Intrusa escrita por Carola


Capítulo 9
Uma garota estúpida; Atitudes estúpidas.




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_Estava caído no penhasco principal do monte Fibs. – Ele abaixou a cabeça e não disse mais nada. Tive a impressão de vê-lo suspirar tristemente.

_ Por que quer saber? – Ele permaneceu calado e de cabeça baixa. – Por que tem seu nome dentro dele? – Ele levantou a cabeça repentinamente:

_ Você viu?

_ Na verdade, a Lauren viu primeiro.

_ Ah! - Ele exclamou pesadamente.

_ Steph, o que está acontecendo? – Coloquei as mãos em seu rosto e o levantei. – Pode me dizer.

_ Não posso te dizer agora.

_ Por quê?

_ Simplesmente não posso. Na hora certa, eu te falo.

_ Tudo bem. – Lhe dei um beijo na testa. – Quer entrar?

_ Pode ser. - Entramos. – Quer beber algo?

_ Pode deixar, eu pego. – Subi para o quarto pra terminar de me arrumar.

_ Steph está lá em baixo Lau.

_ Ah, já vou descer.

Terminei de enrolar as pontas do cabelo que ainda faltavam, calcei os sapatos e desci.

_ Ta uma gata amiga! – Lauren disse com seu jeito extravagante.

_ Obrigada. – Dei uma risadinha sem graça.

Stephan me esperava na ponta da escada.

_ Você ta linda mesmo. – Ele disse, mas não olhava para meu rosto e sim para as feridas que eu tanto tentava esconder de Lauren.

_ Então vamos?

_ Vamos onde? – Stephan disse expressando toda ingenuidade que possuía.

_ Ué, não vai pra festa com a gente?

_ Aé, tem a festa do tal de Derick né? Eu nem to arrumado.

_ Quê que tem? Sua roupa ta ótima!

_ Ah não, vai na frente que eu encontro vocês lá.

Saímos de casa, Stephan foi andando para casa e nós entramos no carro e fomos para casa de Derick.

_ Você gosta dele né?

_ Acho que sim. – Eu estava bastante pensativa.

_ E por que vocês ainda não estão juntos?

_ Ah, eu preciso pensar em tudo, colocar a cabeça no lugar depois de uns negócios que aconteceram e ver se vai dar certo...

_Que besteira!

_ Fica na sua e vai dirigir.

Ficamos em silêncio.

_O quê que aconteceu? – Ela perguntou.

_ Não posso te contar por enquanto. – Coloquei a mão em cima da ferida do braço esquerdo.

_ Tem a ver com essas suas marcas?

_ Ahn, que marcas? – Gelei quando ouvi isso, eu jurava que ela não tivesse visto.

_ Não se faz de idiota Carol, eu já vi essas marcas que você tem por quase todo o corpo faz muito tempo!

Eu abaixei a cabeça e fiquei em silêncio.

_ O que aconteceu? Você sabe que pode confiar.

_ Depois eu te conto, vamos curtir hoje e deixar o resto pra depois.

_ Você quem sabe.

Quando chegamos em frente à casa de Derick, não havia nenhuma vaga.

_ Odeio isso, tudo tem placa de proibido estacionar, e onde pode tá lotado. – Lauren deu um soco no volante e a buzina tocou. Todos que estavam na rua olharam.

_ Olha o mico! Se controle Lauren Castle!

_ Ta bom! – Ela ainda estava irritada.

Finalmente depois de uns 10 minutos, ela encontrou uma vaga.

_ Aleluia!

_ Estaciona logo.

Logo que ela estacionou, eu abri a porta pra descer, mas ela segurou meu braço.

_ Ai Lauren, que saco, olha onde você ta pegando, isso dói! – Sentei de novo e fechei a porta.

_ Desculpa, me esqueci!

_ O quê que você quer?

_ Tem certeza que não quer me falar agora?

_ Absoluta. – Eu estava olhando fixamente para a ferida do braço onde Lauren pegou, latejava.

_ Foi um corte bem feio. – Lauren olhou de perto a ferida.

_ É, mas vamos deixar isso pra lá. – Abri a porta e sai do carro.

_ Vamos entrar logo?

_ Está com tanto pressa por quê?

_ Nada.

Quando chegamos na porta, alguns amigos que estavam com Derick avisaram que tínhamos chegado.

_ Ca, que bom que você veio! – Ele veio me abraçar, mas parou na metade do caminho. – Você ta irresistivelmente linda! – Ele pronunciou o elogio com mais empolgação que o resto das palavras.

_ Obrigada Der. – É eu o chamava de Der e era engraçado.

_ Vamos entrar meninas.

Derick nos levou para a área da piscina. Bem, Derick era um menino super lindo que estudava comigo desde o primário. Tinha cabelos pretos, olhos caramelo e a pela levemente bronzeada. Era muito lindo mesmo. Ele sempre gostou muito de mim e Lauren sabia disso, então ela resolveu dar uma desculpinha pra poder se retirar:

_ É, eu vou ali cumprimentar o resto do pessoal. – Ela não esperou que questionássemos e saiu andando rapidamente.

Ficamos em silêncio. Um silêncio constrangedor.

_ Mas então, quer beber algo? – Ele quebrou o silêncio.

_ Ah pode ser.

_ Vou lá pegar pra nós dois. - Ele saiu andando e eu fiquei lá.

Abri minha bolsinha de mão e procurei meu smartphone. Eu olhava as horas à cada 5 minutos e torcia para olhar para porta e ver Steph lá. Mas nada dele chegar. Derick voltou e entrou na minha frente, tampando completamente a visão da porta e bem na hora que Steph chegou, então eu não o vi ali.

_ Trouxe um drink pra você.

_ Obrigada Der. – Ele envolveu meus ombros com um braço e me guiou para uma mesa onde sentamos.

De onde Steph estava a cena parecia outra e ele acabou se aborrecendo. Lauren veio perto de mim e me chamou no canto.

_ Carol, o Steph chegou, te viu com o Derick e acho que ele não gostou muito não.

_ Ai meu Deus, você ta brincando.

_ Pior que não.

_ Distrai o Derick que eu vou lá resolver. – Saí correndo.

Derick levantou da cadeira e correu até Lauren.

_Derick, ela foi ao banheiro e já volta.

_ Ah, então ta. – Ele saiu pra pedir uma música ao DJ.

Comecei a ir em todos os lados da casa procurando Stephan mas não o encontrava. Eu já ia desistir pensando que ele tivesse ido embora, quando o vi sentado na grama, junto com Kate. Exatamente na hora que eu cheguei, pro meu azar, ela foi pra cima dele e o beijou.

Eu não sei bem o que eu fiz, por um lado fiquei muito triste, por outro com muita raiva. Andei em direçao aos dois, e cutuquei as costas de Steph. Ele virou assustado.

_ Carol, nao é o que parece, eu posso exp... – Interrompi sua fala com um tapa na cara.

_ To vendo como eu sou importante pra você. – Sai correndo pelo jardim e fugi pra rua.

Derick chegou com Lauren ao jardim, e perguntaram por mim.

_ Ela saiu correndo.

_ Mas por que?

_ Ela presenciou nosso super beijo. – Kate disse revirando os olhos.

_ Ai Kate, você me dá nojo. – Lau disse revirando os olhos também.

Minha amiga saiu para me procurar e impediu que qualquer outra pessoa a seguisse.

Eu carregava os sapatos na mão, e chorava. Eu nem sabia para onde estava indo. Estava tudo escuro. Parecia que alguém estava me seguindo. Olhei para trás e não havia ninguém.

A sensação de perseguição continuou. Olhei para trás novamente e nada.

Quando virei para frente para continuar minha caminhada, dei de cara com Stephan e logo atrás, Lauren.

_ Sai da minha frente. - Eu disse bastante furiosa.

_ Carol, me escuta, por favor.

_ Não! Sai da minha frente!

_ Carol, espera, escuta o que ele tem pra dizer. – Lauren me segurou pelos braços. É, doeu.

_ Que droga Lauren! Olha onde você pega! Já te disse! – Soltei o sapato que caiu no chão e passei as mãos nas feridas.

_ Ih Carol, desculpa, ainda não me acostumei com esses seus cortes misteriosos.

_ Carol, por favor, me escuta. – Steph quase implorou.

_ Então fala Stephan.

_ Lauren, pode nos dar licença? – Stephan perguntou.

_ Mas...

_ Por favor.

_ Ai, ta bom. – Ela saiu pisando duro e sumiu nas sombras.

_ Fala logo Stephan porque eu quero ir embora.

_ Eu sei que você não gostou do que viu.

_ Descobriu sozinho?

_ Para com a ignorância e me deixa falar!

Antes que eu pudesse responder, ele tampou minha boca.

_ Só me escuta.

Revirei os olhos.

_ Eu te vi com aquele garoto e pensei que vocês estivessem juntos

_ Ah, e ai saiu beijando a primeira vadia que viu na frente não é?

_ Me deixa falar droga! – Ele estava começando a ficar muito irritado.

_ Ai ta, fala logo! – Revirei os olhos.

_ Ah não Carol, não da pra conversar com você desse jeito. Depois eu te explico. – Ele saiu pisando duro.

Eu virei para trás e gritei antes que ele sumisse nas sombras:

_ Talvez eu seja ignorante porque tive um coração despedaçado ao ver o menino que eu amo beijando outra. Já parou pra pensar? – Não contive as lágrimas.

Ele parou de andar, mas não se virou. Estávamos a uns 5 metros de distância. Tudo permaneceu em um silêncio desagradável, até que ele virou de frente e então pude perceber como seus olhos brilhavam de tantas lágrimas que brotaram.

_ Eu não esperava ouvir isso. – Ele disse perplexo.

_ Ta vendo como você não é capaz de perceber as coisas mais óbvias ao seu redor? – Foi inevitável não chorar.

Ele abaixou a cabeça, chateado. Eu não tive a intenção de magoá-lo, mas eu estava machucada e eu queria que ele pudesse entender o quanto doía.

Stephan não disse mais nada. Virou de costas e saiu andando de cabeça baixa, me deixando sozinha naquele lugar completamente escuro.

Sai andando em meu caminho. Minha casa era a algumas quadras dali. A cada dia que passava menos eu entendia as coisas e sempre vinha adiando os assuntos, para não precisar lidar com histórias delicadas.

Quando eu estava na metade do caminho, Lauren passou de carro e buzinou:

_ Entra ai amiga!

Entrei no carro sem pensar duas vezes. Eu devia estar com uma cara horrível porque Lauren se assustou.

_ Ei, o que houve? – Ela arrancou o carro.

_ Ah, só estou chateada, não quero falar disso agora.

_ Tudo bem, mas acho que guardar tanta coisa pra você não é o melhor a se fazer.

Passamos o resto do caminho sem dizer uma palavra.

Lauren parou o carro em frente minha casa e disse:

_ Quer que eu fique aqui?

_ Não, pode deixar, preciso pensar um pouco.

_ Então, se precisar me liga. Tchau. – Ela arrancou o carro e desapareceu.

Entrei para casa e Pim veio logo me receber.

_ Ei garota, vem aqui. – A peguei no colo, tranquei a porta e subi para o meu quarto. Tudo que eu mais queria era deitar e pensar.


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