Cáp  6

Os deuses tomaram café juntos, Poseidon enchia Atena de várias perguntas. Ele estava disposto a saber o máximo possível sobre ela.

Atena estava muito desconfiada, respondia a todas as perguntas de Poseidon com sinceridade.

-E então, tem ideia de quanto tempo vão durar essas suas férias?

-Acho que umas duas semanas, mas não tenho certeza.

-E você pretende continuar aqui em Atenas?

-Bom, eu queria ir para vários lugares, mas ainda não decidi. Por quê?- Atena tentava entende-lo, mas ainda não estava conseguindo.

-É que eu tenho uma casa na Califórnia, se você quiser ir para lá...

Atena se interessou. Fazia séculos que não tinha um descanso e bom, a ideia de passar duas semanas na Califórnia perto de praias naquele tempo gostoso...

-Acho que sim, eu gostaria de ir sim.

Poseidon sorriu, seu plano estava posto em ação, ele ia conseguir conquistar Atena.

-Quando você quer ir?- Ele perguntou como quem não quer nada- Assim posso te mostrar onde fica.

A deusa estranhou.

-O que está tramando Poseidon?- Ela o encarou- Deis de quando você é tão prestativo?

Ele riu.

-Lembre-se que você não me conhece muito bem!

-Mesmo assim, você esta bonzinho demais!

Ele caiu na gargalhada.

-Você acha que eu sou sempre chato, ignorante e ...

-Grosso, não se esqueça.

-Que seja, mas você acha que eu sou assim sempre?

-Para dizer a verdade, sim.

Ele pensou por alguns minutos.

-Acho que tenho que fazer você ver que também sou bom, engraçado e um chato legal.

Ela arqueou uma sobrancelha.

-Como você pode ser um chato legal?

Ele abriu um grande sorriso.

-Estava esperando você perguntar isso!

Não se importando com os hospedes do hotel que tomavam café no restaurante a pegou no colo ignorando os gritos e reclamações da Deusa e saiu correndo com ela nos braços.

Assim que saiu do campo de vista dos mortais se teleportou.

Estavam num local totalmente diferente, tinham várias árvores, o sol brilhava intensamente, tinham flores de todas as cores e um rio.

Devagar ele colocou Atena no chão, ela estava completamente sem fala com a beleza do lugar. Não havia poluição, casas, edifícios, nada de urbanização somente a beleza natural do lugar.

-Onde estamos?- Perguntou para Poseidon que a olhava com grande interesse.

Ele deitou no chão, fechou os olhos e após alguns minutos respondeu:

-É o meu lugar preferido quando quero ficar sozinho e pensar.

Ela se deitou ao lado dele.

-É lindo!- Atena estava tão encantada com o lugar, e ela tinha que confessar com a beleza de seu amigo.

“Deuses como ele consegue ser tão lindo?”- Perguntou para si mesma- “Só posso estar ficando louca, mas nossa como eu queria passar a mão naquele cabelo lindo e perfeito, estar abraçada com ele enquanto olhamos essa linda paisagem...espera um pouco, por quê estou pensando isso?”

-Gostou daqui?- Perguntou Poseidon tirando Atena daqueles pensamentos.

-Sim!- Admitiu.

-Achou legal eu trazer você aqui?

-Sim!

-Agora está provado que eu sou um chato legal!

Atena arqueou uma sobrancelha.

-Você bebeu Poseidon?

-Não, mas eu tinha razão, eu sou chato com você todos esses séculos, mas agora quero ser diferente com você, inclusive trouxe você até aqui e você mesma disse que achou legal eu te trazer aqui, portanto sou um chato legal!

-Não acredito que vou dizer isso, mas faz sentido- Ela ria.

Ele a acompanhou numa risada harmoniosa.

-Mas é claro que faz sentido, viu como nem sempre sou o burro que você imagina?

Ela o analisou.

-Ok, você me surpreendeu, não é o burro que achava que você fosse, para dizer a verdade você não é nada que achei que fosse e olha que somos amigos a poucas horas.

-Acredite Atena- ele disse com uma voz sexy – Em alguns dias você vai mudar completamente sua opinião sobre mim.

-Veremos- Ela falou desafiadora.

-Sim, você vera.

Ele olhou no relógio.

-Acho melhor voltarmos!- Ele já estava se levantando quando ela o puxou de volta.

-Por favor- Disse com uma voz manhosa- Podemos ficar mais um pouco?

A carinha que ela fez foi tão fofa que nem com mil palavras conseguiria lhes contar como aquilo atingiu Poseidon, por isso ele somente e riu.

-Acho melhor irmos, daqui a pouco chega a hora do almoço e você tem que decidir se vai querer ir para a casa na Califórnia.

Ela sentou-se também de forma que ele a olha-se nos olhos. Se alguma vez a Deusa já te encarou como estava fazendo agora mesmo com Poseidon, já sabe que é impossível desviar o olhar. Ela pode não ser Afrodite mas é tão bela quanto a outra, ninguém sabe se é por isso ou pela autoridade dela, que isso acontece.

-Diga logo o porque de você querer tanto que eu vá para lá.

Ele fez cara de deboche.

-E quem disse que eu quero tanto isso, estou sendo apenas gentil em oferecer um lugar tão esplendido quanto àquele para passar as férias. Por mais que a casa seja simples ela é reconfortante.

Ela se deitou novamente.

-É tão bela assim?

Ele fez o mesmo que ela.

-Se não fosse acha que elogiaria tanto assim?

Ela se virou agora olhando para ele.

-Sempre desconfiei que você tinha mal gosto, é por isso que estou perguntando!

Ele também se virou de forma que seus rostos ficaram há alguns centímetros de distancia.

-Por que acha isso?

Ela abaixou a cabeça, com um pouco de receio.

-Para casar com uma bruxa como Anfitrite só podia ter mau gosto.

Ele fez com que ela olha-se para ela novamente.

-Cometi vários erros mas esse foi o pior. Estava iludido achei que havia encontrado alguém que realmente me amasse só fui perceber meu terrível erro mais tarde.

Ele continuou:

-Você não sabe como me arrependo se pudesse mudar meu passado com certeza teria feito o contrário, e para ajudar...

Parou.

“E agora que realmente encontro alguém que amo, não posso ficar com ele porque somos amigos e por causa de um juramento de castidade”- Completou mentalmente.

Atena percebeu a súbita parada dele mas não quis pressiona-lo, seja o que quer que ele fosse dizer ele contaria a ela quando estivesse pronto, a Deusa tinha certeza disso.

Então ela fez algo que surpreendeu os dois, o abraçou. Deitou a cabeça no peito dele e murmurava uns “Já passou” ou “Você já se se parou da megera”. Para os dois aquilo estava muito bom e confortável, e nenhum deles queria se distanciar, Atena ignorava a persistente voz da razão que a importunava lembrando-a do estupido juramento que havia feito. Por mais que tivesse acabado de perdoar o Deus por tudo ela sentia como se sempre tivessem sido amigos, mas que estivessem sido separados por um tempo e que voltaram a se encontrar.

O deus sentia o mesmo. Para eles era fácil entender, eles precisavam um do outro agora, não queriam se distanciar e sim ficar cada vez mais perto um do outro.

Foi ela que cortou o silêncio que havia se prolongado por pelo menos dez minutos.

-Já me decidi!

-Hun?

-Em relação à casa, iremos hoje para lá.

Ele se distanciou um pouco para que pudesse olha-la melhor.

-Espere um pouco, você disse iremos?

Ela revirou os olhos.

-Acha que sou burra? Sei que você quer ficar também!

Ele riu.

-Nunca subestime a Deusa da sabedoria. - De repente ele pareceu preocupado- Mas e seu juramento, ele não diz nada sobre você ficar n mesmo local que um homem?

Ela pareceu pensar um pouco.

-Bom, ele não diz nada contra passar as férias junto de um amigo.

-Quer ir arrumar suas coisas agora?

Ela se levantou.

-Claro, vamos ver se a casa é tão magnifica quanto você disse!

Sorrindo ele pediu para segurar a mão dela para que se teleportassem  e os dois sumiram.