Intrusa escrita por Carola


Capítulo 8
A noite da festa




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Após sair de casa, fiz questão de ir em direção ao monte Fibs, era o lugar mais bonito da cidade. Eu não sabia se Stephan ainda estava lá porque ainda fazia pouco tempo que eu tinha dado aquela crise de "não vou te contar". Deixei o pensamento "desculpas que eu devia à ele" pra depois.

Bem, tentei focar na criatividade, observar a paisagem e fotografar os mínimos detalhes. Passei pelo mirante e tentei deixar as lembranças ruins passarem também. Continuei andando pro leste. Quando devia estar à uns 500 metros da casa daqueles homens que me salvaram, ouvi vozes. Decidi me esconder atrás de uma pedra e fiquei ouvindo:

_ Ela deixou essa carta para você.

_ Ela escreveu antes de morrer? – Não era uma voz estranha.

_ Bem, provavelmente.

_ Mas, como ela sabia? – A voz me continuava familiar.

_ Não sei se ela sabia.

_ Eu não entendo. – Fiquei em estado de choque quando escutei essa frase. Reconheci a voz. Era Stephan.

_ Ela queria mandar essa carta pra você.

_ Mas ela não sabia meu endereço.

_ Tinha descoberto.

_ Como?

_ Não sei, talvez nessa carta explique.

_ Então, é melhor eu ir. – Pela fresta que eu havia encontrado, vi Stephan se virando e vindo em minha direção, para pegar o caminho de volta para casa. Fiquei quieta e no maior silêncio possível.

Depois que ouvi a porta se fechando, e os passos de Stephan ficaram inaudíveis, sai de meu esconderijo. Mas uma vez, eu estava confusa.

Como Stephan conhecia aqueles homens se ele havia acabado de chegar à cidade? E de quem era aquela carta? Por que uma carta de alguém daqui para ele? Quanto mais tempo passava, menos eu entendia essa tal junção de almas e minha relação com Stephan.

Sai e fui tirar algumas fotos, mas uma vez, adiando os pensamentos. Eu ia refazendo o caminho feito há alguns minutos atrás, até que cheguei lá, de novo.

Dessa vez não consegui me mover, fiquei lá olhando para o paredão. Involuntariamente, comecei a descer pelo canto do declive, me apoiando em algumas pedras. Quando cheguei aos espinhos, agachei e sentei no chão, de frente para os mesmos.

Liguei a máquina, e comecei a fotografá-los. Ainda não sei o motivo de ter feito isso, mas foi essa minha atitude involuntária que me fez encontrar um colar lindo.

Ele era de prata, com um pingente em formato de coração, com uma pedra transparente. Era completamente... Encantador. Guardei o colar no bolso da calça e sai dali.

Fui buscar Pim, não ia demorar muito pra escurecer e então meu celular tocou.

_ Alô?

_ Oi amiga, onde você está?

_ Indo pra casa, por quê?

_ Ah, é que hoje vai ter a festa na casa do Derick lá da sala, esqueceu?

_ Nossa, é mesmo! – Eu tinha esquecido completamente.

_ E ai, vamos juntas?

_ E você ainda pergunta Lau? É claro.

_ Então, às 8 passo na sua casa, pode ser?

_ Combinado. Beijos.

Acelerei o passo, tinha que buscar Pim e começar a me arrumar, sabe como é né? Tem a maquiagem, cabelo e mais isso e aquilo.

Quando olhei as horas já eram 17:30, o pet shop fechava daqui uma hora. Bem, eu já estava perto mesmo. Na hora que entrei no pet shop, Pim começou a farra e veio correndo pular em mim. Ela era tão pequenininha.

_ Ei menina! – Abaixei pra pegá-la e ela pulou no meu colo e lambeu minha mão.

_ Obrigada por cuidar dela mais uma vez Susan, aqui está o dinheiro. Tchau.

_ Não foi nada Carol.

Sai com Pim no colo e a maquina pendurada do outro lado. Eu tinha que chegar voando em casa e me arrumar.

Abri a porta correndo, soltei Pim e subi pra separar a roupa e me arrumar. Peguei um vestido tomara que caia branco, deixei na cama. Peguei meu sapato novo cor de rosa, lindo de matar.

Quando estava entrando no banho, meu celular tocou.

_ Oi?

_ Amiga, vou passar ai mais cedo ta bom?

_ Tudo bem.

Desliguei e fui correndo para o banheiro. Tomei um banho rapidão, lavei a cabeça e fui correndo me arrumar. Já eram 19 horas.

Quando coloquei o vestido e comecei a passar uma sombra em meus olhos, vi meu reflexo no espelho, com aquelas feridas à mostra. Eis o problema, não tinha como esconder. Parei completamente e fiquei apenas olhando.

_ Ah, quer saber? Que se dane. – Continuei a me maquiar até que a campainha tocou. Desci correndo, era Lauren.

_ Oi amiga.

_ Ei, entra ai. – Subi correndo, e até tentei esconder as feridas. Ela não viu. Ou fingiu não ver.

_ Amiga, posso...

_ Sim, você pode mexer no Facebook. – Gritei do banheiro.

_ Nem vou te perguntar como sabe. – Ela riu.

Sequei o cabelo, fiz alguns cachos e então sai do banheiro, foi quando bati os olhos no colar. Bem, limpei e pedi Lauren pra colocar pra mim.

_ Quem te deu?

_ Eu achei no monte Fibs.

_ Nossa, me deixa ver na luz!

_ Ta, mas anda logo.

_ Carol, você está brincando comigo?

_ Em?

_ Por que não me disse que o Stephan que te deu? – Ela ficou furiosa.

_ Mas ele não me deu! – Eu disse surpresa.

_ E por que está escrito Stephan C. aqui?

_ An?

_ Olha aqui. – Coloquei o cristal contra a luz, e então eu vi, tinha mesmo o nome dele escrito. Mas como? Minha cabeça embaralhou toda de novo. – Enfim, coloca para mim. – E então a campainha tocou.

Fui descendo devagar, com a mão em cima do pescoço, segurando o colar. Tocou de novo.

_ Já vaaaaaaaai! – Gritei.

Quando abri a porta, ele olhou diretamente surpreso para o colar e disse:

_ Onde você achou isso?


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