Bleeding escrita por caiquedelbuono


Capítulo 24
Desentendimentos.




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O cansaço já estava tomando conta do corpo de Logan quando estava subindo as escadas para o dormitório. Aquele dia havia sido conturbado demais e a única coisa a qual desejava era cair na cama e adormecer até que esquecesse tudo o que estava acontecendo.

Ele estava destruído por dentro. Apesar de Helena e Sophia terem entendido que ele não tinha outra escolha senão esconder toda aquela história, doía dentro do seu coração saber que Tommy havia ficado contra ele. Até poderia entender o fato de ele ter ficado chateado; Sophia também ficara um pouco, mas jamais se passou pela sua cabeça que Tommy poderia ter uma atitude parecida com aquela. Ele sempre fora tão calmo e silencioso e de uma hora para outra começou a se mostrar agressivo.

Já havia chegado aos corredores com os dormitórios. Resistiu ao impulso de entrar no dormitório de Tommy para tentar conversar com o garoto e foi rumando em direção ao seu. Respirou fundo antes de abrir a porta apenas para encontrar o quarto completamente escuro e vazio.

Logan acendeu o interruptor e realmente percebeu que não havia ninguém lá dentro. A cama de Mark estava arrumada, com o lençol liso sobre o colchão. Ele adentrou no quarto e abriu a porta do banheiro.

Ninguém.

Abriu a porta do armário para ver se o lado de Mark estava vazio, mas as roupas do garoto estavam lá, parecendo intocáveis.

O sinal que mandava todos os alunos se recolherem já havia tocado há alguns minutos e Mark não poderia estar em outro lugar que não fosse o dormitório. Onde mais ele poderia estar? Será que estava escondido em algum canto do colégio planejando a próxima morte? Será que havia escutado a conversa e estava esperando Logan adormecer para dar o bote?

Logan levou as mãos à cabeça e bagunçou o cabelo tentando esquecer aqueles pensamentos. Não adiantava nada se desesperar. Talvez Mark não aguentasse mais a convivência com ele e houvesse pedido para mudar de dormitório, Logan pensou, mas logo se deu conta de que isso não poderia ser verdade porque ele não teria largado o armário com todas as roupas para trás.

Chega! Ele não mais pensaria nisso.

A única coisa que fez foi se jogar na cama e adormecer instantaneamente.



— Mark desapareceu? — a voz de Helena era frenética — Como assim? Explique isso direito.

Talvez aquele fosse o primeiro sábado de sua vida que Logan acordara antes do meio-dia. A primeira coisa que fez quando despertara e percebera que Mark realmente não dormira no quarto, foi levantar da cama o mais rápido que pôde e ir até o dormitório das meninas.

— É simples, Helena. — disse Logan — Ele não dormiu no dormitório.

O sol já estava iluminando o quarto através da janela aberta e os rostos preocupados das meninas ficavam ainda mais evidentes.

— Talvez ele esteja planejando alguma coisa — Logan completou quando percebeu que as meninas não falaram nada — escondido em algum canto.

Sophia estava sentada na cama e rapidamente se levantou e começou a andar em círculos.

— Isso é sério. — a urgência em sua voz fez Logan perceber que ela estava com medo — Temos que fazer alguma coisa.

— Acho que não há muito que possamos fazer. — Helena deu de ombros — Quero dizer, não podemos prever o que Mark irá fazer. Talvez a única coisa que devêssemos fazer é esperar.

— Esperar? — Sophia soava indignada — Está dizendo que o melhor que podemos fazer é esperar que ele invada nosso dormitório na calada da noite e abra nosso peito assim como fez com Brian e Ashley?

Helena colocou a mão na cintura e transformou sua expressão em ironia pura.

— Será que a princesinha sugere uma ideia melhor? Vejo que é a mais esperta dentre os reles mortais que estão nesse quarto.

Sophia mostrou a língua para ela.

— Cale a boca. E princesinha é a...

— Será que podem parar com a discussão? — perguntou Logan, colocando a mão na frente da boca de Sophia para que ela não dissesse o palavrão que estava prestes a dizer — Não podemos brigar entre nós.

Logan sabia que era aquilo que Mark mais queria: causar brigas entre os amigos para que eles se mantivessem enfraquecidos. Assim, seria mais fácil para atacar quando estivessem desprevenidos, sem o apoio um do outro. Aquele era o momento para que eles se unissem e pensassem juntos em um modo de destruir Mark de uma vez por todas.

— Prestem atenção, — disse Logan — cada dia que passa o perigo aumenta. Não sabemos o que Mark está planejando, mas temos que nos precaver. Vocês sabem, ele pode ter matado qualquer pessoa dentro desse colégio e estar assumindo sua identidade. Essa é a explicação mais lógica para o seu desaparecimento. Ele quer nos atacar sem dar indício de nada.

Helena e Sophia se entreolharam, nervosas.

— Você acha mesmo? — perguntou a ruiva.

— Faz sentido, não faz?

Helena parecia não querer, mas ela acenou afirmativamente com a cabeça.

— Por que não paramos de falar disso e saímos desse dormitório para aproveitar nosso sábado? — perguntou Sophia — Sabe, tivemos uma semana cheia de aulas chatas e eventos que tiraram nosso sono. Acho que merecemos um pouco de descanso. Olhem para fora, o sol está brilhando. Vamos à piscina.

— Muito bem, a princesinha inteligente teve uma ideia brilhante! — disse Helena, dando um sorriso e batendo levemente com a mão no ombro de Sophia.

A loira deu um sorriso forçado e foi em direção ao armário em busca de um biquíni que pudesse utilizar.

— Logan, quando você vai se tocar de que somos duas garotas que precisam colocar trajes de banho e que não gostam de plateia enquanto estão fazendo isso?

— É para eu sair do quarto?

Helena revirou os olhos.

— Não, imagine. Por que não fica aqui e coloca um biquíni também? Veja, eu tenho um rosinha que cairá muito bem em você e...

Logan não terminou de ouvir e saiu correndo do quarto, mas não sem antes perceber que as meninas caíram na gargalhada.

Ele foi em direção ao seu dormitório e trocou a roupa do corpo por uma camiseta vermelha sem mangas e uma bermuda impermeável.

Por mais que forçasse seu cérebro a parar de pensar em Mark, ele não conseguia. Observar a cama dele vazia, sem nenhum indício de que tenha dormido ali, o deixava preocupado demais. Ele não se sentia mais seguro e a qualquer momento temia que ele entrasse por aquela porta, com as unhas à mostra, e arrancasse seu coração enquanto ele ainda pulsasse dentro do seu peito.

Os raios de sol estavam esquentando seu corpo e ele assentiu para si mesmo que ficar um pouco na piscina faria bem. Quem sabe ele conseguisse esquecer tudo o que estava acontecendo.

Logan respirou fundo e saiu do quarto indo em direção à piscina. O colégio estava ligeiramente vazio e talvez a maioria dos alunos ainda estivesse dormindo. O café da manhã que era servido no final de semana muitas vezes servia apenas para alimentar os funcionários e alguns poucos alunos que acordavam cedo. Logan não fazia parte desse grupo, já que ele gostava de dormir até dizer chega.

Ainda deveriam ser dez horas da manhã quando chegou à piscina e se sentou em uma das cadeiras de plástico que havia no deque. Logan pôde perceber que havia mais duas garotas ali e elas estavam conversando despreocupadamente. Talvez não soubessem do perigo que rondava o colégio; não sabiam que a vida de todo mundo estava correndo perigo e...

Logan não ia mais pensar nisso. Não adiantava ficar se martirizando por uma coisa que ele não sabia se realmente iria acontecer.

Ele tentou relaxar e permitiu que os raios de sol envolvessem seu corpo em um estado de aquecimento. Percebera que a água da piscina estava ondulando levemente com a brisa que soprava e a vontade de mergulhar foi maior do que a de ficar parado sentindo o sol batendo no corpo.

Levantou-se rapidamente da cadeira e retirou a camiseta que cobria seu abdômen. Aproximou-se da piscina e colocou o dedo do pé apenas para perceber a temperatura da água. Estava gelada e ele teria a certeza que seu corpo todo congelaria por alguns instantes quando ele entrasse, mas a única coisa que fez foi impulsionar seu corpo para dar um mergulho mais do que perfeito nas profundezas da piscina.

Ele adorava nadar. Seu corpo fazia movimentos ondulatórios embaixo da água, enquanto adquiria velocidade suficiente para chegar até a metade da piscina sem respirar. Ele emergiu, encheu os pulmões com litros de ar e logo começou a dar braçadas para alcançar o outro lado da piscina.

Batia na água com uma intensidade tão grande que pingos e mais pingos escapavam do impacto da sua mão com a tensão superficial do líquido. Ele bateu com a mão na borda da piscina e rapidamente inclinou o corpo e se virou para continuar nadando até o lado que havia mergulhado.

Ele podia sentir que havia gente o olhando. Talvez aquelas duas meninas estivessem o encarando, esperando que ele saísse da piscina para que pudessem observar quem era o garoto que estava nadando.

A água estava esfriando o seu corpo, à medida que ia nadando, e ele não conseguia mais se lembrar de nada que não fosse o prazer que a piscina o transmitia. Era muito bom sentir a água envolvendo o seu corpo, como se estivesse flutuando no espaço.

— A exibição grátis já terminou? — a voz de Sophia entrou no seu cérebro quando alcançou a borda da piscina e submergiu.

Ela e Helena estavam ali paradas, lhe encarando. Sophia estava trajando um biquíni preto que entrava em contraste com a sua pele alva e destacava algumas partes do seu corpo. Já Helena, trajava um biquíni verde que também se destacava sobre a pele.

Logan saiu da piscina e balançou o corpo para que o excesso de água pudesse sair.

— Do que está falando? — ele perguntou quando foi em direção ao deque e se sentou novamente na cadeira.

Sophia apontou disfarçadamente para as duas meninas que olhavam para Logan e cochichavam entre si.

— Não sei se notou, mas aquelas duas vadias ali não paravam de olhar para você nadando.

Logan emitiu um sorriso.

— Sabia que eu nem tinha percebido?

Sophia mordeu o lábio e esticou a mão para dar dois tapas no braço de Logan.

— Seu safado! Sem-vergonha! Fica se exibindo para meninas alheias enquanto eu não estou por perto.

— Ai, pare! — disse Logan — Não sabia que era assim tão ciumenta.

Sophia sentou na cadeira ao lado da dele.

— Pois deveria saber que apenas cuido do que é meu.

Logan fez menção em responder àquilo, mas Helena falou antes dele:

— É por isso que eu não quero ter um namorado. Essas cobranças não me agradam.

— Não é cobrança. — Sophia deu de ombros — É zelo.

Helena estava segurando uma sacola e retirou um bronzeador de dentro dela.

— Então, senhora zeladora, será que permite que o seu namorado passe bronzeador nas minhas costas?

Sophia a encarou como se estivesse pronta para apertar seu pescoço.

— Está claramente me avacalhando, não é?

— Estou. — disse Helena enquanto jogava o bronzeador no colo de Sophia e a menina loira o espalhava em sua mão — É engraçado ver o quão brava você fica só de imaginar o Logan com outra garota.

As mãos de Sophia estavam melecadas com o bronzeador e ela as atirou sobre as costas de Helena, como se tivesse a intenção de machucá-la.

— Creio que ele tenha o juízo necessário para nunca se esfregar com outra menina que não seja eu.

— Será que vocês poderiam parar de falar como se eu não estivesse aqui? — Logan perguntou, levantando a cabeça e encarando Helena, que estava emitindo um leve sorriso — E além do mais, Helena, se eu fosse você não ficava rindo às minhas custas. Quero dizer, você é muito suspeita para falar já que foi apaixonada por um zumbi.

O sorriso nos lábios de Helena desapareceu instantaneamente e foi substituído por uma expressão de terror.

— Meu Deus! Eu ainda nunca tinha pensado desse jeito! Que nojo, que nojo, que nojo!

— Quase beijou a boca de um zumbi. — provocou Logan.

Helena olhava para ele como se estivesse prestes a vomitar a qualquer momento.

— Isso tudo é sua culpa, Logan. Ninguém mandou você ter um amigo gostoso pelo qual eu pudesse me interessar.

Logan revirou os olhos.

— Você fala como se ele fosse um pedaço de carne.

— E você às vezes age como se fosse do século passado. Vai dizer que quando vê uma menina bonita não pensa que ela é gostosa?

Sophia esticou o pescoço e se intrometeu na conversa.

— É claro que ele não pensa nisso, não é Loganzinho?

Logan percebeu o olhar raivoso da namorada e não hesitou em concordar.

— Não, óbvio que não. — ele olhou de soslaio para Helena, que estava rindo.

Fizeram-se alguns minutos de silêncio. O sol já estava se erguendo no céu azul e o sinal para o almoço provavelmente logo estaria tocando, mas Logan não estava com fome.

Dois grupos de pessoas também chegaram para aproveitar o final da manhã na piscina e foi quando Logan percebeu que o seu grupo de amigos estava incompleto. Depois que Tommy ficara furioso ao descobrir que Logan havia escondido a verdade, ele não mais viu o amigo. Respeitava o fato de ele ter ficado chateado; ele tinha todo o direito, mas apenas queria que ele entendesse o seu lado. Que se colocasse em seu lugar, assim como Helena havia dito. Será que era pedir demais?

— Quando você vai conversar com Tommy? — perguntou Sophia, como se estivesse lendo os pensamentos do garoto.

Logan engoliu em seco.

— Eu não sei se ele vai querer conversar comigo.

— Não é como se ele quisesse ou não. Vocês precisam conversar.

Uma hesitação preencheu o cérebro de Logan.

— Tudo bem. Depois do almoço eu vou ao dormitório dele.

Mas as palavras que saíram da boca de Logan estavam tão frouxas quanto a vontade que Tommy deveria estar de vê-lo.



Era como se a porta do dormitório de Tommy dissesse que Logan deveria dar meia-volta e sair correndo de lá.

As meninas haviam dito para que ele não o pressionasse e usasse toda a calma que pudesse encontrar. Respirou fundo e bateu duas vezes na porta.

De imediato, a única coisa que lhe recebeu foi o silêncio. Parecia não haver ninguém dentro do quarto e Logan fez menção de ir embora, mas ele viu a maçaneta girar em um clique e o rosto de Tommy aparecer por detrás da porta.

Ainda nunca havia estado dentro do dormitório dele, mas era muito diferente do seu. A parede era atijolada, assim como todas as paredes de todos os dormitórios, mas elas eram pintadas com uma tinta preta. Havia tantos pôsteres com as faces de cantores e cantoras famosos preenchendo a parede que Logan teve dificuldades para encontrar a janela fechada. Ao lado da cama, na mesa de cabeceira, havia um abajur e um livro encostado nele. Logan tentou ler o título, mas a voz de Tommy fez com que ele se retesasse.

— O que está fazendo aqui?

Logan analisou o olhar de Tommy tentando encontrar alguma naturalidade.

— Não vai nem me convidar para entrar?

Tommy acenou com a cabeça e abriu inteiramente a porta para que Logan pudesse passar. O dormitório estava escuro e a cama de Tommy estava bagunçada.

— Por que não te vi no almoço? — perguntou Logan — Estava dormindo até agora?

Tommy acendeu o interruptor permitindo que feixes de luz iluminassem completamente o ambiente, fechou a porta e adentrou no quarto tomando o máximo de cuidado para não se aproximar de Logan.

— E desde quando eu devo satisfações da minha vida a você?

Logan suspirou amarguradamente.

— Desde quando somos amigos.

— Se fossemos realmente amigos, você teria me ajudado quando pedi sua ajuda e não teria mentido para mim.

— Eu não menti só para você, Tommy. Helena e Sophia entenderam o meu lado e eu apenas queria que você entendesse também. Deixe eu te explicar de novo...

A voz de Logan estava calma, mas ele logo parou de falar quando Tommy começou a berrar:

— Elas entenderam porque são burras! Não percebem que você enganou a todos nós como se fossemos pessoas sem importância.

Logan tentou se aproximar de Tommy para que pudesse enxergar melhor seus olhos. Ultimamente, eles andavam tão vazios e sem nenhum pingo de sentimentalismo.

— Por que está agindo assim? Esse não é você.

Tommy revirou os olhos.

— É claro que esse sou eu. — um suspirou foi expelido de sua boca — Sempre achei que, dentre todos, eu era o que você menos gostava. Na verdade, eu sempre achei que todos me deixavam como última opção. Helena e Sophia sempre pegando no meu pé, dizendo que eu era um cara estranho que deveria mudar minha aparência; que eu deveria deixar de ser tão quieto e começar a falar mais, me abrir mais com os outros. E você... você sempre estava junto ao Mark. Dividia o quarto com ele e jamais percebeu que ele era um traidor. Você sempre foi amigo da pessoa errada. — ele fez uma pausa, parecia estar segurando as lágrimas — Lembra quando eu contei a você sobre o meu passado? Você agiu como se eu tivesse falando da boca para fora, como se você realmente não se importasse com nada do que eu estava dizendo.

Por um momento, Logan não soube o que dizer. Ele nunca havia parado para pensar que Tommy poderia se sentir rejeitado por todo mundo.

— Eu não sabia que você se sentia assim em relação a isso.

Tommy emitiu uma risada forçada.

— Ninguém nunca sabe. Talvez eu devesse sumir por um tempo. Esse é sempre o melhor jeito de vermos quem são as pessoas que realmente se importam conosco.

— Eu me importo com você e você deveria saber disso.

— Não precisa mentir apenas para me agradar.

— Tommy, chega! Pare de se autoflagelar. Você pode querer não acreditar, mas sabe que eu fiz o que qualquer pessoa teria feito. Eu não podia contar a vocês, mas agora que eu já contei, ainda acho que isso importa? Ainda acha que deve ficar chateado por causa disso?

O cérebro de Tommy pareceu ser preenchido com toda a raiva que estava sentindo. Seu rosto ficou vermelho como um tomate maduro e aproximou-se de Logan com toda a sua fúria e o empurrou. O garoto cambaleou para trás e bateu as costas na parede do quarto.

— Quem é você para questionar com o que eu devo ficar chateado ou não? Um mentiroso que mente para os próprios amigos não tem direito a opinar a respeito de nada.

Tommy estava apontando o dedo para Logan e o pressionando contra o seu próprio corpo.

Aquilo foi suficiente para que seu sangue começasse a ferver. Não. Ele não podia ter um ataque de fúria ali, enquanto o amigo estava despejando insultos sobre seu rosto. Ele não sabia o que poderia acontecer caso ele se irritasse mais do que já estava.

Então, foi quando ele parou de pensar e empurrou Tommy com toda a sua força. O garoto caiu no chão e Logan, com suor já pingando do seu rosto, ajoelhou-se sobre o corpo do garoto e lhe deu um soco no rosto.

— Será que é tão difícil de entender ou você é burro assim mesmo? — Logan gritava.

Tommy não era tão fraco quanto Logan estava pensando. As suas mãos estavam livres e ele revidou o soco e Logan caiu no chão, ao lado dele. Tommy ficou de pé e deu dois chutes contra as costas de Logan, o que fez com que ele perdesse o ar para respirar.

Ele podia sentir o sangue escorrendo do canto da boca, enquanto se retorcia no chão. Tommy esticou a perna para dar outro chute, mas Logan foi mais rápido e a segurou no ar. O garoto escorregou e caiu de costas no chão, o que facilitou para que Logan ajoelhasse novamente e apertasse o pescoço dele.

Logan estava sentindo tanta raiva que não estava pensando nas consequências de seus atos. Era sempre assim quando estava imerso em um ataque: fazia as coisas sem pensar e acabava machucando as pessoas ao seu redor.

Sua mão estava firme apertando o pescoço de Tommy, enquanto o olhar do garoto estava imerso em desespero. Logan podia sentir a veia que levava o sangue ao coração de Tommy pulsando desesperadamente por debaixo da sua pele.

— Você... — Tommy começou a falar, com a voz fraca — você não quer fazer isso.

A mente de Logan pareceu dar um estalo e ele soltou o pescoço de Tommy rapidamente quando percebeu o que estava fazendo. Como ele poderia estar apertando o pescoço do seu amigo? Suas crises de fúrias estavam se tornando cada vez mais complexas e talvez ele devesse começar a se preocupar com isso.

Os garotos se levantaram rapidamente e Tommy repousou a mão sobre a cama, respirando litros de ar e afagando o local onde a mão de Logan havia apertado. Parecia estar em um estado de devaneio e marcas vermelhas preenchiam seu pescoço.

— Eu... desculpe. — foi a única coisa que Logan conseguiu dizer depois que seu ataque de fúria foi substituído por um estado profundo de culpa.

Tommy não olhou para ele. Continuou apoiado na cama, com a cabeça baixa e respirando ofegantemente.

Logan não teve outra alternativa a não ser sair do quarto se sentindo a pior pessoa do mundo.


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