– Luise! Viemos na hora certa, hein! – Disse Marina.

– Chegaram mesmo, agora podem me raptar e levar-me para o 14º nomo, eu finjo que nada vi! – disse Luise colocando as mãos para cima, em sinal de rendição.

– Não viemos raptá-la, viemos lhe fazer companhia! – disse Ian.

– Vocês estão brincando comigo, certo? – disse Luise – Não, sério, companhia? Quem é que teve essa idéia de jerico!?

– Marina. Eu só vim porque iria ficar sozinho no 14º nomo – disse Max.

– Pois devia ter ficado! Aliás, os três deviam, aqui não tem nada de bom! E sabem quem são os professores? Os Kane! – disse Luise.

– Hã... Eu até voltaria, sabe? Mas, eu e os meninos viemos escondidos. Se voltarmos, mamãe me mata! – Marina disse.

– E se ficarem EU mato cada um de voes! – disse Luise, mas antes que pudesse dizer ou fazer algo, Carter entrou na sala acompanhado de uma menina e um menino.

– Quem são eles? – perguntou Carter, perplexo.

– Essa é minha irmã Marina, e os aprendizes Ian e Max que vivem em casa, eles vieram tomar chá, Carter! – disse Luise, sarcástica.

– Muito engraçado! Por que os chamou!? – perguntou Carter.

– Não foi culpa da Luise. Foi idéia dela – disse Ian e apontou para Marina – Eu e Max só acompanhamos!

– Agora a culpa é só minha? – disse Marina – Vocês dois também estão nessa! Não vou me ferrar sozinha, se for o caso!

– Carter, acho que não tem problema ter mais três aprendizes – disse a menina – Sou Cleo e este é Julian.

– Oi – disse o menino, Julian.

– Vá falar com Amós então, Luise. Diga que precisamos de três novos quartos e rápido – disse Carter – Vocês três podem ficar aqui, eu ia dar uma aula agora.

Luise saiu reclamando e foi procurar Amós. Ele estava na varanda. Ela lhe contou o que aconteceu e Amós foi providenciar os quartos. Quando Luise estava indo para seu quarto deu de cara com Walt.

– O que faz aqui? – Ele perguntou.

– Cumprindo punições – Luise respondeu – Cortesia de sua namoradinha.

– Ah, então é essa sua punição? Vir me irritar?

– Claro que não seu idiota! É ajudar os Kane com as aulas – disse Luise, com cara de desprezo.

– Ah, e isso é punição? Não vejo nada de mais, eles são legais. A Sadie e o Carter. – disse Walt.

– Não concordo! – disse Luise.

– Por que não? Você só implica com as pessoas quando gosta delas! Eu vejo você e o Ian, você vive brigando com ele, por TUDO, e não como faz com os outros, de um jeito diferente. – Walt baixou a voz como num sussurro - Você gosta do Carter?

– O QUE? Isso foi um dos piores insultos que eu poderia escutar! – disse Luise, indignada – E nem do Ian!

– De algum você gosta, acabou de corar! – disse Walt.

– Não corei coisa nenhuma, você é que vê coisas! – Disse Luise e foi embora para seu quarto.

Luise entrou em seu quarto e fechou a porta com força, estava irritada com Walt, não suportava a idéia de que alguém pensasse que ela gostava de Carter ou de que alguém descobrisse sua queda por Ian. Estava pensando sobre isso quando Marina entrou correndo em seu quarto.

– Mana, sabe aquele menino que morou um pouco com a gente no 14º nomo? O Brock? Ele está AQUI! No 21º nomo. – disse Marina.

– O que? Mas eu não o vejo há anos! Desde que moramos aquele ano na Suíça.

– Pois é, mas eu o vi! – disse Marina – ele estava entrando lá na sala que eu e os meninos chegamos.

– Bom, quando encontrá-lo, eu falo com ele, faz muito tempo que não o vejo, ele nem deve saber quem eu sou. – disse Luise.

– É difícil esquecer uma menina insuportável como você – disse Marina saindo do quarto.

– Idiota... – disse Luise.

Luise percebeu que estava com muita fome e decidiu ver se tinha uma cozinha com algo descente naquela casa. Estava descendo as escadas quando viu Brock as subindo.

– Olá, Brock, lembra-se de mim? – perguntou Luise.

– Luise? Nossa, quanto tempo! Você está fazendo exatamente o que aqui? – Brock perguntou.

– Punições, mas não vem ao caso. Você mora aqui?

– Sim, sim. Desde que recebi uma gravação de Carter e Sadie.

– Uma gravação? Sobre a Pirâmide Vermelha aposto. – disse Luise.

– Sim, exatamente.

– Que ótimo – disse Luise, sem entusiasmo – Bom, eu quero comer algo, estou à procura de uma cozinha.

– Ah, eu posso te levar até lá. O que vou fazer pode esperar uns minutos – disse Brock estendendo o braço para que Luise o acompanhasse.

Eles foram até a cozinha onde tinha uma menina de uns catorze anos, cabelos longos, loiros e cacheados e olhos mel, meio amarelados. Tinha bochechas rosadas e lábios rubros, estava vestida com linho branco, devia estar fazendo magia ou se preparando.

– Olá, Alice, esta é Luise. Luise esta é Alice. Agora vou fazer o que tinha que fazer, até mais – disse Brock, saindo.

– Luise? É a garota do 14º nomo? Prazer – disse Alice.

– Sou sim, parece que todo mundo aqui me conhece e eu não conheço ninguém. Apesar de você ser familiar. – disse Luise.

– Talvez... Eu costumava morar no 11º nomo, também passei algum tempo no 1º nomo.

– Eu sou do 1º nomo, bom, eu não moro lá, mas fui aprendiz lá por algum tempo. – disse Luise. – Parece que você é uma das únicas pessoas que não me irritou hoje.

– Haha, isso deve ser bom. – Alice disse, rindo.

– Talvez... Eu me irrito fácil, por isso vim parar nesse lugar infernal. Como vocês agüentam viver aqui? – perguntou Luise.

– Não é tão ruim, deve ser porque é seu primeiro dia.

– Acho que não, não gosto dos Kane. Isso já deixa esse lugar bem ruim! – Disse Luise.

– Eles são legais, e bons professores. Não precisa ficar assim, você vai gostar daqui! – Disse Alice.

– Não preciso, não vou ficar aqui para sempre. Mas outra coisa desse lugar é Manhattan, meus pais vivem dizendo que não é lugar para os magos, ele disse que os problemas de lá não são para nós.

– Não é mesmo, Amós nos diz para evitarmos Manhattan ao máximo. Ele diz que Manhattan tem seus próprios problemas, outros deuses. Só não sei o que isso significa. Meu namorado, Ben, nasceu lá, e diz nunca ter visto nada de mais. – Alice disse.

– Hum.

– Alice, Luise. Reunião. Amós está chamando todo mundo na varanda. Parece ser sério. – disse uma menina entrando na cozinha, era mesma menina que estava na sala com Carter quando Marina, Ian e Max chegaram, Cleo.

Luise se levantou e acompanhou Cleo até a varanda, estavam todos sentados, inclusive Marina, Ian e Max. Amós se levantou.

– Apófis está tentando se reerguer, e desta vez não está sozinho.