fundo dela. Alaric me mostrou a onde estava Elena e uma mulher loira, supus que aquela era a Caroline pela descrição que Damon havia me dando dela há alguns dias, sentadas em um banco parecendo um pouco nervosas.

Me despedi de Damon e Alaric que foram para a mesa central a onde estava separada a comida. Caminhei em direção a onde as meninas estavam. Elena foi a primeira a me ver e se levantou vindo me dar um abraço.

– Oi, Annabeth. – disse Elena depois que me soltou e me deu um beijo na bochecha. – Damon disse que iria te buscar e vi que estavam demorando. Pensei...

– Não precisa se preocupar. É que eu estava com o meu namorado e Damon teve que esperar eu me despedir dele e me trocar para vir aqui. – falei interrompendo ela entendendo a onde ela queria chegar com isso.

– Namorado? O tal do Percy? – perguntou ela franzindo o cenho e eu assenti. – Mas ele não estava lá naquela acampamento em Long Island, Nova York?

– Obrigada por me incluírem na conversa. – disse a mulher loira me impedindo de responder Elena e chamando nossa atenção. – Oi. – disse ela sorrindo de lado e fazendo um breve aceno com uma mão e a estendeu para mim. – Caroline Forbes, amiga dessa aqui que não me apresentou, mas eu me apresento.

– Desculpa. – falou Elena sorrindo um pouco constrangida.

– Tudo bem, Annabeth Chase é um prazer em te conhecer, Caroline. – falei apertando a mão que ela me estendeu. – Damon já me falou de você.

– Damon é? – perguntou ela arqueando uma sobrancelha olhando para Elena divertida.

– Melhor sentarmos e conversarmos. – disse Elena ignorando Caroline e olhando para mim. – Bonnie vai chegar daqui a pouco. Ela voltou hoje de viagem.

Sentamos no banco em que elas estavam e eu contei para Caroline resumidamente tudo que tinha acontecido desde que eu tinha chegado e depois contei sobre o que aconteceu quando Damon foi me buscar, claro que eu omite a parte da briga entre Damon e Percy, não era relevante levantar esse assunto.

Depois elas me contaram sobre o que aconteceu com o colar de Elena, que ele a havia “queimado” e que a Bonnie foi procurar um feitiço de identificação para saber que feitiço estava sobre o colar.

– Certo, entendi. – disse uma voz feminina atrás de Caroline que estava sentada no banco, perpendicular, ao lado do nosso. Nós viramos na direção da voz e vi uma morena se aproximar subindo as escadas. – Ah, oi. – disse ela surpresa ao me ver e olhou para as amigas claramente pedindo ajuda e confusa.

– Ah é. – disse Caroline sorrindo e pontou para mim. – Bonnie essa é Annabeth Chase, Annabeth essa é Bonnie Bennett. Depois contamos o resto, mas pode confiar nela, Bonnie. Ela sabe sobre tudo.

– Prazer. – falei ficando de pé e estendendo uma mão para ela no qual ela apertou ainda um pouco desconfiada.

– Prazer é meu. – disse ela soltando a minha mão e se sentando ao lado de Caroline enquanto eu voltava para a onde eu estava sentada.

– Então o que você entendeu? – perguntou Elena curiosa. – Por favor me diz que tem haver com o colar.