Enrolações de um Hyuuga ( Parte 2 - Final )

Por Detrás do Livro.

Não sei o que era mais rídiculo. Eu e Naruto, lado a lado com os olhos esbugalhados, Hinata com uma expressão pasma e mãos na boca, Hanabi na janela um pouco acima de nós, com cara de brava, ou o garoto caído no chão, com o joelho raspado e chorando alto.

O garoto, com certeza, era o mais rídiculo.

– Quem é você? – Eu perguntei, alheio a tudo o que acontecia.

– Esse idiota, é Konohamaru. – Naruto respondeu, batendo a mão na própria testa. – Escuta, moleque. Sei que você me idolatra e eu até acho isso divertido, mas caral... – Ele me lançou um olhar furtivo, percebendo que se falasse uma ''palavra ofensiva'', eu poderia ter outro motivo para detestá-lo. – Caramba! Está me seguindo até na casa da minha namorada?

Tive que engolir tudo o que queria falar quando ele pronunciou tal frase. Ele estava tão livre assim para chamar a minha prima de namorada? SEM a MINHA permissão?

– Eu não... – O menininho fungou e limpou o nariz – Eu não estava te seguindo, Kyuubi demoniaca! – Um sorriso de canto brotou nos meus lábios involuntariamente. Ver o loiro quase explodir de raiva me deixava... Satisfeito.

– Pirralho, eu vou...!

– Calma, calma, Naruto! – Nos voltamos para a voz masculina desconhecida da minha parte. – Ele não veio por você. – Encarei um tal ruivo chegar pelo caminho de pedra em frente a casa, andando calmamente com um das mãos no bolso da calça e com a outra segurando uma lata de cerveja.

– Gaara!? – Hinata exclamou – O que faz aqui?

Espera... Desde quando minha prima conhece tantos rapazes?

– Hinata. – Cumprimentou com um leve aceno de cabeça. – Vim trazer o Konahamiru pra cá. – Bebeu um gole da bebida alcóolica – Kiba me encheu o saco pra isso. – Murmurou levemente irritado.

– É Ko-No-Ha-Ma-Ru! – O pequeno fez questão de corrigir, com sua voz perculiarmente irritante.

– Mas... O que Kiba tem haver com isso? – Minha prima continuou, ignorando o tal Konohamaru.

– Kiba é meu irmão! – O menino disse, finalmente se levantando.

– É irmão dele. – O ruivo confirmou, ainda bebericando a cerveja.

– Kiba tem um irmão? – A morena virou-se para o suposto namorado, que apenas deu de ombros.

Um estranho silêncio ficou instalado naquele grupo.

Franzi o cenho. Como eles podiam ficar quietos com isso tudo?

– Está bem... – Bufei pelas narinas. – Eu não conheço você – Apontei para o moleque – Muito menos você – Desta vez, foi para o ruivo – Mas tenho o direito de saber que invasão domiciliar é essa!

– Ahn... – Ouvi o murmuro de minha prima menor ainda na janela.

– Hanabi... – Chamei trincando os dentes. – Será que você teria alguma coisa a ver com isso? – Indaguei cinicamente. – SERÁ?

– E-Eu?

– Por favor, Neji. – Hinata me chamou – Que tal se você controlasse seu... Gênio? Vamos, vamos. Todos para dentro. Também quero muito saber que estória é essa.

Como se fossem soldados, os três meninos entraram marchando.

– Você não vem? – Perguntou ao perceber que eu não havia movido um músculo sequer.

– Claro... Claro.

(...)

E no final, paramos aonde começamos: Na sala. Desta vez, Hinata se sentava confortavelmente na poltrona de Hiashi, enquanto Hanabi - que desceu sendo obrigada após alguns gritos meus - estava no último degrau da escada, os rapazes e menino no sofá e eu de pé, andando de um lado para o outro.

– Se alguém quer declarar algo, declare agora, porque não vou ouvir mais nada depois. – Falei, pronto para botar ordem na situação.

Ninguém se pronunciou.

– Ótimo. – Murmurei. – Então...

– Espera! Eu tenho algo a dizer. – O ruivo ergueu a mão livre – Hinata, você tem alguma cerveja por ai?

– Argh! Gaara! Acha mesmo que a Hinata teria algo assim?

– Eu não sei. – Vi um sorriso sacana aparecer no rosto pálido dele – Agora que ela é sua namorada... É bem provável pegar alguns costumes seus.

– Como assim? – Indaguei trincando os dentes.

– É que a geladeira do Naruto é composta da seguinte forma : 50% comida, 50% bebida alcoólica.

Presumo que naquele momento, meu rosto ficou inteiramente vermelho de raiva. Minhas mãos pulsavam, prontas e loucas para atacar o ''pescoçinho'' do... Bêbado.

– Vê, Neji? Hinata está bem pior do que eu! Será que não posso voltar para a cama?

Respirei fundo, tentando pegar o máximo possível de oxigênio daquela sala. Voltei minha concentração para os problemas expostos. Minha cabeça organizou tópicos dos assuntos pendentes.

Primeiro tópico: O moleque.

– O que você faz aqui? – Encarei mortalmente o menino quieto, sentado no meio dos dois idiotas.

– Be-bem... E-Eu... – Engoliu em seco – Estava vindo vi-visitar a Hanabi.

Ah, que ótimo! Mais um garoto tentando entrar na família Hyuuga?

– Hanabi. – Chamei-a – Acho que você pode me explicar melhor essa estória, NÃO É?

– Está bem... – Bufou antes de continuar – Com toda essa enrolação aqui de vocês, eu acabei ficando sem sono e resolvi chamar o Konohamaru para conversar comigo. Só que esse idiota não conseguiu nem subir a janela. – Bateu na própria testa – Naruto faz isso de uma maneira tão fácil...

– O Naruto sobe a janela? – Meu tique no olho com toda a certeza voltou. – E você, moleque, é melhor nunca mais, – Aproximei-me dele – Nunca mais mesmo, voltar a pisar nessa residência, ou eu juro que sua cabeça estará na minha sala de troféis, enquanto o resto do corpo, eu darei para os urubus. Entendeu?

Vi ele apenas balançar frenéticamente a cabeça como se fosse diversos ''Sim'' e ouvi minha prima menor pronunciar um '' Frangote'' abafado.

Segundo tópico: O ruivo.

– E o que você faz aqui? – Apontei meu dedo na cara do garoto alcoólatra.

– Já disse antes: Vim trazer o Konahamiru, irmão de um amigo, para ver a namoradinha.

– ... Apenas isso? – Deixei passar o ''namoradinha''.

– É.

– Então saia. – Abri a porta bruscamente – Você e o moleque. Não tem mais nada aqui pra vocês.

– Neji! – Hinata exclamou, como se tentasse me repreender.

– Como se eu não tivesse coisa melhor pra fazer do que ver um idiota dando piti por causa de outro idiota. – O tal Gaara se levantou, bebeu o último gole da cerveja, amassou a lata, e jogou bem no meu pé. – Divirta-se, Idiota número um. Vamos, Konahamiru. – Antes mesmo que eu - totalmente surpreso - pudesse dizer algo, os dois já saíram em disparada.

Suspirei alto, voltando minha atenção para o restante.

– Estou cansado. – Murmurei – Hanabi, vá dormir antes que seu pai chegue. – A garota apenas se levantou, subindo as escadas em seguida.

– Neji, o que tem demais eu namorar a sua prima?

Terceiro tópico: O louro.

– Aquele garoto.. – Ignorei a pergunta de Naruto – O ruivo, amigo de vocês... Parece que não sabia que estavam... Juntos.

– É-É... Be-Bem, ée... – Minha prima começou, gaguejando tudo o que não havia gaguejado hoje. – Gaa-Gaara...

– Ninguém sabe. Só você e Hanabi, agora.

– Hinata... – Olhei bem no fundo de seus olhos – Você está mentindo pra mim? – Pude vê-la arregalar os olhos.

– Eu... Nã-Não, Neji.

Sorri de canto. Parece que alguém finalmente se entregou.

– Só pra confirmar. – A olhei – Como foi o primeiro beijo de vocês?

Vi a expressão enjoada que Hinata fez depois dessa pergunta. Sei que mexer com esse pequeno passado dela, desencadearia essa mesma faceta.

– Foi magnífico, óbviamente! – O louro falou, analisando minhas expressões.

– Okay. – Abri a porta. – Vou guardar o segredo de vocês, contanto que me digam e me chamem para qualquer coisa que pretendem fazer. Isso inclui encontros. Vou ficar bem de olho em você, Uzumaki. Agora pode ir embora.

Ele não disse nada, levantou-se do sofá, deu um beijo demorado na testa da morena corada, sussurrou algo em seu ouvido e saiu, encarando-me desconfiado.

– Hinata. Vá deitar. – ''Ordenei'', deitando-me preguiçosamente no sofá desocupado.

– Então está tudo bem entre a gente, Neji?

– Promete que não guardara mais nenhum segredo?

– Sim. – Apenas dei um sorriso de canto, vendo-a subir as escadas com semplente feliz e desaparecer da sala.

– Bobinhos. – Sussurrei inaúdivel – Pensam que podem enganar o gênio.

Com isso, fechei os olhos, pronto para finalizar esse meu dia cansativo.