Bleeding escrita por caiquedelbuono


Capítulo 33
Sumiço.




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O único barulho que podia ser ouvido era o do silêncio. As sombras da escuridão eram as únicas coisas que podiam ser sentidas naquele ambiente insólito. Logan estava completamente sozinho e desamparado. Um leve movimento pulsatório em seus olhos cerrados fez com que toda sua atenção se concentrasse em tentar descobrir o porquê de estar ali. Sua mente parecia ter apagado qualquer informação que pudesse ajudá-lo a se lembrar do motivo de ter entrado naquele ambiente escuro.

Ele começou a caminhar a passos lentos e seus olhos levemente foram se abrindo à medida que percebia que o ambiente estava completamente vazio. Era como se estivesse andando sobre o vácuo eterno.

De repente, pontos luminosos começaram a se formar na imensidão vazia e imagens nítidas apareceram diante dos seus olhos arregalados. O cheiro de sangue tomou conta de suas narinas. Corpos mortos e completamente ensanguentados entraram em sua mente e ele se viu imerso em desespero quando sentiu as mãos sujas de sangue. O líquido foi subindo pelo seu corpo até que estivesse completamente ensanguentado.

Um grito.

Seus olhos se fecharam novamente e forçou a si mesmo a pensar que aquilo não era real. Era apenas um pesadelo. Respirou aliviado quando os abriu e percebeu que estava dentro de uma sala em segurança.

A sala estava mal iluminada, mas ele conseguia ver as paredes negras como se elas estivessem o observando. Localizou uma mesa de centro e uma cadeira giratória logo atrás dela. Sentiu as pernas doendo e uma sensação incômoda de que precisava sentar o impulsionou até ela. Ele sabia que já havia estado naquele lugar antes, mas ainda não conseguia se lembrar.

Um ponto do seu cérebro foi ativado e ele começou a sentir litros de saliva sendo transportados para a sua boca. Estava com fome. Tentou pensar em um delicioso prato de estrogonofe acompanhado por um suculento pedaço de coxa de frango, mas a única coisa que lhe veio à mente foi sangue. Começou a imaginar o gosto metálico daquele líquido preenchendo todos os cantos da sua boca e seu cérebro rapidamente ficou entorpecido.

Com uma velocidade incrível, Logan esticou o corpo para frente e se apoiou na mesa, abrindo com a mão livre uma das gavetas que existia embaixo do suporte de madeira. Procurou por meio às bugigangas que se escondiam ali até encontrar uma faca pontiaguda e metálica. Arrancou-a da gaveta e voltou à sua posição inicial, passando o dedo sob a lâmina afiada. Seus lábios se movimentaram até formarem um sorriso.

A vontade de sangue ficou cada vez mais forte e esticou o braço cinzento até que as suas veias saltadas ficassem à mostra. Não hesitando um só segundo, levou a faca até que ela pudesse cortá-lo. Litros de sangue jorraram do ferimento e uma sensação de prazer lhe percorreu. Era tão bom poder sentir aquele sangue escorrendo e indo em direção à sua boca. Mas aquilo era apenas um aperitivo. Sua fome ia mais além do que simplesmente beber sangue. Ele desejava carne humana, especificamente o coração.

Uma sensação diferente fez com que seu corpo todo paralisasse e largasse a faca no chão. Olhou para o braço ensanguentado e uma ardência incomum começou a lhe importunar. Suas sobrancelhas franziram e sua pele se enrugou levemente quando percebeu que chamas alaranjadas estavam emanando do ferimento. Seu braço estava pegando fogo!

Um grito ensurdecedor saiu pela sua boca e ele se levantou da cadeira completamente desesperado. Tentou procurar por alguma coisa que pudesse apagar o fogo, água talvez, mas não havia nada ali. Já era tarde demais. O fogo havia consumido seu braço e agora ele não se resumia em nada além de um monte de cinzas sobre o chão.



As gotas de suor não foram maiores do que o grito de Logan ao se sentar sobre o colchão depois de despertar daquele sonho macabro. Sua respiração estava ofegante e ele apalpava desesperadamente o braço na tentativa de saber se ainda estava conectado ao seu ombro.

Ele já não aguentava mais tudo aquilo. Toda vez em que colocava a cabeça para descansar sobre o travesseiro, dormia apenas para ter pesadelos. E dessa vez havia sido assustador demais para que ele considerasse que aquilo fora “apenas um pesadelo”. Era mais que isso, ele sabia.

— Outro pesadelo? — Logan ouviu a voz sonolenta de Tommy entrando em seus ouvidos como um zumbido.

— Você precisa aprender a parar de gritar sempre quando acorda de um pesadelo. — disse Helena com a voz sonolenta e rouca — Acho que eu acordo mais assustada do que você porque sempre penso que o quarto está pegando fogo ou algo parecido.

O corpo de Logan se estremeceu ao ouvir a palavra “fogo”. Lembrou-se instantaneamente da dor prazerosa quando sentiu a faca cortando o seu próprio braço e logo em seguida do desespero quando percebeu que o mesmo estava sendo consumido pelas chamas.

E assim a essência do zumbi será consumida.

Era isso! Rapidamente seu cérebro associou tudo o que estava acontecendo. Logan estava dentro do zumbi no pesadelo, sentindo as suas próprias emoções. A vontade desesperadora de embeber a boca com sangue, a pele cinzenta e escamosa, o desespero voraz em se alimentar de carne humana. Não era Logan quem estava lá naquele pesadelo, e sim Kofuf. Era ele. E Logan havia descoberto o modo pelo qual deveria consumir sua essência assim como a carta indicava. A única coisa que precisava fazer era atear fogo no zumbi para que ele se transformasse em cinzas, nunca mais pudesse se recompor e fosse extinto da face da Terra para sempre.

— Já começou. — ele ouviu Helena dizendo depois que ela desceu as escadas do beliche e ficou em pé, diante o seu colchão — Qualquer dia eu tiro uma foto de você sentado na cama com a cara de bobo e posto em todas as redes sociais.

Logan ignorou o comentário da amiga e levantou do colchão, sentindo o sangue subir até o cérebro causando-lhe leves tonturas. Ele cambaleou até que seu braço alcançasse o beliche e ele pudesse se apoiar.

Sua boca já estava se abrindo para que pudesse contar as suas suposições pós-oníricas para os amigos, mas ele abaixou o olhar e percebeu que a cama de Sophia estava completamente vazia. Os lençóis estavam bagunçados e o travesseiro levemente amassado indicava que ela havia dormido ali.

Rapidamente foi em direção ao banheiro, empurrando Tommy que estava se espreguiçando em frente à porta do cômodo. Ao abri-la e notar que o cômodo estava vazio, o desespero tomou conta do seu corpo e a única coisa que ele conseguiu fazer foi entrar em pânico.

— Alguém viu a Sophia? — sua voz estava tão histérica que ele mal a reconhecia.

Helena passou a mão pelos cabelos bagunçados enquanto bocejava e andava por entre os colchões em direção à porta do banheiro.

— Ela não está aí? — ela perguntou, adentrando no cômodo — Meu Deus, ela sumiu!

A expressão no rosto de Logan foi ficando cada vez mais aterrorizada. Onde Sophia poderia estar?

— Não estou entendendo o desespero de vocês. — disse Tommy tranquilamente — Olhem, a cama dela está bagunçada e isso indica que ela dormiu aqui no quarto. Vai ver ela acordou mais cedo e já desceu para a cantina.

Logan assentiu e tentou se acalmar. Lembrou-se de um dia no qual também havia acordado cedo e encontrara a namorada já na cantina, chorando porque tivera um pesadelo. Não poderia ter acontecido nada demais com Sophia, não enquanto eles estavam unidos. Ele, Helena e Tommy passaram a madrugada toda dentro do quarto e provavelmente teriam ouvido alguma coisa caso ela tivesse desaparecido no meio da noite. Logan precisava parar com aquela mania de sempre pensar no pior. Ele nunca fora negativista, mas aprendera rápido demais com todas as coisas horrendas que já presenciara dentro de Shavely.

— Então ela com certeza está na cantina. — disse Helena — Todos nós sabemos que ela adora comer aqueles potinhos de salada de fruta que são servidos primeiramente.

Alguns minutos depois e todos eles haviam substituído o pijama por algo mais apresentável. Antes de abandonarem o quarto, Logan arriscou uma última olhada para a cama de Sophia e soltou um suspiro ao conseguir sentir o cheiro dela por entre os lençóis.

O ar quente do quarto logo se dissipou quando eles abriram a porta e deram de cara com o vento gelado que entrava pelas janelas abertas do corredor. A manhã de quinta-feira estava fria o suficiente para que eles desejassem colocar um casaco, mas nenhum deles voltou para o dormitório.

Logan queria que Sophia estivesse ao seu lado naquele instante. Por mais que ele tentasse acreditar que nada havia acontecido com ela, sua mente ia mais além e inventava fantasias horrendas. Talvez ela pudesse ter arrumado suas malas e fugido de Shavely. Ela poderia ser feliz fora daquele colégio onde até mesmo a própria sombra era ameaçadora, mas ela jamais poderia voltar para a antiga casa; seus pais provavelmente nunca mais tiveram notícias desde que ela fugira e fora encontrada por Janeth.

O silêncio dos amigos estava o incomodando. Helena e Tommy andavam rígidos e firmes, sem trocar nenhum olhar ou demonstrar que eram namorados. Queria poder contar para eles tudo o que havia descoberto com o pesadelo, mas só faria isso quando Sophia estivesse presente. Ela também tinha o direito de saber como destruir a criatura que havia trazido tantas desgraças.

A cantina ficou nítida diante dos seus olhos. Vários alunos já estavam sentados se deliciando com pedaços de bolo e sanduíches de queijo e presunto. Por entre os vários rostos que ali se faziam presente, Logan reconheceu o menino de touca do dia anterior. Ele estava sem o apetrecho e os cabelos negros estavam bagunçados como se não tivessem contato com um pente há anos. Percebeu quando o olhar do garoto alcançou seus próprios olhos e um arrepio percorreu sua espinha. Eles eram quase ameaçadores e pareciam estar querendo lhe dizer algo.

Logan rapidamente desviou o olhar e o transportou para as outras pessoas. Tentou procurar por uma figura frágil e pálida em meio a elas, mas não conseguiu encontrar ninguém cujo nome fosse Sophia. Seguiu Tommy e Helena em direção a uma mesa vazia e permaneceu de pé quando ambos sentaram.

— Não vai adiantar nada você ficar de pé aí procurando freneticamente por todos os cantos — disse Helena — Você precisa sentar e comer alguma coisa. Sophia aparecerá.

Logan queria gritar. Sua namorada estava desaparecida e Helena dizia que ele precisava comer? A única coisa que queria era sair de lá o mais rápido que pudesse e procurar Sophia em todos os cantos daquele colégio.

— E você diz isso com essa naturalidade? — seu tom de voz estava rude o suficiente para que Helena pudesse se sentir ofendida — Grande amiga você.

Ela arregalou os olhos.

— E o que você quer que eu faça, Logan? Sophia não estava no quarto e agora não está na cantina. Sua namorada desapareceu, ponto. Temos que esperar um pouco. Ela pode ter ficado com insônia durante a noite, ido até à biblioteca para ler algum livro e ter pegado no sono por lá mesmo.

— Você sabe que a Sra. Strauss tranca a biblioteca e nenhum aluno pode entrar lá de madrugada.

Helena suspirou e levantou da mesa indo em direção à bancada com comida. Segurou na mão de Tommy e o puxou para que ele pudesse ir junto com ela.

— Então o melhor que você pode fazer é esperar.

Logan não queria e nem podia esperar. Olhou novamente em volta e constatou com toda a sua certeza que Sophia não estava mesmo naquele lugar. O desespero novamente voltou a inundar todas as partes do seu corpo e saiu correndo. Passou por entre todas as pessoas e abandonou a cantina o mais rápido que pôde.

Ele não podia ficar de braços cruzados enquanto sua namorada estava sumida e a única coisa que ele poderia fazer naquele momento era procurá-la por todos os cantos daquele colégio. Ela tinha que estar em algum lugar.

Com a cabeça fervendo, Logan começou a caminhar por todos os corredores de Shavely. Olhava por todos os cantos à procura de qualquer sinal que pudesse dar pelo menos uma pista da localização de Sophia, mas quanto mais ele procurava, mais frustrado ele ficava.

Não havia nenhum sinal evidente de que ela tinha passado pela biblioteca; a única pessoa que estava lá dentro era a Sra. Strauss, que estava compenetrada trabalhando no seu grande e grosso livro vermelho. A enfermaria também se encontrava livre de alunos e o pensamento de que Sophia estava ferida veio quente em sua mente. O fato de ela ter levado uma facada só aumentava as chances de ela estar correndo perigo. Poderia estar em qualquer canto do colégio, sentindo dor, desprotegida, com frio, com fome. Ele não queria nem imaginar as coisas horríveis pelas quais ela poderia estar passando.

Ele havia alcançado o andar com as salas de aula quando o sinal ecoou por todos os cantos. Logan soltou um suspiro e um sentimento de impotência tomou conta do seu corpo. Ele era um péssimo namorado e não servia nem para proteger a garota que ele mais amava.

A aula daquele tempo seria geografia e uma lágrima rolou para fora dos seus olhos quando ele entrou na sala de aula se sentindo a última pessoa do mundo.



Logan estava de volta para o cume da montanha mais alta da cidade, sentado na beira do precipício com as pernas livres, balançando-as contra o vento que batia em seu corpo todo. Observava a cidade inteira lá embaixo e sentia uma angústia dentro do seu próprio peito. Via os carros passando como se fossem formigas caminhando em direção ao centro de um formigueiro e se sentia pequeno como aquela imagem. Seu coração estava tão vazio que ele não conseguia pensar direito.

Ele fechou os olhos por alguns instantes e quando os abriu sentiu a presença da única pessoa capaz de fazê-lo feliz novamente. A menina loira que iluminava seus dias estava sentada ao seu lado, segurando sua mão e olhando para ele com aqueles olhos verdes e intensos.

— O que está fazendo aqui? — a voz doce encheu seus ouvidos de alegria.

Ele não respondeu de imediato. Apenas elevou a mão para que pudesse afagar o rosto de Sophia. Era tudo o que ele mais precisava naquele momento.

— Eu estava te procurando e me disseram para vir aqui. — ele apontou para a cidade em miniatura que estava bem debaixo dos seus pés — É lindo, não é?

Ela sorriu e logo em seguida acenou afirmativamente. Como ele precisava ver aquele sorriso novamente, apenas para ter a certeza de que ela estava ali com ele. Aquilo não era uma miragem, Sophia havia voltado para ele. Logan apertou a mão dela e seus olhos se encontraram.

— Por onde esteve essa manhã? — ele perguntou — Procurei por você pelo colégio todo.

Ela cobriu a boca dele com o dedo indicador.

— Por que está me perguntando isso sendo que eu estou aqui agora? — ela sorriu novamente — Não é isso que importa?

Uma calma serena preencheu o seu corpo e ele não precisava de mais nada para se sentir completamente feliz. Aproximou-se suficientemente de Sophia para que o encontro de suas bocas pudesse se transformar em um beijo. Logan fechou os olhos e curtiu aquele momento único com a sua namorada. Podia sentir o cérebro sendo preenchido com uma dose extra de êxtase, o que fazia com que tivesse cada vez mais vontade de ter Sophia ainda mais perto.

Mas quando abriu os olhos percebeu que ela não estava mais lá. Seu mundo caíra e a única coisa que fez foi olhar para a linha do horizonte e gritar o mais alto que sua voz podia permitir.

— Logan? — chamou Helena e o momento de devaneio se desfez.

A noite já havia caído e Logan estava dentro do dormitório, deitado sobre o seu colchão. Desde que percebera que Sophia não estava em nenhum lugar daquele colégio, havia perdido o ânimo para estudar, comer, conversar ou qualquer outra coisa.

Momentos de devaneio eram muito comuns na vida de Logan e de qualquer pessoa que possuísse leves sintomas de esquizofrenia. Não conseguia esquecer-se da lágrima sangrenta que escapara de seus olhos quando invadira a sala de Kofuf em busca da foto de Janeth morta.

Entretanto, havia uma coisa boa no desaparecimento de Sophia. Poderia usar esses momentos oníricos para transportar sua mente até a garota. Poderia brincar com imagens que gostaria que se tornassem reais e era exatamente aquilo que estava fazendo até que Helena e Tommy abrissem a porta e rompessem tal conexão mental.

— Faz muito tempo que estão aqui? — perguntou Logan.

— Acabamos de chegar e vimos você olhando fixamente para o teto com a usual cara de bobo. — respondeu Helena — Por um acaso estava sonhando acordado?

Logan suspirou e sentou na cama, esfregando os olhos com o dorso da mão.

— Eu estava no cume da montanha mais alta da cidade. A minha tia me levou até lá naquele dia que eu contei toda a verdade para ela sobre a identidade do assassino. Sophia aparecia do meu lado...

Ele não conseguiu terminar de falar. Seus olhos arderam intensamente e lágrimas grossas ousaram escapar. Sua voz se transformou em um soluço e pela primeira vez naquele dia ele estava chorando. Toda aquela angústia e aquele desespero que estavam guardados dentro do seu coração explodiram naquele choro.

Helena e Tommy se aproximaram de Logan em um gesto de solidariedade e sentaram sobre o colchão, ao seu lado. A menina ruiva afagou o ombro do garoto.

— Não se preocupe, onde quer que ela esteja ela está bem. — disse Helena — Eu posso sentir isso.

— Nós iremos encontrá-la. — garantiu Tommy — Ela não pode estar em outro lugar que não seja esse colégio.

Logan parou de chorar, mas a raiva inundou o seu tom de voz.

— Eu passei o dia inteiro procurando-a! Olhei em todos os cantos desse maldito colégio e ela simplesmente não deu nenhum sinal de vida! Como vocês podem ter tanta certeza que iremos encontrá-la?

Tommy e Helena não responderam imediatamente. Transportaram os olhares para a janela semiaberta e pareciam estar olhando para as estrelas. Apesar do dia tempestuoso, Logan não podia negar que o céu estava bonito o suficiente para que se sentisse fascinado.

— Me passou uma ideia pela cabeça agora, — disse Tommy — mas não sei se faz sentido.

— Diga. — exigiu Logan.

O garoto respirou fundo e começou a falar:

— Você disse que procurou em todos os lugares do colégio, mas tenho certeza que não procurou na sala de Kofuf. Logo, lá é o único lugar no qual Sophia poderia estar e agora é fácil concluir o que eu estou pensando.

— Está querendo dizer que Sophia está presa na sala de Kofuf? — perguntou Logan exacerbado — Você não está sugerindo que aquele maldito...

— Sequestrou a sua namorada, sim. — Tommy concluiu a frase de Logan.

Um sentimento inexplicável de raiva fez o sangue de Logan ferver. Queria levantar daquele colchão e ir correndo até a sala daquele maldito zumbi apenas para destruir a sua vida do mesmo modo que ele havia feito com as outras pessoas. Desejava mais do que nunca fazer justiça com as próprias mãos.

Helena percebeu a inquietação do garoto e segurou levemente a sua gola.

— Logan, fique calmo. Não adiantará nada você querer sair desse quarto e ir até lá agora. Além do mais, não temos nem certeza se foi isso mesmo que aconteceu.

Logan sabia que era exatamente aquilo que tinha acontecido, mas ainda não entendia o motivo pelo qual Kofuf havia sequestrado Sophia. Sempre pensara que o alvo maior do zumbi era ele mesmo, mas será que ele havia sequestrado a menina apenas para atingi-lo?

— Por que está me impedindo? Eu sei exatamente como matá-lo.

Tommy e Helena franziram o cenho e olharam curiosamente para o garoto.

— O quê? — perguntou o garoto.

Logan suspirou tediosamente e começou a contar do sonho que tivera na noite anterior. Cada palavra sombria que saía da sua boca fazia Tommy e Helena se retesarem como se estivessem se protegendo.

— Eu queria ter falado isso de manhã para vocês, mas fiquei completamente desnorteado com o desaparecimento da Sophia.

Helena parecia tonta com tanta informação.

— Será que é assim mesmo? É só atear fogo que Kofuf será transformado em cinzas?

— Não podemos ter certeza, mas o fogo consome as coisas! — exclamou Logan como se estivesse desesperado para que os amigos entendessem — E do mesmo modo irá consumir a essência de Kofuf e nos veremos livres dele para sempre.

Eles se entreolharam no momento em que Logan parou de falar. Será que o garoto estava realmente certo? Será que finalmente conseguiriam destruir Kofuf de uma vez por todas e voltariam a viver em paz? Ele não poderia afirmar. Mas de uma coisa ele tinha plena certeza: o que mais queria naquele momento, acima de tudo, era ter a confirmação de que Sophia estava bem, mas, ao contrário de Helena, uma voz dentro dele dizia que ela estava passando por momentos terríveis sob as garras de Kofuf.


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Notas finais do capítulo

Leitores de Bleeding! Sei que quase não falo nada nas notas iniciais/finais, mas tenho alguns recados importantes para passar a vocês.
Infelizmente, quero que saibam que Bleeding está na reta final. Depois desse capítulo que acabei de postar, existirão apenas mais três e assim a fic se encerrará.
Também quero deixar avisado que eu viajarei para a praia na semana que vem e devido a isso não entrarei na internet. Talvez haja um notebook por lá e eu poderei tentar escrever, mas não garanto nada.
Caso estejam interessados em saber, retornarei dia 1 de abril e voltarei a postar regularmente os últimos e emocionantes capítulos.
Conto com a colaboração e a paciência de vocês. XD



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