Intrusa escrita por Carola


Capítulo 16
Mudanças... E mais mudanças!




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Com o impacto do soco, Jimmy me soltou e eu caí com força no chão. Não consegui levantar, pois acabara de torcer o pé durante a queda. Pelo menos eu esperava que tivesse apenas torcido.

Jimmy chocou contra o arbusto que estava à sua esquerda. Stephan avançou para cima dele enquanto gritava:

_ Cara, você está doido?

Jimmy não respondeu, apenas passou o dedo na boca e cuspiu sangue.

_ Eu estou falando com você, imbecil! – Stephan pegou Jimmy pela gola.

Eu conseguia ver a fúria nos olhos de Steph, por isso apenas gritei:

_ Ai!

Apenas com esse ruído consegui prender a atenção de ambos.

_ O que houve? – Steph disse parecendo preocupado, mas ainda segurando Jimmy pela gola.

_ Acho que torci o pé.

Stephan ficou na dúvida se soltava Jimmy e me ajudava, ou batia mais um pouco no garoto, e no fim acabou cedendo. Enquanto Stephan conferia meu tornozelo, eu sibilei para Jimmy.

_ “Vai embora”.

Ele simplesmente assentiu e foi.

Eu não consegui prestar atenção em nenhuma das perguntas que Stephan me fez, apenas fiquei olhando Jimmy desaparecer no nada.

_ Carol, está me ouvindo?

_ Estou sim meu amor. Só me leva para dentro? Sinto frio!

Ele me pegou no colo, abriu a porta e me deitou no sofá. Eu olhei para ele e vi uma mistura de raiva e tristeza em seus olhos.

_ Ei, não fica assim, ele não vai mais me incomodar.

_ Quem garante Car, quem te garante isso?

_ Eu sei que não Steph.

Ele ficou calado e de repente, teve uma idéia.

_ Já sei! O jeito mais seguro é você “se mudar” temporariamente para a minha casa. – Ele abriu aspas no ar, porque sabia que se ele me pedisse diretamente para morar com ele, eu não aceitaria.

_ Ai Steph, precisa disso mesmo?

Ele pegou a minha mão e disse:

_ Car, eu fico preocupado contigo. Você está aqui nessa casa todo dia, sozinha. Assim está correndo muito risco. Lembra-se de que Jason pode vir atrás de você não é?

Eu tinha me esquecido completamente dos problemas da Anne, e por isso acabei aceitando a ideia de ir para casa de Stephan.

_ Tudo bem Steph, me ajuda a pegar algumas coisas e claro que a Pim vai né?

_ Sim meu amor, a Pim vai.

Tentei levantar e esqueci que tinha torcido o pé, então Steph me carregou novamente até meu quarto.

Fiz uma mala pequena e básica, depois eu voltaria em casa. Peguei tudo que precisava. Descemos as escadas, mas como sempre, eu estava apoiada em Steph. Ao chegar lá em baixo, ele pegou as coisas de Pim, e eu levei minha cachorrinha no colo.

Saímos de casa e andamos rápido até a casa de Stephan, o vento balançava fortemente as árvores, que perdiam suas folhas secas a cada instante.

Apesar de estar carregando todas as coisas da Pim, Steph abriu a porta com facilidade, e fez um sinal para que eu entrasse.

_ As damas primeiro. – Ele riu.

_ Obrigada senhor Stephan Claymore. – Eu disse sutilmente.

Subi as escadas igual uma tartaruga, mas graças a Deus o tornozelo já estava melhorando. Quando cheguei ao segundo andar, olhei para Steph com uma cara de “Onde é que eu vou dormir?”, e ele respondeu rapidamente.

_ Ora Bolas... No meu quarto.

_ Junto com você?

_ Junto com a Pim é que não vai ser. – Ele fez uma cara de irônico que me fez rir.

Continuei andando até o quarto de Stephan e quando o encontrei, tratei logo de entrar e depositar as minhas coisas. Pim ficou louca logo que a coloquei no chão.

_ Seu quarto é lindo sabia?

_ Obrigado Car, mas prefiro o seu.

_ Para de tentar me agradar! – Eu disse abraçando-o e lhe dando um beijo no nariz.

_ Eu sou tão alto que você precisa ficar na ponta do pé?

_ Na verdade, é sim.

Rimos.

_ Steph, vou tomar um banho então.

_ Ok, vou fazer algo para você comer. – Ele disse saindo do quarto.

Fui correndo até a porta e gritei:

_ Nada que me faça engordar senhor Stephan. – Fiz cara de brava.

_ Você quem manda! – Ele fez um gesto de “sim senhora” com as mãos.

Abri minha mochila e peguei as minhas coisas. Era lógico que eu tinha levado meu moletom bem quentinho. Fui para o banheiro do quarto de Steph. Assim como todas as vezes que eu ia tomar banho, eu observava e tocava as supostas cicatrizes, que tinham voltado a serem feridas e que agora tentavam voltar ao status de cicatriz. Era bizarro pensar em toda a história, mas como de costume, ao entrar de baixo da água quente, todos os problemas sumiam. Lavei o cabelo, mas não demorei no banho, até porque Steph gritou que a comida estava pronta.

Terminei de me secar e troquei de roupa correndo. Deixei a toalha pendurada e desci para comer.

_ O cheiro está bom!

_ Fiz um macarrão bem leve e bem rápido para você.

_ Obrigada meu amor. – Terminei de agradecer dando um selinho em Steph.

Comemos rápido e em silêncio. Eu estava cansada e a apresentação era no dia seguinte, ou seja, precisávamos nos descansar bem.

Ao terminar de comer, me levantei para lavar o que tinha sujado, mas Stephan impediu, e por isso eu subi para o quarto na sua frente.

Eu estava organizando algumas coisas e arrumando a caminha de Pim quando olhei para janela e vi uma sombra se mexer. Ela parecia atravessar o vidro. Quando chegou perto de mim, gavinhas começaram a se enrolar nos meus braços e me apertar. E então quando a sombra estava praticamente colada em mim, eu vi um homem se materializar. É claro que fiquei horrorizada e foi por isso que gritei Stephan sem pensar.

O meu grito pareceu assustar o homem e rapidamente ele desapareceu. Eu caí sentada no chão e disparei a chorar. Pim latia sem parar. Stephan subiu correndo, chegou ao quarto sem entender nada, e quando me viu, correu, se sentou ao meu lado e me abraçou.

_ Car, o que houve? – Ele parecia super desesperado.

_ Ti-tinha um homem aqui. – Eu não consegui falar direito por causa do espanto.

_ Como assim?

_ Não sei explicar, do nada apareceu uma sombra preta, que atravessou a janela e se enroscou em mim. E ai ele apareceu. – Eu tentava me conter.

_ Como ele era?

_ Não vi direito, mas era velho.

_ Eu não disse que você precisava de proteção?

_ Steph, estou com medo! – Eu disse baixinho igual a uma criança manhosa.

_ Calma meu amor, calma. – Ele me apertou e passou as mãos em meu cabelo, tentando me acalmar.

Agora eu realmente estava ficando com medo de toda essa situação. Podia ser muito perigoso e eu sabia que estava mesmo correndo algum tipo de risco. Mas me preocupei, porque indiretamente, Stephan também estaria envolvido. Minha preocupação aumentou quando pensei na possibilidade de o tal Carl ferir alguém próximo, só para me atrair. Eu não poderia deixar isso acontecer.

_ Steph, e se ele machucar alguém que eu amo?

_ Se ele for o Carl, ele não machucará. Ele nunca machucou ninguém que tinha relação à Anne.

_ Ah ele não vai machucar é? Olha isso então. – Puxei as mangas da blusa e mostrei os vergões que tinhaM ficado por causa das gavinhas.

_ Meu Deus! – Stephan passou a mão pelas marcas.

_ Ele mudou Steph. – Eu tinha total certeza. Era como se Anne me mandasse falar isso.

_ Nós vamos dar um jeito. – Ele passou a mão nos meus cabelos.

Stephan se levantou e agachou. Me pegou no colo e me colocou na cama. Pegou os cobertores e me cobriu, como se eu fosse um bebezinho. Ele correu no banheiro, colocou uma calça de moletom.

Assim que ele saiu do banheiro, e eu o olhei, tive um surto interno. Stephan estava sem camisa, e aquelas definições na barriga me deixaram louca. Mas claro, me comportei. Ele se deitou ao meu lado, me puxou contra si, e me abraçou. Eu estava deitada no mesmo travesseiro que Steph, porém ele estava um pouco mais acima, pois me deu um beijinho na testa e disse:

_ Ei meu amor, fica tranquila. Eu vou te proteger.

Fiquei em silêncio, mas logo em seguida olhei para Steph e disse:

_ Eu te amo!

Virei novamente a cabeça, e, aconchegada nos braços de Steph, acabei dormindo. Dessa vez, com um sorriso no rosto.


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