Alice e Luise - Gregos e Egípcios Juntos escrita por PJandHP


Capítulo 18
Capítulo 18 - A deusa dos fantasmas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/172978/chapter/18

- E onde exatamente isso vai dar no Mundo Inferior? – perguntou Alice.

- Vai dar em um lugar bem afastado, então teremos que achar o caminho do Tártaro, e vamos ter que tomar cuidado com aquela parte, o rio Lete fica por lá – explicou Amber, acrescentou quando viu a expressão assustada de todos: - Não precisam se preocupar, eu sei o que fazer quando estiver lá.

Depois que terminou de falar tirou três lanternas da bolsa e entregou uma a Will e outra a Duda, disse que a caverna era estreita e que precisavam ficar em fila, portanto Will e Duda ficaram no meio da fila e o outro no final, então teriam luz o suficiente.

- E quanto à bateria? – disse Duda, mexendo na sua lanterna.

- Quanto a isso não se preocupem, Connor as pegou na lojinha do Acampamento, são feitas pelos filhos de Hefesto, não vão pifar do nada – Amber contou.

- Então tá. E essa caminhada leva muito tempo? – perguntou Anna.

- Não, uma meia hora, no máximo – respondeu Amber recolocando a mochila nas costas.

- Já que está tudo decidido creio eu que podemos ir andando, não? – disse Will

Amber entrou na caverna primeiro e Anna foi atrás, Duda ligou a lanterna e entrou, Alice a seguiu e Will fechou o grupo. A caverna era escura e o que por fora parecia uma caverna espaçosa na verdade mal dava para duas pessoas andarem lado a lado.

- Uma perguntinha! – anunciou Alice.

- Precisa ao banheiro e não sabe onde fazer? – perguntou Anna.

- O quê? Não! – Alice respondeu – Eu já vi que vivem muitos morcegos em cavernas. Tem algum nessa, Amber?

- Provavelmente – respondeu Amber.

Alice parou com o susto e Will quase trombou com ela, mas conseguiu parar no ultimo segundo. Ele disse para ela continuar, os morcegos, caso tivesse algum, não iriam perturbá-la se não mexessem com eles.

- Eu sei, mas é que eu nunca contei isso, mas eu tenho um medo mortal de morcegos – ela confessou.

- Eu sei, vamos andando, pode caminhar do meu lado, eu protejo você – Will riu e eles recomeçaram a andar.

- Claro, porque você trás MUITA proteção! – Alice brincou – Espera como você sabe que eu tenho medo de morcegos?

- Todo mundo sabe disso – ele respondeu.

- Mas como? Nem para Percy e Linna que são meus irmãos eu contei! – disse Alice.

- Lembra aquela vez, quando você tinha uns 13 anos que eu, você, os Stolls, Amber, Silena e Clarisse estávamos praticando arco e flecha? – perguntou Will.

- Sim, foi minha primeira aula de arco e Travis... Oh! – lembrou Alice.

- Sim, Travis tinha um morcego de plástico na flecha, quando você viu saiu correndo e me deixou explicando para a grama como segurar o arco – completou Will.

- Mas então não é todo mundo que sabe disso – concluiu Alice – Só quem estava na aula!

- E todos os outros campistas que foram perguntar o que aconteceu – disse Will rindo, Alice bufou.

- Travis devia ter ido se desculpar! Eu era pequena! – disse Alice.

- Nem tanto. Ele devia, mas estava ocupado rindo e bolando formas de usar o morcego – disse Will.

- Só podia ser um Stoll! – disse Alice, ela percebeu que a caverna estava ficando mais clara – Will, você está vendo aquela luz?

- Estou, talvez tenhamos chegado ao fim da caverna. – Will respondeu.

- Ande mais rápido, precisamos alcançar as outras! – Alice disse.

Eles quase correram, mas alcançaram as meninas. Elas não estavam longe, de onde estavam antes dava para vê-las, mas não queriam ficar muito para trás. Will estava certo quanto ao final da caverna. A saída era um meio circulo, lá fora havia uma luz fantasmagórica, mas não parecia ser um lugar iluminado.

- Chegamos? – perguntou Duda.

- Sim, está é a saída, ou deveria dizer entrada? Ah, esqueça – Amber respondeu.

Eles saíram da caverna. Quando Alice saiu, notou que a ‘luz’ era uma neblina branca que saia da própria caverna.

- Que estranho, não percebi a neblina lá dentro – ela comentou.

- Sim, você não percebe mesmo só quando já está aqui embaixo – esclareceu Amber.

- Bom, que interessante, podemos ir adiante agora? – perguntou Anna.

- Não tão rápido – disse uma voz feminina.

 Alice virou-se e viu o que sempre a perturbava: a imagem de sua mãe.

O problema era que dois anos após Alice ir para o Acampamento, sua mãe ficava em seu apartamento sozinha, todo dia, e não tinha o que fazer, então começou a beber, e ela não era uma mulher muito forte. Alguns meses depois, Alice recebeu a notícia de que ela morreu. Alice culpava a si mesma desde então, ela havia escolhido ser uma campista de ano inteiro, pois morava longe e era filha de um dos Três Grandes, e só fazia pequenas visitas à mãe.

- Mãe? – Alice perguntou.

- Alice... Alice, por que me deixou e não voltou mais? – ela perguntou.

- Alice, que história é essa? – perguntou Anna – O que sua mãe estaria fazendo nesse buraco?

- É a minha mãe! – Ela respondeu – Não está vendo?

Ela estava hipnotizada, não sabia o que fazer ou responder, estava cada vez mais triste e se sentindo mais culpada.

- É Melinoe! – exclamou Duda – Amber! Você nos trouxe a caverna dela? Como pôde?

- Era a única entrada que eu podia trazê-los! E além do mais, foi preciso – Amber sorriu e saiu andando na neblina.

- E agora? Alice, acorde! Não é a sua mãe, levante-se e vamos continuar! – gritou Anna.

- NÃO! É a minha mãe, e não vou deixá-la novamente! – Alice gritou de volta.

- Sua mãe? – perguntou Will – O que vejo é a MINHA mãe!

- Não, cabeça oca, é a MINHA! – Alice gritou com lágrimas nos olhos.

- Liberte-os! – berrou Duda, ela acertou uma pedra na criatura. Melinoe tremeluziu, a névoa que estava envolta de Alice e Will se dissipou e Alice viu a verdadeira forma de Melinoe. A metade direita era pálida, branquíssima, como se o sangue não pulsasse mais pelo corpo. A esquerda era negra e sem vida, como uma múmia. Os olhos, órbitas vazia e negras.

- Santo Poseidon! – exclamou Alice – Que criatura asquerosa!

- Asquerosa? – Melinoe ofendeu-se – Eu sou uma DEUSA! A deusa dos fantasmas!

- Oh, que ótimo. Podemos acabar com você agora? – disse Anna, ela estava impaciente.

Melinoe soltou um som estranho, um sibilo. Alice entendeu como uma risada, mas era um som horrível.

- Acabar comigo? Vocês?  - ela provocou – Essa eu quero ver! Vocês estão aqui por quê? Têm assuntos a tratar?

- Não é da sua conta!

- Mas será! Vocês não estão em vantagem. Eu sou uma deusa e só vocês duas não têm fantasmas, já os outros dois... – disse Melinoe.

Will foi rápido e atirou uma flecha contra a deusa. Ela não teve muito tempo de reagir, mas conseguiu se salvar por pouco. A flecha, mirada onde seria o coração, acertou o braço de Melinoe, de onde saiu icor (o sangue dos deuses). Isso deixou a deusa bem irritada, ela foi à direção de Will e tremeluziu, a imagem de uma bela mulher tomou seu lugar, ela tinha olhos extremamente verdes e um cabelo cor de mel, sua pele era bronzeada como se vivesse muito no sol. Will ficou sem reação e largou o arco, Melinoe tirou uma adaga das vestes e atacou Will na altura do estômago, ela retirou a adaga e voltou à forma normal. Will caiu no chão.

- Will! – as três meninas gritaram.

Melinoe virou-se para elas, furiosa, com a adaga em punho. Alice pegou Velox, Anna e Duda também pegaram as armas, estavam prontas para lutar.

- Vocês duas não tem fantasmas, como já disse, mas aposto que aquele lindo garotinho não vai durar muito, e essa aqui vai pelo mesmo caminho – Melinoe apontou para Alice.

Alice estava tomada pela raiva, não podia ficar parada enquanto Will estava quase morrendo, mas mesmo que fizessem Melinoe ir embora, como cuidariam dele sem a mochila de Amber? Ela não tinha ideia, mas podia achar Hades ou Perséfone e apelar por algo.

Com esse pensamento, correu na direção de Melinoe com a espada, a vantagem era o tamanho de sua lâmina, mas perdia em experiência. Ela teve sorte, Melinoe, pega de surpresa não teve como se movimentar bem e Alice conseguiu abrir um talho fundo em seu joelho.

Anna e Duda a derrubaram, mas não tinham nem posicionado as espadas para fazer algo e a deusa desapareceu, ela reapareceu um pouco a frente e estava pronta para se transformar na mãe de Alice novamente quando uma flecha voou e por pouco não acertou a cabeça de Melinoe, todas se viraram e viram Will, com as mãos cheias se sangue de seu ferimento segurando o arco. Mas o esforço não o ajudou muito e ele tombou para o lado. Melinoe se aproveitou da distração e já estava na direção de Alice como sua mãe. Alice novamente se deixou levar pelo sentimento de culpa.

- MELINOE! PARE! – gritou uma voz.

A deusa virou-se em sua forma normal, procurando de onde veio a voz. Então da neblina, a pessoa que menos esperavam apareceu: Amber. Ela estava com uma expressão decidida no rosto.

- Mas Amber! Você mesma disse que teria de matá-los! E que eu devia fazer o trabalho! – disse Melinoe.

- Sim, eu disse, mas o chefe os quer vivos agora! Vá! – disse Amber.

- Ah, não tão cedo! – ela gritou.

Melinoe se virou para as meninas e mirou a adaga em Anna, no peito. Amber percebeu e jogou a própria adaga em Melinoe, mas um pouco tarde, a adaga de Amber acertou a costa de Melinoe e a fez errar o seu alvo, mas ela acertou o braço esquerdo de Anna. Melinoe retirou a adaga das costas com o braço que não foi atingido pela flecha, ela a soltou aos seus pés e virou-se para Amber.

- Isso não fica assim! – e desapareceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A mãe do Will 'aparece' mas ela é só da minha imaginação, porque o Will é um personagem do Tio Rick e eu nem sei se a mãe dele morreu...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Alice e Luise - Gregos e Egípcios Juntos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.