Intrusa escrita por Carola


Capítulo 12
O jantar e o pedido




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Ao chegarmos à porta da casa de Stephan meus pais tiveram a mesma reação que eu tive na primeira vez que fui lá.

_ Que coisa mais linda! – Minha mãe exclamou.

_ E é só dele. – Eu disse enquanto apertava a campainha.

Steph abriu a porta e deu um sorriso irresistível ao nos ver. Até eu me espantei ao ver Stephan. Ele estava terrívelmente perfeito. Os cabelos estavam levemente bagunçados. Usava uma camisa de gola V em um tom rosa bebê. Estava com uma calça jeans preta.

Meus pais entraram e eu nem tinha percebido. Fiquei completamente desligada, apenas observando Steph.

_ Ei, Carol, acorda! – Ele estalou os dedos na minha frente.

_ Ahn... Oi. – Dei um sorrisinho idiota e corei.

_ Entra.

O cheiro estava ótimo e mesmo assim não consegui descobrir qual era o prato. Meus pais também ficaram maravilhados com a casa da Steph e com o cheiro que rondava.

Meu pai foi para a cozinha juntamente de Steph, e eu sentei com minha mãe no sofá. Voltei a observar as fotos e mais uma vez, peguei a foto da garota que Steph dizia ser sua irmã. O jeito que estavam na foto não parecia ser de dois irmãos. Sei lá, não dava para explicar, porque eu não sabia, mas pareciam algo totalmente diferente de irmãos.

_ Você está gostando dele? – Minha mãe disse diretamente.

_ Acho que sim. – Eu disse sem fita-la.

Minha mãe não disse mais nada e eu continuei olhando a foto.

Steph veio da cozinha segurando uma vasilha gigante que exalava aquele cheiro irresistível de quando entrei na casa.

_ E então, qual é o prato tão especial que eu não podia saber antes Sr. Stephan?

_ Está servido um Foundue de Carne ao vinho, senhorita.

Fiquei surpresa! Era o tipo de prato que eu não esperava.

_ Vamos deixar de lados a formalidade e atacar logo? – Disse meu pai com uma certa “fome” na voz.

Eu e minha mãe olhamos para ele com uma cara de “cadê a educação?” e ele fez uma cara de “estou com fome caramba!”.

_ Enfim, vamos comer. – Eu disse.

Nós sentamos, servimos e começamos a comer, em silêncio, até que Steph disse:

_ Então Sr. Fred, sabia que eu gosto muito da sua filha?

Corei.

_ É mesmo Stephan? E o que você faz? E pode me chamar de Fred – Meu pai disse com um olhar investigador.

_ Bom, no momento eu estou apenas estudando.

_ E pretende fazer o que depois?

_ Quero tentar medicina.

_ Hum, interessante.

Um silêncio constrangedor infestou a sala.

_ Mas, então Fred, eu gostaria de lhe fazer um pedido. – Stephan cortou o silêncio.

Eu gelei na hora.

_ Diga Stephan.

_ Gostaria de pedir Carol em namoro.

Engasguei, todos olharam e riram.

_ Como é que é?

_ Isso mesmo que você ouviu Carol; Eu quero que você seja minha namorada.

Eu fiquei sem reação, não esperava que isso acontecesse. Ta que a gente já se tratava como se fossemos namorados há muito tempo, mas meus pais não sabiam. Até que era bonitinho ele me pedir em namoro oficialmente.

_ Bom... – Disse meu pai.

Todos ficaram um pouco apreensivos para ver a reação do meu pai. Ele não parecia ser um homem bravo, mas também não era dos mais simpáticos. Até eu sentia medo às vezes.

_ ...Você é um cara legal, parece ser responsável, cozinha bem, – Meu pai deu um sorrisinho pra Steph – enfim, parece mesmo ser um bom partido para minha filha, sendo assim, eu deixo vocês namorarem.

Não pude evitar minha cara de espanto. Meu pai me deixando namorar? Que coisa mais estranha. Eu era tipo, a princesinha dele.

_ Muito obrigada Fred, prometo não decepcioná-lo. – Steph sorriu.

Depois do jantar, ajudamos a levar os utensílios para a cozinha e Steph discordou completamente que ajudássemos a lavá-los. Todos retornaram à sala e sentaram para bater um papo.

_ Ei, com licença, vou ao banheiro. – Eu disse me levantando e seguindo ate o final do corredor.

Subi as escadas à procura do banheiro e então passei pela porta do quarto de Steph, que estava aberta. Como que por impulso, acabei entrando.

O quarto não era super grande, nem pequeno. Tinha uma decoração legal, uma cama de casal e uma estante cheia de livros que pareciam ser antigos. Do outro lado do quarto, um guarda roupas ganhava destaque, e ao seu lado, uma escrivaninha com um computador e vários papéis.

Fui andando, observando cada detalhe do quarto, passando a mão nos móveis, de cor tabaco, até que cheguei à escrivaninha e então uma coisa me chamou muito a atenção. Entre os papéis, que pareciam um pouco antigos, havia dois envelopes pequenos, amarelados com o tempo. Por curiosidade, peguei o que estava por cima. Foi ai que fiquei surpresa, era a primeira carta que Steph recebera de Phill. Antes que eu começasse a ler escutei meu pai gritando:

_ Carol minha filha, vamos embora?

Coloquei a carta dentro a blusa, presa no sutiã, de um modo que não caísse e eu não precisasse segurar, arrumei os papéis para Steph não perceber e desci.

_ Ei papai, já to indo! – Disse pisando no último degrau da escada.

_ Vamos querida, precisamos dormir cedo, nosso vôo é amanhã de manhã.

Meus pais se despediram de Steph e nos deixaram um pouquinho a sós para que pudéssemos nos despedir.

Dei um beijo demorado em Steph.

_ Você me surpreendeu hoje.

_ Eu te amo. – Ele sussurrou.

_ Eu também. – Respondi.

Dei um selinho para finalizar e fui embora.

Dei uma corridinha para alcançar meus pais, segurando a carta por baixo da blusa para que não caísse. Eu sentia uma pontinha de culpa por pegar algo que não era meu, mas algo me dizia que precisava fazer aquilo, que eu tinha que saber o que estava acontecendo.


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