_ Você vai ficar linda! – Stephan disse.

Estávamos na porta de casa, e enquanto ele abria a porta, eu falava igual louca sobre a formatura, que, aliás, era daqui três dias.

_ E você? Já escolheu seu terno?

_ Não meu amor, ainda não.

_ Então pode escolher.

_ Tudo bem.

Steph sentou no sofá e bateu a mão no assento, fazendo sinal para que eu sentasse ao seu lado, porém eu disse:

_ Espera ai, vou trocar de roupa.

_ Tudo bem.

Subi correndo, e quando entrei no quarto de Stephan, que agora também era meu, vi Pim dormindo, então tentei fazer o menor barulho possível, porém ela logo acordou e pulou em mim.

_ Ô minha coisa fofa! – Acariciei minha cachorrinha.

Coloquei Pim no chão e fui colocar um pijama. Aproveitei para entrar no banheiro e lavar o rosto, e foi então que reparei algo muito estranho. Tinha algo escrito no espelho. Reparei bem e consegui ler:

“Take Care”

_ Tome cuidado?

Parei e fiquei olhando.

_ Como assim?

Saí do banheiro, ainda olhando o espelho e corri para contar para Stephan.

_ Steph, Steph! – Gritei enquanto descia as escadas.

_ O que foi Car?

_ Tem algo muito estranho no banheiro, vem aqui ver.

Subimos as escadas correndo, literalmente. Entrei no banheiro antes de Steph, e não acreditei no que vi. O espelho estava limpo. Não havia nada escrito.

_ Mas, ma-mas. Estava escrito bem ali. – Eu arregalei os olhos e apontei para o espelho.

_ Não tem nada Car.

_ Eu virei para Steph, com os olhos cheios de água e perguntei:

_ Você me acha louca não é?

_ Claro que não meu amor. – Steph me abraçou. – Eu acredito em você.

Eu agi como uma criancinha e praticamente me afoguei nos braços de Steph.

_ É coisa dele Steph, é o Carl.

_ Calma Car, eu estou aqui para te proteger, lembra?

_ Mas Steph, nós não podemos lutar com ele, somos mortais!

_ Eu lutei com ele uma vez, posso lutar novamente.

_ Eu não quero que você se machuque por mim.

_ Do quê que você está falando?

_ É Steph, se ele ameaçar alguém que eu amo, eu me entrego. – Eu me afastei entendendo que agora estava tudo muito claro, e que eu sabia que era isso mesmo que eu tinha que fazer.

_ Você ta doida? – Ele gritou comigo com espanto.

_ Não!

_ Claro que você não vai fazer isso.

Eu sentei no chão, no meio do quarto.

_ Ei, me escuta. – Steph se agachou e colocou as mãos em meu rosto. – Eu vou dar um jeito. Nós daremos um jeito! Você não vai se entregar, ok?

_ Espero que encontremos uma solução mesmo...

Ele me deu um beijo na testa e disse:

_ Car, que tal passarmos na sua casa para pegarmos mais algumas roupas? Ai você trás seu vestido de uma vez.

_ Tudo bem, vou de moletom mesmo.

_ Sem problemas, você ainda está linda.

Dei um sorrisinho sem graça e Steph me ajudou a levantar.

Chegamos à minha casa em minutinhos, e eu não parava de falar das minhas expectativas para o baile de formatura.

_ Espera, deixa eu achar a chave. – Futriquei a minha bolsa até encontrar meu chaverinho. - Achei!

Abri a porta e nós entramos.

_ Pode subir, você vai ter que me ajudar a pegar as coisas. - Parei no meio da escada e me virei para Steph, que estava parado no primeiro piso.

_ Isso é exploração! – Ele subiu reclamando.

_ A ideia de vir aqui foi sua. – Eu resmunguei.

Abri meu guarda roupas, peguei um bando de moletons, coloquei na bolsa e fui para o banheiro pegar cremes e escovas. A maquiagem também.

Fui indo em direção à porta do quarto e ai me lembrei:

_ Ah! O vestido da formatura! Pega para mim? Está nessa caixa, em cima do guarda roupas.

Steph revirou os olhos e pegou a caixa para mim.

Saimos e então ele disse:

_ Vamos deixar isso lá em casa e em seguida almoçamos, ok?

_ Tudo bem.

Depositamos tudo na sala de Stephan e saímos. Eu estava faminta.

_ Onde você quer ir?

_ Não sei, pode escolher Steph.

_ Conheço um restaurante aqui perto, vamos lá.

Entramos no restaurante e sentamos em uma mesinha do canto.

_ Car, você vai ter que me ajudar a escolher meu terno.

_ Ótimo! Logo após o almoço, nós vamos às compras. - Eu disse empolgada.

Steph riu.

Comemos em silêncio até que meu celular tocou.

_ Alô?

_ Oi filha.

_ Papai! - Dei um berro e logo em seguida levei a mão à boca. - Que saudade!

_ Também filha. Deixa eu te falar, provavelmente eu e sua mãe iremos à sua formatura.

_ Que bom pai, fico feliz!

_ Manda um oi para Stephan.

Tampei o buraco onde se fala no telefone e disse sussurrando:

_ Meu pai te manda um oi.

_ Manda um oi de volta. – Ele disse enquanto ia colocar o garfo na boca.

_ Ele mandou de volta.

_ Carol, tenho que desligar. Reunião de trabalho.

_ Beijos pai.

Ele desligou o telefone e eu terminei de comer.

Enquanto Steph pagava a conta, eu jurei ter visto um vulto na janela.