Por Detrás Do Livro escrita por Bolinho de Arroz


Capítulo 34
Como cão e gato


Notas iniciais do capítulo

HOOOY ~~
Ok, ok. Não vamos entrar em detalhes; eu demorei muito pra postar um novo cap, eu sei. A resposta é que estava simplesmente pensando em excluir a fanfic e reescrevê-la, depois de muito tempo pensar, consegui novas ideias, e ideias boas. Então... É.
Também estava estudando muito pra passar no curso técnico (E eu consegui, BABYS!), participando dos protestos aqui da minha cidade, planejando festas de aniversário para amigas e trabalhando no fim de semana em buffet infantil. Além de ainda estar na escola e fazendo meu curso de informática no sábado. O resto das minhas folgas eu ficava cansada demais e só pensava em dormir.
Perdão!

Eu espero sinceramente que vocês leitores entendam a minha crise, e que não tenham desistido da fanfic.

Como sempre, agradeço pelos comentários anteriores e torço por mais nesse.

Sem mais delongas, eis o novo capítulo!



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Hinata Pov




Aos poucos fui abrindo os olhos, enxergando o clarão da lâmpada. Minha cabeça rodava. Estava dolorida, como se tudo lá dentro latejasse. Também senti meu estômago se revirar. Oh, meu santo Deus, onde estou?






Levantei-me com cuidado do que parecia ser um sofá inflável, bem ao centro de um quarto bem modernizado. Por algumas frações de segundos me apavorei. Não sei onde estou e muito menos como sair daqui. Cambaleei com cuidado até a porta de madeira, com um pôster de uma mulher sensualizando colado. Abri-a tentando não fazer barulho. Coloquei minha cabeça para fora, espiando o corredor vasto que só então reconheci; a casa dos Sabaku nos.








Suspirei por conta da dor, recordando-me de algumas imagens atrás. Não sabia que horas eram muito menos se eu tinha feito mais alguma besteira. A única coisa que lembrava era que havia ficado bêbada.








Eu, Hinata, havia ficado bêbada. Chapada. Alcoolizada. BÊBADA!






Voltei para dentro do quarto e tranquei a porta. Engoli o vômito que estava por vir. Sentei-me na ponta de uma cama desarrumada, encarando melhor o quarto.





As paredes eram de um azul bem escurecido, e intercalavam com uma única pintada de branco. Nesta parede em particular, várias imagens e fotos estavam penduradas. Algumas mulheres seminuas, outras sem roupa alguma mesmo, e diversas fotos de pessoas diferentes.





Provavelmente era o quarto de Gaara, pois no canto do cômodo havia uma bateria quebrada e alguns amplificadores. Ao lado, uma televisão de tela fina posta na parede e umas porções de aparelhos eletrônicos em baixo, tudo encaixado no rack preto. O sofá em que estava ficava logo na frente, bem ao centro. Um sofá inflável amarelo bem chamativo. O carpete era branco e peludo, e o guarda-roupa preto, assim como os detalhes da cama.






Arquei a sobrancelha. Nunca imaginaria que o quarto de Gaara fosse desse modo, embora, algumas vezes Ino tivesse citado que o ruivo era deveras surpreendente.








Levantei-me novamente, assim que senti que a tontura havia passado. Tinha que encontrar Naruto e esclarecer o que havia acontecido. Uma hora eu estava na escola e na outra no quarto de Gaara? Não, isso definitivamente é mais complicado.









Já estava saindo quando me deparei com o rapaz com quem queria falar. Ele tinha uma sacola na mão e um refrigerante grande na outra.









– Finalmente acordou Hinatinha. –Ele sorriu galanteador. – Aqui está. – Entregou-me o pacote enquanto me fazia entrar novamente no quarto.









– O que é isso? – Indaguei baixo.









– No saco tem um hambúrguer completo, batatas fritas e remédio pra dor de cabeça. E este refrigerante é repleto de cafeína, só para te manter acordada e sã.









– Ah... – Peguei o alimento na mão. Poxa, eu estava realmente com fome. – O que aconteceu, Naruto? – Perguntei ao louro que me olhava comer fascinado, como se fosse um grande feito.









– Como assim? – Ele estava sentado na ponta da cama enquanto eu estava sentada bem ao centro, de pernas cruzadas, com cuidado para que minha saia não saísse do lugar.









– Você sabe o que eu quero dizer. – Dei mais uma mordida no hambúrguer e bebi um pouco do liquido. – Depois que eu fiquei bêbada.









– Está brincando, não está? – Ele arregalou os olhos levemente. – Não se lembra de nada mesmo?









– Vagamente. – Respondi sincera. – Lembro-me de beber os “refrigerantes” de Gaara, depois de entrar no seu carro e... – Engoli em seco, recordando da última memória. – De abraçar o Kiba... De uma maneira um pouco incomoda...









– Pare com isso! – O louro frustrou-se me encarando. – Se lembra de abraçar o Kiba, mas não lembra que queria me comer?! Fala sério Hyuuga! Você está definitivamente brincando com a minha sanidade.










– Hey! – Exclamei franzindo a testa. Do que ele estava falando? – Eu não sei o que te fiz, e sinto muito se te deixei nervoso, mas não tem direito algum de ficar tão exaltado, Naruto!












Ele parou por alguns momentos de resmungar e suspirou alto.












– Você e eu vamos fazer aquilo. – Ele cruzou os braços e me olhou, esperando uma resposta. Quando viu que eu não entendi, simplificou. – Sabe, “o sexo”. – Fez aspas com a mão.










Escancarei a boca e corei até o pescoço. No impulso deixei a comida no colo e agarrei o travesseiro da cama do ruivo, atacando desprovidamente Naruto.









– Mas... Mas... Mas que coisa imprudente de se dizer! – Gritei e ataquei-o ainda mais forte. – Você é horrível, Uzumaki! O que pensa que eu sou? Uma prostituta? Uma de suas seguidoras? Pelo amor de Deus!









– Hinata, espera! Você não está entendendo... – Ataquei o travesseiro em sua cabeça, enquanto ele desviava. Nesse momento, já estávamos de pé no quarto, e eu estava empurrando-o para fora. – Eu quis dizer que você se jogou pra cima de mim!









– Como você é idiota!









– O que está acontecendo aqui? – Gaara e Kiba estavam do lado de fora, no corredor, encarando a nossa cena. Pouco me importei. Estava furiosa com a maneira de como Naruto estava me tratando.









– Droga, Hina! – Naruto engasgou com a própria saliva antes de segurar meu travesseiro e arremessa-lo na parede oposta. – Estou tentando fazer você entender, mais cedo, enquanto estávamos indo para o Ichiraku, antes de você desmaiar no meu colo, você disse que queria me comer. E eu, como uma ótima pessoa que sou, recusei porque estava bêbada. – Ele suspirou como se estivesse aliviado. – Agora entendeu?









–... ARGH! – Eu entrei no quarto e fechei a porta com força, deixando os três rapazes para fora. Pude ainda ouvir Naruto dizer abafadamente “mas o que foi que eu disse?” e Gaara dizer o quanto ele era idiota.









Sentei novamente na cama terminando as batatas, enquanto processava tudo o que o loiro havia dito.









Meu Deus. MEU DEUS DO CÉU... Eu... Eu... Tentei fazer sexo com Naruto?!











Shion Pov















Joguei minha bolsa sem o menor cuidado em cima do sofá do salão principal de minha casa, pouco me importando se a maldita tivesse acertado o vaso de flores em cima da mesa de vidro, assim como fez.















Minha raiva era tanta que nem que se eu quebrasse a televisão mais cara da mamãe, importaria.











Ouvi o barulho de sapatos finos batendo contra o piso e o cheiro de perfume importado emanando perto das escadas.









Suspirei. Falando no diabo...









– Shion. – Encarei a mulher posta em minha frente com as mãos na cintura e olhar de repreensão. – O que está fazendo aqui? Deveria estar na escola uma hora dessas.









– Desculpa-me mamãe. – Revirei os olhos. – Não estou me sentindo bem... E se soubesse que você estaria aqui, nem teria vindo.









– Ah claro! Por que você é a única que sente náuseas por aqui com sua ilustríssima chegada. – Foi sua vez de revirar os olhos claros. – Eu vou sair.









– Vai se encontrar com aquele misterioso idiota novamente, não é? Dê logo o golpe do baú, Naomi. Ou por acaso não está conseguindo seduzir um homem? – Soltei uma risada maliciosa e cínica, justamente porque eu precisava de um pouco de diversão.









– Shion Manderli! – Ela assoviou alto, levantando sua mão até meu rosto, parando a centímetros dele. Respirando fundo, desistiu de sua tentativa de me bater e se afastou, pondo os brincos caros que segurava na outra palma. – Se não tem nada a fazer, vá limpar seu quarto!









– Como é? Não preciso limpá-lo, isso é trabalho da empregada! – Resmunguei cruzando os braços.









– Dei a ela uma folga. Não são todos quem consegue te aturar todo dia querida, como eu. Estou indo. – Ela pegou sua bolsa de Louis Vuitton encostada na ponta do sofá. – Aproveite e limpe o vaso de flores também, pois pelo o que eu me lembre, não estava quebrado antes de você chegar. – Sua voz foi sumindo a partir do momento em que rebolava em seu vestido “cor beterraba” para fora da casa.









Rangi os dentes. Como se não bastasse um inferno na escola, agora em casa também.








Encarei por alguns segundos os cacos de vidro espalhados no chão antes de me direcionar até a cozinha e pegar um copo, do mesmo material. Voltei para a sala principal e mirei no chão, jogando o copo com toda a força. Soltei um suspiro profundo logo após ouvir o barulho dos estilhaços. Era um tanto tranquilizante. Pelo menos agora havia algo a mais para limpar.






Subi as escadas deixando a sujeira para trás e entrei no meu quarto, jogando meus pertences no chão.






Olhei em volta do cômodo tão espaçoso, embora não o suficiente para mim. Lembro-me de uma vez que implorei a minha mãe para juntar o meu quarto com o outro vago, logo ao lado, mas a egocêntrica nem me ouviu. Dizia que não precisava de mais espaço para roupas e sapatos. Humilhante.








Abri as cortinas rosa e deixei a luz entrar. Minha casa possuía três andares, era grandiosa, elegante. Uma das pouquíssimas coisas que tenho em comum com a mulher que me deu a luz. Nós temos um excelente bom gosto.









Encarei pela janela a rua vazia. O bairro vivia cheio de pestinhas antigamente, mas de uns tempos em outros, eles se mudavam. Aos poucos o quarteirão ficara silencioso.









Olhando mais a frente pude ver a gigantesca casa de Naruto. Era bonita e bem masculina, assim como o dono. Infelizmente, também pude avistar a casa daquela parasita e de sua grotesca família. Ela tinha a sorte de ser vizinha do loiro. Revirei os olhos recordando dos últimos dias que tive na escola, incluindo hoje.









Fiquei indignada ao saber que ela resolveu voltar a conversar com Naruto. Eles viviam colados desde a festa que ele deu. E eu sequer sei por que, mas é como se Hinata já fosse amiga intima de todos do grupo.









Como aquela estúpida da Ino.









Olhei novamente para a casa da garota, focalizando todas as partes. Um carro muito parecido com o de minha mãe estava parado na frente, e a porta se abriu bem naquele momento.









Escancarei a boca. Aquela É a minha mãe saindo do carro e entrando na casa DAQUELE velhote!









Afastei-me em busca de ar. O cara misterioso com quem minha mãe se encontrava era o pai de Hinata? Hiashi Hyuuga?!









Sakura Pov









– Está ótimo! – Exclamei enquanto analisava no espelho grande e retangular o uniforme da escola. – Vou ficar com ele mesmo, muito obrigada, Dayane!









– Sempre que precisar senhorita Haruno. – A ajudante da famosa loja sorriu simpática.









– Sakura que demora é essa? – Sasuke puxou a cortina de repente, abrindo-a e revelando o “camarim” em qual eu estava experimentando a roupa. – Mas por que desse uniforme dez vezes maior do que seu número?









– Pelo amor de Santo Buda, Sasuke. – Revirei os olhos, pouco me ferrando pelas suas palavras. Dayane, porém, parecia constrangida com a presença notável do moreno. – Vá procurar um pasto para defecar.









– Amarga demais pro meu gosto. – Ele continuava analisando minhas vestimentas novas. – Não ficou bom em você. – Por alguns segundos questionei suas palavras. Mesmo homem, Sasuke era extremamente moderno e digamos estiloso. Mas mesmo assim, a calça justa de lycra da cor formal exigida pelo colégio, assim como a blusa social de mangas curtas e o moletom preto que parava no começo das minhas cochas, com a sigla da escola nas costas parecia o suficiente fashion para mim.









– O que você é? Estilista profissional agora? – Sorri de canto, empurrando-o levemente para fora. – Vou me trocar. – Ele assentiu e saiu, me deixando sozinha novamente com Dayane.









– Ele é muito engraçado. – Sorri cumplice para ela, retirando as peças. – Queria a sorte de ter um namorado assim. – Engasguei por conta de minha garganta secar. – Me desculpa! Fui muito intrometida, não é?









– Muito mais do que imagina... – A vi arregalar os olhos. – Não! Quero dizer... Temos um lance.









– Ah, então não são oficiais, ainda. – Ela passou as mãos pelo cabelo, cuidadosamente. Encarei-a pelo espelho. Era jovem, alta, com cabelos marrons e olhos cor de mel. O físico perfeito para Sasuke se aproveitar... Afinal, basta ser mulher para ele.









– Na verdade, somos mais que oficiais. – Eu ri nervosamente, já com minha roupa casual. – Somos quase casados! – Sai do gabinete, vendo Sasuke sentado com as mãos no bolso olhando para o teto. Obviamente ele não tinha escutado a nossa conversa.









– Fiquei pensando... – Ele murmurou se levantando e seguindo-nos até o caixa. Por sorte, a loja estava vazia e eu fui atendida rapidamente. – Por que não usa saia igual às outras garotas normais da escola? Ser um pouco feminina não faz mal a ninguém. – Ele fez questão de frisar a palavra “normal” e “feminina”.









– Por que sou lésbica Sasuke. Nunca percebeu? – Pude ouvir o riso afeminado de Dayane ao nosso lado.









– Suspeitava, é claro. Agora, com sua confirmação, tenho certeza. Alias, até que faz algum sentido você ter-se tornado lésbica. – Ele moveu seus olhos propositalmente até meu busto. – Se começar a se vestir como homem, ninguém desconfiará.









– Igualmente pra você, seu gay. O tamanho é tão pequeno que fica invisível no meio de suas pernas! – Bufei pagando as roupas e saindo pisando forte. Ainda consegui escutar o grito de Sasuke pedindo para esperar. Simplesmente ignorei e andei até sua moto, encostando-me a ela com os braços cruzados.









Avistei-o chegando com um sorrisinho de canto algum tempo depois. Na mão, além do capacete, tinha também um papel de folha meio amassado.








Escancarei a boca. Não era possível que aquela guria tinha a cara de pau de dar o número de telefone pro Sasuke?! Ainda mais sabendo que eu era a “namorada” dele.






Peguei meu telefone do bolso rapidamente e liguei para um dos primeiros números da minha lista telefônica.






– Alô? – A voz respondeu calma e sonolenta. Deidara deveria estar dormindo.








– Oi, Deidei! – Sasuke já estava perto o suficiente para ouvir minha conversa, logo arqueando a sobrancelha. – Como está? Já estou morrendo de saudades suas!









– Minha, é? – Ouvi o rir abafadamente. – Deixe só seu irmão saber que você fica ligando pra me paquerar.









– Te paquerar? – Foi minha vez de rir maliciosamente. – Será que invertemos os papéis, Deidei? – Sorri vendo a testa do rapaz de olhos negros franzir mais e mais.









– Gosto quando me chama de Deidei. – A voz do louro ficava cada vez mais rouca. – Ficaria ainda melhor te ouvir dizer isso aqui na minha cama.









Engoli em seco, e forcei-me a não revirar os olhos. Deidara era um ganharão de primeira. Tinha uma ótima pegada, claro, mas não era bem o meu tipo.









– Acontece que estamos um pouco longe um do outro, não é?









– Bem, não por muito tempo...









– Como assim? O que quer dizer? – Questionei-o confusa.









– Isso não importa agora. Vamos, me diga, por que me ligou?









– Por que gosto de você, bobão.









– Ora, gata. Se fosse por isso mesmo, você e eu já não seriamos mais amigos, se é que você me entende.









– É sério Dei, eu realmente gos... – Senti a mão de Sasuke puxar brutalmente o celular da minha mão e desligar a chamada. Ele rangia os dentes e encarava um ponto no celular, mexendo-o incansavelmente.









– “Eu gosto de você Deidei”, “Eu também gosto de você Saki, agora que tal você abrir essas pernas pra mim?”. – Arregalei os olhos. A ideia era deixa-lo com ciúmes, não enfurecido. – Aqui! – Ele me entregou o aparelho. Chequei a lista telefônica e vi que o número de Deidara havia sido apagado.









– Que infantilidade. – Ralei e depois puxei o maldito papelzinho que ainda estava em sua mão. Rasguei-o sem pensar duas vezes e joguei os restos picotados no chão. – Pronto, agora estamos quites! – Nos encaramos por um bom tempo, faíscas saíam dos nossos olhos. Minha boca se abriu um pouco, eu queria gritar com ele, dar-lhe um murro na cara, dizer o quanto estava irritada, mas a única coisa que conseguia fazer era olhar pra ele.








Quando dei por mim, Sasuke se aproximava perigosamente com a respiração alterada. Engoli a saliva, estava imaginando coisas, ele não ia me beijar. Estava irritado comigo, não iria fazer o menor sentido.






O moreno ainda me olhava, e aos poucos vi seus ombros relaxarem, seus músculos descontraírem. Ele desviou o olhar, com algum brilho irreconhecível. Parecia magoado.






– Sasuke... – Chamei-o sussurrando. Ele logo recuperou a postura e passando a mão no cabelo, me entregou o capacete.








– Vamos? – Não. Eu não queria ir, queria dizer a ele o quanto me arrependia, mas as palavras estavam entaladas na garganta. Suspirei, sentindo uma onda de choro querendo me atingir.









Mais do que o perdão de Sasuke, eu queria desesperadamente beijá-lo. Sentir o que a muito tempo não sentia; seu amor.









– Eu... – Dei alguns passos de modo que o rapaz ficasse encostado na moto, e eu logo em sua frente. Passei meus braços em seu pescoço com certa dificuldade – ele era bem mais alto que eu – de modo que minhas mãos parassem no seu cabelo arrepiado.









Sasuke não tentou me parar quando me aproximei, pelo contrário, segurou minha cintura possessivamente, encostando nossos corpos.








As faíscas de antes agora eram muito mais intensas. Eu podia sentir sua respiração bater no meu rosto, e sem aguentar mais, beijei-o com volúpia.






Era a hora de voltarmos.






Sasuke Pov








Aprofundei o beijo o máximo quanto podia. Meus braços a puxaram tanto que conseguia sentir seu corpo amassado no meu.







Eu queria isso a tanto tempo, e quando ela veio, decidida como sempre, foi impossível recusar.




Parecia que nunca íamos terminar. Parávamos apenas por um ou dois segundos para buscar um pouco de ar e logo nossas bocas se encontravam novamente, dançando.





O gosto da Sakura continuava igual, mas menos inocente, era ardente, sedutor. Se pudesse, a tornaria minha ali e agora. Eu precisava, necessitava dela naquele momento, para não dizer em todo.








E a saudade explodia. Eu podia sentir as pernas dela balançarem e suas mãos suarem. Mesmo tão dominante Sakura ainda era a mesma garota frágil que conheci.









Tão irreversivelmente apaixonada por mim.









E eu... Não conseguia. Se ela era tão apaixonada como dizia ser, por que então fora me trair com meu irmão?









Parei o beijo brutalmente, olhando-a profundamente nos olhos, testando minha própria mente. E, a partir daquele momento eu entendi porque não fui antes atrás dela.









Não consigo apagar da memória as imagens. O passado estava bem ali, refletindo nos olhos esmeraldinos dela.









Ainda não posso perdoá-la.









– Temos que ir. – Quase ordenei, subindo na moto com expressão gélida. Sakura pareceu sair do transe, desnorteada. – Você não vem?









– Como pode se manter tão indiferente com o que acabou de acontecer? Sasuke, você e eu ainda podemos...









– Não consigo te perdoar. – Declarei sem rodeios. Ela era forte o suficiente pra saber a verdade. – Só consigo imaginá-la fazendo aquilo de novo e de novo. E não importa o quanto prometa que nunca mais irá acontecer... O que importa é que aconteceu. É traição.









– Mas e todo o resto? – Ela indagou, com as mãos no peito, juntas. – E os sentimentos que temos um pelo outro? Isso não conta nem um pouco?! Será que só consegue julgar pelos meus erros? Não pode esquecer o passado e viver o que você realmente quer? Eu sei que você me deseja Sasuke, eu pude sentir. Só nos dê uma chance, uma única!









–... Não. Você pode esquecer e viver com ele, mas eu não.









Ficamos em silêncio. Eu olhava para um ponto qualquer do lado oposto de Sakura e a mesma encarava o chão.









– É claro que não pode... Como eu ia esquecer? Somos como cães e gatos. – Ela subiu na moto com o capacete na cabeça e eu entendi que naquele momento, não estávamos bem.









Provavelmente, nunca mais estaríamos.









Hinata Pov









Comi a última frita, carrancuda e de braços cruzados. A ideia era simplesmente impossível. Eu e Naruto, Naruto e eu, aquilo Naruto e eu, Naruto eu e aquilo? Não, jamais. E eu tinha plena convicção nisso.









Além do mais, quando uma garota perde a virgindade ela se sente diferente. Eu me sentia totalmente... eu. E isso era mais do que uma prova.









– Hey... – Ouvi a voz manhosa de Naruto do outro lado da porta. – Vamos lá Hina, você está trancada ai há um tempo... Vem pra fora, por favor.









Respirei fundo, contando até dez. Por mim, poderia ficar até o anoitecer ali, mas a casa não era minha e eu não tinha o mínimo de direito de tomar o quarto de Gaara quando me bem entendesse.









– Hinata! – Dessa vez, ouvi a voz da Temari, branda. Engoli em seco, levantando-me apressadamente e recolhendo os restos do lixo. – Anda logo que temos que dar um jeito no seu uniforme!









Ah! Então era por isso que estávamos aqui?









– Pronto. – Abri a porta e sorri para Temari, ignorando totalmente o loiro que suspirava aliviado.









– Queridos, será que podem descer logo? Eu tenho hora marcada no cabelereiro. – Alguém cantarolou no térreo. A voz era meio fina, mas dava a entender que era de um homem. Ou quase.









– Quem é? – Perguntei à loira.









– É o cara que vai dar um jeito nas medidas do seu uniforme. Temari diz que ele é um “gênio” da moda. – Naruto se intrometeu, fazendo aspas com a mão e dando um meio sorriso brincalhão.









– Hm. – Balbuciei de nariz empinado. Não será tão cedo que o perdoarei por ter sido tão rude e cafajeste, me dizendo aquelas coisas tão imorais. E ao pensar que por míseros minutos eu realmente acreditei em sua ladainha. Que idiota.









Descemos a escada. Naruto na frente, Temari logo atrás e eu por último.









– AI MINHA SANTA PURPURINA! – Como estava olhando pra baixo, tomando cuidado para não cair nos degraus, não compreendi o porquê do grito daquele... Olhei-o. Ele!?









– Hinata?... Deus, que mundo pequeno é esse! –A voz dele engrossou um pouco, mas não o suficiente, enquanto vinha me abraçar um tanto desconcertado.









– Vocês se conhecem? – Naruto foi o primeiro a perguntar, curioso como sempre.









Entreolhemo-nos, ainda surpresos pela presença um do outro. E mais ainda por ter que explicar a situação para aqueles presentes.









Já pressinto o caos.

 

 






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Notas finais do capítulo

EEEE AÊEE? Vocês se surpreenderam? Eu quis compensar a demora com um capítulo mais longa e mais misterioso... ainda há muita coisa a ser revelada, pessoinhas, hehehe

A mãe da Shion é a ''senhorita Manderli'' e quem será a nova misteriosa pessoa no final do capítulo, hum?

Comentem, por favor! Podem me xingar, mas não com palavrões, falow? Té!